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OPINIÃO DO PERNINHA
Até que enfim o tricolor do Arruda conseguiu chegar à Série A do futebol brasileiro. Foram 10 anos de muita luta e graças à perseverança, trabalho e muita dedicação o Santa volta para o lugar de onde nunca devia ter saído. No próximo sábado, os tricolores voltam ao Arruda contra o Vitória-BA, às 17.30h, onde vão reencontrar a torcida para a festa do acesso na última rodada da Série B.
O jogo do último sábado diante do Mogi Mirim, no estádio Novelli Júnior, em Itu, valia uma década inteira. Era mais do que um simples acesso. Era a oportunidade de encerrar definitivamente o calvário coral e completar o giro de 360 graus pelo futebol nacional: da Série A para a D e então de volta para a série A, após 10 anos nos porões da bola. Bastava uma vitória sobre o time paulista, a qual aconteceu. Não sem sofrimento, mas aconteceu. Daniel Costa, Bruno Moraes e Bileu foram os grandes heróis; os autores dos três tentos que decretaram a vitória por 3 a 0 e a volta ao grupo de elite.
Vejamos como aconteceram todos os acessos do Santa: 1999 – O primeiro acesso coral ao Brasileirão saiu na última rodada do quadrangular final disputado com Bahia, Vila Nova e o Goiás, time com o qual o Santa empatou em 0x0, no Serra Dourada, em 12/12, num jogo de muito toque de bola e poucas emoções. Esse placar favoreceu aos dois que subiram juntos. O Goiás terminou com 11 pontos; o Santa com 10. Bahia (7) e Vila Nova (6), foram eliminados. O técnico do acesso era Nereu Pinheiro.
2005– Mais uma vez, o Santa conquistava o acesso á elite nacional na última rodada do quadrangular final. Num Arruda lotado (60 mil pessoas), contra a Portuguesa, no dia 26/11, o tricolor fez 2 x 1, de virada, com gols do atacante Reinaldo (artilheiro da competição com 16 gols). Os tricolores chegaram a dar a volta olímpica festejando o inédito título, confiando que o Náutico seguraria o empate com o Grêmio, com 7 jogadores em campo, no tumultuado jogo que entrou para a história como a “Batalha dos Aflitos”. Mas os gremistas fizeram o que parecia impossível e ganharam por 1 x 0, somando 12 pontos e ficando com a taça. O Santa foi vice com 10 pontos; Náutico (6) e Portuguesa (5) seguiram na Série B. O treinador do santa era Givanildo Oliveira.
2011– Em seu terceiro ano no fundo do poço do futebol nacional, o Santa chegava ás quartas de final precisando superar o Treze-PB para se garantir na Série C. No jogo da volta com um público de 59.966 torcedores, no Arruda, em 16/10, o placar de 0x0 era tudo que o Santa precisava, após um valioso 3×3 obtido pelos corais em Campina Grande. Já promovido, o Santa superou o Cuiabá nas semifinais, mas perdeu a decisão para o Tupi-MG, ficando como vice. O comandante era Zé Teodoro.
2013– No segundo ano na terceirona, saiu o acesso Novamente num Arruda cheio, com 57.273 torcedores, em 3/11, o Santa jogava pelo empate com o Betim-MG, após ter vencido a ida das quartas de final, por 1×0, em Minas. O tricolor ganhou de novo, dessa vez por 2×1, com gols de André Dias e Flávio Caça-Rato, que desempatou aos 42 minutos do 2º tempo para delírio da torcida garantindo a vaga na segundona. Nas semifinais, o Santa venceu o Luverdense duas vezes e conquistou o seu primeiro e único título nacional ao empatar com o Sampaio Corrêa, no Maranhão (0x0) e fazer 2×1 no Arruda. O técnico era Vica.
Finalizamos com os nossos sinceros parabéns pelo acesso mais que merecido. Afinal, os números mostrados nos três últimos acessos, quando o Santa jogou em casa e precisou do 12º jogador em campo, são de encher os olhos de qualquer um amante do futebol. Levar 60.000 torcedores a campo não é para qualquer clube e o Santa faz isso sempre que preciso. Por essas e outras parabéns ao clube, aos seus torcedores e a toda família pernambucana.
Danizete Siqueira de lima – Novembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Quanto custa manter um celular
Apesar de o Brasil ter uma das maiores participações de mercado do mundo quando o assunto é celular, o serviço ainda é considerado de baixa qualidade e caro. Em vez de apenas nos surpreendermos com os números, é importante entendermos que é preciso não só criticar, como trabalhar as dificuldades apontadas, e isso inclui diminuir preço e aumentar qualidade, para que um item que já se provou ser vital para a família brasileira passe a ter um menor peso em nosso orçamento.
A União Internacional das Telecomunicações (UIT) divulgou que o Brasil tem a cesta de serviços de telefonia móvel mais cara do mundo. As operadoras e a Anatel, no entanto, contestam. O relatório anual da UIT mostra que a cesta custa US$ 35,00, algo em torno de R$ 130,00, considerando tarifas de planos pré-pagos, 30 ligações, entre fixo e celular e 100 mensagens de texto por mês. O valor, segundo a UIT, está bem acima da média mundial, que orça em torno de R$ 45,00 (quarenta e cinco reais).
As operadoras, através do Sinditelebrasil, discordam do resultado e avaliam que a divulgação da UIT “não representa a realidade”, pois celular no Brasil é barato. O argumento é que a União não utiliza nos cálculos as tarifas promocionais, que barateiam o mercado local, segundo as operadoras. Pelos cálculos da Anatel, o valor efetivamente pago pelo minuto no País é de aproximadamente R$ 0,18 (dezoito centavos), ficando atrás apenas da China, Índia e Rússia.
O documento divulgado pela UIT mostra que o custo de uma ligação de celular no Brasil é superior a todos os países europeus e consome uma proporção maior da renda que em países como Cuba, Paquistão, Argélia ou Guiné Equatorial. De 166 países avaliados, apenas 47 tem um custo superior na ligação de celular ao que pagamos , entre eles Etiópia, Albânia, Ruanda e Madagascar. Os locais onde a ligação tem o menor custo são Macau, Hong Kong e Dinamarca.
O que pesa também na conta de celular no Brasil ( e é o ponto passivo, independentemente da pesquisa), é a carga tributária. O Sindetelebrasil calcula que o País tem a maior carga tributária entre 18 países pesquisados. Os tributos aqui representam 43% da receita líquida, quase o dobro do segundo colocado, que é a Argentina (26%) e 14 vezes maior que s da China (3%).
Os números são reveladores, mas ainda falta muito para o Brasil atingir uma massificação da mobilidade. A ampliação e a melhoria do serviço passam pela questão dos investimentos em infraestrutura e pela atualização da legislação. Na visão das empresas, um dos empecilhos é o licenciamento de antenas, que não tem acompanhado o mesmo ritmo de expansão do mercado, seja em função de legislações desatualizadas ou pela burocracia na liberação das instalações. Ao todo, são mais de 290 leis no Brasil, sobre o setor.
Na nossa visão, independentemente dos argumentos utilizados pelas empresas ou pela UIT, pense num servicinho caro e de péssima qualidade. E você o que acha de tudo isso?
Danizete Siqueira de Lima – Novembro de 2015
OPINIÃO DO PERNINHA
Hoje vamos até o outro lado do mundo para falarmos de uma decisão tomada pelo governo chinês, com o firme propósito de conter o envelhecimento da população, estimular a economia e ajudar a corrigir o desequilíbrio entre homens e mulheres.
A medida que acaba com 35 anos de uma política altamente criticada por seus excessos, em particular os abortos forçados, era esperada depois que muitos especialistas chineses de agências oficiais ou centros de pesquisa já haviam pedido nas últimas semanas ao governo que avaliasse o seu conteúdo. Conforme a agência Xinhua, a decisão histórica foi tomada durante a quinta sessão plenária do Comitê Central do Partido Comunista, que terminou na última quinta feira, 29/10, depois de quatro dias dedicados ao próximo plano quinquenal (2016/2020).
Para quem não sabe da rigorosidade chinesa, reportamo-nos ao final dos anos 1970 para falarmos da política usada para frear a enorme natalidade da época, estimulada durante anos pelo fundador do regime, Mao Tsé Tung (1949/1976). A política do filho único tinha, além disso, algumas exceções: a quase totalidade das 55 minorias étnicas do país não tinham que obedecê-la e também os casais de zonas rurais podiam ignorá-la caso seu primeiro filho fosse uma menina.
O resultado foi o envelhecimento da população e o grande desequilíbrio entre homens e mulheres, geralmente em zonas rurais, onde os meninos são mais valorizados que as meninas. As denúncias de abortos seletivos e de infanticídios são frequentes, apesar de a propaganda oficial pedir que a população abandonasse a mentalidade feudal. Em 2014 nasceram em média 116 meninos para cada 100 meninas.
Alguns estudos oficiais cifram em 30 milhões os homens chineses que não vão encontrar uma esposa, a chamada “crise dos solteiros” que, segundo autoridades, poderá gerar violência e instabilidade.
Mudando as regras do jogo, a partir de agora, os casais estão autorizados a terem até dois filhos com o objetivo de corrigir o desequilíbrio entre os sexos e conter o envelhecimento da população. Digna de registro, a medida nos parece ousada e mais que justa. Afinal, esse é o papel do governo, (quando e onde ele existe).
Sabemos que governar é uma tarefa difícil, exige pulso forte, determinação e muita vontade de fazer. Aqui, no nosso sofrido Brasil, as coisas funcionam ligeiramente diferentes.
Danizete Siqueira de Lima – Novembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Quem tem trinta anos, ou mais, conheceu ou pelo menos ouviu falar do carioca Renato Manfredini Júnior, que faleceu precocemente em 1996, com apenas 36 anos de idade. A primeira vista o nome soa estranho mas, se usarmos o nome artístico de Renato Russo, fundador da banda de Rock “ Legião Urbana”, tudo se esclarece…
A crônica de hoje bem que poderia ser sobre esse ícone do Rock brasileiro, uma vez que outubro foi o mês do seu falecimento, mais precisamente, no dia 11. No entanto, vamos falar do nosso País. Para tanto, pegamos um gancho numa música lançada pelo artista que trazia por título: “Que País é esse”, onde o cantor exaltava o seu protesto diante de tantos desmandos em nossa Pátria. A música, datada de 1987, tem quase 30 (trinta) anos e continua atualizadíssima, ou seja, ainda faz sucesso quando é cantada por duas ou três gerações; o seu refrão soa como um hino diante de tantas aberrações que temos assistido.
No quadro atual, conforme já nos acostumamos, a imprensa dá uma trégua sobre o andamento das Operações da Lava-Jato e passa a ter como palavra de ordem IMPEACHMENT. Isso mesmo, Impeachment, como se fosse a coisa mais simples do mundo. Os holofotes estão voltados para a briga entre governo e desafetos, aí incluído o presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha que, envolvido em escândalo de propinas e com uns reaisinhos escondidos ali na Suíça tenta, a todo custo, mudar o foco das discussões para salvar a sua pele e não ter que renunciar ao cargo tão cobiçado pelos seus pares.
Daí tiramos o título da nossa matéria. Como será que estamos sendo vistos lá fora? Acreditamos que na visão geral o Brasil virou um país surreal. Se não vejamos: a presidente não consegue organizar uma base de apoio; um presidente do Poder Legislativo é indiciado por corrupção, não aceita renunciar ao cargo e ainda fica afrontando o governo central; o grupo de oposição não consegue sequer definir uma estratégia no Parlamento e um ex-presidente fala à nação na maior cara-de-pau querendo justificar o desrespeito ao controle de gastos
públicos.
Como se não bastassem tantos absurdos, a Corte de Justiça mais importante do país decidiu que o presidente da Câmara pode, sozinho, definir se abre ou não um processo de impedimento da presidente. E ela comemora junto com seu partido, pois dá a possibilidade de seu governo se manter vivo, já que Eduardo Cunha se encontra enfraquecido diante das denúncias de corrupção e improbidade.
Portanto, caríssimos leitores, tendo um Congresso medíocre como o nosso, um presidente da Câmara do naipe de Eduardo Cunha, um presidente do Senado do quilate de Renan Calheiros e uma presidente com a bagagem de Dilma Rousseff, não há como não recordar o astro do Rock brasileiro quando perguntava: Que país é esse?
Danizete Siqueira de Lima- Outubro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
A medida do ter nunca enche. Esta frase, mais que corriqueira, vem desde os nossos antepassados e tem atravessado séculos sem tornar-se ultrapassada, principalmente, no meio político.
Sabemos das dificuldades que a Nação atravessa e os dados econômicos são mais que assustadores: inflação próxima de dois dígitos, queda na arrecadação com crescimento negativo, aumento da taxa de desemprego, disparada do dólar, escândalos e mais escândalos, baixa popularidade da nossa presidente, só para citar alguns. A equipe econômica, que em nada difere da anterior, não consegue arrumar as finanças e a sociedade fica a ver navios com tanto arrocho e aumento de carga tributária, como se não bastassem os aumentos que o governo nos impõe, em serviços essenciais, como energia elétrica, só para citar um exemplo.
A briga entre os poderes Executivo e Legislativo, também, tem sido uma barreira entre as negociações que a sociedade espera e torce para que deem certo. Um Congresso mais que atrapalhado com o Presidente da Câmara envolvido em todo tipo de falcatruas, mas insistindo em permanecer no cargo com o objetivo claro de fazer inflar o seu ego e avacalhar cada vez mais a nossa Constituição.
Apesar de toda essa problemática, no início deste mês, ao ser anunciada a mudança nos Ministérios com a pasta da saúde sendo entregue ao PMDB, o partido comemorou com festa e a euforia dos militantes era a de quem tinha descoberto uma “botija” ou ganho um prêmio acumulado de várias megas-sena. Os argumentos para a inusitada alegria ofendem qualquer pessoa decente, bem intencionada. No calor das vibrações, os caciques do partido sabiam que o Ministério recebido como presente de pai ara filho tem enorme visibilidade e detém o segundo maior orçamento da República.
Mas, como bem disse, Olbiano Silveira em matéria do Jornal do Commércio; Seria mais que razoável essa reação se estivéssemos em outro ponto geográfico do planeta”. Seria de esperar que o partido tivesse um belo projeto e gente preparada para melhorar a saúde do povo; uma estratégia para evitar que nossos irmãos morressem a toda hora nas intermináveis filas do SUS. Que o partido houvesse estudado uma fórmula para não faltar médicos, equipamentos, nem remédios nos hospitais públicos e nos centros de saúde e Upas do país inteiro.
No entanto, a razão única, confessada com exibicionismo, foi exatamente esta: o segundo maior orçamento do país. Quer dizer, vai ter dinheiro sobrando pra gente fazer a festa. Essa euforia me fez lembrar de um político pernambucano – atualmente fora de cena- que, numa fase da sua carreira quando pulou de um palanque para outro e lhe perguntaram se ia apoiar o seu rival, respondeu com a maior naturalidade: “ O poder é inebriante; o poder contagia”.
Danizete Siqueira de Lima – Outubro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
A semana passada foi marcada pela atenção que os brasileiros dispensaram ao julgamento do TCU – Tribunal de Contas da União, sobre as contas do Governo
Federal, relativas ao exercício de 2014, ai incluídas as famosas “pedaladas fiscais” praticadas pela equipe econômica com o beneplácito da presidente Dilma Rousseff.
Depois de muita expectativa e troca de farpas entre o Tribunal e o governo, que não concordava com o posicionamento do relator do processo, Augusto Nardes, o desfecho se deu com a reprovação das contas pelo Tribunal e o encaminhamento ao Congresso que dará o seu ultimato. Ou seja: o TCU fez o julgamento técnico mas, cabe ao Congresso, o parecer final e a adoção das medidas cabíveis.
Esta é a segunda vez na história que o TCU recomenda ao Congresso a rejeição das contas de um presidente. A primeira foi em 1937, durante o governo Getúlio Vargas. Na ocasião, o Congresso não seguiu a recomendação do tribunal. As irregularidades apontadas pelo TCU somam R$ 106 bilhões, sendo R$ 40 bilhões referentes às “pedaladas fiscais”. Para o relator do processo, Augusto Nardes, ao adotar manobras para aliviar, momentaneamente, as contas públicas, o governo desrespeitou princípios constitucionais e legais que regem a administração pública federal. Disse, ainda, que classificava o cenário de 2014 como o da “desgovernança fiscal”.
Enquanto a oposição considera as irregularidades como “crime de responsabilidade fiscal”, o que causaria sanções previstas em nossa Constituição, o governo acha que tudo foi feito dentro da legalidade e não vê qualquer absurdo. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, negou que o governo tenha violado a Lei de Responsabilidade Fiscal, contudo, respeitava o posicionamento técnico do Tribunal.
Os socialistas torcem por um desfecho onde o Congresso Nacional abra espaço para um pedido de impeachment, opção pouco provável, já que a presidente detém um novo mandato e as irregularidades pertencem ao mandato anterior. Além do mais, a nossa Constituição data de um período que não havia reeleição e, por tratar-se de um fato novo, há necessidade de amparo legal na adoção de qualquer castigo.
Não somos nenhum “expert” na matéria mas, pelo andar da carruagem, o assunto ainda vai gerar muita polêmica em torno de um possível impeachment. Sabemos da
insatisfação com o atual governo mas, sugere o bom senso, que tudo seja feito com respaldo em nossas leis. É bem verdade que não temos um Congresso confiável e as costuras irão se arrastar por vários meses. Quem viver, verá.
Apesar de a presidente ter dito recentemente que vivíamos em uma democracia nova, embora muito robusta e não concordarmos com essa afirmação, ainda acreditamos em nossas instituições e esperamos que a justiça cumpra com o seu papel.
Por: Danizete Siqueira de Lima – Outubro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Em novembro de 2012, o ministro da justiça José Eduardo Cardozo, confessou que preferia morrer a ter que cumprir anos de prisão em alguns presídios brasileiros. E ele estava certo. Pelo menos esta é a constatação feita por 49 mil pessoas que vivem em cinco bairros do Recife: Sancho, Tejipió, Coqueiral, Curado e Totó, todos na Zona Oeste.
O mecânico Ricardo Alves da Silva, 33 anos, morto por uma bala perdida – supostamente disparada de dentro da unidade prisional do Curado – foi o primeiro, fora do presídio, a ser vítima dos constantes conflitos entre presos e as forças de segurança (agentes penitenciários e policiais militares). Ele estava no quintal de casa, no Alto da Bela Vista, bairro de Coqueiral, quando foi atingido. Agora há o risco de não ser a única vítima, caso a situação na unidade não seja controlada. Num misto de medo e revolta, moradores da área denunciam que muitos dos tiros disparados nos embates entre presos e agentes têm como endereço as casas da comunidade, conforme revelou o vigilante Adeildo Bezerra, que mora no local há 46 anos: “Há dois meses, minha mãe estava lavando roupa no quintal quando começou um tiroteio no Complexo. Uma bala passou a um palmo da cabeça dela e se alojou numa parede”.
É por essas e outras que o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, ficou de “saia-justa” na Organização dos Estados Americanos, em 28/09/2015, ao ter que dar explicações sobre as violações dos direitos humanos no Complexo Prisional do Curado. Como justificar um amontoado de 6.965 pessoas em um espaço criado para abrigar 1.819 detentos? Esse dado por si já mostra a violação do princípio da física segundo o qual dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Não será possível encontrar nenhuma explicação acadêmica que admita como humanamente tolerável essa desproporção. Há estudos claros mostrando que o aumento progressivo do número de animais em um espaço restrito corresponde ao aumento da agressividade entre eles, até o limite da luta pela sobrevivência.
Estamos falando de um presídio do nosso estado, mas sabemos que a realidade brasileira é uma só. Lembram dos motins que atormentaram por meses o governo do Maranhão? No Rio Grande do Norte, na Paraíba e noutros estados da nossa Federação o filme é o mesmo, numa demonstração clara de incapacidade dos nossos governantes em resolver as grandes questões. Sabemos que e o problema das superlotações passa pela existência de detentos que há muito deveriam ter saído e lá permanecem.
As rebeliões são cada vez mais frequentes e nada muda. Após uma delas, no início deste ano, o secretário Pedro Eurico prometeu, entre outras coisas, contratar advogados para ajudarem no andamento dos processos e tudo continua adormecido mesmo com tanta propaganda do governo estadual no tão sonhado “Pacto Pela Vida”. A grande realidade que nos entristece é a inércia do estado em cuidar das causas mais urgentes. Em suma: o cidadão não tem segurança no presídio, nas ruas e muito menos quando descansa dentro do seu próprio lar.
Por: Danizete Siqueira de Lima
Outubro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Mais uma vez as nossas atenções se voltam para o Sport Clube do Recife, único clube pernambucano – no momento – a fazer parte da série “A”, do futebol brasileiro. Ele, que começou tão bem o certame e se manteve por várias rodadas no G-4, fazendo o dever de casa e mostrando muita força, passou a tropeçar fora de seus domínios quando somou 9 empates e 5 derrotas, sendo a última no domingo 20/09, contra o Vasco da Gama, no Maracanã, tirando os cruzmaltinos da incômoda lanterna que ocupavam e forçando a contratação de um novo treinador. Aliás, no jogo contra o Vasco, o time já foi colocado em campo pelo assistente Daniel Paulista, uma vez que o técnico Eduardo Baptista havia rescindido contrato com o clube desde a quarta feira (17/09), quando fechou contrato com o Fluminense RJ).
Para o seu lugar, dividindo as opiniões de muitos treinadores, veio o catarinense de 61 anos, Paulo Roberto Falcão, que assinou contrato até 12/2016 e o clube parece feliz com a nova aquisição; acha que o treinador está comprometido com a filosofia leonina e poderá fazer um bom trabalho. Na enquete lançada pelo portal JC Online, 52% fizeram rejeição ao nome de Falcão, 40% concordaram com a sua contratação e 8% não souberam ou não quiseram opinar.
Dentro de campo, atuando como volante nas décadas de 1970 e 1980, Falcão foi unanimidade vestindo as camisas de Internacional, São Paulo e Roma, além da canarinho. Como treinador, até o presente mostrou muito pouco. O Sport será o seu quarto clube. Antes, dirigiu América do México (1991 e 1992), Internacional (1993 e 2011) e Bahia (2012). No tricolor de Aço, conquistou seu único título como técnico, o Campeonato Baiano. De quebra, ainda passou
pelo comando das seleções do Brasil (1991) e do Japão (1994).
E nós, o que achamos?
Sabemos que, por tradição, o Brasileiro é muito avesso a mudanças e, nesse caso, as opiniões se prendem ao fato da pouca tradição do Falcão como treinador de futebol, que é diferente de conduzir uma pelota como ele tão bem sabia fazer. Mas, convenhamos: pela mudança brusca que aconteceu com o clube leonino, temos a impressão que estava havendo um boicote para a saída de Eduardo Baptista e isso era mal. Não se justifica a mudança brusca de performance que o clube apresentou de uma hora para outra. Ele vinha afinado, encantando mesmo quem não era rubro negro e, de repente, a orquestra desafinou e começou a dar vexames.
A saída de Eduardo abre novos horizontes e o Falcão poderá fazer um bom trabalho. É bom que se diga que Eduardo Baptista virou treinador por acaso (era preparador físico), e nem por isso deixou de fazer história no clube. Com o apoio que recebeu da diretoria e dos próprios jogadores à época de sua nomeação conquistou a simpatia da maioria dos torcedores. Falcão demonstra ser um técnico sério, está motivado por treinar uma grande equipe e, à medida que os resultados forem aparecendo, as críticas cessarão para que o Leão volte a rugir fazendo as pazes com a sua torcida e encantando a Praça da Bandeira.
Por: Danizete Siqueira de Lima
OPINIÃO DO PERNINHA
Passado o feriado de 7 de setembro, quando se comemora a Independência do Brasil, os holofotes da imprensa – não só brasileira – se voltam para a economia, em função da redução na nota que mede o grau de capacidade de investimento em nosso país.
Em um momento de crise, economia estagnada, inflação muito próxima de dois dígitos, governo e congresso sem qualquer afinação, equipe econômica mais perdida que cachorro em comício e a oposição querendo puxar o tapete do governo central, não poderia ser diferente. Ou seja, essa é a famosa tragédia anunciada, muito embora há quem encare com toda naturalidade possível a questão do risco Brasil, como é o caso do ex-presidente Lula.
Diante do rebaixamento com o qual não contavam, o governo, através do ministro da Fazenda Joaquim Levy, disse que a decisão da agência Standard & Poor’s de rebaixar a nota do crédito Brasil teve um viés político e foi precipitada. Já o ex-presidente Lula, que não perde uma oportunidade de ficar calado, vai mais longe da criação de uma realidade paralela. Acha que a decisão da S&P não significa nada e que o governo não deve aceitar a “receita” que vem desses organismos. Para ele, é fácil. Com a tese agônica, tenta se isentar da parte que lhe cabe e dos problemas que ajudou a criar para o governo Dilma.
Se o ex-presidente não leva em conta o fato de termos o nosso grau de investimento diminuído, fica difícil entender o seu posicionamento em 2008, quando presidente, ao recebermos o selo de bom pagador. Vejamos o que disse: “O Brasil foi declarado um país sério, que tem políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser merecedor de uma confiança internacional que há muito tempo necessitava”.
Agora, em discurso proferido na capital Teresina (PI), 3 dias após recebermos o selo de rebaixamento, Lula descredencia aquela agência com a maior naturalidade. Simples, não?
No nosso entendimento devemos deixar Lula de lado e cuidarmos em arrumar a casa. Muito precisa ser feito, independentemente de nota de quem quer que seja. A situação tá braba, o país parou de crescer, o desemprego assusta e a capacidade produtiva vem desmoronando dia-após-dia. Só se fala em criação de novos impostos ou aumento de alíquotas nos já existentes. Esse discurso está mais que ultrapassado e ninguém aguenta mais impostos. Corte o governo na própria carne reduzindo gastos, fechando Ministérios, encolhendo as comissões
que não são poucas e depois exige-se maior sacrifício da população.
O governo tem que acabar com esses “balões de ensaio” falando em volta de CPMF, alteração em tabelas de ICMS e/ou Imposto de Renda e partir para atitudes concretas que possam restaurar a credibilidade e o sonho do País voltar a crescer, saindo da letargia em que se encontra e dando um pouco de alívio à classe trabalhadora, como sempre, a mais penalizada.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – PE – setembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
A incompetência superando limites
“É DA ESSÊNCIA DO ORÇAMENTO QUE SURGE O EQUILÍBRIO”. Essas sábias palavras vêm desde Cícero, em Roma e acreditamos que qualquer administrador com um mínimo de sensatez corrobore com a afirmativa. Não é o que parece ocorrer com a nossa presidente Dilma Rousseff, que iniciou o mês de setembro enviando ao Congresso Nacional o projeto de lei do Orçamento para 2016 com uma inédita previsão de déficit primário, em torno de R$ 30,5 bilhões, que representam 0,5% do PIB.
A medida, vista pelo lado realista, foi elogiada no meio político, mas, na nossa visão, surge como uma tentativa do governo em dividir com o Congresso o ônus de sua incompetência. Nunca antes na história desse País vimos nada parecido. Orçamento é exatamente para você prever os gastos em cima do que é arrecadado.
É mais ou menos o que fazemos em nossos lares quando temos responsabilidade com a nossa família: não gastamos mais do que ganhamos; fazemos o que o orçamento permite e fim de papo. Se nos endividamos teremos que apelar para as pedaladas, aumentar as dores de cabeça com uma contabilidade que não fecha nunca e nos conformarmos com os títulos de irresponsáveis e/ou incompetentes. Por que no governo seria diferente?
Vejamos as opiniões: “Ao mandar um orçamento prevendo déficit, a presidente deixa os parlamentares constrangidos em aumentar despesas com emendas”, salientou Pedro Jucá Maciel, pós-doutorado em política fiscal e assessor parlamentar no senado. Para o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, o ineditismo de mandar um orçamento que não fecha é estranho, primeiro porque, na sua opinião, só o Executivo sabe onde cortar gastos e também porque o equilíbrio é inerente a uma peça orçamentária. “o governo está se desobrigando de sua responsabilidade. Se você tem alguma coisa que não consegue cortar por causa de vinculações (de receita, como despesas com saúde e educação) se negocia os termos, por meio de uma (DRU)” , disse, referindo-se à Desvinculação de Receitas da União, mecanismo que permite ao governo desvincular até 20% das receitas de contribuições sociais (menos as previdenciárias). “Coloca-se os termos e chama para negociar”.
Para o especialista em contas públicas, Raul Velloso, o corte imediato e mais fácil, no entanto, não foi proposto. “O gasto discricionário proposto é de R$ 250 bilhões. Foi mantida a mesma relação gasto/PIB em comparação com o ano passado. Se o déficit é de R$ 30,5 bilhões, será que não daria para tirar daí? Mas não quiseram tirar”, criticou.
Não somos economistas nem lidamos com contas públicas. Em todo caso, opinamos que tudo isso se deve a falta de planejamento, gastos desordenados, ressaca de campanha e para abreviar nossas considerações preferimos substituir os vários termos por INCOMPETÊNCIA e IRRESPONSABILIDADE governamental.
Por: Danizete Siqueira de Lima