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OPINIÃO DO PERNINHA
Esta é a nossa primeira matéria após o feliz regresso à querida Afogados. Foram dez anos de ausência, mas o tempo não foi capaz de desfazer o vínculo afetivo que mantemos com essa cidade.
A crônica de hoje surgiu de uma cena inusitada que aconteceu no último final de semana. É que na sexta feira (10), fui até a CIRETRAN local fazer a transferência de um veículo e, como tinha que passar na casa da minha genitora para lhe dar um abraço, resolvi ir pelo trevo que dá acesso ao distrito de Ibitiranga. Antes de chegar à curva que volta para a cidade, uma construção me chamou a atenção por dois motivos: sua localização e o estado de abandono.
Desliguei o carro e fiquei a me perguntar por que se brinca tanto com o dinheiro público e qual o motivo do descaso por aquela obra. No dia seguinte, ainda encucado, cheguei à feira livre e, propositalmente, abri uma discussão com quatro ou cinco transeuntes na feira de animais.
Perguntei ao primeiro:
– Que construção é aquela que margeava a pista que vai de Afogados à Carnaíba?
– E ele me respondeu: é um curral.
– Um curral?
– Sim Sr. Danizete, um curral.
– Mas para que serve aquele curral?
– Para que serve não sabemos, mas que é um curral é.
– E por que construíram naquele local? – perguntei me virando para o segundo senhor.
– Foi um estudo que fizeram. Dizem que a prefeitura mandou uma equipe até o Estado de Minas Gerais para pegar o modelo, que não custou nada barato. Somente com despesas de diárias foi gasto algo em torno de R$ 90.000,00 (noventa mil reais).
– Mas que modelo? – perguntei.
– O modelo do curral. Não vê que ele é diferente?
– Realmente – concordei. E por aqui ninguém tinha condições de fazer esse curral?
Um terceiro me respondeu:
– Tinha, mas talvez ficasse bem mais caro.
Continuei sem entender muita coisa, porém, para não prolongar a conversa, ainda perguntei:
– E quando ele vai ser inaugurado?
O primeiro senhor tomou a palavra e disse:
– Já foi inaugurado duas ou três vezes. E o senhor não tenha a menor dúvida: é um curral muito bem feito, foi projetado por quem entende do assunto e um dia nós vamos saber a utilidade dele. Por enquanto ainda é um grande mistério. Confesso que conversei com estes senhores por cerca de 30 minutos e continuo com a mesma dúvida. Afinal, para que diabos serve aquele curral?
Por: Danizete Siqueira de Lima
Abril de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Educação, saúde e segurança – como andam?
Quando vejo alguma pesquisa divulgada – por mais que eu me esforce – não consigo esconder o meu ceticismo diante dos números apresentados. Sabemos que existem institutos sérios, como também, existe o famoso “marketing midiático”, capaz de alterar qualquer planilha quando os números não são favoráveis ao governo.
Recentemente vimos uma pesquisa dando mais de 80% de aprovação para a gestão do prefeito do Recife, Geraldo Júlio. Confesso que fiquei curioso por números de uma pesquisa para o governo do Estado. Por que tanta curiosidade? A resposta é simples. Se você acompanhar a mídia, tudo vai muito bem obrigado; se você acompanhar a realidade da capital e der uma passadinha pelo interior é de dar arrepios. Que o digam as nossas estradas.
Os problemas são inúmeros mas, para não sermos prolixos, falaremos dos três acima.
Educação – o governo atual em plena campanha prometeu dobrar os salários do professor e (pasmem) teve quem acreditasse. É claro que isso foi e é um engodo. Toda semana temos paralisações na rede municipal e estadual e tudo volta a estaca zero. A educação é só folclore. Um mestre tendo como salário nacional algo em torno de R$ 2.000,00 por mês, é vergonhoso.
Saúde – A pernambucana que gritou dos corredores do Hospital Getúlio Vargas, de nossa capital, em alto e bom som, ao verificar sua genitora em uma maca há vários dias é um belo exemplo de como estão sendo tratados os pacientes do SUS (seu último suspiro).
Segurança – Apesar de toda propaganda do governo enaltecendo o PACTO PELA VIDA, vejamos o que escreveu o Magistrado Walter Gomes de Melo, no caderno Opinião do Diário de Pernambuco de 28/03: “A violência impera em todos os recantos do estado. Na Ilha de Itamaracá, abandonada há lustros, domina a droga e a ( lei do mais forte). Em final de semana do corrente ano, no bairro de Jaguaribe, em um só dia foram executados três jovens ao mesmo tempo. Na ex-pacata cidade de Riacho das Almas o mesmo ocorreu, com crimes contra a vida”. E o que dizer dos recentes e bárbaros trucidamentos da cidade de Poção?
Sabemos que o País passa por uma grande crise e a economia está mais do que fragilizada. Recentemente, os governadores do Nordeste estiveram reunidos com a presidente Dilma Rousseff e voltaram com as mãos abanando. Porém, sabemos que Pernambuco tem um PIB alto e se bem administrado poderá trazer muitos benefícios para a sociedade pois, paralelamente as mazelas aqui citadas, os encontros festivos imperam com mordomias e mais mordomias conforme pudemos observar nos camarotes carnavalescos últimos. Lembremos, também, da farra das bandas em festas do interior financiadas com dinheiro público.
Diante de uma carga tributária elevada como a nossa (uma das maiores do planeta), admitir que o ser humano venha a necessitar de uma cirurgia ou qualquer atendimento médico e permaneça dias e mais dias em uma maca nos corredores hospitalares, corresponde a uma bruta cena de guerra. Parafraseando o Magistrado que citamos acima, estamos a viver dias angustiantes que nos lembram o pastor, teólogo, sociólogo Martin Luther King, assassinado no verdor de sua inteligência pulsante, quando afirmou oportunamente em sua luta pela igualdade racial, temer não os corruptos, mas “o silêncio dos bons”.
Danizete Siqueira de Lima
Recife – PE – abril de 2015
OPINIÃO DO PERNINHA
Administrar o patrimônio público com responsabilidade não é tarefa para qualquer um. Ainda mais quando se tem em jogo projetos pessoais e precisamos atender interesses de uma casta de privilegiados que não tem qualquer compromisso com o nosso País.
Desde o início do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff vem colecionando dissabores: a economia vai mal, o relacionamento com o Congresso Nacional muito pior e, de quebra, crescem a perda da credibilidade e a desaprovação do eleitorado. Tudo isso em um cenário de incertezas onde cada etapa da operação Lava-jato desvenda mistérios que assusta a população, pela simplicidade com que as desordens eram praticadas e pelo montante envolvido nos escândalos de propinas e corrupção.
Como se não bastassem tudo isso sobrou uma dor de cabeça enorme para os nossos estudantes que pensam em ingressar numa Universidade. A irresponsabilidade do governo na administração passada – mais precisamente em 2014 -, fez com que a falta de controle e rápida expansão do crédito educativo se tornasse um problema para instituições de ensino e alunos, ou seja: vendeu-se para a população uma proposta de garantia de acesso pleno à graduação e o estado não tinha como bancar essa promessa.
Criou-se uma falsa expectativa, as Universidades engordaram suas contas bancárias, a exemplo de Kroton (maior rentabilidade da Bolsa de Valores em 2014), Estácio de Sá, Ser Educacional e tantas outras. De repente, os critérios são alterados e os nossos jovens ficam a mercê da própria sorte. Eu já conheço esse filme. Quando as coisas são feitas de improviso, ora a torneira é aberta em demasia, ora o aperto é sem qualquer medida.
No final de tudo, há quem sugira: mas o governo tinha que dar um freio nas liberações do Fies Concordo em grau, gênero e número. A coisa estava muito solta e o governo sabia. E vou mais além: tudo isso se deve a falta de planejamento e, principalmente, as estratégias eleitoreiras. Lembram da redução nas contas de luz? E das desonerações nas folhas de pagamento das empresas? E da redução no IPI dos automóveis? E dos pacotes de bondades distribuídos com governadores e prefeitos em plena campanha presidencial?
Qualquer pessoa minimamente sensata sabia que a bomba estouraria. Era ano de eleição e agora vamos pagar por todos esses desmandos, com multa, juros e correção monetária. E os problemas se acumularam de tal forma que não temos como falar em reforma política (a maior ojeriza dos nossos representantes)
Destarte, vamos adiando as coisas importantes até chegarmos a um novo pleito -3 anos e 9 meses passam rápido – para podermos, novamente, dar o nosso voto endossando essas ações que tanto nos afligem. Reclamar de quê?
Danizete Siqueira de Lima
Recife – PE – abril de 2015
OPINIÃO DO PERNINHA
Uma data histórica – 15/03/2015
Há exatos dez dias o Brasil se pintou de verde e amarelo e o povo – de forma pacífica – foi às ruas levar o seu recado ao governo federal. Após as passeatas surge a briga numérica em relação a quantidade de manifestantes: a polícia militar faz um cálculo, a imprensa faz outro e a militância do PT usa de todos os artifícios possíveis para maquiar esses números passando uma falsa impressão de que tudo está dentro da normalidade. E não está.
Fazendo uma leitura correta do movimento, fica bastante claro que uma boa parcela da população de 50 cidades e capitais, aproximadamente, está insatisfeita com o quadro que se desenha e não seria exagero afirmarmos que paira um sentimento de revolta por parte de muitos que ali foram levar a sua indignação.
Diferentemente do alardeado por marqueteiros na campanha eleitoral, a situação do país é grave e requer medidas efetivas. Não há o menor sentido em o governo querer fazer vista grossa ou subestimar as manifestações. Mal assumiu o segundo mandato, a presidente Dilma tomou providências necessárias mas antipopulares. O aumento das tarifas administradas pelo Estado pegou pesado no bolso dos brasileiros. Luz, água e combustível sacrificaram o já encolhido orçamento doméstico pela elevação do preço de bens e serviços, sobretudo o dos alimentos.
Enquanto a inflação galopa devorando parte significativa da remuneração dos trabalhadores, que precisam apertar cada vez mais o cinto, eles assistem aos escândalos escabrosos da operação Lava Jato, que desvenda um mega esquema de corrupção que não sabemos até onde vai nem podemos mensurar o tamanho do rombo provocado na nossa querida Petrobrás. Os depoimentos de ex-dirigentes que se dispuseram a fazer a delação premiada assustam não só pelo profissionalismo do descaminho, mas, sobretudo, pelas cifras envolvidas.
Diferentemente de 2013, quando milhares de pessoas saíram de casa para fazer reivindicações difusas, no domingo elas tinham objetivo claro, ou seja, a volta às ruas teve o firme propósito de protestar contra os desmandos e abrir os olhos do governo. O recado da presidente Dilma, logo após as manifestações, falando de reforma política não é o que o povo queria escutar. A reforma é um sonho antigo, é importante e precisa ser feita para aperfeiçoamento do processo eleitoral. Contudo, isso é assunto para um outro momento.
O que o governo está precisando é baixar a bola e ter humildade para dialogar com o congresso, aprovando as medidas que o País precisa para sair do atoleiro dando uma resposta plausível à população. Resposta esta que venha a acalmar os ânimos e devolver um pouco de credibilidade a nossa Pátria que clama por justiça e sonha com dias melhores. Chega de falácias e discursos ultrapassados que não nos levam a lugar nenhum.
Danizete Siqueira de Lima
Recife (PE) – março de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Sobram problemas ou falta governo?
Com a última reunião do COPOM – Conselho de Política Monetária, em 04/03/2015, aumentando a Taxa SELIC em mais 0,50% subimos para 12,75% ao ano e chegamos bem
próximo do que o mercado espera para o final do ano (13%), ou seja, basta mais uma reunião.
O IPCA deve superar os 8% em março no acumulado de 12 meses. Com a SELIC batendo os 13% nos destacamos no top 10 dos maiores juros do mundo. Time seletivo que nos coloca ao lado de economias como: MALAWI (25%), Gana (21%), Moldávia (13,5%), Nigéria (13%) e Mongólia (11,5%). Sem falar dos (sub) emergentes: Rússia (em guerra e sofrendo sanções de todo o mundo) e Argentina num caos generalizado.
O crescimento chinês está em 7%. Mais que isso é a nossa inflação. Os juros reais Norte americanos são de (-1%). Esse é o percentual do nosso crescimento (abaixo de zero).
Os números falam por si e a presidente Dilma Rousseff fala por ela, como fez no último pronunciamento em rede nacional: “É verdade que o Brasil passa por um momento difícil, mas nem de longe estamos vivendo uma crise das dimensões que alguns dizem”. Quem está certa Dilma ou os números? Como explicar esse paradoxo?
O hábito de xingar quem discorda dela ou aqueles de quem ela discorda vem de longe e depois que a operação Lava Jato subiu as escadarias do palácio do Planalto, cada dia ficam mais claras a omissão e a conivência da presidente na roubalheira da Petrobras.
Os números do governo petista contribuem cada vez mais com a corrosão do nosso país. A
administração federal tem 39 ministérios, 128 autarquias e 141 empresas estatais. A prioridade de um governo responsável é canalizar recursos para o crescimento econômico, investindo na infra estrutura e estimulando os investimentos privados em uma economia cujas carências beiram o abismo, e também no fortalecimento dos gastos com os programas sociais, a exemplo do Bolsa Família que tem um custo da ordem de 0,5% do PIB – Produto Interno Bruto.
Para comparar, só o pagamento de juros da dívida pública ao mercado financeiro, em 2014, fica acima de 6% do PIB. Não são os programas sociais os responsáveis pelos descontroles da economia. No ano, o Bolsa Família recebe o que os banqueiros ganham em um mês.
A presidente deveria buscar informações na Secretaria de gestão Pública, órgão do Ministério do Planejamento, que registra: o Executivo tem 757.158 cargos de serviços efetivos, mais 113.869 cargos de confiança e comissionados, além de 20.922 contratos de trabalho temporários. Só a presidência da República em dezembro de 2014 era responsável por 23.008 cargos de confiança e comissionados. Na Alemanha, a primeira ministra Angela Merkel dispõe de 600 funções de confiança.
Vista pela ótica da razão chegamos a seguinte conclusão: o que falta ao Brasil é governo.
Danizete Siqueira de Lima.
Recife – PE. Março de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Executivo e Legislativo – cada qual com suas conveniências.
E quem fica conosco?
Sou um leitor assíduo do Jornal do Commercio, mas, vez por outra, dou uma olhada no Diário e/ou na Folha do estado. No dia 26/02, ao passar por uma banca de revistas vi estampado na primeira folha do Diário de Pernambuco, a manchete: elas viajam e nós pagamos a conta.
Isso mesmo. Fiquei curioso, comprei o matutino para folheá-lo em casa, e tive uma grande surpresa. Se não, vejamos: Enquanto aguardamos o arrocho fiscal anunciado pelo Planalto e convivemos com a alta da inflação, aumento de impostos e de combustíveis, escassez de água em alguns estados e risco de apagão elétrico, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou um pacote de bondades para os parlamentares, com validade a partir de 1º de abril que custará aos cofres públicos, a bagatela de R$ 112,7 milhões só em 2015, o que representa R$ 219,79 mil para cada um dos 513 deputados, ali incluído a liberação de passagens aéreas para cônjuges de deputados, proibido desde 2009.
Foi muito feliz a jornalista Bruna Siqueira do Diário Econômico, quando se referia ao filósofo Jean-Paul Sartre que disse certa vez : “o pior mal é aquele ao qual nos acostumamos”. Essa é a grande verdade. Enquanto assistimos a dilapidação do patrimônio da maior estatal brasileira, temos que ouvir a presidente da República declarar que a perda do grau de investimento da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody’s é falta de conhecimento do que está acontecendo. Será mesmo?
A corrupção tornou-se corriqueira de tal forma que baixamos a cabeça diante dos ladrões que nos assaltam; os piores políticos são os que mais se perpetuam no poder e os cargos que ocupam são quase vitalícios. Nitidamente, tudo parece normal num país onde um juiz desfila com o Porsche do réu, numa tranqüilidade impressionante. E aí fazemos jus à pecha de que somos uma República de Bananas onde mulher de deputado tem direito a passagem aérea paga pela sociedade, enquanto o escândalo da operação Lava-Jato aponta um rombo bilionário impossível de ser mensurado.
Que arrocho fiscal é esse perguntamos aos parlamentares? Vocês viram os cminhoneiros travarem o País depois que a Cide foi ressuscitada elevando o custo do óleo diesel? Vocês estão sabendo que o governo deixou de pagar o Pronatec, impedindo os nossos jovens de fazerem um curso técnico? (aquele curso que a presidente tanto enalteceu em sua campanha). Vocês estão sabendo que os recursos do PAC encolheram? Por quê vocês, antes de tomarem tais medidas, não consultaram os trabalhadores da indústria naval em Pernambuco que perderam os seus empregos? É muita canalhice.
Na semana seguinte à aprovação do pacote de bondades, por conta da pressão popular, o presidente da Câmara deu uma recuada no benefício das passagens aéreas, mas não se enganem que após a turbulência eles voltarão ao assunto com mais furor. É por essas e outras que só temos dois caminhos a seguir: reagir ou concordar com o filósofo quando afirmou categoricamente que o pior dos males é aquele com o qual nos acostumamos.
Por: Danizete Siqueira de Lima
OPINIÃO DO PERNINHA
O índice divulgado em recente pesquisa do DataFolha – recorde em 26 anos de levantamento – é muito preocupante, se levarmos em conta que 71% dos entrevistados rejeitam os partidos políticos brasileiros. Dita de outra forma, a taxa mostra de maneira crítica a realidade perturbadora: em cada 10 brasileiros, sete repelem o sistema representativo. Recusam “tudo o que está aí”, como diziam faixas exibidas pelos manifestantes há um ano e meio.
Outro dado curioso é a queda observada em apenas dois meses. Em dezembro a pesquisa apontava seis insatisfeitos em cada dez. O movimento descendente experimentou considerável aceleração em junho de 2013, quando saltou de 55% para 64%. Na ocasião, levas de manifestantes tomaram as ruas das principais cidades brasileiras protestando contra a corrupção, os nossos representantes, os aumentos nas tarifas de ônibus e a má qualidade dos serviços públicos.
Agora, a caída foi silenciosa e abrangente, conforme matéria veiculada na imprensa, atingindo a maior parte dos partidos sem beneficiar nenhum em particular, ou seja, não houve migração de uma sigla para outra. O PT marcou retração de 22% para 12% na preferência do eleitorado. O PSDB, principal opositor, caiu de 7% para 5%. Os números deixam claro o desalento da população, que não acredita na política como caminho para solução de problemas.
Aliado às crises na saúde, educação, segurança e mobilidade urbana, o quadro desalentador se reflete no humor nacional. O esquema de corrupção bilionário da Petrobras, desvendado pela operação Lava-Jato da Polícia Federal, veio contribuir – e muito – para aumentar o descrédito generalizado.
A matéria foi bastante feliz quando fez alusão a Confúcio pelo que disse há 2.500 anos: “o líder precisa de exército para defender as fronteiras, comida para alimentar o povo e a fé da população. Se tivesse de abdicar de um, seria o exército. De dois, adicionaria a comida. Porque, sem o crédito dos governados, não há governo que se sustente”.
Reforçando o que dissemos no início: os dados são preocupantes e o pior é o pessimismo mostrado em relação ao futuro do país e dos seus cidadãos. Se não houver uma melhor condução nas rédeas dessa carruagem, a tendência é que a vaca vá pro brejo com chocalho e tudo.
Danizete Siqueira de Lima.
Recife – PE – março de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
A Igreja e a Campanha da Fraternidade.
Estamos em plena Quaresma, e por tratar-se de um tema que interessa a maioria, pegamos um gancho no editorial que circulou no Diário de Pernambuco de 12 do corrente, para falarmos sobre um assunto que diz respeito à Campanha da Fraternidade.
O Carnaval nem havia começado oficialmente e a Igreja Católica, como vem fazendo nos últimos 50 anos, já se preparava para o pós festejo de momo. Na quarta feira de Cinzas, enquanto os foliões curavam a ressaca, a instituição, em parceria com outras denominações religiosas, batiam na tecla de que os cristãos devem ficar de olho e se envolverem nos problemas sociais.
É louvável a atitude da Igreja quando diz no material da (CF) Campanha da Fraternidade que a participação dos cidadãos e as cobranças desses, exigidas de maneira organizada e sistemática, são imprescindíveis para as mudanças no país. Nos indicativos de serviços, a CF aponta para o trabalho em favor da construção de uma cultura de paz, da participação em conselhos paritários – inclua-se aí os de saúde, educação, transporte público, direito dos idosos – e da defesa da reforma política.
Os rumos indicados pela CF, se repararmos o passado recente, são para a implantação do financiamento democrático das campanhas políticas, por exemplo. É o financiamento público de campanhas. Tais posições, caso o leitor olhe a história dos anos 1970 e 1980, verá não ser novidade na trajetória da Igreja.
Na época, como agora, perante os gestos e os posicionamentos do papa Francisco, o acesso dos pobres aos serviços públicos e a democratização das práticas são encaradas como forma de servir. E não seria diferente com os ilustres deputados federais, neste momento mais preocupados em carimbar verbas públicas com seus nomes.
Pois bem, católicos e “escolhidos” pelo voto deveriam fazer valer- sem maquiagem – o lema escrito no cartaz da Campanha da Fraternidade: “Eu vim para servir”.
O chamamento está sendo feito e a escolha é nossa. A Igreja se posiciona na campanha, faz o alerta à sociedade como um todo e fica aguardando a colheita dos frutos. A nós, pobres mortais, só resta abraçar a causa, arregaçar as mangas e cair na luta; caso contrário, não contabilizaremos qualquer vitória.
Danizete Siqueira de Lima
Recife – PE – fevereiro de 2015.
OPINIÃO DO PERNINHA
Após duas semanas do ocorrido, este foi o melhor título que encontrei sobre a nomeação feita por Dilma Rousseff para a presidência da Petrobrás, em 06/02.
A cada dia que se passa vemos que Lula colocou nos ombros da presidente um fardo maior do que ela podia carregar. Com a nomeação de Bendine, a presidente conseguiu desagradar a todos: sua equipe econômica, o próprio partido (PT), o mercado financeiro e deixou de quebra um prato cheio para a oposição. Aliás, ao que nos parece, a presidente não se preocupa muito em contrariar opiniões de quem quer que seja, pois, há rumores de que o ex presidente Lula defendia os nomes de Nildemar Secches, ex-presidente da Perdigão, e de Antônio Maciel Neto, presidente do grupo Caoa, que trabalhou na Petrobrás por 10 anos.
Sabemos que o mercado apostava em outros nomes como o do economista Paulo Leme, presidente do Banco Goldman Sachs (NYSE:GSF) no Brasil; de Murilo Ferreira, atual presidente da Vale; Luciano Coutinho, do BNDES; Rodolfo Landim, ex presidente da BR Distribuidora e Henrique Meirelles, ex presidente do Banco Central no governo Lula. Mas a decisão da presidente parece ser de caráter pessoal e quase afetivo já que trata o nomeado carinhosamente de Dine.
Ou seja: Dilma fez quase tudo que o bom senso não recomenda. A Petrobrás (era) é um símbolo da nossa economia e, diante de tamanha crise, precisava de um nome de peso para tirá-la do abismo. Esse patrimônio dos brasileiros não pode ser tratado como se fosse propriedade privada. É tão difícil entender isso? não estamos falando de uma nomeação qualquer nem procurando alguém para assinar papéis só para dizer que o cargo foi preenchido.
Bom mesmo era se pudéssemos substituir um (a) presidente da República com a mesma facilidade que se troca um presidente de estatal. O governo atual além do amadorismo e da improvisação, demonstra claramente a sua inércia em administrar crises e entender o tamanho e a gravidade da situação em que se encontra a maior empresa do País. Teve três meses para escolher um substituto e cruzou os braços; após a saída de Graças Foster ficou com três dias para tomar uma decisão. O desastre era inevitável.
Ressalto que nada tenho contra o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Quem tem é o Ministério Público, onde ele teve que explicar o favorecimento à amiga e apresentadora de TV Val Marchiori, quando do empréstimo de quase 3 milhões de reais, tendo como garantia apenas a pensão alimentícia de dois filhos menores.
Essa denúncia por si já causaria grande desconforto para a nomeação, mas o homem é ligado ao ex-presidente Lula – a quem deve a nomeação para a presidência do BB em 2009 – e, apesar de não ter currículo de quem já salvou alguma empresa ou que tenha trabalhado numa exploradora de petróleo, é o “ Dine” da Presidente Dilma e fim de papo.
Por: Danizete Siqueira de Lima
Recife – PE – fevereiro de 2014.
OPINIÃO DO PERNINHA
Já se sabia que a presidente Dilma Rousseff, em campanha pela reeleição, tinha varrido para debaixo do tapete a verdade sobre o resultado das trapalhadas que o seu governo aprontou em 2014 com o dinheiro arrecadado da sociedade. Mas nem os analistas mais pessimistas imaginavam qual era o tamanho do rombo. Só na semana retrasada foi conhecido o balanço fiscal de 2014: um desastre.
Mesmo depois de todos os truques contábeis e de adiar para 2015 pagamentos que somam R$ 226 bilhões, o governo central fez muito pior do que deixar de cumprir o compromisso de gerar o superávit primário de R$ 99 bilhões prometido no início do ano. Os números oficiais revelam o quanto Dilma e a equipe do então ministro da fazenda, Guido Mantega, prejudicaram o país por colocarem o calendário eleitoral acima da lei e da responsabilidade que se espera dos governantes eleitos pelo povo.
A desculpa de que a receita tributária ficou aquém do esperado não convence. Afinal, a economia vinha desacelerando há mais tempo e qualquer administrador medianamente responsável teria tomado a mais prosaica das providências nesses casos: conter despesas. Mas, como nada foi feito para frear os gastos, a maldita herança continuará produzindo os frutos do descaso.
Exemplos de como a economia anda fragilizada é o que não faltam: a imprensa que é e tem que ser a foto do abismo de um país falido aponta para “crescimento” de 0,03% (vide projeções atualizadas de mais de 100 agentes de mercado, via relatório Focus), e inflação a 7,01% este ano.
Somem-se a essas duas mazelas juros de mais de 12% ao ano, indústria demitindo de Norte a Sul, inclusive o protegido automobilismo, dívida pública de R$ 2 trilhões e 300 bilhões, rombo de 32 bilhões (maior da história).Tudo isso sem considerar potenciais impactos adicionais partindo da caixa preta da Petrobras, do racionamento de energia e da crise hídrica.
Ou seja: temos apagão de luz, de água, da saúde, da segurança, da educação e da memória do nosso eleitorado. Mas o pior de todos os apagões é o apagão do governo Dilma que foi eleita pelo povo na base da mais sórdida violência oficial e da mais deslavada corrupção, mas foi votada, escolhida, ganhou.
E ficando com ela a vitória, sobrou para a sociedade o ônus da irresponsabilidade e da incompetência, aliado à grata certeza de que nada é tão ruim que não possa piorar.
Danizete Siqueira de Lima
Recife-PE – fevereiro de 2015.