REMÉDIOS AMARGOS
Ainda na ressaca das eleições vamos refletir hoje sobre algo com complexidade no nível da retirada do nosso país da crise moral e institucional em que se encontra, falaremos sobre a crise climática.
O capitalista americano, John Doerr, acredita que para cumprimos desafios que permitam atender propostas inseridas no Acordo de Paris precisamos mergulhar em direção a objetivos que se encontram submersos nos interesses de alguns países que seguem ignorando acordos feitos no encontro realizado na capital francesa. Em livro lançado no final no ano de 2021, ainda sem tradução para português, o autor relaciona dez objetivos. Dentre estes o consultor Leandro Franz nos apresenta seis em recente publicação da HSM Management.
São estes os pontos destacados: Eletrificar o transporte, por meio da produção de carros elétricos em troca de veículos que usam combustíveis fosseis; descarbonizar o sistema, com utilização massificada dos sistemas eólicos e solares; consertar nossa alimentação, através da redução dos desperdícios e consumo seletivo; proteger a natureza, com abandono de práticas que agridem fauna e flora; limpar o indústria, especialmente cimento e aço com a troca dos modelos atuais por plantas que inovem os processos em direção à redução de emissões de carbono e recapturar carbono da atmosfera via inovações tecnológicas ou reflorestamento.
São posicionamentos que alteram regras que imperam no mundo há muito tempo. Três indagações ficam no ar. A indústria do petróleo vai aceitar passivamente a troca dos automóveis atuais por carros elétricos? Os “donos” das indústrias poluentes estão dispostos a investir altas somas para mudar o sistema em uso? Os indivíduos estão dispostos a alterar a forma de consumo de alimentos em favor da sociedade? Como tais perguntas não serão respondidas as teses de Doerr ficarão no livro e na cabeça dos que as defendem, os remédios sugeridos são amargos. Sem ação essas boas intenções ficam apenas como teses salutares.