PODER AVASSALADOR
Segundo muitos apontamentos a frase “A diferença entre o remédio e o veneno está na dose” fui pronunciada no século XVI pelo médico, alquimista e físico suíço-alemão Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, cujo pseudônimo era Paracelso. Atualmente existe um fenômeno que a recebe em plenitude. Este fenômeno é conhecido como “brain rot” – palavra do ano no dicionário Oxford, traduzida como “Mente podre” e/ou “Podridão cerebral”.
Trazendo para nosso cotidiano nada mais é do que a dependência pelas redes socais, acesso descontrolado às tecnologias de massa ou a exaustão gerada por ver excesso de trivialidades no celular. Sua classificação é ampla, os danos causados aos dependentes são muito maiores. Estamos nos transformando em “zumbis” tecnológicos, estamos nos movendo em direção a uma servidão nunca vista. Tudo movido por atrativos bem desenvolvidos. As doenças derivadas desse processo são inúmeras, seus efeitos são catastróficos para pessoas e sistema produtivo.
Diante da inércia total dos legisladores, o assunto é debatido no Supremo Tribunal Federal – STF em ações que buscam determinar responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos publicados que geram ódio, criam divisões em escalas geométricas com uso de algoritmos e Inteligência Artificial – IA. O que é vendido com liberdade de expressão é de fato escravidão. Uma coisa é certa: o lado obscuro que cada ser humano tem está sendo utilizado ao extremo pelos gestores de tais modelos.
O renomado escritor israelense Yuval Noah Harari, lançou recentemente o livro “Nexus – Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial”. Na síntese da referida obra podemos ler: “As histórias nos uniram. Os livros propagam nossas ideias – e nossas mitologias. A internet nos prometeu conhecimento infinito. O algoritmo aprendeu nossos segredos – e então nos incitou uns contra os outros. O que a IA fará?” Que tal, sem ideologias, refletirmos sobre isto agora?
Sábias palavras amigo. Já tinha lido algo a respeito da mente podre, só não com tantos detalhes. Bela crônica.