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OPINIÃO DO PERNINHA

perninha (1)Do pré-sal ao fundo do poço

Escândalos escabrosos, crises, endividamento e queda no preço do petróleo levaram a maior empresa do Brasil em ativos ao que podemos chamar de “fundo do poço”. A Petrobras foi, durante muito tempo, um orgulho nacional. Com o escândalo do petróleo, perdeu credibilidade e virou o maior símbolo de corrupção do país. Como se isso não bastasse veio o baixo valor do petróleo no mercado internacional e, com a imagem mais que desgastada, a empresa tem de amargar uma queda vertiginosa no valor de suas ações. Um de seus papéis, a ação PETR4 (preferencial, ou seja, aquela que paga dividendos), teve em 18/01 uma queda de 7,16% e fechou o dia custando R$ 4,80, menor preço desde 5 de novembro de 2003.

A ação da empresa cai porque a maioria dos investidores está se desfazendo dos papéis. A falta de interesse pela Petrobras, neste momento, inunda o mercado com suas ações e, consequentemente, perde-se o chamado valor de mercado. Só para se ter uma ideia, em 2008, quando a empresa vivia o auge da euforia do pré-sal, esta mesma ação que está custando R$ 4,80, valia pouco mais que R$ 39,00.

A Petrobras era considerada uma blue chip, empresas que operam na bolsa e são uma espécie de garantia ao investidor. Era o momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então ministra Dilma Rousseff repetiam o antigo gesto do ex-presidente Getúlio Vargas e manchavam a mão de petróleo, fazendo referência ao Brasil grande, auto suficiente. Em menos de 10 anos tudo mudou. Mesmo com o preço quase no chão, alguns analistas desaconselham a compra das ações.

As crises econômica e política brasileiras, além das tensões internas dentro da própria Petrobras e das disputas de petróleo no exterior desenham dias difíceis para a cotação dos papéis da estatal na Bolsa de Valores. Dos onze pregões fechados em 2016, ou seja, até o dia 19 de janeiro, nove foram de queda para as ações (PETR4), chegando a um percentual acumulado de 22,8%. Como o desejo do investidor é de comprar na baixa para vender na alta, muitos começam a se perguntar se é uma boa hora para adquirir sua parte na empresa. Para alguns economistas quem quiser abrir o bolso precisa estar ciente do momento de incertezas.

Para este humilde cronista só o fato de sabermos que o “Mercado de Ações” oferece seus riscos já merece bastante cautela e, se olharmos pelo campo das adversidades que rodeiam a eastatal, diremos que o momento requer lucidez para ficarmos de fora por algum tempo.

É hora de sentarmos em cima das mãos e aguardarmos uma reação do mercado, mesmo sabendo que uma ação da Petrolífera hoje equivale ao preço de uma tapioca. Não vemos, também, como não encerrarmos a nossa matéria parafraseando o jornalista Bóris Casoy que ficou famoso com o bordão “Isso é uma vergonha”.

Danizete Siqueira de Lima – Fevereiro de 2016.


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