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Crônica de Ademar Rafael

O TETO DA MALDADE

Tenho uma teoria que, em alguns casos, a informação deturpada e manipulada causa mais estrago do que a ausência da informação. Estatese se aplica no caso do famigerado teto de gastos uma das piores contribuições do governo Temer.

Antes que alguém me acuse de defender a irresponsabilidade fiscal quero deixar claro que não é este o caso. Controle de gastos públicos pode ser feito sem essa invenção que tanto agrada os ditos “mercados”. O que motiva essa defesa? Explico: O mercado é a cara, a cor e o gosto dos especuladores que vivem sugando os recursos das nações. O valor dos juros em seu favor está fora do teto, na hora que incluir o mundo desaba.

Defender o teto de gastos como ferramenta para cumprir a responsabilidade fiscal é uma burrice impossível de ser medida com as métricas existentes. É o mesmo que controlar inflação somente com alta de juros. As duas medidas agradam os agiotas que atuam na legalidade com o suntuoso nome de investidores. Somente um país desprovido de qualquer instrumento relativo à política industrial, política de desenvolvimento sustentável ou projeto estruturante que gere emprego e renda utiliza um artifício tão maléfico para maioria do seu povo e em favor de uma minúscula minoria.

Em troca desta desgraça que é o teto de gastos o governo poderia tributar dividendos, grandes riquezas, remessas para o exterior, extinção dos privilégios fiscais para os ricos e outras mecanismos que são direcionados para esmagar a classe trabalhadora que sobrevive com um salário de fome e cumpre suas obrigações enquanto contribuintes de um sistema tributário injusto.

Com o aumento das receitas advindas com as medidas sugeridas no parágrafo anterior a saúde, a educação e outros setores que alcançam a maioria da população não seriam sacrificados pelo teto da maldade.

Crônica de Ademar Rafael

AMIGOS DE QUINCAS RAFAEL – VI

Esta crônica encerra o conjunto de seis textos sobre amigos de Quincas Rafael. Hoje falaremos sobre José de Sá Maranhão, o inesquecível Zezito Sá. Dos seis amigos do meu pai foi o que mantive mais contato. De 1972 a 1982 enquanto usuário dos serviços dos Correios toda semana era muito bem atendido por seu Zezito.

Na condição de leitor e estudante compulsivo utilizava o velho Reembolso Postal para receber livros e o Instituto Universal Brasileiro para fazer cursos por correspondência. Assim sendo, pegar e entregar encomendas na agência dos Correios era fato corriqueiro. Desde o primeiro momento que Zezito Sá identificou-me como filho do seu amigo Quincas Rafael dedicou-me uma atenção acima do meu merecimento.

A sua alegria ao me parabenizar pela aprovação no concurso do Banco do Brasil, os conselhos que me deu e os alertas que me fez sobre amizades foram arquivados na minha memória numa pasta que muitas vezes foi acessada. Até os dias atuais servem para minha segurança e bem estar.

Como dos outros amigos do meu saudoso pai sou amigo do seu filho, o titular deste blog. Quando estou escrevendo as crônicas semanais algumas vezes sinto a presença de Quincas e Zezito Sá ao meu lado. Muito do que aqui publiquei tenho certeza que eles aprovariam. Atendi o pedido de Júnior Finfa com a mesma dedicação que meu pai atenderia um pedido de Zezito Sá, é gratificante essa sensação.

Zezito Sá gostava de futebol, torcia com intensidade e como amante das causas sociais participou ativamente das história do Aero Clube de Afogados da Ingazeira – ACAI, com os amigos brincou muito carnaval.Tenho hábito de assistir missa na Catedral de Afogados da Ingazeira ao lado da imagem do nosso padroeiro e ficar durante a celebração lendo o nome de Zezito Sá como doador do móvel onde está Bom Jesus dos Remédios. Que as amizades sejam eternas e duradouras. Feliz Ano Novo.

Crônica de Ademar Rafael

RETALHOS DA VIDA

Recentemente em uma mensagem do Padre Ênio Marques de Oliveira vi a frase “Pai tecelão, obrigado pelos muitos retalhos que compõem minha vida.” Esta frase, que inspira esta crônica, remeteu minha atenção para um mote que criei a algum tempo: “O todo da nossa vida/É feito de fragmentos”. Em contextos diferentes o tema é o mesmo, ou seja, nossa vida é constituída pelos seus diversos momentos.

A pergunta que faço é a seguinte: “Como você está ordenando os múltiplos retalhos da sua vida?” Neste assunto uma peça do nosso artesanato, que inclusive foi tema de linda música de Cascatinha e Inhana e carrega seu nome “Colcha de retalhos” nos dar uma aula que nenhum livro de sociologia ou de filosofia foram capazes.

Em referida peça cada retalho com tamanho, cor e de tecidos distintos prova que é possível a convivência entre os diferentes. O mosaico formado pela multiplicidade de cores e formatos sugere que ser diferente não é sinônimo de ser inimigo, que ter origem distinta não significa ser o adversário e ser abatido.

Que possamos aprender com a frase do Padre, com meu mote e com a “Colcha de Retalhos” que devemos buscar até a exaustão os motivos para viermos em paz com os que pensam diferentes e tem outras
preferência divergentes das nossas.

A intolerância segrega, discrimina e mata. A tolerância junta, abraço e dar vida. Precisamos, de forma indolor, praticar atos que harmonizem a convivência e multipliquem os valores que nos levam a paz.

Na peça do artesanato a chita, o brim, a mescla, o linho, a seda e tantos outros tipos de tecidos se unem e formam algo majestoso aos olhos de quem possui sensibilidade. O que nos impede de copiar esse fenômeno no nosso convívio? Procuro e não encontro resposta, alguém sabe?

Crônica de Ademar Rafael

ADESISMO

Ao publicar o terceiro livro de trilogia Escravidão o escritor Laurentino Gomes além de expor a parte cruel da natureza humana, aquela que nos coloca abaixo do mais irracional dos animais, apresenta de forma clara uma doença crônica que grassa em nosso país desde o descobrimento.

Que patologia é essa Ademar? Respondo prontamente: ADESISMO. Uma doença que corrói as riquezas da nação em favor dos eternos beneficiários de verbas, poder, cargos e outras benesses que um estado insano fornece aos seus vampiros.

O recorte a seguir atesta o que houve nas últimas décadas do século XIX e que treze décadas depois continua ocorrendo: “Em pouco tempo, recém-convertidos à causa republicana, os mesmos antigos barões do café, senhores de engenho, charqueadores, pecuaristas e outros senhores escravagistas – eles próprios ou seus famílias -, que até pouco antes mandava me desmandavam no Império, passaram a dar as cartas no novo regime…”

Para não forçarmos muito a memória vamos lembrar que muitos que lambiam as botas dos generais aderiram ao bloco que elegeu Tancredo, seguiram com Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer e o atual presidente, em janeiro abraçarão o novo mandatário. Figuras públicas e privadas carregam o vírus do adesismo e transferem aos seus descendentes.

Nos adesistas de hoje sem muito esforço será identificado DNA de pessoas que estavam nas caravelas de Cabral, na época das capitanias Hereditárias, na chegada de Dom João VI, na Independência e outros momentos cujos fatos históricos viraram uma página na perspectiva de criar um novo enredo. Os governantes usam tais figuras para se sustentarem e justificam a convivência com a desculpa da governabilidade que representa nitidamente a falta de um projeto isento de vampiros. Atrair tais figuras e menos custoso que criar alternativas de independência.

Crônica de Ademar Rafael

AMIGOS DE QUINCAS RAFAEL – V

Chegamos ao penúltimo dos seis amigos de Quincas Rafael. Desta feita falaremos sobre o comerciante Hermenegildo Marinho dos Santos conhecido como Seu Minéu. Com este eu convivi deste que aportei em Afogados da Ingazeira em 1972. A sua peixaria na Avenida Manoel Borba era vizinha da loja de produtos agropecuários denominada CRC – Companheira de Revenda e Colonização, local onde estudei e trabalhei com o amigo Dimas Mariano de Brito. Ali Seu Minéu, ao saber que eu era filho de Quincas Rafael sempre me dedicou generosa atenção.

Posteriormente como funcionário do Banco do Brasil usufrui, normalmente ao final das sextas feiras, com outros colegas do banco o fim de tarde que Seu Minéu promovia para amigos. Aprendi muito naquele espaço com os médicos Hermes e Orisvaldo e com o veterinário Bartolomeu. O carisma do proprietário elevava o nível da satisfação em tomarmos cerveja gelada com um tira gosto especial.

O jovem sonhador teria acesso ao estilo carismático de Seu Minéu, o qual meu pai destacava em nossa conversas. Tive o privilégio de trabalhar com Fernando e Nenéu, filhos do ilustre comerciante. Fernando, ainda na ativa no Banco do Brasil dedicou-se com afinco às pesquisas sobre Afogados da Ingazeira e região e tem, sem sombra de dúvidas, o maior acervo fotográfico sobre personalidades e fatos da nossa cidade. Produziu dois belos livros sobre o região: “Afogados da Ingazeira ‘Memórias’” e “Afogados da Ingazeira, páginas da sua história.”

Tudo que meu velho pai me passou sobre amizade duradoura e sincera eu pude constatar na convivência com Seu Minéu, homem de destaque como comerciante, desportista e carnavalesco. Cada recanto do nosso saudoso ACAI – Aeroclube de Afogados da Ingazeira reproduzia as gargalhadas do nosso homenageado. Não é por acaso o nome de Minéu está inserido no poema de Quincas Rafael, denominado “O Coreto da praça”, ali está pelo fato da fazer parte da grife de amigos.

Crônica de Ademar Rafael

SILÊNCIO

Nesta crônica que encerra o conjunto de textos do décimo ano deste blog, buscamos inspiração para falarmos sobre o silêncio na frase: “Lembre-se da sabedoria da água: ela nunca discute com seus obstáculos, ela simplesmente os contorna.”, extraída do o site “Frases do bem”.

A escolha tem como base a certeza de que nela está inserida o sustentáculo da minha decisão em recorrer ao silêncio todas as vezes que percebi que minha ponderação, por mais adequada perante meu juízo de valor, criaria mais embaraços do que soluções para cada momento. Não nego, fugi do debate para evitar desgastes com parceiros em negócios e amigos.

Outras frases maravilhosas existem dando ao silêncio o status de sabedoria e prudência. Por outro lado a frase a seguir também é revestida de verdades: “O silêncio somente não é bom quando objetiva ferir o outro com a indiferença ou o desprezo.” Esta frase foi extraída de texto publicado pelo site “Mundo espírita.” Defendo a tese que não podemos, por omissão, nos calar diante de uma injustiça praticada contra nós ou terceiros.

O silêncio trazido para essa reflexão não é o silêncio amparado pelo inciso “LXIII” do Artigo 5º da nossa Constituição Federal nem no Artigo 186 do Código de Processo Penal do nosso país. Estamos falando sobre o silêncio que evita discursões intermináveis, que leva ao tumulto e desarmonia. Este é o que tenho ensaiado com a pretensão de chegar ao ponto ideal. É um exercício contínuo para colocar limite em nossa vocação para nos “metermos em tudo”, para ouvirmos mais do que falarmos e, principalmente, avaliamos antecipadamente o tamanho do estrago causado por nossa ponderação.

Que saibamos transformar essa escolha em um bem salutar para nós, para a comunidade que habitamos e para o mundo. Seguirei tentando, convido cada leitora e cada leitor a fazer o mesmo. Topam?

Crônica de Ademar Rafael

AMIGOS DE QUINCAS RAFAEL – IV

Em 1972 quando viemos residir em Afogados da Ingazeira meu pai sugeriu que em qualquer dificuldade imediata eu deveria procurar os seus amigos de infância, entre estes estava Décio Campos da Silva, seu Décio como era conhecido.

De onde vinha esta certeza do apoio? Da confiança que meu saudoso pai tinha no grupo de que estamos divulgando na última segunda feita de cada mês, neste semestre. Não houve necessidade e urgência para recorrer a estes amigos, mas a certeza da existência desses anjos da guarda dava certa segurança para o jovem advindo de Jabitacá.

Seu Décio foi uma liderança em Afogados da Ingazeira, construída com solidez pela forma como tratava todos. Como Inspetor de Trânsito ou empreendedor ele tinha enorme capacidade de criar soluções e ser bom conselheiro. Nos deixou com menos de 50 anos, na vida entre 1923 e 1972 deixou exemplos a serem seguidos. Ficaram conosco seis filhos, sendo três homens e três mulheres e Dona Zabezinha.

Lembro do dia que fui com meu pai esperar o cortejo com o corpo de Seu Décio, nas imediações do Sítio Barro Branco em Iguaracy. No trajeto Quincas Rafael falava emocionado sobre a salutar amizade entre os dois, nesta viagem tive mais um incentivo para criar a manter amizades.

Tenho o privilégio de ter convivido e ser amigo de Reginaldo, que também nos deixou, Ednaldo e Luciano. A eles nas vezes que recorri foi plenamente atendido, a amizade do nossos pais teve a sequência lógica.

A prepotência encontrada em muitos gestores e funcionários públicos com atuação na área de trânsito quer nas ruas, estradas ou unidades de atendimento – nos dias atuais -, é diametralmente oposta aos
procedimentos de Seu Décio. Era respeitado pelos pares em função do carinho que tinha por cada colega.

Crônica de Ademar Rafael

SEPSE

O título desta crônica pode remeter a atenção da leitora ou do leitor para um órgão público do estado de Sergipe, contudo, não se refere a esse assunto e sim ao nome dado para “infecção generalizada”.

Mas, hoje não vamos falar sobre a maior causa de mortes evitáveis no mundo. Falaremos sobre o sistema político brasileiro que sob o olhar deste modesto cronista se encontra com alto nível de infecção. Não existe medicamentos capazes de combater os danos causados ao país, ao seu povo e aos interesses coletivos.

Que fique claro e evidente que não podemos nem devemos culpar cidadãs e cidadãos que disputam os pleitos eleitorais e são eleitos, concorrendo aos cargos pretendidos sob o manto da legislação vigente.

Qualquer brasileira ou brasileiro que resida no espaço compreendido entre a nascente do Ailã, no Monte Caburaí estado de Roraima, ao Arroio do Chuí, no Rio Grande do Sul e entre a Ponta do Seixas na capital do estado da Paraíba e a Serra da Contamana, na nascente do Rio Moa no estado do Acre sabe que com os mecanismos atuais jamais reduziremos o fosso social e a lama em estado de putrefação do nosso sistema.

Por meio do voto poderíamos mudar algo se não continuássemos votando nos mesmos, elegendo os de sempre. Se colocarmos os eleitos para os cargos de governador, senador, deputado federal e deputado estadual em ordem alfabética encontraremos nomes de famílias que estavam nos cartazes preto e branco da época dos nossos avós.

Isto mesmo, famílias que receberam votos dos nossos avós continuam recebendo nossos votos. A proliferação de familiares na política ganha das duplas sertanejas no Centro Oeste do Brasil e é páreo duro para o cupim “coptotermes gestroi”, que povoa o mundo. Em resumo: “Votando nos mesmos, vamos continuar na mesma.” Que venham 2024, 2026…

Crônica de Ademar Rafael

REMÉDIOS AMARGOS

Ainda na ressaca das eleições vamos refletir hoje sobre algo com complexidade no nível da retirada do nosso país da crise moral e institucional em que se encontra, falaremos sobre a crise climática.

O capitalista americano, John Doerr, acredita que para cumprimos desafios que permitam atender propostas inseridas no Acordo de Paris precisamos mergulhar em direção a objetivos que se encontram submersos nos interesses de alguns países que seguem ignorando acordos feitos no encontro realizado na capital francesa. Em livro lançado no final no ano de 2021, ainda sem tradução para português, o autor relaciona dez objetivos. Dentre estes o consultor Leandro Franz nos apresenta seis em recente publicação da HSM Management.

São estes os pontos destacados: Eletrificar o transporte, por meio da produção de carros elétricos em troca de veículos que usam combustíveis fosseis; descarbonizar o sistema, com utilização massificada dos sistemas eólicos e solares; consertar nossa alimentação, através da redução dos desperdícios e consumo seletivo; proteger a natureza, com abandono de práticas que agridem fauna e flora; limpar o indústria, especialmente cimento e aço com a troca dos modelos atuais por plantas que inovem os processos em direção à redução de emissões de carbono e recapturar carbono da atmosfera via inovações tecnológicas ou reflorestamento.

São posicionamentos que alteram regras que imperam no mundo há muito tempo. Três indagações ficam no ar. A indústria do petróleo vai aceitar passivamente a troca dos automóveis atuais por carros elétricos? Os “donos” das indústrias poluentes estão dispostos a investir altas somas para mudar o sistema em uso? Os indivíduos estão dispostos a alterar a forma de consumo de alimentos em favor da sociedade? Como tais perguntas não serão respondidas as teses de Doerr ficarão no livro e na cabeça dos que as defendem, os remédios sugeridos são amargos. Sem ação essas boas intenções ficam apenas como teses salutares.

Crônica de Ademar Rafael

AMIGOS DE QUINCAS RAFAEL – III

Fechando a primeira parte desta série de seis crônicas sobre os amigos do poeta Quincas Rafael, com os três residentes nos município de Iguaracy, vamos falar sobre Gonçalo Severo Gomes. Diferente dos outros dois amigos, José Lopes Torres e Francisco Vicente Sobrinho, Gonçalo não adicionou a carreira política em seu currículo. Viveu e criou a família com muita dignidade como agropecuarista e vaqueiro por excelência.

Como os demais, carregou consigo valores como lealdade, compromisso suas obrigações e um caráter digno de ser copiado. Aos domingos passava em frente a nossa residência na Quixaba montado em um animal cujos arreios figurariam na capa de qualquer revista que abordasse o tema: “Harmonia entre arreios e animal.”

Sobre o vaqueiro Gonçalo a estrofe abaixo, feita por mim para Festival de Poesia realizado anualmente pelo poeta Iranildo Marques em Serra Talhada, cairia como um luva. Sem tirar uma vírgula e adicionando muitas reticências chegaríamos ao seu perfil perfeccionista: “É o vaqueiro um amante do forró/Tem as mãos marcadas pelos calos/Seus parceiros nas lutas são cavalos/Seus redutos, Cariri e Moxotó/Espinharas, Pajeú e Seridó/Para honrar sua nobre profissão/Sofre mais com a falta de ração/Do que com a falta de dinheiro/Desce o pranto no rosto do vaqueiro/Quando a seca se hospeda no sertão.”

Seu zelo aos animais da sua Fazenda Santa Tereza era comentado em qualquer rodada de conversas sobre fazendeiros da região. O dilema entre ração para os animais x dinheiro talvez tenha sido a maior
preocupação do sertanejo aqui citado, foi um devotado para causas criar e cuidar bem.

Tenho a obrigação de mencionar ainda outras duas características de Gonçalo. A primeira, a forma educada que ele tratava todo mundo e a segunda, mesa farta. Da sua casa ninguém saia com fome. Seu carisma e sua capacidade de juntar amigos para uma boa conversa fazem falta.