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Crônica de Ademar Rafael
PODER AVASSALADOR
Segundo muitos apontamentos a frase “A diferença entre o remédio e o veneno está na dose” fui pronunciada no século XVI pelo médico, alquimista e físico suíço-alemão Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, cujo pseudônimo era Paracelso. Atualmente existe um fenômeno que a recebe em plenitude. Este fenômeno é conhecido como “brain rot” – palavra do ano no dicionário Oxford, traduzida como “Mente podre” e/ou “Podridão cerebral”.
Trazendo para nosso cotidiano nada mais é do que a dependência pelas redes socais, acesso descontrolado às tecnologias de massa ou a exaustão gerada por ver excesso de trivialidades no celular. Sua classificação é ampla, os danos causados aos dependentes são muito maiores. Estamos nos transformando em “zumbis” tecnológicos, estamos nos movendo em direção a uma servidão nunca vista. Tudo movido por atrativos bem desenvolvidos. As doenças derivadas desse processo são inúmeras, seus efeitos são catastróficos para pessoas e sistema produtivo.
Diante da inércia total dos legisladores, o assunto é debatido no Supremo Tribunal Federal – STF em ações que buscam determinar responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos publicados que geram ódio, criam divisões em escalas geométricas com uso de algoritmos e Inteligência Artificial – IA. O que é vendido com liberdade de expressão é de fato escravidão. Uma coisa é certa: o lado obscuro que cada ser humano tem está sendo utilizado ao extremo pelos gestores de tais modelos.
O renomado escritor israelense Yuval Noah Harari, lançou recentemente o livro “Nexus – Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial”. Na síntese da referida obra podemos ler: “As histórias nos uniram. Os livros propagam nossas ideias – e nossas mitologias. A internet nos prometeu conhecimento infinito. O algoritmo aprendeu nossos segredos – e então nos incitou uns contra os outros. O que a IA fará?” Que tal, sem ideologias, refletirmos sobre isto agora?
Crônica de Ademar Rafael
SEM LIMITES
No final do primeiro semestre deste ano foi lançado mais um livro apontando privilégios sem limites presente no perverso, desumano e desigual sistema político brasileiro. Trata-se de “O país dos privilégios”, autoria de Bruno Carazza, funcionário público licenciado, colunista do jornal “Valor Econômico” e conhecedor das veredas tortuosas de Brasília.
Dizemos mais um livro porque desde o lançamento em 1958 de “Os donos do Poder”, de Raimundo Faoro, são sessenta e seis anos de denúncias infrutíferas. Os privilégios crescem em escala geométrica. No Brasil existem grupos não alcançados pela letra morta do Art. 5º da Constituição Federal que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade…”. Tais grupos, na
condição de “donos do poder”, receberam, recebem e receberão tratamento diferenciado.
O escritor Carazza em 2018 publicou “Dinheiro, eleições e poder: As engrenagens do sistema político brasileiro” que escancara procedimentos inadequados acobertados pela legislação dos privilégios e perpetuados em função dos benefícios para os mesmos. O livro publicado há seis anos pode ser entendido com um preâmbulo da obra recente, uma vez que esta última se dispõe mergulhar em esgotos não alcançados pela primeira obra.
“O país dos privilégios”, anunciado como o primeiro volume de uma trilogia, aprofundou via pesquisa criteriosa no lamaçal composto pelas ”regalias e benesses” de algumas carreiras da máquina estatal com abrangências nos três poderes e indica que toda e qualquer reforma administrativa esbarra na força dos detentores de tais privilégios.
Em um país onde os cortes do orçamento abarcam somente recursos destinados ao atendimento de causas relacionadas com os excluídos mexer em privilégio é sonho inalcançável. A leitura de livros da espécie nos mantém vivos para utopicamente sonhamos com justiça social.
Crônica de Ademar Rafael
BI CENTENÁRIO
Em novembro do próximo ano o nosso querido Diário de Pernambuco – DP completará duzentos anos de fundação, em um país alheio à leitura e a informação fidedigna este marco é digno de muitos aplausos.
Do seu site oficial transcrevo o texto a seguir, alusivo as festividades que acontecerão no próximo ano: “Rumo aos 200 anos – Um jornal deve ser mais do que um agregador de notícias. Ele tem que fazer história. Este é o papel cumprido pelo Diário de Pernambuco ao longo da sua história. Desde o início, a relação do Diário com seus leitores não se limitou apenas à impressão do dia seguinte, mas a experimentos de interatividade que culminariam no “em tempo real” tão comum nos dias de hoje.”
O texto fala sobre o caminho percorrido, nas entrelinhas cita as adaptações necessárias para continuar vivo e ativo. As dificuldades são inúmeras, quem é do meio tem uma lista interminável. Fica o exemplo da persistência. No auge dos “Diários associados”, nas crises do sistema quanto acesso ao papel, na chegada da internet, etc. o DP transitou e sobreviveu.
No meu tempo de estudante em Afogados da Ingazeira lia o DP nas lojas e residências dos assinantes, todos tinham prioridade ao receber o jornal do inesquecível Amaro Pé de Pato. Depois que ingressei no Banco do Brasil a leitura era na república ou no banco. Quando me mudei para Barbalha em 1982 uma amiga de Recife mandava recortes de colunas que eu gostava de ler, destaque para artigos do colega Jaime Pires de Menezes.
Os jogos ouvíamos na Rádio Clube e as imagens e reportagens sobre partidas memoráveis do Sport de Dário e Assis Paraíba, do Santa Cruz de Ramon e Luciano, do Náutico de Beliato e Jorge Mendonca e do meu Central de João Paulo e Paulo Roberto era vistas e lidas no Diário de Pernambuco.
Como é bom constatar que nosso DP, escola do amigo Magno Martins, não sucumbiu como o outro jornal da minha preferência, o Jornal do Brasil. Sigo fiel ao jornal que muito contribuiu com o aprendizado desse cronista.
Crônica de Ademar Rafael
DEFINIÇÃO DEFINITIVA? TALVEZ!
Defendo a tese que somente os poderes e a misericórdia de Deus são definitivos por serem infinitos e eternos. Mas a definição adiante transcrita, fonte de inspiração desta crônica, terá subsistência longa em função do seu alinhamento com o que penso sobre o assunto. Desde muito cedo convivo no meio de poetas populares e li muita poesia de diversos estilos.
Por sito não integro o time das pessoas que defendem a linha de pensamento que só é poesia quando “rima, métrica e oração” estão presentes. Pertenço ao grupo que vê poesia em texto desprovido de um ou dois elementos do trio acima. Respeito que em um certame cujo edital obrigue sua presença assim seja. Porém se o texto que não cumpriu a exigência jamais deve ser desclassificado como poesia uma vez que a lista dos estilos é longa e não é o caso aqui detalhar.
A síntese de uma coletânea que faço parte, editada pela Vivara sobre o título “Sarau Brasil 2024 – Seleção poesia brasileira” traz a seguinte definição: “…A relação entre o poeta, o poema e o leitor…A beleza da poesia apenas existe quando é vivenciada pelo leitor. A poesia contemporânea recebe dos dias a sua autonomia, liberta de qualquer imperativo temático ou normativo. O poeta é soberano na escolha dos temas abordados, longe de se limitar ao desejo de apresentar belos objetos. A poesias com seu caráter subversivo, inseparável do olhar crítico sobre o mundo, ainda que o poeta deixe o leitor formar a sua própria opinião. O poeta não diz necessariamente o que é belo, nem o que é verdadeiro, ele diz o que é importante para ele, procurando dizê-lo com a maior precisão. Traduz em palavras uma realidade que vai além da linguagem, seja pelo viés da objetividade ou, pelo contrário, da subjetividade…”
Como disse anteriormente a definição acima pode não merecer plenamente o rótulo “definitivo” no entanto pela sua contundência terá vida longa e poderá ser alvo de muitos debates. Limitar a capacidade criativa de um poeta é o mesmo que dizer ao um pintor qual harmoniza sua pintura.
Crônica de Ademar Rafael
MUITA ESPERANÇA
Com o avanço da idade passamos naturalmente a sermos mais seletivos
e enxergamos com certa nitidez a distância entre o ideal e o possível. A ansiedade dos tempos da juventude dar lugar à maturidade, que assim seja por muitos anos. Entendo que o texto acima se faz necessário para
demonstrar o momento atual deste companheiro toda segunda nesse espaço. De fato, com certo esforço, tenho conseguido neutralizar a pressa e tento enxergar que as coisas acontecem em seu tempo e não no
meu.
Entramos hoje no ano treze desta convivência que muito me satisfaz.Tenho orgulho de participar desse projeto de troca de informações por meio das crônicas produzidas com muito carinho. Se o número treze desperta muitos sentidos para cada pessoa para mim reflete somente um número primo situado entre o doze o quatorze. Com esperança infinda
vamos em frente, não podemos nem devemos parar antes da hora.
Desconfio das instituições e dos “sistemas” que as mantém, mas, confio nas pessoas de boa-fé, puras de coração e sensibilidade apurada. Parte disto encontrei no livro “Meu mundo de poesias”, escrito por um menino
de nove anos que nasceu em Dourados – MS e reside em Fortaleza – CE.
No poema “Inclusão”, o jovem poeta nos diz: “Inclusão é a linguagem do coração… O afeto é caminho/Do amor e do carinho/Que gera admiração.. Uma ação/Que envolve toda população/que enxerga/O mundo com os
olhinhos do coração…”. Falando sobre o sertão no poema “Fé”, escreveu: “O amanhecer no sertão é fertilizante/Para imaginação/Faz brilhar os olhos/E é pura emoção…”
Davi Moura, filho da orgulhosa Meire Moura, é uma criança que nos remete ao um mundo de “Muita esperança” não apenas pelo que escreve
também pela ação junto a crianças que residem em viadutos na capital cearense, especialmente localizados na Avenida Borges de Melo, no bairro de Fátima.
Fatos e atos desta envergadura nos leva a manter a crença que Deus nos fez a sua imagem e semelhança, nós é que as vezes fugimos disto.
Crônica de Ademar Rafael
EM FRENTE
Com este texto encarremos mais um ano juntos, completamos doze anos de troca de informações que muito me orgulha e reforça a necessidade de contribuir de alguma forma para que tenhamos uma semana despoluída de notícias desagradáveis.
Neste ano fomos obrigado a suportar mais uma eleição. Prática esta que tem contribuído muito pouco para solução dos problemas crônicos que grassam em nosso país. A soma dos recursos migrados para esse famigerado processo eleitoral, com pleitos de dois em dois anos, tem produzido muito estrago no orçamento minguado desta republiqueta de nona categoria chamada Brasil.
Seguimos nós com a triste sina de conviver com mentiras crônicas do nosso falido sistema político. Destaco abaixo duas delas, relacionar todas é uma missão que com uso da inteligência artificial teríamos muitas dificuldades para identificar.
A primeira é escutada no início de cada legislatura. Um recém empossado no parlamento diz, dando ênfase em cada palavra: “Somos oposição, mas, apoiaremos toda inciativa que venha em favor do povo.” Na prática isto é uma ficção. Para atrair opositores e aliados o executivo precisa praticar a famigerada política do “toma lá dá cá”. Sem isto verá suas preposições serem ignoradas nas pautas discutidas pelos senhores parlamentares.
A segunda ocorre normalmente entre o resultado dos pleitos e a eleição dos cargos das Mesas diretoras dos nossos enlameados parlamentos. O detentor do cargo maior do executivo ou seus líderes disparam a seguinte
mentira: “Não nos envolvemos no processo de escolha dos membros das mesas diretoras das casa legislativas.” Tal qual no primeiro caso isto pouco ou nada tem de verdade. O executivo quer e luta para ter um aliado de plena confiança na presidência do poder legislativo, para essa missão separa compensações em cargo e favores. Até quando? Não sei.
Crônica de Ademar Rafael
SABEDORIA SEM LIVROS
Recentemente em um passeio no mangue formado pelo Rio Camaratuba, que nasce no município paraibano de Serra da Raiz, mantive um “papo raiz” com um descendente da tribo pitiguara que conduzia o barco e explicava as particularidades da região.
Ao falar sobre a melhor época para catar o caranguejo que ali habita. Disse-nos que tal crustáceo engorda nos meses sem “r”, isto é de maio até agosto e complementou que ele, na condição de nativo da região, consegue sentir um “cheiro diferente” ao se aproximar do ambiente em determinada época. Quando isto acontece sabe que a cata será farta e os caranguejos estão nas melhores condições para consumo humano.
Esta informação sobre o “cheiro diferente” do mangue não passou despercebida para este cronista. A literatura sobre o assunto diz que em função da baixa presença de oxigênio e da sua composição o mangue gera cheiro desagradável de enxofre. Quem teve oportunidade conviver com os povos primitivos expande o olhar e enxerga a capacidade que esse povo tem de decifrar enigmas indecifráveis por nós estrangeiros. De fato, os nativos dispõem de uma sabedoria não encontrada nos livros é nata. Não é ensinada nas escolas convencionais.
Tal fenômeno é tradado com clareza na famosa fábula “Os sons da floresta”, que narra a história de aprendizado do príncipe Tai com o mestre Pan Ku, ocorrida no século III d.C. Nesta linda fábula descobrimos que para ouvir tais sons é necessário ignorar os “sons do bioma como o canto dos pássaros, o soprar das folhas e o barulho dos animais no geral” e nos entregarmos plenamente até ouvir “o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã”.
Caras leitoras e caros leitores se saímos do mundo material chegaremos a um mundo onde conseguiremos ouvir o inaudível, ler o que não está escrito e sentir o cheiro que o indígena potiguara sente.
Crônica de Ademar Rafael
ADVERSÁRIOS
Em nossas vidas, muitas vezes, criamos adversários que sequer existem, enxergamos barreiras onde não há impedimentos e desistimos diante de situações que superaríamos facilmente. Tais fenômenos são derivados de medos que alimentamos e que em diversas situações ficam mais fortes que nossa forças.
Dos esportes podemos tirar lições perfeitas para superar tais obstáculos. Um atleta de alto nível treina com mais afinco quando os adversários reais são dotados de habilidades superiores às suas. Nesta hora a força interior, somada aos treinamentos adequados, vira mola propulsora da vitória. Subestimar a capacidade e desistir antes da disputa é pior que a derrota.
Do livro Passos da Vida, psicografado por Chico Xavier, retiramos os seguintes recortes sobre a figura do adversário e das suas contribuições para nosso crescimento: “O adversário identifica os nossos erros e apontando-os nos permite suprimir a parte menos desejável de nossa vida. – O adversário nos mede a resistência. Ele nos combate. Isso nos assegura que ele reconhece a nossa presença em ação – Não temamos os adversários. Não tenhamos medo dos que somente têm críticas a nosso respeito – Aprendamos a conviver com eles. Hoje são adversários. Quem sabe muito em breve farão parte dos que chamamos amigos.”
Das ponderações do médium de Pedro Leopoldo – MG podemos extrair diversos aprendizados, destaco somente dois: O primeiro, não devemos temer nossos adversários, devemos respeitá-los e o segundo, aqueles que agora são vistos como adversários quando vencidos ou enfrentados com respeito, dentro das regras do jogo poderão ser transformados em aliados em um segundo momento.
Seguir em frente, fazendo o bem e tentando diluir cada um dos nossos medos, sem perdermos as batalhas antes de enfrentá-las, é um caminho a ser percorrido, cabe-nos jogar sobre ele a nossa luz.
Crônica de Ademar Rafael
COADJUVANTES
Inspirado em texto publicado após as eleições pelo “Momento espírita”, hoje vamos falar sobre “coadjuvantes” que o criador supremo empodera para ampliar sua obra. Deus com sua sabedoria plena, sua infinda misericórdia seu ilimitado poder nos ensina a cada momento.
Estes “auxiliares” escolhidos por Deus pertencem ao mundo animal e munidos com a sabedoria recebida são agentes de transformação no universo. Suas ações, desprovidas de individualismo e/ou do egoísmo natural nos seres humanos, alcançam dimensões grandiosas.
O primeiro personagem é conhecido como “Gralha-azul”, aves símbolo do Paraná que habitam nas matas de araucária. Sobre elas existem mitos e lendas, por isto são destacadas em versos e prosas. Uma das letras sobre ela diz: “…o pinheiro dá a pinha. A pinha dá o pinhão. Gralha azul leva no bico. Vai fazer a plantação”. Isto mesmo, esta ave é classificada como grande semeadora das sementes das magnificas árvores espalhadas pelo sul do Brasil. Alguns estudos apontam que as gralhas azuis enterram os frutos dos pinheiros em posição correta para germinação.
O segundo “auxiliar” habita no Norte do Brasil e exercem ações em favor da perenidade de outra árvore majestosa, as castanheiras. Plantas que nos fornecem a famosa castanha do Pará. Seu nome? Cutia. Este pequeno roedor consegue romper a dura casca do ouriço e após se alimentar de algumas castanhas não desperdiça as demais, com sabedoria extrema enterra as sobras, a partir dessa semeadura nascem novas castanheiras.
Estes animais nada cobram pelo nobre serviço que realizam, não fazem greves nem exigem melhores condições de trabalho. São, de fato, seres inspirados pela exuberante força, advinda da obra do Pai Celeste. Que a ação dos “auxiliares” acima citados nos estimule a fazer uma reflexão sobre o nosso papel no universo que ganhamos de Deus como moradia, para trocarmos nosso instinto de destruição pela ação de semear.
Crônica de Ademar Rafael
TAL QUAL O BEIJA FLOR
Para melhor exemplificar a ação que comentaremos em nosso diálogo desta data, transcrevo este conhecido texto: “A fábula do Beija-flor: Era uma vez uma floresta, onde um incêndio teve início. Todos os animais fugiram para salvar suas vidas. Eles ficaram à beira do fogo, olhando para as chamas com terror e tristeza. Acima de suas cabeças, um beija-flor voava de um lado para outro em direção ao incêndio, repetidamente. Os animais maiores perguntaram a ele o que estava fazendo: – Estou voando até o lago para pegar água e usá-la no combate ao fogo. Os animais riram dele e disseram: – Você é louco! Você não vai conseguir apagar o incêndio! E o beija-flor replicou: – Estou fazendo aquilo que posso.”
Feita a leitura do fábula vamos aos atores sobre os quais falaremos hoje. É uma entidade que atua em todo mundo, fazendo um trabalho parecido com ação do beija flor, que neste ano completa cento e sessenta anos de fundação. Trata-se do Comitê Internacional da Cruz Vermelha – CICV organização criada sob influência do filantropo suíço Henry Dunant, em Genebra, no ano de 1864,com o nome Comitê Internacional de Socorro aos Feridos. A ideia nasceu após experiência vivenciada em Solferino – Itália, que originou o livro “Lembranças de Solferino”.
Para muitos estudiosos do assunto esta organização foi propulsora das Convenções de Genebra e sua ação solidária tem abrandado o sofrimento de pessoas em todo universo nestas dezesseis décadas de existência. Julgamos que a ação do CIVC se assemelha com ação do beija flor quando comparamos seu contingente dedicado a fazer o bem com as ações desnudadas de qualquer sentido humanitário promovidas pelos “senhores das guerras” com trajes de gestores de alguns países e organizações espalhadas pelo mundo, verdadeiros incendiários.
Os relatos captados no Sudão, na Ucrânia, no Afeganistão, em Karabakh e nos territórios ocupados por Israel envergonham qualquer ser dotado de civilidade. Viva o CICV, abaixo os conflitos e os desníveis sociais.