Após duas semanas do ocorrido, este foi o melhor título que encontrei sobre a nomeação feita por Dilma Rousseff para a presidência da Petrobrás, em 06/02.
A cada dia que se passa vemos que Lula colocou nos ombros da presidente um fardo maior do que ela podia carregar. Com a nomeação de Bendine, a presidente conseguiu desagradar a todos: sua equipe econômica, o próprio partido (PT), o mercado financeiro e deixou de quebra um prato cheio para a oposição. Aliás, ao que nos parece, a presidente não se preocupa muito em contrariar opiniões de quem quer que seja, pois, há rumores de que o ex presidente Lula defendia os nomes de Nildemar Secches, ex-presidente da Perdigão, e de Antônio Maciel Neto, presidente do grupo Caoa, que trabalhou na Petrobrás por 10 anos.
Sabemos que o mercado apostava em outros nomes como o do economista Paulo Leme, presidente do Banco Goldman Sachs (NYSE:GSF) no Brasil; de Murilo Ferreira, atual presidente da Vale; Luciano Coutinho, do BNDES; Rodolfo Landim, ex presidente da BR Distribuidora e Henrique Meirelles, ex presidente do Banco Central no governo Lula. Mas a decisão da presidente parece ser de caráter pessoal e quase afetivo já que trata o nomeado carinhosamente de Dine.
Ou seja: Dilma fez quase tudo que o bom senso não recomenda. A Petrobrás (era) é um símbolo da nossa economia e, diante de tamanha crise, precisava de um nome de peso para tirá-la do abismo. Esse patrimônio dos brasileiros não pode ser tratado como se fosse propriedade privada. É tão difícil entender isso? não estamos falando de uma nomeação qualquer nem procurando alguém para assinar papéis só para dizer que o cargo foi preenchido.
Bom mesmo era se pudéssemos substituir um (a) presidente da República com a mesma facilidade que se troca um presidente de estatal. O governo atual além do amadorismo e da improvisação, demonstra claramente a sua inércia em administrar crises e entender o tamanho e a gravidade da situação em que se encontra a maior empresa do País. Teve três meses para escolher um substituto e cruzou os braços; após a saída de Graças Foster ficou com três dias para tomar uma decisão. O desastre era inevitável.
Ressalto que nada tenho contra o ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Quem tem é o Ministério Público, onde ele teve que explicar o favorecimento à amiga e apresentadora de TV Val Marchiori, quando do empréstimo de quase 3 milhões de reais, tendo como garantia apenas a pensão alimentícia de dois filhos menores.
Essa denúncia por si já causaria grande desconforto para a nomeação, mas o homem é ligado ao ex-presidente Lula – a quem deve a nomeação para a presidência do BB em 2009 – e, apesar de não ter currículo de quem já salvou alguma empresa ou que tenha trabalhado numa exploradora de petróleo, é o “ Dine” da Presidente Dilma e fim de papo.
Por: Danizete Siqueira de Lima
Recife – PE – fevereiro de 2014.