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Diretor-geral da Abin é intimado para prestar depoimento à PF sobre espionagem ilegal

Luiz Fernando Corrêa em sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. — Foto: Roque de Sá/Agência Senado

g1 – A Polícia Federal intimou o diretor-geral da Agência Brasileira de Informações (Abin), Luiz Fernando Corrêa, para depor no inquérito que apura um esquema de espionagem ilegal.

Segundo o g1 apurou, a ideia é que Correa seja ouvido na próxima quinta-feira (17).

Investigadores ouvidos pelo g1 afirmam que o objetivo é apurar duas coisas:

  • se houve eventual obstrução por parte da atual gestão à investigação do uso da Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL) para espionar autoridades, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente tinha como desafetos, caso conhecido como Abin paralela (clique para saber mais).
  • e se ela tinha conhecimento e autorizou a suposta espionagem de autoridades paraguaias (clique aqui para saber mais).

A intimação põe em polos opostos duas pessoas da extrema confiança de Lula: Corrêa foi diretor-geral da PF durante o segundo governo do petista; Andrei Rodrigues, o atual chefe da corporação, comandou a segurança do presidente durante a campanha de 2022.

Entenda o caso Abin paralela

Iniciada em 2023, a investigação apura se policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores sem autorização judicial.

De acordo com os investigadores, a ferramenta FirstMile foi usada para acompanhar os passos de pessoas que eram consideradas desafetas de Bolsonaro.

A expectativa era de que as apurações fossem finalizadas no fim de 2024, o que ainda não aconteceu.

Operação hacker da Abin contra sistemas do Paraguai

Um funcionário da Abin afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que a atual gestão do órgão teria mantido operações de invasão hacker a sistemas do governo do Paraguai e de autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu.

O caso foi revelado pelo portal UOL. A TV Globo teve acesso a trechos do depoimento.

O servidor disse que o ataque começou ainda no governo Bolsonaro, mas que continuou durante o governo Lula, com autorização expressa do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor interino Saulo de Cunha Moura, que ocupou o cargo em maio de 2023.

Segundo o depoimento, a ação tinha como objetivo obter dados sigilosos sobre valores em negociação de um trecho do tratado de Itaipu que impacta no preço que o Brasil paga ao Paraguai por energia produzida na usina binacional.

Em nota, o governo Lula disse que interrompeu a ação assim que ficou sabendo dela, em maio de 2023.


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