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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
É real que ao final de alguns “realities shows” tenhamos dificuldade para apontar algo positivo, se colocarmos toda edição em um hipotético liquidificador dar muito trabalho para extrair meio copo de alguma coisa.
Do programa “Master Chef Profissionais” exibido pela Rede Bandeirantes e vencido pela paulista Dayse Paparoto, consigo extrair uma grande lição: “Foco, Adaptabilidade, Coragem e Atitude pode mudar o resultado esperado de qualquer jogo”.
Saindo do lugar comum da “faca entre os dentes”, a Chef nascida em Mogi das Cruzes com a faca entre os dedos foi cortando um a um dos seus concorrentes. No programa em que todos os demais postulantes ao premio maior declararam que preferiam enfrentar Dayse na final ao avaliarem que era a mais fácil de ser vencida ela venceu e deu um recado: “Não estou para brincadeira”, ninguém levou sua mensagem a serio.
Ouvi no mundo corporativo em mais de uma oportunidade a seguinte frase: “Prefiro um funcionário mediano com regularidade do que uma estrela com altos e baixos”. Na minha percepção a regularidade foi a principal força que levou Dayse á vitória.
Para atingir alto pico de regularidade a vencedora utilizou o quarteto – FACA = Foco + Adaptabilidade + Coragem + Atitude – com extrema competência. Quando ficou diante de situações inéditas teve coragem e atitude para criar um ambiente favorável e entregar o que foi solicitado. Com foco adaptou-se à dificuldade e dela tirou proveito.
Ao deparar-se com eventos que desconhecia o processo e os resultados advindos com sua ação não teve medo. Cresceu com as adversidades e por meio do possível aproximou-se do ideal.
No penúltimo programa e na grande final focou sua atuação não apenas na derrota dos oponentes, mas, principalmente em ser superior a ela mesma. Suportou as críticas e as pressões com altivez. Mereceu vencer por ter superado os medos de aprender fazendo bem feito. Viva a FACA.
Por:Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Depois de ouvir umas duzentas previsões sobre ano de 2017 fui tirar um cochilo após um almoço regado a buchada de bode, cachaça de cabeça,baião de dois e sobre mesa de doce de jaca. Durante o merecido sono fui levado, em sonho é claro, para uma cerimônia na floresta amazônica, no lado do Peru. Na montanha próxima à Cusco um chefe tribal recebia mensagens do além sobre acontecimentos no Brasil em 2017 e 2018.
Com extrema nitidez e falando nossa língua o feiticeiro peruano, de nome Arierref, garantiu que após cumprir a nobre missão de salvar o país do caos com as mudanças nas leis orçamentárias e previdenciárias o Presidente Temer será tragado pelo “ralo” da Lava Jato. Junto com ele outros sessenta cinco detentores de cargos públicos, eletivos ou por nomeação caminhão ao encontro das trevas.
O Congresso Nacional fará emergir outro salvador que, montado na PEC dos gastos e na reforma da previdência, apresentará aos investidores mundiais o “Brazil News”. Justificando que o prazo de duração do mandato, em torno de quinze meses, será insuficiente para completar sua obra prima o presidente eleito na forma do § 1º, do Artigo 81 da Constituição Federal aprovará uma emenda prorrogando seu mandato por dois anos. Com ela a partir de 2020 as eleições para todos os cargos eletivos dos Municípios, Estados e União serão em uma única data.
Revigorado com o mandato estendido o presidente brasileiro fará uma viagem internacional no segundo trimestre e ao retornar verá o Brasil ser campeão mundial na Rússia ao vencer a Alemanha com um gol de pênalti oriundo de uma encenação de Neymar, no último minuto da partida.
No final de 2018 o presidente, ex Ministro do Supremo Tribunal Federal, alia-se ao STF, à Justiça Federal e ao Congresso Nacional para conceber um indulto especial de natal. Serão beneficiados com a medida presos da Lava Jato. Os favorecidos trocarão a cadeia por um “chip” instalado no corpo e a impossibilidade de assumir cargos públicos até 2028. Acordei assustado e resolvi registrar tudo nesta crônica.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Após o retalhamento que os nossos Deputados Federais fizeram com o pacote anticorrupção – PL 4850/16 – oriundo de emenda popular com apoio irrestrito do Ministério Público, Onyx Lorenzoni – DEM-RS, relator da matéria na Comissão Especial, declarou que seus colegas haviam feito “picadinho” da proposta original.
Com outro grau de proporcionalidade os Ministros do Supremo Tribunal Federal – (STF) fizeram algo parecido com a Medida Cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 402 Distrito Federal, de lavra do colega Marco Aurélio de Mello, que afastou o Renan Calheiros da Presidência do Senado e da linha de substituição do Presidente da República. O senador, por iniciativa própria, e posteriormente através de documento da Mesa Diretora da casa que preside, não acatou a Liminar justificando que caberia uma análise pelo pleno do Supremo.
O plenário do STF, por seis votos a três, manteve o político alagoano no cargo de Presidente do Senado, excluindo a prerrogativa de substituir o Presidente de República em caso de ausência ou impedimento conjunto com o Presidente da Câmara. Isto mesmo, um presidente faltando parte.
Portanto, o senador Renan Calheiros agindo por demanda de parte dos seus pares tentou dar caráter de urgência para aprovação imediata do Projeto de Lei recebido da Câmara, sendo a iniciativa barrada em votação do plenário, foi o único beneficiado com a decisão do STF. Renan Filho, Governador do Estado de Alagoas, assim reagiu após a deliberação que atendeu demanda do seu pai. “A decisão foi pautada pelo espírito público e respeito às opiniões divergentes”.
As regras que norteiam os trabalhos do Supremo e da Câmara amparam a reforma da decisão ocorrida na tarde do dia 07.12.2016 e as emendas aprovadas na fatídica madrugada do dia 30.11.2016. No entanto, os questionamentos aparecem com a percepção de que os beneficiários são agentes públicos que cometeram deslizes. Vale lembrar que na votação do impedimento de Dilma no senado também houve o picadinho.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Sem um centavo do Ministério que Temer acabou e recriou cujo Ministro “engomadinho” promoveu um único espetáculo: “A queda de Geddel Vieira Lima” foi recriada na capital pernambucana a “Embaixada do Pajeú”.
Onde está localizada? Em Camaragibe, estrada de Aldeia Km 6,8, Avenida Rotary, 431. O que tem lá? Cultura saindo por todas as frestas de um conjunto de casas rodeado por muita natureza. Quem participa? Bia Marinho, sua turma e convidados.
No dia 04.1.216 estive lá o com absoluta certeza afirmo: Presenciei um dos mais belos espetáculos de cultura que vi em minha vida. Ouvir Bia Marinho, Val Patriota, Antônio Marinho, Greg, Miguel, Tom, Graça, Luizinho de Serra e demais artista em um cenário daqueles prova que vale a pena lutar e defender a cultura gerada sem cachês milionários, que nasce da espontaneidade.
A proposta é realizar um evento em cada mês, com o mesmo formato, ou seja, tendo como foco principal a junção do binômio “amigos + cultura”, tendo com causa o alimento da alma.
Posso até ser considerado exagerado ao elogiar artistas do meu sertão. Jamais, no entanto, poderei ser acusado por não saber separar o joio do trigo quando o assunto é cultura regional.
No fundo da residência existe um alpendre interligado com a mata que convida não apenas para um merecido sono numa rede, convida para sentar e ouvir um violão bem tocado, um verso recitado, a voz do nosso “Sabiá” ou as inconfundíveis interpretações de Val Patriota.
“Em canto e poesia” que espalha cultura pelo mundo tem um ambiente para recarregar as baterias, para inspirar novos espetáculos e, principalmente, para receber amigos. Que o sorriso perene e acolhedor de Dona Helena esteja sempre na porta e que as bênçãos de São José protejam esta casa onde a cultura é tratada com dignidade.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Deixar de cair na tentação de expor ao extremo os ímpetos de auditor é comprovadamente a maior dificuldade enfrentada por membros das comissões de transição de governos. Todo profissional escalado para levantar os dados fornecidos pelo governo em fase final e elaborar um relatório consistente sobre a real situação do ente público insiste em procurar erros, em apontar desvios de conduta e criticar ações dos governantes em fim de mandato.
Os Tribunais de Contas tem buscado dar luz ao processo ao editarem manuais e listas de procedimentos para serem utilizados pelas comissões. No entanto, quando as informações começam a chegar os membros indicados pelo governo futuro travam uma guerra sobre assuntos que fogem dos objetivos da nobre missão.
Esta perda de tempo e a dispersão de energia para finalidades não previstas nos roteiros elaborados por técnicos dos tribunais além de gerar desgastes desnecessários inibe e elaboração de um relatório que possa de fato auxiliar o futuro mandatário na tarefa de fazer melhor do que está sendo feito, conforme promessas durante o período eleitoral.
Os eixos principais de uma transição de governo são: a) examinar os contratos “em ser”; b) verificar o estágio das obras em andamento, comparando os valores liberados com a parte executada e os saldos disponíveis com o que falta executar; c) avaliar a dotação e a lotação de servidores, assim como a compatibilidade entre o custo de pessoal e o limite institucional com gastos em tal rubrica; d) analisar os convênios firmados com demais entes da federação, inclusive as prestações de contas; e) emitir relatório onde a situação real – especialmente disponibilidades x compromissos – fique evidenciada.
Destacar erros e julgar contas não ajuda o novo gestor e cria um cenário em que as soluções submergem diante das críticas. Portanto: Menos auditoria e mais informações úteis e confiáveis. Relatórios alinhados com a natureza de missão ajudam os gestores em ações seguras e eficazes.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Na última sexta-feira do mês de outubro, durante as festividades de aniversário da nossa querida Rádio Pajeú de Educação Popular, o Cine São José recebeu o poeta Alexandre Morais, o sanfoneiro Lindomar e os cantores e compositores Maciel Melo e Paulo Matricó.
O espaço estava lotado e as pessoas participaram do evento com longos aplausos e entoando melodias interpretadas pelos artistas convidados para comemoração dos cinquenta e sete anos da emissora que atravessa décadas informando, divertindo e educando no sertão de Pernambuco.
Durante as apresentações deixei que minha memória voltasse no tempo para lembrar Gegê Araújo, Valdecyr Menezes, Gilberto, Roberval, Vanderley Galdino, Bigodão, Seu Dino, Seu Ulisses, Fernando, Miguel e tantos outros que este espaço seria insuficiente para registrar.
Com extrema competência Alexandre Morais recitou poemas citando os bispos e as pessoas que fizeram a rica história da Rádio Pajeú; Lindomar passeou pelas veredas do sertão; Maciel e Matricó cantaram sucessos.Tudo com a cara da homenageada.
Maciel Melo ao destacar sua alegria por estar presente nas festividades declarou que a Pajeú teve relevante importância na sua formação musical uma vez as músicas da sua infância chegavam através das ondas da aniversariante em sua humilde moradia em Iguaraci. Tais melodias inspiraram o “Caboclo Sonhador”.
Foi gratificante ver um filho de Iguaraci utilizando os microfones da emissora que deu voz a poemas de Quincas Rafael e Manoel Jerônimo Neto, nas impecáveis interpretações do inesquecível Valdecyr Menezes.
Como foi bom ouvir jovens cantando as músicas apresentadas, numa demonstração que o gosto pela boa música continua habitando as mentes no sertão do Pajeú.
Juntinho da porta onde Seu Antônio Aleixo recebia os ingressos senti muito orgulho de ser do sertão e ser ouvinte da Pajeú desse os anos 60.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Sempre que chegava à cidade do Rio de Janeiro eu cumpria um ritual: Procurar uma banca para comprar o exemplar do Jornal do Brasil. Passar os olhos no velho JB era uma obrigação, fazia bem.
Recentemente ao desembarcar no aeroporto do Galeão fui até uma banca de jornal, nos dias atuais uma loja de conveniência que também vende revistas e jornais, corri os olhos nas prateleiras de exposição e senti falta do Jornal do Brasil, como seria interessante ler sobre o Brasil da Lava-Jato no melhor jornal publicado neste país.
Sabemos que a versão impressa do JB deixou de circular no dia 01.09.2010, ou seja, há uma pouco mais de seis anos. O formato digital tira a satisfação de manusear o JB, com todo respeito aos defensores da leitura eletrônica, a troca nos encaminha a uma analogia: É o mesmo que comer tripa do bode sem sal.
Fundado em 1891 o JB enfrentou os donos do poder desde o nascedouro.Várias vezes sua redação foi invadida, vários repórteres e diretores de redação foram ameaçados e presos. Teve como adversários pessoas do nível de Roberto Marinho, Carlos Lacerda e Assis Chateaubriand, com seu jeito matreiro venceu algumas batalhas.
Entre as diversas batalhas com os governantes a mais destacada talvez tenha sido as publicações paralelas na edição que trouxe o famigerado Ato Institucional nº 5. A aventura agravou a conturbada relação com o governo militar e causou a prisão do Diretor José Sete Câmara.
Nos anos 70 migrou da Avenida Rio Branco, no centro da cidade do Rio de Janeiro, para o famoso prédio na Avenida Brasil nº 500. Na busca pela sobrevivência retornou para o centro da cidade.
Para não ficar órfão de tudo comprei o livro “Jornal do Brasil – História e Memória”, escrito pela jornalista Belisa Ribeiro, para narrar “os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível”.
Sem saudosismo ou coisa parecida garanto: O JB FAZ FALTA.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
O governador da Paraíba, em entrevista para emissoras da capital paraibana, fez uma correta observação sobre o interesse dos eleitores nas eleições recentes ao destacar que mesmo nos grandes centros os eleitos não levaram multidões para ruas, como costumeiramente ocorria em pleitos passados. Tal desencanto, segundo Ricardo Coutinho, deriva em grande parte dos desmandos praticados por integrantes da classe política nos últimos tempos.
Quando mergulhamos nas estatísticas das eleições detectamos que 17,58% dos eleitores aptos (144 milhões) deixaram de comparecer às urnas no primeiro turno. Isto mesmo, 25,3 milhões de brasileiros sequer deram-se ao trabalho de comparecer nas sessões eleitorais. Elevado número dos 118,7 milhões de eleitores que foram votar ignoraram o cardápio oferecido e registram seus votos como branco e nulos. No segundo turno vários eleitos perderam para soma de votos brancos, nulos e abstenções. É algo parecido como “nada” perder para “coisa alguma”.
Na cidade de São Paulo, ao considerarmos os votos totais, a soma dos brancos (4,1%) e nulos (8,9%) superam os 10,9% obtidos pelo atual prefeito que ficou em segundo lugar. As abstenções em São Paulo foram 21,8%. A cidade campeã de abstenção foi Minas Nova – MG, com 34,76%,
Esse é o retrato de um sistema eleitoral falido, no qual tenta sustentar-se uma democracia fajuta. Nosso sistema eleitoral ancorado numa legislação que detalha procedimentos capazes de medir desde segundos no horário gratuito do rádio e da televisão até as dimensões dos adesivos utilizados na divulgação dos candidatos é incapaz de detectar que entre os eleitos constam: um prefeito no Rio Grande do Sul com 967 anos, um vereador do Amazonas com 944 anos e outro vereador também do Amazonas com 1.944 anos.
Os dados sobre as datas de nascimento (27.05.1049, 09.04.1072 e 27.09.0072) foram extraídos do site do Tribunal Superior Eleitoral, referente a candidatos das cidades Arambaré – RS, Caapiranga e Careiro da Várzea – AM.
Caso o voto não fosse obrigatório o índice de comparecimento ficaria próximo de índice de honestidade dos postulantes aos cargos em disputa.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Na terceira semana de setembro, portanto, há aproximadamente um mês os parlamentares com assento na Câmara de Deputados foram impedidos por uma ação tempestiva de membros do PSOL e da REDE de aprovarem uma emenda que anistiaria os praticantes de “caixa dois” em eleições passadas.
Na pauta estava a votação de projeto nos termos sugeridos pelo Ministério Público, cujo teor segundo analistas “fecharia qualquer brecha para que políticos deixassem de ser punidos pela Justiça”. Remeteria para julgamento tanto os receptores como os doadores.
Para abrandar a dureza do texto inicial foi apresentada uma proposta intermediária que segundo publicação do jornal O Globo: “… teve como protagonistas as principais legendas da Câmara, especialmente PSDB, DEM, PP e PT. Outros partidos se incorporaram na reta final, como PP e PR. Mesmo assim, ninguém quis assumir a paternidade da proposta”. Esta paternidade foi negada após o vazamento do assunto e retirada do assunto da pauta.
O jornalista Kenedy de Alencar em postagem do dia 20.09.16 afirma: “Os articuladores da manobra foram os principais partidos do governo Temer: PMDB, PSDB, DEM e PP, entre outros coadjuvantes de outras legendas com interesse direto na matéria”. Ao compararmos as duas postagens verifica-se que foram excluídos da segunda o PR e o PT, sendo nela incluído o PMDB.
Nominar um ou outro partido em matérias que causam desgastes e exposição faz parte do caminho editorial de cada veículo de comunicação. Negar a paternidade em assuntos desabonadores é comum em nosso cenário político.
Mesmo sem conhecer os “pais da criança” podemos afirmar que nossos partidos sempre ficam unidos quando a questão em debate envolve seus interesses. A incompatibilidade de ideias some na hora de votar temas que podem levar seus membros para as garras da lei, são mais iguais que
aparentam.
Trazer este assunto para este período, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, tem o propósito de mantermos o sinal de alerta sempre ligado. Por estarem atentos e vigilantes os deputados do PSOL e da REDE impediram e desfecho esperado para articuladores da proposta.
Parlamentares “éticos” que vimos nas grandes redes de televisão e nas TVs da Câmara e do Senado, durante os julgamentos de Dilma e Cunha foram tentados a apresentar um projeto que alteraria a medida dura. É a velha regra que assegura a ação em causa própria.
Os trabalhos foram conduzidos pelo Deputado Beto Mansur (PRB-São Paulo) uma vez que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estava ocupando o cargo de Presidente da República em função da viagem de Temer para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU e o Vice-Presidente Waldir Maranhão não compareceu à cessão. Descobrir os reais autores da emenda é missão impossível. Será?
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Acredito que o Lula tem muita vaidade de diversas realizações durante o tempo que exerceu o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil. Mas, no íntimo ele destacaria três delas: A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada 2016 e a escolha de Dilma para substituí-lo no cargo de Presidente.
Em todas elas expôs ao limite a sua capacidade de convencimento, sua popularidade e seu inegável carisma. Foram vitórias pessoais de Lula, ele dedicou-se em cada uma das causas com invejável contundência.
Quando em 30.10.2007 a Federação Internacional de Futebol – FIFA formalizou que a Copa de 2014 seria no Brasil Lula jamais sonharia que o evento seria realizado sob efeito dos protestos iniciados em 2013, debaixo de várias denúncias envolvendo as construtoras que executaram as obras e, principalmente, da sonora goleada que o selecionado brasileiro sofreria no Mineirão. Perder de 7 a 1 para Alemanha serviu para jogarmos os 2 a 1 para Uruguaia na lata do lixo.
Em 02.10.2009 o Comitê Olímpico Internacional – COI, anunciou em Copenhague – Dinamarca anunciou que a cidade do Rio de Janeiro vencera Madri por uma diferença de 34 votos, 66 x 32. O Presidente Lula ao vibrar e comemorar com seus convidados, nunca imaginaria que durante os jogos seria “persona non grata” e que seu nome não seria citado por qualquer autoridade em pronunciamentos na abertura ou no encerramento das competições. Esportivamente o Brasil ficou abaixo da meta do top 10, ou seja, entre os dez primeiros colocados. Sobrou a décima terceira colocação, com número de medalhas recordes: Dezenove, sendo sete ouros, seis pratas e seis bronzes.
Quanto a Dilma até a torta vegetação do cerrado que circunda o Palácio da Alvorada sabe que foi o nome sonhado por Lula e por ele defendido no mundo petista. Desde a intenção inicial até a indicação ocorrida em votação simbólica 13.06.2010 foram muitas horas de conversas, debates e imposições. Dilma, montada na popularidade de Lula, ganhou a eleição e aos “trancos e barrancos” concluiu o primeiro mandato. No último ano do
governo, mesmo com as inúmeras dificuldades Lula mais uma vez bancou a candidatura.
Novamente por exigência de seu principal líder o Partido dos Trabalhadores em 03.05.2010 indicou Dilma como candidata à reeleição. A morte de Eduardo Campos, os desacertos do governo e as denuncias diárias sobre corrupção promoveram a eleição mais disputada desde a redemocratização. Anunciado o resultado após o segundo turno começou o tiroteio.
Depois da posse a frequência dos tiros aumentou e Dilma, com a reconhecida incapacidade de conviver com o “rebelde” congresso, foi definhando até o acatamento do pedido de impedimento. A abertura do processo e o aprofundamento da operação “Lava Jato” levou o que restava do cambaleante governo. O desfecho final do processo encerrou o ciclo petista. O país está sendo conduzido por uma cria adotiva que Lula amparou.
A Copa 2014 a Olimpíada 2016 e Dilma tomaram rumos diferentes dos que o “zeloso” pai sonhou. Fica a lição para os futuros “estadistas” brasileiros: “Cuidado com as crias cuja geração, gestação e nascimento exigem esforços demasiadamente grandes”.
Por: Ademar Rafael