O TETO DA MALDADE
Tenho uma teoria que, em alguns casos, a informação deturpada e manipulada causa mais estrago do que a ausência da informação. Estatese se aplica no caso do famigerado teto de gastos uma das piores contribuições do governo Temer.
Antes que alguém me acuse de defender a irresponsabilidade fiscal quero deixar claro que não é este o caso. Controle de gastos públicos pode ser feito sem essa invenção que tanto agrada os ditos “mercados”. O que motiva essa defesa? Explico: O mercado é a cara, a cor e o gosto dos especuladores que vivem sugando os recursos das nações. O valor dos juros em seu favor está fora do teto, na hora que incluir o mundo desaba.
Defender o teto de gastos como ferramenta para cumprir a responsabilidade fiscal é uma burrice impossível de ser medida com as métricas existentes. É o mesmo que controlar inflação somente com alta de juros. As duas medidas agradam os agiotas que atuam na legalidade com o suntuoso nome de investidores. Somente um país desprovido de qualquer instrumento relativo à política industrial, política de desenvolvimento sustentável ou projeto estruturante que gere emprego e renda utiliza um artifício tão maléfico para maioria do seu povo e em favor de uma minúscula minoria.
Em troca desta desgraça que é o teto de gastos o governo poderia tributar dividendos, grandes riquezas, remessas para o exterior, extinção dos privilégios fiscais para os ricos e outras mecanismos que são direcionados para esmagar a classe trabalhadora que sobrevive com um salário de fome e cumpre suas obrigações enquanto contribuintes de um sistema tributário injusto.
Com o aumento das receitas advindas com as medidas sugeridas no parágrafo anterior a saúde, a educação e outros setores que alcançam a maioria da população não seriam sacrificados pelo teto da maldade.