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OPINIÃO DO PERNINHA
Escândalos escabrosos, crises, endividamento e queda no preço do petróleo levaram a maior empresa do Brasil em ativos ao que podemos chamar de “fundo do poço”. A Petrobras foi, durante muito tempo, um orgulho nacional. Com o escândalo do petróleo, perdeu credibilidade e virou o maior símbolo de corrupção do país. Como se isso não bastasse veio o baixo valor do petróleo no mercado internacional e, com a imagem mais que desgastada, a empresa tem de amargar uma queda vertiginosa no valor de suas ações. Um de seus papéis, a ação PETR4 (preferencial, ou seja, aquela que paga dividendos), teve em 18/01 uma queda de 7,16% e fechou o dia custando R$ 4,80, menor preço desde 5 de novembro de 2003.
A ação da empresa cai porque a maioria dos investidores está se desfazendo dos papéis. A falta de interesse pela Petrobras, neste momento, inunda o mercado com suas ações e, consequentemente, perde-se o chamado valor de mercado. Só para se ter uma ideia, em 2008, quando a empresa vivia o auge da euforia do pré-sal, esta mesma ação que está custando R$ 4,80, valia pouco mais que R$ 39,00.
A Petrobras era considerada uma blue chip, empresas que operam na bolsa e são uma espécie de garantia ao investidor. Era o momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então ministra Dilma Rousseff repetiam o antigo gesto do ex-presidente Getúlio Vargas e manchavam a mão de petróleo, fazendo referência ao Brasil grande, auto suficiente. Em menos de 10 anos tudo mudou. Mesmo com o preço quase no chão, alguns analistas desaconselham a compra das ações.
As crises econômica e política brasileiras, além das tensões internas dentro da própria Petrobras e das disputas de petróleo no exterior desenham dias difíceis para a cotação dos papéis da estatal na Bolsa de Valores. Dos onze pregões fechados em 2016, ou seja, até o dia 19 de janeiro, nove foram de queda para as ações (PETR4), chegando a um percentual acumulado de 22,8%. Como o desejo do investidor é de comprar na baixa para vender na alta, muitos começam a se perguntar se é uma boa hora para adquirir sua parte na empresa. Para alguns economistas quem quiser abrir o bolso precisa estar ciente do momento de incertezas.
Para este humilde cronista só o fato de sabermos que o “Mercado de Ações” oferece seus riscos já merece bastante cautela e, se olharmos pelo campo das adversidades que rodeiam a eastatal, diremos que o momento requer lucidez para ficarmos de fora por algum tempo.
É hora de sentarmos em cima das mãos e aguardarmos uma reação do mercado, mesmo sabendo que uma ação da Petrolífera hoje equivale ao preço de uma tapioca. Não vemos, também, como não encerrarmos a nossa matéria parafraseando o jornalista Bóris Casoy que ficou famoso com o bordão “Isso é uma vergonha”.
Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
Dois mil e quinze: o ano da mentira
Hoje, para descontrair um pouco, reproduzimos uma matéria de Cláudio Humberto, extraída do Jornal do Commercio no final de 2015, que traz o título de o ano da mentira. Diz a matéria: o ano entrará para a história como o “Ano da Mentira”, em que a presidente Dilma esqueceu os compromissos de campanha e fingiu não ser a chefe do governo que permitiu a gatunagem na Petrobras. Ela é a grande “premiada” de 2015, um ano para esquecer, marcado também pela incompetência da oposição, que não conseguiu liderar o desejo expresso do impeachment, segundo as pesquisas de quase 80% da população. E prossegue com a distribuição de prêmios aos atores e coadjuvantes do circo instalado nesse (des)governo.
Figurante – O prêmio var para Aécio Neves (PSDB-MG) que se apequenou na crise e relutou em assumir o papel de líder da oposição.
Mandioca Doida –Esse troféu vai para Dilma pela sua inacreditável coleção de asneiras da “homenagem à mandioca” à jura de “dobrar a meta” de coisa nenhuma.
A protegida – A ex-chefe de gabinete da Presidência e amiga íntima de Lula, Rosemary Noronha, continua poupada de punição, de exposição e de explicações.
Lava Alma – A taça medalhas e aplausos vai para o juiz federal Sérgio Moro e para os membros do Ministério Público Federal, representados na premiação pelo procurador Deltan Dallagnol que afligiram corruptos poderosos do país.
Sabão – A medalha de “Ensaboado do Ano” vai para o senador Renan Calheiros que, em 2015, repetiu a proeza de escândalos passados, mostrando mais uma vez que é possível até se aproximar dele, mas jamais agarrá-lo.
O inimputável – Prêmio hors concours vai para o poderoso chefão Lula, que, apesar dos aliados, ex-ministros e até filho enrolados, escapa de fininho tratado por “informante” ou “testemunha”, mantendo-se longe da prisão.
Óleo de Peroba – Medalha de ouro para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aquele que jurou não ter contas na Suíça e depois, pego na mentira, disse não ser titular, mas apenas “beneficiário” da grana.
Troféu Abestado – Condenado no Mensalão e preso novamente na lava jato, José Dirceu manteve-se calado enquanto o ex-chefe Lula, a quem tenta proteger, passava a defender sua expulsão do PT.
Pantaleão 2015 – Troféu vai para o governo Dilma, incluindo a chefa, seus ministros, aspones e apoiantes, que, como o personagem criado pelo saudoso Chico Anysio, mentem e nem dão sinais de rubor.
Mandioca Frita – O troféu será entregue esturricado a Joaquim Levy, aquele que aceitou ser ministro da Fazenda por pura vaidade, fingindo acreditar que Dilma queria mesmo fazer ajuste fiscal e acabou “fritado”.
Por nossa conta distribuímos a todos os nossos leitores o troféu “fidelidade” por termos conseguido ficar juntos durante um ano tão difícil como foi o de 2015.
Danizete Siqueira de Lima – Janeiro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Gastar mal é um péssimo exemplo administrativo.
Temos observado que a presidente Dilma Rousseff insiste na lorota de falta dinheiro para investimentos na segurança, saúde, educação e infraestrutura, mas a verdade é que as receitas em 2015 foram as maiores da história do País: R$ 2,7 trilhões. Nem mesmo a desculpa de descontar inflação explica tanta incompetência do governo, pois o valor subiu 22,7%, mais que o dobro da inflação, em relação ao ano de 2014, que tinha o recorde de R$ 2,2 trilhões.
Ao contrário do que acontece desde a criação da Lei de Transparência, o governo Dilma não atualizou as previsões nos dados orçamentários. Só o que foi embolsado pela Fazenda com receita e títulos do Tesouro já iguala tudo o que foi arrecadado pelo governo federal em 2014. Mesmo com o crescimento do desemprego, o Ministério da Previdência meteu a mão em mais de R$ 352 bilhões do dinheiro dos trabalhadores e apesar de ficar em último lugar, o Ministério Público da União levou uns trocados e fechou o ano de 2015 no azul com uma arrecadação de R$ 10,1 milhões.
Semana passada fizemos uma matéria mostrando que o governo federal está metendo a mão no FGTS dos trabalhadores, a fundo perdido, para socorrer o programa MCMV- Minha Casa Minha Vida ou, se preferirem, Minha Casa Minha Dívida. Somente no ano de 2016, o Conselho Curador do fundo autorizou a liberação de R$ 4,8 bilhões. Na nossa humilde visão não é assim que a banda toca. Que o governo priorize os programas sociais que foram carros chefe de campanhas, tudo bem. Mas, meter a mão no Fundo de Garantia dos trabalhadores, voltamos a insistir, é um péssimo negócio.
Outro programa que está na corda bamba é o PRONATEC, um programa da vitrine eleitoral da presidente, voltado ao ensino técnico profissional. Durante a campanha, a presidente prometeu que abriria 12 milhões de novas vagas no programa. Com os cortes no orçamento, o governo, depois de eleito, reduziu a meta para 5 milhões, uma vez que as receitas caíram de R$ 4 bilhões em 2015 para R$ 1,6 bilhão. O governo ainda negocia com o Sistema S, que reúne Sesi, Senai, Senac e Sebrae, um corte de 20 ou 30% das transferências a essas entidades para usar no PRONATEC.
Apesar das ameaças, o Bolsa família saiu ileso aos cortes dos programas sociais de 2016. O orçamento de R$ 28 bilhões foi mantido à custa da redução da meta de economia que o governo precisa fazer para o chamado superávit primário, pagamento dos juros da dívida pública – de 0,7% do PIB para 0,5%. Essa foi uma das derrotas que
pavimentaram a saída do então ministro Joaquim Levy, por discordar da presidente.
Por essas e outras voltamos a insistir: o governo gasta muito e mal. E com esse desgoverno que aí está 2016 poderá ser bem pior que o ano anterior, por incrível que possa parecer.
Danizete Siqueira de Lima – Janeiro de 2016
OPINIÃO DO PERNINHA
F.G.T.S. – A tábua de salvação (do governo).
No começo do segundo governo, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o Minha Casa Minha Vida – III iria entregar três milhões de residências até 2018. Discretamente, Joaquim Levy, que era Ministro da Fazenda disse: não dá. Não tem caixa. Para tocar o programa, teremos que pedalar de novo. O programa MCMV sumiu do noticiário oficial.
O problema é que, na Fase II, tem um lote de 150 mil residências quase prontas (inclusive por Geraldo Júlio, prefeito do Recife), que não têm verba para conclusão. E como elas não podiam ficar pelo meio do caminho, o velho e bom FGTS (dinheiro do trabalhador) vai bancar os projetos o que não vem a ser nenhuma novidade. Sabemos que o FGTS já faz isso e achamos até justo, já que o fundo sirva para financiar projetos de interesse do trabalhador. É verdade, mas desta vez é diferente porque o Fundo vai assumir a parte do governo federal, a fundo perdido. O dinheiro vai sair do caixa do FGTS e tchau. Até nunca mais. O que vocês acham?
Esse é um fato novo. O Conselho Curador do FGTS aprovou a entrega ainda em 2015, de R$ 3,3 bilhões para terminar pelo menos 80 mil unidades que estão quase prontas e, em 2016, mais R$ 4,8 bilhões para outras 350 mil dos projetos da chamada faixa I. Aquela faixa que atende as famílias que ganham até R$ 1.600,00 por mês, e que, pelas regras atuais, têm até 95% do valor dos imóveis bancados com dinheiro do Orçamento geral da União, a fundo perdido.
Mas como o governo federal não tem mais dinheiro, todas as vezes que você passar por um conjunto destinado às famílias de baixa renda – onde o imóvel é entregue sem nenhum compromisso de retorno financeiro – saiba que o é o Fundo de Garantia do trabalhador brasileiro que está bancando a obra.
Essa é mais uma das grandes irresponsabilidades desse governo que, de comum acordo com o Conselho Curador, usa o fundo sem qualquer remuneração, ou seja, se apropria de um montante depositado nas contas dos nossos trabalhadores que, (salvo raríssimas categorias), já são penalizados com uma carga tributária escorchante, além da perda de direitos adquiridos ao longo de suas carreiras. E o mais curioso: esse é o governo do PT – Partido dos Trabalhadores. Parece ou não uma piada?
Danizete Siqueira de Lima – Janeiro de 2016
OPINIÃO DO PERNINHA
É esse o governo que queremos?
Por tradição, a zero hora do dia 31 de dezembro de cada ano, o apagar das luzes e a queima de fogos de artifícios anuncia a chegada do “Ano Novo”. É quando paramos para uma avaliação do que ficou para trás e começamos a traçar metas para o ano que está chegando. Essa prática milenar é transportada de geração para geração e, inconscientemente, nos dá uma sensação de que o ano que se inicia será sempre melhor que o que se finda.
Na nossa humilde opinião 2015 fechou o ano sem deixar saudades para os brasileiros e acreditamos que até os mais otimistas concordam com o nosso posicionamento. Aqui neste espaço não foram poucas as críticas que tecemos ao governo central e sua equipe econômica, conforme pode ser atestado por nossos leitores mais assíduos. Ressalte-se que essas críticas estão sempre fundamentadas em dados que a imprensa nos fornece gratuitamente. É só conferir.
Na última crônica do ano (2015) fizemos um comentário sobre a troca de ministros na Fazenda (Nelson Barbosa por Joaquim Levy) e dissemos que se o ministro atual não trouxer uma nova matriz econômica para o país, continuaremos capengando e ampliando os números desastrosos a que chegamos. Não ter a humildade de reconhecer que o país está parado já é um péssimo caminho e a não procura de soluções para combate à atual crise econômica só podemos chamar de incompetência ou irresponsabilidade. E Nelson Barbosa sabe disso: trabalhar com medicação vencida implica em sacrificar cada vez mais o paciente.
Só para mostrar as cicatrizes que o apagar das luzes tentou esconder na virada do ano, vejamos alguns números que estão ao nosso alcance:
– Inflação 10,8%. Exceto 2012, foi maior taxa dos últimos 20 anos;
– Taxa de desemprego 7,6%. A maior dos últimos nove anos;
– PIB (-3,6%). Retroagindo a 1948, maior queda (exceto 1981 e 1990 (-4,3%);
– Taxa de juros 14,25%. A maior nos últimos nove anos.
– Contas do Governo. A pior performance nos últimos 19 anos. O Brasil perdeu a
confiança da comunidade internacional;
– Bolsa de Valores 43.350 pontos, a menor pontuação nos últimos anos;
– Dólar R$ 3,95. A maior desvalorização do real depois de 1994;
– Segurança, saúde, educação em decadência, com desvios de recursos em todos os
níveis;
– Corrupção generalizada, culminando com denúncias, indiciamentos e prisões de
políticos e empresários de destaque, CPI nos Fundos de Pensão e pedidos de
afastamentos do Presidente da Câmara e da Presidente da República;
– Desastre ecológico de proporções assustadoras como o que aconteceu recentemente.
Vamos parar por aqui, pois já temos motivos de sobra para indignação. Tomara que a irresponsabilidade desse governo que aí está, aliada a desmoralização instalada no Congresso Nacional sob o beneplácito das altas instituições que compõem o nosso Judiciário, tenham fornecido alguma munição que possa nos ajudar a refletir e fazer valer a nossa maior arma nas eleições municipais do ano que se inicia.
Danizete Siqueira de Lima – Janeiro de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
Quando nos referimos ao quesito Economia, 2015 foi – sem sombra de dúvidas – um dos piores nos últimos 20 anos e a situação geral em que se encontra o nosso país não é das melhores. É bem verdade que essa catástrofe já era anunciada mas, convenhamos, a dosagem foi forte de mais para um paciente que está se ultimando.
Os números negativos a que chegamos superaram as expectativas até dos mais pessimistas. E o pior: não temos a menor ideia do que está reservado para 2016. No jogo da economia o mercado é quem dá as cartas e a recente permuta de Joaquim Levy por Nelson Barbosa, no Ministério da Economia, não foi vista com bons olhos. Aliás, é bom que se diga que a presidente Dilma não tinha lá muitas opções. O Henrique Meireles, que seria um nome de peso, ela não quer ver nem pelas costas e na consulta a outros nomes não encontrou ninguém com disposição para descascar o abacaxi que aí se instalou.
Nesse jogo de empurra-empurra sobrou para Nelson Barbosa que assumiu dizendo não mexer na política do antecessor. Aqui perguntamos: e para que ele veio? Se não vai mexer continua como estava e continuando como estava não iremos a lugar nenhum e nem haveria a necessidade de troca. O certo é que o novo ministro tenta se mostrar um homem regenerado. Teria aprendido com os erros do passado e representaria, segundo suas próprias palavras, continuidade dos esforços em prol do ajuste fiscal.
Não é essa a linha de raciocínio dos críticos. Segundo um analista econômico “Não há como acreditar. Só merece o benefício da dúvida quem não participou da construção do desastre até aqui. Se ele é o pai da nova matriz econômica, numa genealogia compartilhada por Arno Augustin e Guido Mantega, difícil acreditarmos em sua capacidade de matar o próprio filho”.
Claro que o discurso não será esse. Ele não pode bater de frente explicitamente com o mercado. Mas todos sabem que palavras não pagam dívidas. Também sabem da subserviência histórica de Barbosa à presidente Dilma e de sua colocação no Ministério do planejamento para servir de contraponto ao ortodoxo Joaquim Levy.Pelo sim pelo não, vamos aguardar e torcer para que o nosso Brasil encontre o rumo certo. Em tempo desejamos aos nossos leitores “Boas Festas” e um “Ano Novo” repleto de realizações.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Nesse país da piada pronta, como diz o humorista José Simão, alguém acredita que a presidente possa perder o seu mandato, ou tudo não passa de um pano de fundo para abafar os escândalos cada vez mais assombrosos e dar um pouco de fôlego para que o governo possa findar o tão conturbado exercício de 2015?Os juristas mais famosos acham que os argumentos usados por quem defende o Impeachment não encontram amparo legal na Constituição. Pelo que entendemos, Dilma cometeu irregularidades, mas o que ela fez é uma prática corriqueira e aqui no País das maravilhas, você pode fazer as coisas erradas desde que não seja o único.
Pedaladas fiscais à parte, a grande verdade é que o País parou. Nada funciona. Não temos equipe econômica, não temos Congresso, não temos presidente. O que sobra é a impunidade, a corrupção, o desgoverno e a vergonha de ocuparmos as páginas dos jornais mais famosos do mundo denunciando tanta podridão. E o pior: tudo por nossa culpa. Se o nosso país fosse sério e as instituições funcionassem como deveriam, as coisas tomariam outro rumo. Se não vejamos: alguém, de sã consciência, acredita que houve lisura na reeleição de Dilma?
Pelo que entendemos não existe resposta pois já não vale fazer a pergunta. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o homem que deveria procurar saber se aconteceu algo de errado na história, “não interessa à sociedade” discutir essas “controvérsias”; é inconveniente que a justiça se meta nisso, pois a eleição já foi, os vencedores devem “usufruir as prerrogativas de seus cargos” e os derrotados devem se preparar para a próxima. Não será possível, assim, saber se houve ou não houve algum crime. Pela vontade da Procuradoria não deve haver investigação, sem investigação não há prova e, sem prova, ninguém pode dizer que houve crime. O passado passou e as dúvidas ficam arquivadas. É melhor não fazer perguntas, pois há o risco de se encontrar respostas.
A campanha para a reeleição de Dilma Rousseff e do seu entorno é uma viagem completa ao trem fantasma da política brasileira. Apareceram a empregada doméstica que, pela contabilidade oficial, recebeu 1,6 milhão, mas não sabe que recebeu, o motorista que é sócio da empresa prestadora de serviços à candidatura oficial, o pobre-diabo que é promovido a empresário para passar notas fiscais frias. Há uma indústria gráfica que recebeu mais de 20 milhões de reais da campanha, mas não tem máquinas gráficas, nem funcionários, nem sede social. Há de tudo – e ao mesmo tempo não há nada – pois, sem uma decisão judicial, os fatos que ocorreram não produzem efeito algum. Por via de consequência, não se pode dizer que a presidente é culpada ou inocente; ficamos apenas com uma discussão de hospício.
É como disse um comentarista em matéria publicada numa grande revista “Já seria bem ruim se a questão ficasse só nesse porre mental, mas é pior. Antes e além da rixa entre a PGR e a Justiça Eleitoral, o que existe aqui é um caso para a vara de falências do mundo moral”.
É por essas e outras que não acreditamos em “Impeachment”. Se a presidente Dilma foi eleita com contribuições oficiais, contabilizadas e pagas em moeda corrente de empreiteiras de obras públicas, fornecedoras do governo e isso é considerado lícito, não serão as pedaladas ficais ou simplesmente o não cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal que irão lhe tomar um poder conseguido cm tanto sacrifício.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015
OPINIÃO DO PERNINHA
Diante de tanta corrupção e desgoverno, a nossa Pátria está se fartando de más notícias, todavia, a que ouvimos no início deste mês, deixa qualquer um estarrecido. Tomara que o fato não se concretize e que o interesse público possa prevalecer para evitarmos o que seria uma deformação na história da política brasileira. Ao que nos parece seria um retrocesso inadmissível e com prejuízos incalculáveis, se levarmos em conta os avanços tecnológicos.
A crise que estamos atravessando deixará muitas cicatrizes, mesmo assim, o contingenciamento que está sendo estudado para uma redução de R$ 10,7 bilhões no Orçamento da União, não pode – e nem deve – afetar a Justiça Eleitoral, onde se cogita um corte no valor de R$ 428.739.416,00. Segundo os ministros Dias Tofoli, presidente do TSE, e Ricardo Lewandowski, do STF, o corte previsto prejudicará a aquisição e manutenção de equipamentos necessários para a eleição municipal de 2016. O problema maior é a aquisição de urnas eletrônicas, com licitação em curso.
O buraco da crise e o que fica é assombroso: a possibilidade de voltarmos à idade da pedra em matéria eleitoral. E não há exagero na comparação, pelo menos depois de provarmos o sabor da tecnologia como um avanço extraordinário que nos permite saber os resultados das eleições poucas horas após o encerramento do horário de votação.
Como bem frisou um editorial do Jornal do Commércio, “voltar ao uso de cédulas eleitorais seria uma demonstração de que não vivemos uma crise conjuntural, mas estrutural, atingindo duramente as mais avançadas conquistas democráticas”.
Antes da urna eletrônica, cada eleição tinha uma história de suspeitas, fraudes, confrontos, recursos de anulações, porque tudo se prestava à esperteza, ao abuso econômico, aos mais brutais recursos para a ascensão ao poder, o que gerava um grande círculo vicioso, com políticos desprovidos de qualquer compromisso com a sociedade, utilizando recursos condenáveis para conseguir um mandato e, em lá chegando, ficarem desprovidos de qualquer
obrigação, pois o mais importante era a recuperação do que foi investido e o usufruto das benesses que somente o poder oferece.
Durante toda a semana, as redes sociais foram invadidas com muitas críticas, piadas ao governo e muito humor em relação às antigas cédulas eleitorais. Os internautas esbanjaram na criatividade mostrando o que iriam escrever nas novas cédulas, na hora da votação.
Como não existe uma fonte documental tipo DOU – Diário Oficial da União que tenha registrado como fato os procedimentos acima, esperamos que tudo não passe de uma piada de mau gosto para um assunto tão sério envolvendo um dos maiores avanços na história política do nosso País.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Quanto tempo vai durar essa crise?
Os números que vem sendo mostrados pela nossa economia surpreendem a cada nova rodada de informações e mostram a fragilidade do governo em encontrar saídas que possam no curto ou médio prazo dar algum alívio para a sociedade, tornando-se inevitável a seguinte pergunta : até quando iremos conviver com esse cenário de incertezas?
Semana passada em uma palestra ministrada no Teatro RioMar (Recife-PE), por Francisco Cunha, sócio-fundador da TGI Consultoria em Gestão, sobre saídas da crise, ele afirmava que o modelo econômico que contribuiu para o crescimento do Brasil nos últimos 12 anos se esgotou. A apresentação que integra a Agenda 2016 trouxe como tema central a retomada do crescimento e o que fazer até lá.
Ele explicou que o modelo de crescimento adotado pelo Brasil nos três últimos mandatos foi impactado principalmente pela redução do crescimento da China – grande compradora das commodities brasileiras – e pelo consumo interno das famílias “que bateu no teto e resultou em endividamento”. O consumo interno foi um dos responsáveis pela boa performance da economia brasileira, pelo menos entre 2007 e 2011.
Francisco acredita que a crise vai continuar até 2017 e o “fundo do poço” será entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016. Ele enumera pelo menos quatro iniciativas que os empresários não podem deixar de fazer durante a atual turbulência. “Primeiro, cuidar do caixa (da receita), para não quebrar. Segundo, cuidar das pessoas, para que as demissões sejam de forma mais justa possível. Terceiro, ser transparente, deixando claro o que está ocorrendo na empresa, os riscos e o que está sendo feito para se evitar o pior. Só cortar despesas, diminui a capacidade competitiva”, afirma.
E, por último, ele cita outra iniciativa que deveria ser obrigatória nesses tempos sisudos: a inovação. “Nessa crise, se ficar com o mesmo cliente e produto, vai perder receita. Tem que procurar clientes novos para os produtos já existentes, ou criar novos produtos ou conquistar públicos que não existiam antes”, resume, acrescentando que essa busca deve incluir também um aumento de produtividade.
Otimista, ele afirma que é fundamental não perder a esperança, que as instituições no País estão funcionando (a Justiça, o Ministério Público, entre outras), a crise vai passar e “quem fizer o dever de casa vai estar mais enxuto, menos perdulário e em melhores condições de competitividade”.
Achamos muito lúcida a palestra do consultor acima e reforçamos o recado. Aprendemos no curso de Administração que crise se administra; se não há como fugir da mesma, vamos encará-la de frente e procurar soluções viáveis e de fácil aplicabilidade. Ficar choramingando e pondo total culpa no governo pode não ser o melhor caminho.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Nunca antes na história desse país
Fazemos nosso o bordão acima, muito usado pelo ex-presidente Lula, quando nos referimos à estagnação em que se encontra a nossa combalida economia. Para se ter uma ideia de como andam os números, há exatos oito meses (março-2015) os números mostravam que o crescimento econômico durante o primeiro governo Dilma Rousseff (de 2011 a 2014) atingiu média de 2,1% anuais. É o pior desempenho desde a gestão de Fernando Collor de Mello (1990 a 1992). Na época, o PIB – Produto Interno Bruto recuou em média 1,3% ao ano. O levantamento, que compara o desempenho econômico obtido em cada gestão, foi feito pelo professor Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de janeiro.
Na listagem, Fernando Henrique Cardoso (presidente entre 1995/2002) aparece uma posição acima de Dilma, com crescimento médio anual de 2,3%. Já Luiz Inácio Lula da silva, que ficou no Planalto entre 2003 e 2010, fica em terceiro lugar, com alta de 4% no PIB na média por ano. O primeiro lugar é de Itamar franco (5%- entre 1992 e 1994), seguido por José Sarney (4,4% – de 1985 a 1990).
Temos hoje um cenário extremamente preocupante, com a economia estagnada, caminhando cada vez pior, com inflação alta e persistente. O resultado dessa combinação é desastroso para os brasileiros, que já sofrem com perda de renda e de empregos, e compromete o futuro da Nação. O Brasil está ficando para trás, enquanto praticamente todos os demais países crescem muito mais.
O mais curioso em tudo isso é que esse resultado pesa mais sobre a população de baixa renda e quando olhamos pelo retrovisor lembramos que a presidente em campanha pela reeleição afirmava que a inflação estava sob controle e a economia seguia bem. Agora a crise atinge direitos trabalhistas, além de refletir na alta dos juros e na redução do poder de compra.
Como se não bastassem esses males, o governo detecta um rombo fiscal em bilhões de reais, previamente anunciado para 2015 e 2016, ou seja, a situação nunca esteve sob controle e não vemos como acreditar que esse quadro venha a mudar no curto ou médio prazo.
Infelizmente, o preço dessa crise é pago pela população que não se cansa de repetir o bordão acima: “Nunca antes na história desse país” vimos tanta esculhambação, desgoverno e falta de vergonha por parte dos nossos representantes.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015