No jornalismo, qualquer fato novo serve para começar uma história. Foi o que aconteceu recentemente com o Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista. É um ponto fora da curva, em um caso que tem como principal nome, não o único, o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tudo começou em 1996 quando o Sindicato dos Bancários, braço do PT, teve a ideia de criar a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (BANCOOP), para oferecer aos associados acesso barato a projetos imobiliários em boas localizações. Tanto que em 2007 comprou o terreno localizado na nobre praia do Guarujá, onde ficaria o Solaris.
Obra iniciada, em 2009 a cooperativa quebrou. Três mil dos cooperados perderam suas economias e ficaram sem receber apartamentos. Em 2010, Vaccari, que já gostava muito de dinheiro, foi denunciado por desvio de dinheiro da BANCOOP para o PT. Mas a construtora OAS (sempre ela) assumiu alguns poucos prédios inacabados, entre eles o Solaris, em que o ex-presidente Lula, diz, comprou “cotas” para converter ou não, no futuro, em um apartamento.
Conforme matéria divulgada nos jornais de grande circulação do país, o Solaris tem umas coisas interessantes. Pelo que conta Lula, mesmo sem cliente definido para o tríplex que virou o foco do caso, a OAS resolveu gastar, mal acabou o prédio, R$ 777 mil para refazer o apartamento. É, sem explicação mesmo. Em tese, o tríplex parado e sem dono, reformado por essa ninharia, ficou 6 anos esperando por Lula e a esposa, Marisa Letícia, desistirem.
Diferente de todas as outras construtoras, a OAS é tão “do bem” que finalizou o prédio sob risco de prejuízo, se os ex-clientes da BANCOOP não quisessem seus imóveis. E há vários apartamentos de ninguém. O Ministério Público, aliás, aponta que um deles está em nome não da OAS ou da BANCOOP, mas de uma offshore.
É ou não é curioso? Pense, quantos amigos ou parentes seus moram em um apartamento em nome de um tipo de empresa usada para ocultar crimes? E quantos em um prédio com apartamentos assim, “complicados” com gente presa, donos ocultos e outros investigados?
Esse é o Edifício Solares, que, ironicamente está localizado em uma área nobre do litoral paulista. Só falta o governo federal regularizar a situação da BANCOOP, fazer uma desapropriação do imóvel e usá-lo na extensão do Programa MINHA CASA MINHA VIDA, dando prioridade, é claro, aos seus apadrinhados políticos. Não seria uma boa saída para o “pobrezinho” do Lula ter o seu imóvel de volta sem ter que dar explicações ao Ministério Público, Polícia Federal ou quem quer que seja? Que coisa!
Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016.