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Crônica de Ademar Rafael

TRAIÇÃO

Durante as comemorações da Semana Santa – cujo eixo principal é o julgamento, a morte a ressureição de Jesus-, sempre vem à tona o que pedimos extrair como reflexão na traição de Judas. Fato sobre o qual  o SITE “Respostas bíblicas” inicia sua abordagem com o seguinte texto: “Jesus foi traído por Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos. Judas entregou Jesus aos seus inimigos por trinta moedas de prata. A traição de Judas foi um pecado terrível e ele acabou cometendo suicídio.”Na sequência cita o que escreveram Lucas, Marcos e Matheus.

Sem alongar o debate sobre a traição acima, nosso propósito hoje é demostrar como esse tema tem evoluído em nosso país e verificar que sua aplicabilidade tem sido largamente ampliada sem dó ou piedade.

Poderíamos focar nas traições de Dom Pedro Primeiro à Princesa Leopoldina ou na traição feita à Tiradentes pelos parceiros da Inconfidência Mineira, no entanto, preferimos trazer para nossos dias deslocar nosso olhar para uma região conhecida como o Planalto Central onde esse “pecado” é praticado durante vinte e quatro horas todos dias.

Em Brasília os eleitos para o executivo e o legislativo traem seus eleitores e suas promessas das campanhas sem quaisquer cerimônia, encontrar uma exceção é missão impossível. Também na Capital Federal os indicados para cargos em ministérios, segundo e terceiros escalões e diversos tribunais traem o que fora ajustado com seus indicadores em progressões geométricas.

Essa mania brasileira é estendida para estados e municípios, possivelmente é a única prática federativa rigorosamente cumprida, diferente do pacto federativo ignorado por todos. Sobre o tema Marcos Caruso escreve a peça “Trair e coçar é só começar” na segunda metade da década de 1980. A peça de sucesso virou filme e foi inserida em nosso cotidiano político. Arisco-me a dizer que futebol, carnaval e traição são  três das variáveis intocáveis da nossa cultura. Alguém duvida?

Crônica de Ademar Rafael

A GRANDE MINA

São inúmeras as críticas sobre o orçamento público a maioria destinada à sua limitação para suprir as demandas sociais. O problema é que tal limite é imposto por quem deveria cuidar dos recursos. Para não irmos muito longe vamos falar nos últimos cinquenta anos. Em 1983 José Carlos de Assis escreveu “A chave do tesouro”, no ano seguinte “Os mandarins de república”, obras que detalham os crimes e os criminosos. Posteriormente tivemos o escândalo dos “anões do orçamento”, a “a compra de votos para aprovação da emenda da reeleição para cargos do executivo”, o “mensalão”, etc. A pérola da coroa no entanto foi o “orçamento secreto”.

Esta criatividade dos nossos políticos, de cara, esmaga o Artigo 37 da Constituição Federal – CF, na sequência vai triturando tudo que relaciona com o zelo pelo patrimônio público. A farra foi denunciada pela imprensa e por órgãos de controle sem qualquer efeito prático. Tímidos freios de arrumação vieram após intervenção do Supremo Tribunal Federal – STF. Mesmo assim segue com o “jeitinho brasileiro” extraindo muito minério.

O cômico dessa história é a Câmara dos Deputados editou uma cartilha chamada “Entenda o orçamento” que em seu tópico cinco “O que é responsabilidade fiscal?”, responde: “…Além disso, a LRF introduziu novas responsabilidades para o administrador público (chefes de Poderes, de órgãos e outros ordenadores de despesa) com relação aos orçamentos da União, dos Estados e municípios. Algumas dessas responsabilidades são: executar o orçamento de forma planejada e sustentável, observando metas fiscais previstas para vários exercícios…”

 

O artigo 37 de CF e este anunciado acima são cumpridos? Não. No último dia oito de abril o Jornal do Comércio de Pernambuco traz essa manchete na primeira página: ”Tendência é de cada vez mais recursos na mão de assembleias”, ou seja os deputados estaduais estão copiando seus colegas federais. Até quando a mina será explorada para fins nada republicanos? Um deles financiar campanhas por meio de emendas. Uma coisa é real começou na União e chegou aos Estados e Municípios.

Crônica de Ademar Rafael

TROCA INADEQUADA

Elaborando atividades recentes veio uma dúvida. “Manter a calma, sem uso de medicamentos, reduz a ansiedade?” Esta indagação – cuja resposta é sim -, busca encontrar respostas para o que é considerado o mal do século XXI: A ansiedade. Patologia que quanto não controlada em tempo hábil é transformada em um monstro capaz de destruir toda capacidade produtiva de uma pessoa, um grupo e promover prejuízos incalculáveis em uma organização empresarial ou no seio familiar.

Durante a procura surge outra pergunta. “O que nos leva a trocar um momento da calma por um momento de ansiedade?” Para este questionamento a lista de respostas é imensa e para cada uma encontramos fatores internos e externos que podem modular a intensidade do impacto em nossa vida. Especialistas no assunto estão debruçados há muito tempo sobre esse tema e uma resposta concreta ainda está longe de ser alcançada.

Quando ouvimos alguém dizer ou dizemos: “Perdi a razão na hora que perdi a calma” e buscamos entender o quanto de verdade está inserido na frase descobrimos que a Bíblia – O livro sagrado nos alerta em Eclesiastes 10:4: “Se aquele que governa ficar indignado contra você, não deixe o seu lugar, porque o ânimo sereno acalma grandes ofensas“. Entre as interpretações, disponíveis na rede mundial dos computadores, destaco: “

… a tranquilidade dissipa grandes erros; … o espírito calmo pode superar até mesmo grandes erros e erros sérios podem ser perdoados se você não perder a calma”. 

Somente com reflexões sobre o último parágrafo resolveremos o caso da troca inadequada de calma por ansiedade? Com certeza não. Precisamos praticar muitos exercícios disponíveis na literatura sobre o assunto. Para ajudar podemos recorrer ao que nos ensina 1 Coríntios 13:4 “O amor é paciente, o amor é bondoso.” Aqui não há dúvida. A paciência, por ser o contrário da ansiedade, caminha junto com a calma. A estrada da calma tem menos curvas que a estrada da ansiedade, vamos por ela transitar?

Crônica de Ademar Rafael

IMPÉRIO AMEAÇADO?

Parte dos domínios que os Estados Unidos da América – EUA exercem sobre demais países deriva do uso da sua moeda, o dólar, como moeda de troca nas transações negociais de todo mundo. Sem isto a sua prepotência não se seguraria somente com o poder bélico e com a economia interna. Neste texto vamos passear sobre a tortuosa história que assegura esse poderio para um único país, promovendo um diferencial impossível de ser alçando pelos parceiros submissos ou rebeldes.

Sem nos alongarmos no tema, por questão de espaço, julgo importante pontuar que no início da civilização o comércio era baseado no escambo, isto é, na troca de mercadorias. Os primeiros registros de moedas com as características que conhecemos indicam a confecção em ouro e prata e datam do século VII a.C. na Lídia, atual Turquia.

Foi longo o caminho percorrido até chegarmos ao século XIX quando a Reino Unido, por ser a potência hegemônica da época, instituiu a padrão-ouro clássico, com variação para o padrão libra-ouro,  por volta dos anos 1870. Este modelo foi largamente utilizado até metade da segunda década do século XX. As mudanças ocorridas, para muitos estudiosos, decorreram de efeitos da Primeira Guerra Mundial na geopolítica do globo terrestre.

De 1914 até 1944 podemos afirmar que houve uma desordem monetária/cambial nas relações comerciais do mundo, foi uma época de muito problemas e pouca segurança. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, na metade da década de 1940 os Estados Unidos da América – EUA passam a dar as cartas no jogo e o falido padrão libra-ouro é trocado pelo padrão dólar-ouro, nos termos dos famosos Acordos de Bretton Woods, que de acordo só tem o nome, foi imposição mesmo.

Ainda insatisfeito com o modelo, no início da década de 1970, os EUA, de forma unilateral, impôs o fim de conversibilidade dólar x ouro e criou o sistema vigente no qual os americanos ficam com os benefícios em nome de uma estabilidade que a cada ano fica mais vulnerável. Mudança breve?

Crônica de Ademar Rafael

BELA VELHICE

No dia 22.02.25 junto a familiares e amigos comemorei meus sessenta e oito anos de idade. Desde 1994 tento seguir os conselhos do sábio poeta Dedé Monteiro ao escrever  “É preciso saber envelhecer” a pedido de meu amigo de infância e conterrâneo José Liberal nosso querido Zé de Adinha.

Das cinco perfeitas estrofes farei a transcrição da última e sugiro a cada leitora e cada leitor que leiam o poema na íntegra. Assim recomenda o poeta tabirense: “…Nas primeiras auroras da existência/Abra as asas pra vida, o mundo é seu/Aproveite o poder que Deus lhe deu/Mas o faça com toda inteligência/ Use a arma imortal de consciência/Não se engane correndo atrás do ter/Quando a vida quiser entardecer/Junte os netos, responda seus porquês/Mostre a todos como você fez/É preciso saber envelhecer.”

Nos primeiros dias deste mês recebi o livro “A invenção de uma bela velhice” de autoria de Marian Goldenberg. Nele a antropóloga e escritora de Santos apresenta ponderações direcionadas para “Projetos de vida e a busca da felicidade.”.

No primeiro capítulo a autora indica três novos conceitos: “Velhofobia – Destinado aos que possuem pânico acerca de possíveis sequelas advindas com a velhice; Velhoeuforia – Direcionado aos que euforicamente enfrentam a idade avançada e Velhoalforria – Focado nos que pavimentam a caminho da velhice sem degraus em liberdade plena.”

Nos capítulos seguintes são apresentadas sugestões não poetizadas como fez Dedé Monteiro, a  saber: “Buscar o significado, Conquistar a liberdade, Almejar a felicidade, Cultivar amizade, Viver o presente, Dizer não, Respeitar a vontade, Vencer o medo, Dar risada e Construir a própria ‘bela velhice.” 

Percebam que todas sugestões são executáveis por cada pessoa. Em um mundo que discrimina e tenta ignorar os idosos cada uma e cada um fazendo sua parte teremos a velhice que merecemos. Ação imediata.

Crônica de Ademar Rafael

RISCO EMINENTE?

Surpresa nenhuma na forma arrogante e preconceituosa que o Estados Unidos da América – EUA trata os demais países desde que assumiu a posição de “xerife do mundo” sob a omissão de diversos países. Historicamente, sentados no poderio militar, na moeda como padrão monetário nas negociações  internacionais e  nos diversos e insanos boicotes econômicos, os EUA sedimenta seu protagonismo na geopolítica mundial com a arrogância acima do limite. Também se apodera dos benefícios em conflitos, praticamente ignorando os esforços de aliados.

O ingrediente novo é o risco eminente de perder a posição de maior  economia do mundo para China, assim como ter que engolir a realidade quanto a superioridade dos chineses em quase noventa por cento das tecnologias críticas para o desenvolvimento econômico e militar global.

Tais estudos não são oriundos da dados da China, originam-se de análises relativas aos primeiros anos deste séculos feitas por entidades sem qualquer dependência ao país asiático. Merecem, portanto, credibilidade. Com referência a perda da supremacia econômica estudos recentes atestam que em dez anos os chineses assumem o primeiro lugar.

Alguns fatos estão contribuindo para que os chineses passem a ter as cartas principais do jogo em suas mãos, destaco aqui dois posicionamentos, entre muitos outros: “Enquanto os americanos buscam punir seus parceiros comerciais com medidas protecionistas e pacotes tarifários os chineses perseguem parceiras sustentáveis e com troca de benefícios para todos os lados envolvidos nas negociações.”

A contumaz subserviência de algumas nações ao estilo americano fornece combustível para as imposições descabidas no mundo atual, onde a cooperação assume o lugar da competição, em nome da reciprocidade. Estipular prazo para que os EUA sejam superados depende de fatores internos e externos. Internamente a China tem feito sua parte e buscado aliados externamente, os americanos teimam em impor, até quando?

Crônica de Ademar Rafael

CNV, UMA SOLUÇÃO!

Quando praticamos Comunicação não violenta – CNV, contribuímos para um mundo melhor onde a harmonia e o respeito caminham de braços dados e assumem o espaço antes ocupado pelo conflito.

O psicólogo clinico e mediador de fama internacional Marshall Rosenberg lançou o livros “Comunicação não violenta – Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais” e “Vivendo a comunicação não violenta – Como estabelecer conexões sinceras e resolver conflitos de forma pacífica e eficaz”, obras muito bem avaliadas.

Na síntese da primeira publicação acima encontramos: “Em um mundo violento, cheio de preconceitos, conflitos e mal-entendidos, buscamos ansiosamente soluções para melhorar nossa relação com os outros. Nesse sentido a boa comunicação é uma das armas mais eficazes. Grande parte dos problemas entre casais, pais e filhos, empregados e empregadores e empegados, vizinhos, políticos e governantes podem ser amenizados e frequentemente evitados com palavras.”

A segunda obra nos indica na síntese: “Além de oferecer uma introdução à Comunicação não violenta este livro trata dos seguintes temas: Podemos dar um jeito – Como resolver conflitos de forma pacífica e eficaz; Amar seno eu mesmo – Como criar relações amorosas sem abrir mão de nossos valares e integridade; Superando a dor entre nós – Como alcançar a reconciliação e a cura sem fazer concessões; O propósito surpreendente da raiva – Para além do gerenciamento da raiva, como encontrar sua virtude; Criando filhos com compaixão – Como educar de acordo com a CNV e Espiritualidade prática – Reflexões sobre a base espiritual.”

Percebam que se trata de uma técnica onde as palavras corretas são eficientes ferramentas para tirar de circulação os entraves criados pela resistência a ouvirmos com atenção o que estão nos dizendo e dizermos com respeito o que pensamos. Nela ninguém precisa perder sua essência, pelo contrário nossa energia interior ganha relevo. Vamos à prática?

O poder da decisão

Ao recorrermos ao dicionário em busca de uma definição para palavra decisão encontramos: “…Ação ou efeito de decidir; determinação; resolução que se toma após deliberação; habilidade para chegar a uma conclusão ou resolver algum problema sem indecisão; coragem ou firmeza; e, por extensão: Tudo aquilo que se resolveu acerca de alguma coisa…”

Este tema entrou em nosso diálogo semanal por força da sua importância e da sua ausência em um mundo onde o politicamente correto está esmagando nossa capacidade de decidir. Tudo incomoda, tudo agride, tudo gera conflito. Nesse cenário a omissão ganha destaque.

Nos último sábado, dia 22.02, completei sessenta e oito anos de idade. Na semana anterior em um quarto de pousada na cidade de Mamanguape-PB, onde estava a serviço do SENAR-PB, estava fazendo uma reflexão sobre a quantidade de decisões que tive de tomar desde 1970 quando aos treze anos deixe minha Jabitacá em procura de estudo e trabalho, exatamente nessa ordem. Poucas vezes me omiti. Se algo tinha que ser revolvido vamos buscar a solução. Defendo algumas teses sobre a necessidade de decidir. “Sem a decisão de chutar nenhum jogador faz
gol; sem a decisão de arremessar nenhum jogador de basquete faz uma cesta; sem decisão política nenhuma política pública chegará aos beneficiários…”

Na administração, universo que detenho graduação e onde sigo atuando, existe uma frase sobre decisão que diz o seguinte: “Não decidir também é uma decisão” Com todo respeito a quem defende esta frase como um verdade plena, nela encontramos apenas meia verdade. Existem situações que optar por esse caminho produz mais problemas que solução. Permitam-me citar duas: “Numa emergência médica se o profissional encarregado de fazer a cirurgia imediatamente não o fizer pode criar uma situação irreversível; decidir não frear um veículo ao ver um pedestre na faixa a ele dedicada pode causar um acidente…” Assim sendo com coragem é bom decidir tempestivamente, esperar é caminho incerto.

Crônica de Ademar Rafael

SEM CONTESTAÇÃO?

A submissão quanto aos atos e ao estilo de gestão de autoridades dos Estados Unidos da América–EUA, por nativos de nações que deveriam ser independentes, nos obriga ouvir palavras de advertência  em lugar de apoio quando uma autoridade brasileira se coloca, corretamente, em posição contrária.

Em recente entrevista o presidente da República Federativa do Brasil ao ser questionado se utilizaria o “princípio de reciprocidade” caso seu colega americano colocasse  pacote de tarifas sobre as importações brasileira disse: “É lógico. O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade”. No mesmo dia ouvi de uma economista que respostas com este teor deveriam ser evitadas. Qualquer pessoa livre e dotada do mínimo de bom senso tem todo direito de discordar da crítica da analista uma vez que a aplicação de tal princípio é legítima na relações internacionais.

Helimara Moreira Lamounier Heringer e Juventino de Castro Aguado, em artigo sobre o assunto afirmam: “Nas relações internacionais, a reciprocidade impõe condições à força vinculativa, à interpretação e ao funcionamento dos tratados… Em geral, as regras de interpretação dos tratados evoluíram do costume para um ‘tratado formal sobre tratados’. A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 22 de maio de 1969, codificou o Direito Internacional consuetudinário referente aos tratados…”

No mesmo artigo, com muito acerto sob meu ponto de vista, destacam: ”Portanto, a priori, no âmbito do Direito Internacional, a reciprocidade se vincula aos tratados internacionais e à sujeição de uma nação a estes. Entretanto, nas relações internacionais, esse princípio pode ser evocado a despeito dos tratados, sempre que uma nação se vê em desvantagem e necessita proporcionar e assegurar-se de um tratamento idêntico.” Esta correta abordagem ampara o direito de um país lançar mão do “princípio de reciprocidade” em defesa dos seus interesses. Negar esse direito é assumir que tudo que vier do EUA não pode ser contestado.

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MEDOS IRRACIONAIS

Recentemente ao ler o livro “Os sete medos da alma”, de autoria de Bertani Marinho, que aborda os medos da velhice, da doença, da  solidão, da pobreza, do escuro, de castigo por erros praticados, da morte julguei interessante no nosso diálogo de hoje destacar os três primeiros sobre os quais a sociedade tem mais ingerência do que quem os enfrenta.

Medo da velhice. Os principais motivos para crescimento deste medo nos dias atuais, sob meu ponto de vista, são: a) O idoso ser percebido como  entreve social  por representarem custos elevados nos sistemas de saúde e previdenciário. Na saúde em função das demandas crescentes e na previdência motivado pelo aumento da expectativa de vida; b) A opção das famílias pela internação dos pais e avós em ambientes impróprios com a  alegação que falta tempo e habilidade para cuidar deles; e c) O costume de ocidente em ignorar suas experiências, de não os ouvir adequadamente.

Medo da doença. Aqui avaliamos que os dois principais motivos são: a) Custo elevado dos Planos de Saúde, negação de tratamentos preventivos e exames tempestivos pelos sistemas de saúde públicos e privados; e b) Verdadeira extorsão quanto aos preços dos medicamentos, a indústria  farmacêutica tem mais força que os órgãos fiscalizadores, assim como requisição de exames por parte dos médicos.

Medo da solidão. Os motivos citados na alíneas “b” e “c” do tópico sobre Medo da Velhice, são os principais indutores do medo da solidão. Inexiste, no formato adequado, ambientes familiares ou espaços comunitários que possam mitigar a sensação de abandono que o idoso sente ao não serem ouvidos, ao serem descartados dos eventos sociais pelos descendentes, amigos mais jovens e autoridades constituídas.

As percepções acimas enumeradas são baseadas em depoimentos que escutamos, observações diretas e leituras sobre o tema. Sei que muitos discordam de algumas delas, que outros possuem lista maior. Cada uma e cada um carrega sentimentos sobre tais medos. Cuidemos dos idosos.