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Crônica de Ademar Rafael

ENGOLIR SAPOS É UMA ARTE

Existe uma máxima no mundo empresarial que prega o seguinte: “Quanto mais importante e maior o cargo a ser exercido o postulante precisa desenvolver a habilidade de ‘engolir sapos’”. Por ter enfrentado algumas situações da espécie posso afirmar que tem muita verdade na frase acima.

No mundo da política eu ariscaria dizer que essa habilidade precisa ser desenvolvida em escala maior. Para ascender a um cargo eletivo o candidato muitas vezes não engole apenas “sapos”, são servidos também “cobras” e “lagartos” todos untados pela lama do sistema político nacional.

Abraçar quem o traiu em pleitos anteriores é o ingresso para sentar na mesa onde será servido o cardápio com os animais acima citados. Outras práticas são obrigatórias. Uma delas com alto simbolismo. Qual? O perdão. Pena que na maioria das vezes e dado por conveniência, desprovido portanto da sua essência.

Talvez o personagem na política brasileira que melhor desempenhou a função de engolir tais animais seja José Bonifácio de Andrade e Silva. Pelos historiadores é considerando intelectual, conselheiro de Dom Pedro I, Patriarca da Independência, etc. Anos após o mentiroso “Grito da Independência” foi banido dos cargos que ocupava, pelo mesmo regente que aconselhou, e foi deportado do Brasil.

Em um gesto que merece ser analisado em diversos aspectos, perdoou Dom Pedro I que determinou seu exílio e aceitou ser o tutor de Dom Pedro II. Nesta função desenvolveu as atividades recomendadas para cada momento e não existem registros confiáveis para medimos seu grau de patriotismo ou de submissão. Não me cabe julgar, ter essa dúvida talvez derive da minha incapacidade para entender gestos patrióticos.

Humildemente apresento meus parabéns para os políticos que desenvolvem as habilidades requeridas ao mister, em nome do país.

Crônica de Ademar Rafael

MUITO TRABALHO

Quem acompanha nosso diálogo semanal sabe que não gosto de apresentar ponderações sobre determinado fato no calor das emoções. Sempre dou um tempo para melhor formar juízo de valor e não me permitir ser contaminado com bombardeiro de opiniões.

Assim sendo hoje vamos falar sobre o grande comunicador Sílvio Santos, que nos deixou no início da segunda metade de agosto último. Vi a notícia no trajeto Afogados da Ingazeira-PE x Juazeiro do Norte-CE no dia 17.08.24. No dia seguinte todos noticiários versaram sobre a grande perda para comunicação televisiva brasileira.

Em diversas oportunidades foram destacadas as habilidades do comunicador maior da nossa televisão em conduzir um programa com altos índices de audiência com total vinculação ao jeito brasileiro de ser. O homem do “Baú da Felicidade” e da “Porta de Esperança”, traduzia a língua do povo em seus programas dominicais.

Na condição de administrador e consultor organizacional vou tentar identificar em minha área de atuação os fatores que impulsionaram os sucesso do dono do Sistema Brasileiro de Televisão – SBT. De pronto destaco o posicionamento, a capacidade de inovação e a inquietude. Estas variáveis juntas foram capazes de colocar seus programas na vanguarda. Sabia para quem dirigia suas ações; tinha preocupação com o esgotamento do modelo, sempre trazia algo novo e de forma inquieta perseguia a excelência.

Sob meu ponto de vista julgo que outros três fatores deram sustentação ao projeto original. O primeiro a formação de novo líderes, nunca temeu dividir o placo com novos talentos; o segundo não ter criado seus herdeiros como parasitas, sempre deu ocupação para cada uma das filhas e o terceiro muito trabalho. Poucos brasileiros que alcançaram o sucesso continuaram na luta diária como Silvio Santos, nunca se acomodou.

Crônica de Ademar Rafael

A OUTRA VERSÃO

Esconder e/ou negar os motivos reais que estimularam um fato é algo corriqueiro na história da humanidade. Os detentores do poder e dos recursos financeiros desde o império babilônico manipulam os fatores que realmente deram origem a uma ação colocada em prática.

Assim agiram poderosos nos Impérios Romano, Otomano, Austro-Húngaro, etc. Os xerifes do mundo, EUA, usaram e usam a metodologia para justificar seus ataques em diversas partes do mundo. Sua nefasta  ação para derrubar governos e criar ditaduras, promover boicotes econômicos sempre colocam como fatos motivadores a liberdade e a democracia quando na verdade são impulsionados pela ganância, pelas riquezas minerais das áreas atacadas e pela sua indústria armamentista.

O Brasil herdou o costume e criou um modelo que causa inveja aos inventores. As justificativas beiram o ridículo. Ao lermos os “considerandos” do Auto Institucional nº 5 – AI-5, de 13.12.1968 e os comparamos que os motivos reais veremos que a distância entre ambos é quilométrica. Para manter o foco gostaria de dividir com cada leitora e
cada leitor fragmentos do livro “O primeiro golpe do Brasil”, cujo subtítulo é “Como D. Pedro I fechou a constituição, prolongou o escravismo e agravou a desigualdade entre nós”, escrito pelo jornalista Ricardo Lessa.

Nesta obra o historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello nos ensina: “A independência foi uma manobra contrarrevolucionária encabeçada por Pedro I, cuja intenção era imunizar o Brasil do contágio da onda liberal que estava tomando conta de Portugal.” O historiador paulista Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo – Barão Homem de Mello regista: “Período nenhum da história do Brasil tem sido tão desfigurado, tão desapiedadamente caluniado como o da Constituinte de 1823.” O Barão morreu cem antes de vermos no Brasil grupos defendendo o fechamento de um poder justificando ser um ato em favor da democracia. Somos imbatíveis na manipulação dos motivos que nos impulsionam à maldade.

Crônica de Ademar Rafael

ENGAJAMENTO

Sempre que é possível gosto de trazer fatos do cotidiano para servir de base às nossas reflexões semanais. Hoje este costume ocorre. No último domingo de julho ao assistir uma missa dedicada aos idosos e avós na matriz de Nossa Senhora do Desterro, padroeira de Itambé-PE ouvi uma idosa que estava sentada à minha frente ser convocada por membro de comissão de celebração para atuar durante a cerimônia.

Sem questionamentos a senhora se dirigiu ao altar e um minuto depois estava entrado na igreja com o traje de ministra da eucaristia. Ou seja foi à missa mas estava disponível para atuar. Este tipo de entrega caminha na direção do que chamamos de engajamento.

Esta atitude segue uma ponderação do educador executivo Alexandre Prates – Alê Prates em seu livro “A reinvenção do profissional – Seja hoje o profissional do futuro” em um dos estudos inseridos na obra. O autor
traz para debate a seguinte assertiva: “Muitas vezes um profissional engajado durante três anos deixa uma contribuição maior do que um profissional que permanece por dez anos sem o mesmo compromisso.”

Este fato é comprovado sistematicamente nas organizações públicas e privadas. As pessoas estão ali por estar, fazem no máximo o que juga ser sua obrigação. Nunca estão disponíveis. O corpo está presente a mente e
alma estão em outro local.

O que podemos extrair destes fatos. Sob meu ponto de vista duas indagações cujas respostas cada leitora e cada leitor tem consigo. Os pais e avós sempre estão à disposição dos filhos e netos, os filhos e netos seguem a mesma regra? Deus, com sua infinita bondade e misericórdia, é vigilante aos nosso pedidos, nós correspondemos com a
mesma tempestividade ou trocamos o que nos liga ao Pai celestial por nossos interesses imediatos? Uma coisa é certa, o engajamento é como o voluntariado não carece de compensação imediata é espontâneo.

Crônica de Ademar Rafael

HARMONIA JÁ

Em época de campanha política municipal o que já é ruim nas campanhas de presidente, governadores, deputados e senadores fica pior. Pela proximidade e laço de parentesco com os candidatos a vereador e prefeito os ânimos dos eleitores ficam acirrados de um forma que joga na lata do lixo relacionamentos familiares e de amizades e familiares.

A incapacidade de convivermos com o contraditório tem seguido rumo ao fundo do poço a cada ano e a indefensável justificativa “sempre é assim” eleva a temperatura e as disputas eleitorais que deveriam se limitar ao campo das ideias e do bom debate corroem a harmonia nos lares e nos ambientes de trabalho e lazer.

O trecho “Você parece uma brasa/toda vez que eu chego em casa/Dá-se logo um explosão”, retirado da música “Brasa” de Lupicínio Rodrigues, traduz essa fase das campanhas com a clareza do meio dia. É assim que o roda gira. Muitas vezes somente a presença de um simpatizante de candidato opositor ao meu já é sinônimo de uma piada de mau gosto que serve de estopim para uma agressão.

A violência que grassa em todo território nacional alimenta a banalização da vida e todo mundo se acha no direito de atingir o oponente em qualquer lugar. Nos últimos, em todas as cidades onde resido, trabalho ou visito ficaram sequelas dessa prática condenável. Os políticos que se agridem nos pleitos algumas vezes caminham junto nas eleições seguintes e as intrigas permanecem entre os eleitores mais afobados.

Que até outubro a paz reine entre os eleitores das cidades que trocarão seus gestores, precisamos dar relevo para seguinte tese: “Na política devemos e podemos ter adversários, inimigos jamais.” Na discordância podemos aprender muito, inclusive calar na hora que uma palavra pode comprometer a harmonia necessária para vivermos em comunidade. Talvez seja uma utopia mais não custa pedir: “HARMONIA JÁ”.

FESTAS DE ANIVERSÁRIOS

Uma das muitas manias que tenho é a de comemorar meu aniversário, entendo que não devemos deixar a data passar em branco. Este ano colegas antigos do Banco do Brasil promoveram linda festa em São Joaquim do Monte – PE. As leitoras e os leitores podem pensar: “O que eu tenho haver com isso?”. Realmente pode parecer um assunto do foro íntimo, mas hoje vamos falar sobre essa festa, indo até sua origem.

No livro sagrado encontramos registros sobre aniversários, aqui destaco: Em Gênesis 40:20 – “Três dias depois era o aniversário do Faraó. Então ele deu um banquete o todos os ministros e o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros” e em Mateus 14:6 – “Quando chegou o aniversário de Herodes a filha de Herodíades dançou diante de todos e agradou Herodes”.

O que nos narra Gênesis valida a tese que a festa de aniversário tem origem no Egito. Muitos apontamentos históricos atestam que os gregos herdaram a tradição expandindo para comemorações em datas alusivas
aos deuses. Inúmeros registros da história grega indicam celebrações para deusa Ártemis todos os meses, com ofertas de bolos e velas. O Papa Julius I instituiu a comemoração do Natal e o imperador Justiniano declarou a
data como feriado.

O ocidente a partir do século XIX assimilou as comemorações dos aniversários, sendo a Alemanha um dos países pioneiros na legitimação das festas com esta finalidade.

Atualmente alguns pais promovem uma festa mensal, chamada de “Mêsversário” para comemorar o nascimento dos filhos, do mês um ao mês doze. Estas festas normalmente tem a formato temático para abordar a evolução da criança ou um tema de sucesso no momento. Sigo comemorando e agradecendo a Deus por mais um ano de vida, cada um adota o modelo que julga conveniente. Juntar família e amigos foi, é e será salutar, no aniversário melhor ainda.

Crônica de Ademar Rafael

QUE PAÍS É ESSE?

A pergunta inserida no título desta crônica tem como resposta um país que as pessoas de bom senso, dignas e cumpridoras das suas obrigações não aceita e suporta por imposição de um sistema perverso. Nosso diálogo desta data tem como base matéria publicada em revista semanal que circula nesta republiqueta de nova categoria chamada Brasil. A Veja, edição 2.900 traz na capa: “O partido do bilhão”, pauta alusiva a um partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral – TSE e qualificado para receber recursos públicos e gastá-los da forma que entender.

Falar sobre a sistema de distribuição de recursos públicos para os partidos políticos, sob a amparo de uma legislação que envergonharia qualquer país com o mínimo de respeito ao seu dever como Estado, causa náuseas. Em passado recente as campanhas políticas tinham como principal fonte de receitas as famosas doações de empresas e de investidores. Em nome da moralidade houve alteração para uso de recursos públicos, com o fito de evitar privilégios aos doadores após a posse dos eleitos.

O que mais causa repúdio, além da farra com os recursos públicos é assistirmos depoimentos de políticos defendendo o sistema atual. Uns dizem “É o preço da democracia”, outros alegam “Uma campanha custa
dinheiro e a fonte mais segura é tesouro, via Fundo Partidário e/ou repasse orçamentários para custos das estruturas que bancam as candidaturas”. São alegações desprovidas de quaisquer valores harmônicos aos compromissos com o dinheiro público, em favor de causas justas. Mesmo pensando assim, como sempre, respeitamos as opiniões divergentes.

Um estado que nega o básico para sua população, que alega a falta de recursos para justificar a situação caótica da saúde pública, da educação e de outras áreas fundamentais para qualidade de vida para seus nativos, mas repassará para os partidos políticos em 2024 a importância de R$ 4,9 bilhões tem muita conta para ajustar. Achar isto normal é se distanciar de lógica inserida na boa governança. Uma certeza tenho: “Nada mudará”.

Crônica de Ademar Rafael

CUIDAR DA RAIZ

Em uma conversa que tive com os poetas Ivanildo Vila Nova e José Carlos Pajeú na cidade de Juazeiro do Norte-CE enxerguei com extrema clareza a preocupação de Ivanildo com os poetas com mais de setenta anos, esquecidos nos grandes eventos mesmo estando em plena condição de produzir bem no ramo da cantoria de improviso.

O veterano poeta filho de Zé Faustino desabafou: “É dolorido vermos poetas bons sendo esquecidos pelos promoventes em função da idade.” Tem muita verdade nesse desabafo. Toda e qualquer atividade precisa de renovação para se perpetuar, mas, nenhuma delas pode abdicar das experiências nos períodos naturais de transição.

Ivanildo que é reconhecido além do talento por ser responsável pelo ingresso de muita gente no munda da cantoria de viola, sabe-se que é imensa a lista de poetas que receberam do autor de “Nordeste Independente” o incentivo necessário para superar as barreiras e vencer na profissão. Mas, com a inquietude natural dos campeões, mantém a chama viva da defesa dos colegas veteranos.

Visando materializar esse propósito no dia 20.07.24 foi realizado em Afogados da Ingazeira o II FESTVETE – Festival de Violeiros Veteranos, desta feita também com homenagem ao poeta potiguar Sebastião Dias, que nos deixou final de 2023. O I FESTVETE ocorreu também na AABB de Afogados da Ingazeira em julho de 2023. Nestes eventos a prova cabal de que ação precisa vir atrelada a ideia.

O Instituto Cultural Quincas Rafael – ICQR além da parabenizar Ivanildo pela louvável iniciativa comunga do seguinte raciocínio: “Se não cuidarmos bem das raízes corremos o risco de perdermos as árvores.” Aplausos para os novos talentos e atenção aos que conduziram o processo até a transferência de bastão. Fica um apelo: “Vamos agir para que o FESTVETE continue dando espaço aos competentes veteranos.”

Crônica de Ademar Rafael

DESNUTRIÇÃO CULTURAL

Entre os diversos significado de “Desnutrição” encontramos: “falta de nutrição, carência alimentar, enfraquecimento ou emagrecimento por falta de nutrição.” Inspirado em um trecho da letra de um samba cantado pela nossa eterna Maria da Paz – Paizinha que fala sobre “Desnutrição cultural” vamos caminhar em nosso diálogo semanal, deslocando o sentido da palavra título desta crônica para outro universo.

Ao ouvir o samba cujo “link” foi enviado pela amiga e colega do Banco do Brasil Leni Gomes Ferreira imediatamente fiz esta estrofe: “Paizinha falou na música:/’Desnutrição cultural’/A sociedade está/Em estágio terminal/De doença provocada/Por ‘Desnutrição moral’”. Percebo que o conceito cantado pela nossa cantora maior ganhou volume na massa da sociedade pela influência do fermento “falta de ética”. Mas isto não será nosso tema central. Vamos ficar no âmbito da cultura.

Encerrados os festejos juninos mais uma vez nos deparamos seu total desvirtuamento nas músicas, nos interpretes, nas danças e nas opções de brincadeiras. Não é mais uma simples caricatura é a deformação plena, tudo sob o olhar inerte dos “desnutridos culturalmente”.

Não cabe aqui o insustentável discurso da evolução do pensamento é o desmonte premeditado de uma manifestação cultural da nossa região. Com a leitura de uma lista publicada em blogs, sobre os maiores faturamentos em Pernambuco no mês de junho pelas atrações nas festas juninas, é perceptível seu deslocamento para vala comum do sucesso midiático.

Mais uma vez repito: “Não queremos exclusividade, queremos respeito”. O “axé”, o “funk”, o “sertanejo universitário”, “o forró estilizado”, a “sofrência” e outros estilos merecem nossa atenção. O que pedimos é que sejam executados em épocas e espaços próprios. Invadir nossas festas de junho é o fim da picada. Só recebem guarida quando os fundamentos aplicados são os interesses financeiros e a “Desnutrição cultural”.

Crônica de Ademar Rafael

PROSA E POESIA, BELOS CAMINHOS.

No último parágrafo da crônica anterior falei sobre poesia ao enaltecer o potencial de Afogados da Ingazeira neste rico universo. Hoje, para nosso diálogo semanal, trago uma citação atribuída Ao filósofo francês Edgar Morin, pulicada em mensagem da “Redação do Momento Espírita” em data do mês de junho.

Escreveu o Morim: “Para mim, o problema da felicidade é subordinado àquilo que chamo de ‘o problema da poesia da vida’. Ou seja, a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa – as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver. E a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante.”

Sem reduzir a importância da prosa enquanto forma de comunicação, pretendemos focar nossa conversa nos benefícios da poesia, em todos os formatos disponíveis. Sobre o comportamento dos poetas recentemente em uma rede social escrevi a seguinte sextilha: “Poeta sem ousadia/Uma obra não completa/É preciso ser ousado/E ter a alma inquieta/Para merecer o pódio/Onde só sobe poeta.”
Na estrofe acima busco ratificar a linha de pensamento que nos leva a definir o poeta como um ser que espontaneamente se deixa florescer e busca pela emoção dar sentido a vida. Na poesia encontramos algo superior sem o sentido religioso, ela por si mesma é profana, libertina e inclusiva. Não é algo que possa ser acorrentado.
Discordo, respeitando as opiniões contrárias, que a poesia tem que ser rimada e metrificada conforme padrões de determinado estilo. Considero poesia todo sentimento originado na alma de quem a produziu. Respeitar o estilo proposto é um sentimento que muitos críticos não carregam consigo. Como exemplo sendo cito que Vinícius de Morais não perdia a condição de poeta ao escrever crônicas. Viva a poesia, viva a prosa e viva quem transita nos mundos do verso e da prosa ou da prosa e do verso.