Quanto tempo vai durar essa crise?
Os números que vem sendo mostrados pela nossa economia surpreendem a cada nova rodada de informações e mostram a fragilidade do governo em encontrar saídas que possam no curto ou médio prazo dar algum alívio para a sociedade, tornando-se inevitável a seguinte pergunta : até quando iremos conviver com esse cenário de incertezas?
Semana passada em uma palestra ministrada no Teatro RioMar (Recife-PE), por Francisco Cunha, sócio-fundador da TGI Consultoria em Gestão, sobre saídas da crise, ele afirmava que o modelo econômico que contribuiu para o crescimento do Brasil nos últimos 12 anos se esgotou. A apresentação que integra a Agenda 2016 trouxe como tema central a retomada do crescimento e o que fazer até lá.
Ele explicou que o modelo de crescimento adotado pelo Brasil nos três últimos mandatos foi impactado principalmente pela redução do crescimento da China – grande compradora das commodities brasileiras – e pelo consumo interno das famílias “que bateu no teto e resultou em endividamento”. O consumo interno foi um dos responsáveis pela boa performance da economia brasileira, pelo menos entre 2007 e 2011.
Francisco acredita que a crise vai continuar até 2017 e o “fundo do poço” será entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016. Ele enumera pelo menos quatro iniciativas que os empresários não podem deixar de fazer durante a atual turbulência. “Primeiro, cuidar do caixa (da receita), para não quebrar. Segundo, cuidar das pessoas, para que as demissões sejam de forma mais justa possível. Terceiro, ser transparente, deixando claro o que está ocorrendo na empresa, os riscos e o que está sendo feito para se evitar o pior. Só cortar despesas, diminui a capacidade competitiva”, afirma.
E, por último, ele cita outra iniciativa que deveria ser obrigatória nesses tempos sisudos: a inovação. “Nessa crise, se ficar com o mesmo cliente e produto, vai perder receita. Tem que procurar clientes novos para os produtos já existentes, ou criar novos produtos ou conquistar públicos que não existiam antes”, resume, acrescentando que essa busca deve incluir também um aumento de produtividade.
Otimista, ele afirma que é fundamental não perder a esperança, que as instituições no País estão funcionando (a Justiça, o Ministério Público, entre outras), a crise vai passar e “quem fizer o dever de casa vai estar mais enxuto, menos perdulário e em melhores condições de competitividade”.
Achamos muito lúcida a palestra do consultor acima e reforçamos o recado. Aprendemos no curso de Administração que crise se administra; se não há como fugir da mesma, vamos encará-la de frente e procurar soluções viáveis e de fácil aplicabilidade. Ficar choramingando e pondo total culpa no governo pode não ser o melhor caminho.
Danizete Siqueira de Lima – Dezembro de 2015.