Home » Posts tagged 'OPINIÃO DO PERNINHA' (Page 6)
Tag Archives: OPINIÃO DO PERNINHA
OPINIÃO DO PERNINHA
Desde que chegou ao poder em 2002, o PT nunca conseguiu ter uma relação de confiança com os demais partidos no Congresso. Antes mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva subir a rampa do Palácio do Planalto, a sigla deu início a uma série de desentendimentos, disputas e rivalidades que se avolumaram e desaguaram no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Dono das maiores bancadas na Câmara e no Senado, o PMDB tornou-se o catalisador de conflitos que se espalharam entre os demais partidos da base aliada. As próprias características da sigla- dividia em alas que se movem a depender das conveniências- também contribuíram para esse processo. Ora, ele favoreceu o Planalto: ora, atendeu aos interesses pessoais dos congressistas.
A relação com o PMDB nasceu como um casamento desfeito no altar e que depois tentou ser retomado na marra. Grande parte da culpa é creditada a Lula. Após vencer José Serra (PSDB) na eleição de 2002, ele autorizou o então presidente do PT, José Dirceu, a negociar o ingresso no governo dos peemedebistas que haviam apoiado o tucano no pleito. Dirceu e o presidente nacional do PMDB, Michel temer, selaram um acordo para que a sigla ocupasse duas cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Até os nomes do partido foram escolhidos: Eunício Oliveira (CE) e Hélio Costa (MG). Ficariam com Minas e Energia e Integração Nacional. Os dois dormiram ministros, mas acordaram sem cargos. Pressionado pelo PT durante a madrugada e com receio de nunca ter o apoio integral do PMDB, Lula mandou Dirceu desfazer a negociação. Lula, contudo, optou por uma estratégia arriscada. Resolveu abrir espaço no governo para a ala adversária a Temer, estimulando o enfraquecimento do seu grupo político. Sem o PMDB, o então presidente viu-se obrigado a ir atrás das siglas de médio porte – PL (atual PR), PP e PTB. A seu mando, Dirceu estimulou parlamentares eleitos pela oposição a ingressar nesses partidos. Dois anos depois, essas siglas estariam envolvidas no caso do mensalão.
Até então conhecida apenas como uma ex-militante do PDT com participação em governos no Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff foi a maior beneficiária do veto de Lula ao PMDB em 2003. Ficou com a pasta de Minas e Energia, inicialmente reservada ao partido. Em 2005, com a demissão de Dirceu da Casa Civil, Dilma foi transferida para o lugar dele. Naquela oportunidade, ela já somava conflitos com o PMDB. O principal deles, contudo aconteceu dois anos depois, com Lula já reeleito. Ela se posicionou contra uma indicação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidência de Furnas. Inicialmente, Dilma foi derrotada. Lula cedeu a Cunha. O troco veio após Dilma assumir a presidência, em janeiro de 2011. Na primeira semana de governo, ela mandou demitir o apadrinhado de Cunha.
O deputado se consolidara como uma das principais lideranças na Câmara e virou o principal contraponto a ela no Parlamento.. Elegeu-se presidente da Câmara com facilidade em 2015. Dez meses depois, logo após o PT apoiar um processo de perda de mandato contra ele, Cunha aceitou pedido de impeachment contra a presidente. O restante da história foi o que vimos nas votações da Câmara e do Senado que motivaram o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República e a assunção do vice Michel Temer por um período de 180 dias aproximadamente, quando será efetuado um novo julgamento.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira-PE – maio de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
Nesta quarta feira, 11/05, será dado o tiro de misericórdia no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que deverá ser afastada do cargo por um período de 180 dias, quando o vice Michel Temer assumirá a presidência, conforme previsto em nossa Constituição. A votação pelos senadores, do parecer do relator Antônio Anastasia (PSDB-MG), deverá durar
em torno 20 horas, segundo informações da secretaria da casa, se considerados os discursos e a consequente votação. Votação esta que sinaliza para uma derrota do governo que precisaria somar pelo menos 27 votos em seu favor para evitar a derrocada final.
Entre a votação da câmara e a de hoje, muitas coisas aconteceram como o afastamento (embora tardio) de Eduardo Cunha e a condenação do vice Michel Temer por irregularidades cometidas na campanha última. A lava Jato que, muitos supunham estar dormindo, continua desvendando mistérios abafados pela podridão que o PT conseguiu instalar em seus 13 anos e 4 meses de governo e, com certeza, muita munição ainda vai explodir até que os verdadeiros culpados sejam engaiolados na jaula que merecem.
O ideal seria que, além das prisões, os milhões e milhões de reais desviados voltassem aos cofres públicos para reversão em causas sociais. Não concordamos com a máxima de que “bandido bom é bandido morto”, mas concordamos com a máxima de que: “preso bom é preso pobre”. Daqui a pouco eles estarão soltos e terão que “ralar” para reconquistar aquele status que possuíram de forma desonesta à custa do suor dos brasileiros, que trabalham e contribuem com uma carga tributária extorsiva e vergonhosa como a nossa.
Fazendo uma ponte à primeira votação do impeachment, o filme que se desenha em nossa mente retrata uma cena burlesca quando os caciques do PMDB de braços erguidos comemoravam a decisão do partido de afastar-se temporariamente do poder: de mãos dadas, lá estavam o deputado Eduardo Cunha e o senador Romero Jucá. O ministro Luís Roberto Barroso disse tudo: “Meu Deus do céu! Essa é nossa alternativa de poder. (…) Não tem para
onde correr”.
O pernambucano Romero Jucá presidiu a FUNAI durante a ditadura, foi governador nomeado de Roraima, teve uma rápida e tumultuada passagem pelo Ministério da Previdência e tornou-se líder da bancada dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Esteve no MDB (1979/80), PMDB (1980/90), PDS (1990/1993), PPR (1993/1995), PSDB (1995/2002) e hoje
mora no PMDB. É investigado em processo que está no Supremo Tribunal Federal. Quanto ao Eduardo Cunha sua biografia está estampada na imprensa desde que virou réu nos escândalos que se sucederam após a Lava Jato
Em nossa humilde visão o lado cômico dessa história é que, juntos e felizes, os dois não festejavam uma alternativa para o País, mas estavam celebrando a própria invulnerabilidade. Acreditamos que o momento é de muita cautela. O cenário pode está mudando e os seus desdobramentos são muito aguardados por uma população que clama por justiça e sonha com
uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – PE – maio de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
Quem salvará nossa Petrobrás (parte II)
Com o mesmo título acima escrevemos, em 20/04, aqui mesmo neste espaço, uma crônica mostrando como trabalha a nossa estatal em comparação com as concorrentes de outros países, no que diz respeito a política de pessoal e a falta de agressividade na perseguição de lucros. O somatório desses dois itens leva a nossa empresa a ser considerada o maior cabide de emprego do mundo.
Recapitulando a matéria, trazemos para a de hoje dois parágrafos que mostram quanto descaso e incompetência por parte dos seus diretores, sob o beneplácito dos nossos governantes que fazem as devidas nomeações. Se não, vejamos:
Desde o inicio do petrolão, a Petrobras demitiu mais de 30 mil pessoas, a maior parte terceirizadas. O novo programa de demissões voluntárias objetiva demitir outros 12 mil. Mesmo após os desligamentos, a estatal é a petrolífera que mais emprega no mundo, frente das gigantes Shell, Exxon Mobile e British Petroleum.
E muito atrás delas em desempenho e lucros. A Petrobras opera 7.000 postos de combustíveis no mundo e a Shell, 44.000. A Petrobras registrou em 2014, cerca de 3% do lucro da Shell. A Shell, a Exxon e a British Petroleum (BP), juntas, empregam cerca de 262 mil pessoas, quase 13 mil a menos que a petroleira brasileira. A Petrobras paga salários a 249 mil pessoas, das quais 84 mil são concursadas. Juntas, Exxon e Shell empregam 177,5 mil. Em 2014, a Petrobras lucrou US$ 1 bilhão; a Shell, US$ 14 bilhões; a Exxon, US$ 32,5 bilhões e a BP, US$ 12,1 bilhões.
Pois bem. Para a nossa surpresa lemos uma matéria no último dia 29/04 onde dizia: A Petrobras fixou a remuneração global dos 15 membros que compõem o Conselho de Administração e Fiscal da companhia em R$ 28,77 milhões para os próximos 12 meses, ou seja, cerca de R$ 160 mil mensais para cada um, com direito até a negociarem a compra de Pasadena (Aquele negócio da China que Dilma autorizou quando passou por lá).
Imaginem se nossa querida petroleira não estivesse quebrada.
Por: Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – maio de 2016
OPINIÃO DO PERNINHA
Diante da possibilidade de mais uma derrota do governo no processo de Impeachment, pelo Senado, em maio próximo, o destino do país passaria às mãos do atual vice presidente, Michel Temer (PMDB) e como é natural em um processo dessa ordem, surgem inúmeras perguntas que só o tempo responderá. Por exemplo: Temer é a favor da descriminalização do aborto? E das drogas? E da redução da maior idade penal? E da pena de morte? E das cotas nas universidades? E da liberação dos transgênicos? Quais os seus planos para a educação, saúde, segurança? O que muda na economia? Quem fica e quem sai dos Ministérios? Que apoio será dado ao setor produtivo?
Essas perguntas que surgem (normalmente em ano eleitoral), às vezes parecem inconvenientes, mas ajudam ao eleitor a formar uma opinião em relação ao postulante do cargo eletivo e, pela complexidade com que se apresentam, se o candidato for fraco não tem marqueteiro, que dê conta das respostas. No caso do vice assumir a presidência não houve tempo para perguntas, já que as coisas vieram na ordem inversa sem que o vice passasse por uma sabatina.
Ainda mais em um país onde as pessoas têm uma cultura eleitoral que não discute a possibilidade de vacância do cargo, logo, não se interessam pelos candidatos a vice). Essa cultura tende a mudar, haja visto a possibilidade de o país vir a ser governado pela 3ª. vez pelo seu vice presidente. Foi assim com José Ribamar Sarney, com Itamar Franco e, quem sabe, com Michel Temer. Comenta-se, ainda, a possibilidade de uma eleição antecipada, com mandato reduzido até 2018, o que achamos pouco provável por duas razões: a primeira, por não está previsto em nossa Constituição e a segunda pela lentidão com que as coisas acontecem por aqui. O mais provável é que o governo fique nas mãos do vice, caso haja permissão da Lava Jato e apoio das bases que lhe darão sustentação. O que virá depois continua sendo uma incógnita.
Não poderíamos fechar essa matéria sem nos reportarmos às palhaçada que ocorreram no domingo 17/04, quando os deputados votaram o processo do impeachment da presidente Dilma. A Câmara dos deputados tornou-se um picadeiro que, além do palhaço/deputado Tiririca, abrigou outras dezenas de coadjuvantes em cenas que envergonharam, novamente, a nossa Nação. Quanta imundície, quanta hipocrisia e quanta falta de respeito ao povo brasileiro. Para onde vai um país que tem um presidente da Câmara Federal com uma ficha criminal colada na testa igual ao
Eduardo Cunha, conduzindo um processo tão complicado e que poderá tirar o poder legítimo de uma presidente eleita com 54 milhões de votos? É bom registrarmos que não estamos aqui defendendo Dilma, estamos comentando os fatos com lucidez. Eduardo Cunha era o político menos capacitado para a condução do impeachment, feito de forma midiática-televisiva causando uma falsa sensação de total pureza por parte daqueles que depositavam o “sim” na hora da votação.
Dilma Rousseff, até onde se sabe, não enriqueceu com o esquema instalado na Petrobras, mas não pode esconder que foi eleita com a ajuda, direta ou indireta, do dinheiro ali desviado e do qual petistas, peemedebistas, PSDBistas e demais aliados se refastelaram enquanto sobrava a farinha para o pirão. Vendo por esse prisma, talvez, se justificasse o impedimento da presidente, mas, se for para colocar no poder alguém que seja eleito de forma limpa, ficaremos sem presidente por um bom tempo.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – abril de 2014.
OPINIÃO DO PERNINHA
Os brasileiros, que amam o País, ficaram estarrecidos com os escândalos envolvendo a maior estatal brasileira na distribuição de propinas e desvios de toda espécie, conforme iam sendo
desvendados pela Polícia Federal nas operações da Lava-Jato, que já superaram a casa dos R$ 21 bilhões. É muito dinheiro jogado pelo ralo que deixam a empresa enfraquecida e cada vez menos competitiva diante das concorrentes.
A empresa, que foi a 8ª maior do mundo e que por muito tempo foi motivo de orgulho para os brasileiros, sempre foi castigada por governos corruptos que sem qualquer compromisso nomeavam diretores e mais diretores para ficarem à disposição “mais do governo” do que da própria estatal. Sem sombra de dúvidas, o maior cabide de empregos de que se tem notícia na história, abre a caixa preta e mostra para o mundo como vinha sendo conduzida.
Desde o inicio do petrolão, a Petrobras demitiu mais de 30 mil pessoas, a maior parte terceirizadas. O novo programa de demissões voluntárias objetiva demitir outros 12 mil. Mesmo após os desligamentos, a estatal é a petrolífera que mais emprega no mundo, frente das gigantes Shell, Exxon Mobile e British Petroleum.
E muito atrás delas em desempenho e lucros. A Petrobras opera 7.000 postos de combustíveis no mundo e a Shell, 44.000. A Petrobras registrou em 2014, cerca de 3% do lucro da Shell. A
Shell, a Exxon e a British Petroleum (BP), juntas, empregam cerca de 262 mil pessoas, quase 13 mil a menos que a petroleira brasileira. A Petrobras paga salários a 249 mil pessoas, das quais 84 mil são concursadas. Juntas, Exxon e Shell empregam 177,5 mil. Em 2014, a Petrobras lucrou US$ 1 bilhão; a Shell, US$ 14 bilhões; a Exxon, US$ 32,5 bilhões e a BP, US$ 12,1 bilhões.
Entenderam agora como as coisas funcionam por aqui?
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – PE – abril de 2016
OPINIÃO DO PERNINHA
A reunião da Câmara Federal na última sexta feira (08/04), para análise do relatório do parlamentar Jovair Arantes (PTB-GO), que deu parecer favorável ao processo de impeachment da presidente Dilma, se estendeu até as 4h43 da madrugada do sábado, quando os trabalhos foram suspensos para continuidade na semana seguinte. As opiniões se dividem entre prós e contras e muita água ainda deve rolar embaixo da ponte até o dia da votação. O processo não é tão simples já que existe um consenso em relação ao erro, embora não seja considerado crime pela maioria dos especialistas, conforme alguns exemplos que coletamos:
O advogado Marcelo Labanca, contrário ao impeachment da petista, aponta erros da União nas chamadas pedaladas fiscais que levaram a gestão federal a usar recursos dos bancos públicos e não pagar dentro do prazo estipulado. “É uma irregularidade deixar de pagar no prazo. É uma ilegalidade, mas não é crime de responsabilidade. Você pode fazer atos institucionais, ilegais, mas você pode também cometer crime. São coisas diferentes. Se você ultrapassa um sinal vermelho, você está cometendo uma ilegalidade, mas não está praticando um crime. Não estou dizendo que o governo acertou. Errou, mas a penalidade para esse erro não é a pena de morte. A penalidade está fora do propósito”, diz, reforçando a condenação do impeachment.
O professor de economia da Faculdade Boa Viagem, Antônio Pessoa, não entra no mérito da legalidade do pedido de impeachment, mas reforça que houve erro da parte da União. “O governo federal antecipou alguns valores usando recursos dos bancos estatais. Isso, pela legislação, não pode. Não se pode antecipar receita pública sem que haja a respectiva receita. Não houve a previsão orçamentária”, aponta.
Outro especialista que também não quer entrar no mérito da questão, porém aponta problemas na ação do governo federal é o professor de Finanças do Ibmec/RJ, Gilberto Braga. “Efetivamente, o governo não devia ter feito os pagamentos que necessitava com recursos dos bancos estatais. O governo fez um empréstimo e usou um caixa que não era dele. Outros governos fizeram isso, mas não na magnitude que o atual”, relata.
Como vimos há um consenso sobre as irregularidades praticadas pelo governo, embora não haja embasamento suficiente para o impeachment. Na nossa humilde visão, pelo que temos acompanhado, o sentimento claro de insatisfação com o governo que aí está e que foi transmitido através das manifestações de rua, deu a munição necessária para a oposição forçar o impeachment mais por uma questão política do que por irregularidades fiscais e isso ocorre num momento de alta fragilidade do governo, que para salvar a própria pele transformou a sede do governo em um balcão de negócios comprando apoios e fazendo “costuras” para alcançar o mínimo de votos pela não aprovação do Impeachment. Isso aí, também, é muito preocupante. Recursos da União devem ser usados com outras finalidades.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira- PE – abril de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
Trabalhei no Banco do Brasil por 27 anos (1980/2007), os quais, somados com mais 8 anos de outros três empregos, me deram o direito a uma aposentadoria com 35 anos de contribuição para a previdência oficial, no início de 2009. Lembro-me da dificuldade que havia quando precisava faltar ao trabalho na empresa BB, mesmo que fosse por um dia somente. À exceção das faltas por motivo de saúde, era muito difícil conseguir um abono, principalmente quando tínhamos ao nosso lado um chefe “Caxias”, daqueles que só via o lado da empresa.
Passei por muitos transtornos ao longo de quase três décadas e um deles me marcou profundamente: em 2001, mais precisamente no dia 11 de setembro, quando ocorreu o atentado às torres gêmeas, eu estava de licença-saúde por força de uma cirurgia no ombro esquerdo e, como a licença foi por um período superior a 60 (sessenta) dias, constantemente recebia ligações do meu gerente perguntando se eu não estava em condições de trabalhar e eu lhe respondia educadamente: sei não doutor, ligue para o meu médico. Como se não bastasse tal intransigência, vez por outra, aparecia algum colega na minha casa que eu sabia não vir me visitar, era simplesmente para levar notícias ao chefe maior.
Deixando as particularidades de lado vamos a uma matéria que vi estampada esses dias num jornal de grande circulação no país. A matéria se referia a atuação dos nossos parlamentares e trazia o seguinte título: somente 3% em todas as sessões. Apenas 19 deputados federais participaram das 125 sessões deliberativas realizadas pela Câmara em 2015. O número representa pífios 3,7% dos 513 parlamentares da Casa. A maior parte de suas excelências dá um jeito de se justificar e não tem nenhum centavo cortado do salário.
Quem mais se ausentou, nem se deu ao trabalho de dar explicações, foi o deputado Guilherme Mussi (PP-SP): 30 faltas. Wladimir Costa (SD-PA) e Paulo Maluf (PP-SP) têm, respectivamente, 105 e 74 ausências entre justificadas e não justificadas. Nem o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), tem 100% de presença. Teve uma falta que foi dada como justificada pela Casa. Para quem não sabe, cada deputado custa até R$ 1,8 milhão por ano, contando benesses como auxílio moradia, cota parlamentar, verba de gabinete, carro, etc. Constantemente ridicularizado, Tiririca (SP), puxador de votos no PR, é um dos 19 deputados presentes em todas as sessões da Câmara.
Apesar da nossa indignação diante dos absurdos haveremos de convir que a falta desses parlamentares às sessões não faz muita diferença. Se não vejamos: em 2015, das 163 leis criadas, 37 se resumem a dar nomes a estradas e pontes ou instituem datas comemorativas como o Dia Nacional da Poesia e Dia Nacional do Milho.
Diante desses números concluímos que, a Câmara dos Deputados, nem faz nada quando falta às sessões nem quando se faz presente. Parafraseando Bóris Casoy não há outra coisa a dizer a não ser, é claro, “ISSO É UMA VERGONHA”.
Danizete Siqueira de Lima – março de 2016
OPINIÃO DO PERNINHA
Há mais de quatro meses tentamos levar até os nossos leitores alguma coisa que seja motivo de comemoração e não estamos encontrando. Os temas mais presentes nos últimos dias se referem a: inflação, desemprego, crises interna e externa , mais impostos, escândalos um atrás do outro, violência desenfreada, dengue e, por último, zika e chikungunya, as quais estão tirando o sono de milhares de brasileiros. Por mais que tenhamos tentado, vamos continuar em débito com vocês sobre um assunto novo. E, para não variar, o tema de hoje continua sobre a Operação Lava-Jato.
As críticas feitas à essa operação visam desqualificar os procedimentos que têm levado corruptos à cadeia, em agilidade inédita no País. Nem os muito bem pagos advogados dos réus, nem a direção do PT, que protagonizam os ataques podem negar a importância da operação para o amadurecimento institucional brasileiro. Até que tentam, mas não conseguem. O cidadão já enxerga na Lava jato, da Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público, e em seu principal agente, o juiz Sérgio Moro, o valor fundador de um novo tempo, em que a impunidade ao menos deixa de ser garantia para os criminosos infiltrados nos governos, nos parlamentos ou nas grandes empresas públicas e privadas.
Com as informações levantadas, e os esquemas milionários desbaratados, a corrupção passou a ser o maior problema nacional, de acordo com pesquisa recente junto á população. A sucessão de nomes e cifras que não para de jorrar das investigações é, sim, deprimente – e, quanto maior a lista e maior o assalto aos cofres públicos, pior a sensação de descrença na política. Mas essa mesma população compreende a dimensão do problema e a necessidade de enfrentá-lo com os instrumentos da lei. Somente assim uma nova ética e um novo país poderão ser formados.
Na ótica do PT, a Lava Jato é uma referência negativa, assim como foi o mensalão – por coincidência, alguns dos condenados lá atrás aparecem novamente agora, em novas acusações da mesma prática criminosa. Para o presidente da legenda, Rui Falcão – que diz que a presidente Dilma Rousseff não pode dizer – a operação seria “um embrião de estado de exceção que ameaça crescer dentro do estado democrático de direito”
Então a Justiça que faz o seu papel e põe corruptos na cadeia é antidemocrática? Para o PT, Justiça boa é aquela que julga e condena outros governos, não os do PT. Há poucos meses, o partido de Lula publicou uma cartilha de 34 páginas com o propósito de denegrir a Lava jato e o trabalho do juiz Sérgio Moro.
Em relação ao manifesto dos advogados dos acusados, lançado na 1ª quinzena de janeiro, a Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou nota de repúdio ao documento que buscou denunciar “o regime de supressão episódica de direitos e garantias verificado na Operação lava Jato”. Em resposta, os procuradores afirmam que “a carta dos advogados ataca indistintamente instituições e pessoas, sem qualquer tipo de especificação de fatos”. E negam o vazamento seletivo de informações sigilosas enfatizando que “esta não é uma prática adotada por procuradores da República” O que gostariam o PT e seus advogados, no fundo, é que a operação fosse suspensa. E não houvesse mais descobertas, nem ameaças aos seus filiados e clientes. Pelo bem do país, a Lava Jato continua – e ainda terá muito trabalho pela frente.
Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
No jornalismo, qualquer fato novo serve para começar uma história. Foi o que aconteceu recentemente com o Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista. É um ponto fora da curva, em um caso que tem como principal nome, não o único, o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tudo começou em 1996 quando o Sindicato dos Bancários, braço do PT, teve a ideia de criar a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (BANCOOP), para oferecer aos associados acesso barato a projetos imobiliários em boas localizações. Tanto que em 2007 comprou o terreno localizado na nobre praia do Guarujá, onde ficaria o Solaris.
Obra iniciada, em 2009 a cooperativa quebrou. Três mil dos cooperados perderam suas economias e ficaram sem receber apartamentos. Em 2010, Vaccari, que já gostava muito de dinheiro, foi denunciado por desvio de dinheiro da BANCOOP para o PT. Mas a construtora OAS (sempre ela) assumiu alguns poucos prédios inacabados, entre eles o Solaris, em que o ex-presidente Lula, diz, comprou “cotas” para converter ou não, no futuro, em um apartamento.
Conforme matéria divulgada nos jornais de grande circulação do país, o Solaris tem umas coisas interessantes. Pelo que conta Lula, mesmo sem cliente definido para o tríplex que virou o foco do caso, a OAS resolveu gastar, mal acabou o prédio, R$ 777 mil para refazer o apartamento. É, sem explicação mesmo. Em tese, o tríplex parado e sem dono, reformado por essa ninharia, ficou 6 anos esperando por Lula e a esposa, Marisa Letícia, desistirem.
Diferente de todas as outras construtoras, a OAS é tão “do bem” que finalizou o prédio sob risco de prejuízo, se os ex-clientes da BANCOOP não quisessem seus imóveis. E há vários apartamentos de ninguém. O Ministério Público, aliás, aponta que um deles está em nome não da OAS ou da BANCOOP, mas de uma offshore.
É ou não é curioso? Pense, quantos amigos ou parentes seus moram em um apartamento em nome de um tipo de empresa usada para ocultar crimes? E quantos em um prédio com apartamentos assim, “complicados” com gente presa, donos ocultos e outros investigados?
Esse é o Edifício Solares, que, ironicamente está localizado em uma área nobre do litoral paulista. Só falta o governo federal regularizar a situação da BANCOOP, fazer uma desapropriação do imóvel e usá-lo na extensão do Programa MINHA CASA MINHA VIDA, dando prioridade, é claro, aos seus apadrinhados políticos. Não seria uma boa saída para o “pobrezinho” do Lula ter o seu imóvel de volta sem ter que dar explicações ao Ministério Público, Polícia Federal ou quem quer que seja? Que coisa!
Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016.
OPINIÃO DO PERNINHA
A presidente Dilma Rousseff, conhecida pelo seu jeito durão de governar e com muita dificuldade de diálogo, aproveitou o retorno do recesso parlamentar, desceu do seu pedestal e foi até o Congresso Nacional pedir apoio para a volta da CPMF (aquele tributo que ficou conhecido como o imposto do cheque). Em suas argumentações, a presidente alega que essa arrecadação significaria cerca de R$ 35 bilhões a mais no caixa do governo e seria a saída mais rápida para acertar os rumos da economia.
Entre aplausos e apupos a presidente saiu do congresso sem muita certeza da recriação desse imposto. Ao que nos parece, o governo e sua equipe econômica não estão encontrando saídas para a crise e o jeito -como sempre- é impor maior sacrifícios à sociedade. É bom que se registre que a própria presidente era contrária a volta do imposto e isso dificulta a criação dos argumentos necessários para convencimento da sociedade, da classe empresarial e até de políticos da própria base do governo.
O mais curioso em tudo isso é que o governo insiste no sacrifício da população sem fazer o seu dever de casa. Recentemente, a presidente prometeu redução nos ministérios, cortes de cargos comissionados e muito pouco foi mostrado à sociedade. Ou seja, o discurso é ruim e a prática consegue ser pior. A Dilma está batendo o recorde de mentiras, superando em muito o seu padrinho político e a oposição (se é que existe) continua de braços cruzados.
O governo está convencido de que só com a volta da CPMF pode reorganizar as contas. Essa será uma das âncoras de suas conversas, mesmo sabendo que, como contrapartida, terá que apresentar uma lei fixando um teto rígido para os gastos públicos em relação ao PIB. Dito de outra forma: se o governo provar que conterá seus gastos, o empresariado vai usar seus canais para ajudar o Congresso a aprovar a volta da CPMF. Não é o que ele deseja, mas também tem convicção de que sem dinheiro novo não há como religar o motor da economia.
O problema maior do governo consiste em saber como organizar um discurso que a sociedade tenha alguma expectativa. A presidente tem conversado com muita gente de fora do governo. Recentemente, ela ouviu o Delfim Neto e andou consultando Armínio Fraga, pedindo ajuda e fazendo sondagens. A questão maior é ela construir as condições políticas para qualquer ação mais firme. Isso não está sendo fácil e tem atormentado o governo que caminha sem lenço e sem documento desde que perdeu as rédeas desse gigante chamado BRASIL.
Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016