DEFINIÇÃO DEFINITIVA? TALVEZ!
Defendo a tese que somente os poderes e a misericórdia de Deus são definitivos por serem infinitos e eternos. Mas a definição adiante transcrita, fonte de inspiração desta crônica, terá subsistência longa em função do seu alinhamento com o que penso sobre o assunto. Desde muito cedo convivo no meio de poetas populares e li muita poesia de diversos estilos.
Por sito não integro o time das pessoas que defendem a linha de pensamento que só é poesia quando “rima, métrica e oração” estão presentes. Pertenço ao grupo que vê poesia em texto desprovido de um ou dois elementos do trio acima. Respeito que em um certame cujo edital obrigue sua presença assim seja. Porém se o texto que não cumpriu a exigência jamais deve ser desclassificado como poesia uma vez que a lista dos estilos é longa e não é o caso aqui detalhar.
A síntese de uma coletânea que faço parte, editada pela Vivara sobre o título “Sarau Brasil 2024 – Seleção poesia brasileira” traz a seguinte definição: “…A relação entre o poeta, o poema e o leitor…A beleza da poesia apenas existe quando é vivenciada pelo leitor. A poesia contemporânea recebe dos dias a sua autonomia, liberta de qualquer imperativo temático ou normativo. O poeta é soberano na escolha dos temas abordados, longe de se limitar ao desejo de apresentar belos objetos. A poesias com seu caráter subversivo, inseparável do olhar crítico sobre o mundo, ainda que o poeta deixe o leitor formar a sua própria opinião. O poeta não diz necessariamente o que é belo, nem o que é verdadeiro, ele diz o que é importante para ele, procurando dizê-lo com a maior precisão. Traduz em palavras uma realidade que vai além da linguagem, seja pelo viés da objetividade ou, pelo contrário, da subjetividade…”
Como disse anteriormente a definição acima pode não merecer plenamente o rótulo “definitivo” no entanto pela sua contundência terá vida longa e poderá ser alvo de muitos debates. Limitar a capacidade criativa de um poeta é o mesmo que dizer ao um pintor qual harmoniza sua pintura.