Em sessão solene, ministra Luciana Santos destacou importância estratégica do setor espacial para o desenvolvimento e soberania do país
O aniversário de 30 anos da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao MCTI, foi tema de sessão solene na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (23), em Brasília. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou da solenidade e destacou a importância estratégica do setor espacial para o desenvolvimento do país.
“A Agência Espacial Brasileira é essencial para a nossa soberania. São três décadas de avanços, de inovação e de compromisso com o futuro do Brasil. Muita gente pode não se dar conta, mas o setor espacial está presente do aplicativo de transporte até as previsões meteorológicas, passando pelo monitoramento de nossas florestas”, ressaltou a ministra.
A AEB é uma autarquia vinculada ao MCTI. Cabe à agência formular e coordenar o Programa Espacial Brasileiro. Desde sua criação, em fevereiro de 1994, já foram realizados mais de 4 mil lançamentos de foguetes nas bases de Alcântara (MA) e da Barreira do Inferno (RN).
Atualmente, 11 empresas internacionais estão licenciadas para operar no Brasil e novos lançamentos de foguetes – brasileiros e estrangeiros – estão previstos para este ano.
*Satélites*
“Por meio de nossa Política Espacial foram desenvolvidos e aprimorados sistemas de comunicação e vigilância por satélite, que são fundamentais para o monitoramento de nossas riquezas, do território, dos recursos hídricos e da safra agrícola, bem como para a proteção das terras indígenas e gerenciamento de desastres naturais”, explicou Luciana Santos.
A ministra lembrou que a constelação de satélites brasileiros permitiu que o país reduzisse significativamente o desmatamento na Amazônia em 2023. Ela citou como exemplo o Amazônia 1, que opera desde 2021 e foi totalmente desenvolvido e operado no país. Com a ajuda do satélite, o Brasil conseguiu reduzir em 40% o desmatamento na Floresta Amazônica.
*Investimentos*
Para enfrentar o desafio da autonomia no acesso ao espaço, o MCTI destinou R$ 370 milhões de subvenção econômica ao setor. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
A cooperação científica com outros países também é uma marca da Política Espacial Brasileira. Com a Agência Espacial Americana (NASA), o Brasil assinou o Acordo Artemis para exploração do potencial lunar. Com a China, o Brasil já lançou seis satélites de sensoriamento remoto e se prepara para desenvolver o CBERS-6, que vai aperfeiçoar o monitoramento da Amazônia ao permitir a geração de dados em qualquer condição climática. Já com a Argentina, o Brasil desenvolveu o satélite SABIA-Mar, voltado para o monitoramento do oceano.
*Homenagem*
A sessão solene em homenagem aos 30 anos da Agência Espacial Brasileira foi uma iniciativa dos deputados Luisa Canziani (PSD-PR) e Zeca Dirceu (PT-PR).
Além da ministra Luciana Santos, também compuseram a mesa o presidente em exercício da AEB, Rodrigo Leonardi; o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão; e a diretora de Planejamento, Orçamento e Administração da AEB, Vanessa Murta Rezende.