Sobram problemas ou falta governo?
Com a última reunião do COPOM – Conselho de Política Monetária, em 04/03/2015, aumentando a Taxa SELIC em mais 0,50% subimos para 12,75% ao ano e chegamos bem
próximo do que o mercado espera para o final do ano (13%), ou seja, basta mais uma reunião.
O IPCA deve superar os 8% em março no acumulado de 12 meses. Com a SELIC batendo os 13% nos destacamos no top 10 dos maiores juros do mundo. Time seletivo que nos coloca ao lado de economias como: MALAWI (25%), Gana (21%), Moldávia (13,5%), Nigéria (13%) e Mongólia (11,5%). Sem falar dos (sub) emergentes: Rússia (em guerra e sofrendo sanções de todo o mundo) e Argentina num caos generalizado.
O crescimento chinês está em 7%. Mais que isso é a nossa inflação. Os juros reais Norte americanos são de (-1%). Esse é o percentual do nosso crescimento (abaixo de zero).
Os números falam por si e a presidente Dilma Rousseff fala por ela, como fez no último pronunciamento em rede nacional: “É verdade que o Brasil passa por um momento difícil, mas nem de longe estamos vivendo uma crise das dimensões que alguns dizem”. Quem está certa Dilma ou os números? Como explicar esse paradoxo?
O hábito de xingar quem discorda dela ou aqueles de quem ela discorda vem de longe e depois que a operação Lava Jato subiu as escadarias do palácio do Planalto, cada dia ficam mais claras a omissão e a conivência da presidente na roubalheira da Petrobras.
Os números do governo petista contribuem cada vez mais com a corrosão do nosso país. A
administração federal tem 39 ministérios, 128 autarquias e 141 empresas estatais. A prioridade de um governo responsável é canalizar recursos para o crescimento econômico, investindo na infra estrutura e estimulando os investimentos privados em uma economia cujas carências beiram o abismo, e também no fortalecimento dos gastos com os programas sociais, a exemplo do Bolsa Família que tem um custo da ordem de 0,5% do PIB – Produto Interno Bruto.
Para comparar, só o pagamento de juros da dívida pública ao mercado financeiro, em 2014, fica acima de 6% do PIB. Não são os programas sociais os responsáveis pelos descontroles da economia. No ano, o Bolsa Família recebe o que os banqueiros ganham em um mês.
A presidente deveria buscar informações na Secretaria de gestão Pública, órgão do Ministério do Planejamento, que registra: o Executivo tem 757.158 cargos de serviços efetivos, mais 113.869 cargos de confiança e comissionados, além de 20.922 contratos de trabalho temporários. Só a presidência da República em dezembro de 2014 era responsável por 23.008 cargos de confiança e comissionados. Na Alemanha, a primeira ministra Angela Merkel dispõe de 600 funções de confiança.
Vista pela ótica da razão chegamos a seguinte conclusão: o que falta ao Brasil é governo.
Danizete Siqueira de Lima.
Recife – PE. Março de 2015.