Passado o feriado de 7 de setembro, quando se comemora a Independência do Brasil, os holofotes da imprensa – não só brasileira – se voltam para a economia, em função da redução na nota que mede o grau de capacidade de investimento em nosso país.
Em um momento de crise, economia estagnada, inflação muito próxima de dois dígitos, governo e congresso sem qualquer afinação, equipe econômica mais perdida que cachorro em comício e a oposição querendo puxar o tapete do governo central, não poderia ser diferente. Ou seja, essa é a famosa tragédia anunciada, muito embora há quem encare com toda naturalidade possível a questão do risco Brasil, como é o caso do ex-presidente Lula.
Diante do rebaixamento com o qual não contavam, o governo, através do ministro da Fazenda Joaquim Levy, disse que a decisão da agência Standard & Poor’s de rebaixar a nota do crédito Brasil teve um viés político e foi precipitada. Já o ex-presidente Lula, que não perde uma oportunidade de ficar calado, vai mais longe da criação de uma realidade paralela. Acha que a decisão da S&P não significa nada e que o governo não deve aceitar a “receita” que vem desses organismos. Para ele, é fácil. Com a tese agônica, tenta se isentar da parte que lhe cabe e dos problemas que ajudou a criar para o governo Dilma.
Se o ex-presidente não leva em conta o fato de termos o nosso grau de investimento diminuído, fica difícil entender o seu posicionamento em 2008, quando presidente, ao recebermos o selo de bom pagador. Vejamos o que disse: “O Brasil foi declarado um país sério, que tem políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser merecedor de uma confiança internacional que há muito tempo necessitava”.
Agora, em discurso proferido na capital Teresina (PI), 3 dias após recebermos o selo de rebaixamento, Lula descredencia aquela agência com a maior naturalidade. Simples, não?
No nosso entendimento devemos deixar Lula de lado e cuidarmos em arrumar a casa. Muito precisa ser feito, independentemente de nota de quem quer que seja. A situação tá braba, o país parou de crescer, o desemprego assusta e a capacidade produtiva vem desmoronando dia-após-dia. Só se fala em criação de novos impostos ou aumento de alíquotas nos já existentes. Esse discurso está mais que ultrapassado e ninguém aguenta mais impostos. Corte o governo na própria carne reduzindo gastos, fechando Ministérios, encolhendo as comissões
que não são poucas e depois exige-se maior sacrifício da população.
O governo tem que acabar com esses “balões de ensaio” falando em volta de CPMF, alteração em tabelas de ICMS e/ou Imposto de Renda e partir para atitudes concretas que possam restaurar a credibilidade e o sonho do País voltar a crescer, saindo da letargia em que se encontra e dando um pouco de alívio à classe trabalhadora, como sempre, a mais penalizada.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – PE – setembro de 2015.