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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
REFORMA OU O RETROCESSO?
De forma simplista poderíamos tentar responder a indagação acima, ao avaliarmos a “reforma política” em andamento no Congresso Nacional, mas, quando entramos no DNA percebemos que não é exatamente uma coisa nem outra. O que é então?
De cara temos elementos para responder que se trata de uma série de medidas que visam proteger os caciques da política nacional, através de um pacote encomendado para preservar direitos pessoais e perpetuar procedimentos nocivos ao país.
A tal lista fechada é algo muito pior que o “voto vinculado” que direcionou os resultados do pleito de 1982. Naquela oportunidade os eleitores eram obrigados a votar “de cima a baixo” em uma única legenda. Voto misto anulava a manifestação do eleitor.
Contados os votos o resultado foi o seguinte, o Partido Democrático Social (PDS), partido de apoio dos militares, conquistou 12 dos 22 Estados, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) ganhou em 09 Estados e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) ganhou no Rio de Janeiro com o saudoso Leonel de Moura Brizola. Percebam amigos e amigas mesmo com manipulação os eleitores conseguiram eleger alguns candidatos da sua preferência.
Na proposta atual a vontade do eleitor fica totalmente subordinada à ordem dos candidatos que os partidos escolherem. Caso nossos congressistas queiram fazer uma reforma política que o façam para valer.Tragam o voto distrital misto, nas duas primeiras eleições (2018 e 2020) e voto distrital puro a partir dos pleitos de 2022; permitam o ingresso de novos postulantes aos cargos eletivos; tragam o custo da eleição para valores aceitáveis e reduzam o número de mandatos para o mesmo cargo.
Estamos diante de novos casuísmos e ficaremos refém de uma casta de políticos que nada têm a oferecer de bom ao Brasil. Reação apenas no voto não é o solução, ordeiramente temos de ir para ruas e repudiar qualquer ação parlamentar que venha piorar o que já está muito ruim.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
HAJA ÓLEO DE PEROBA
Tem sobrado cinismo em atos de alguns parlamentares brasileiros após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal acatar denúncia da Procuradoria Geral da República contra o Senador Valdir Rauup – PMDB/RO.
A tese que causou todo “reboliço” acampa a ideia de que recursos de origem ilícita doados de forma regular e declarados à justiça eleitoral nas prestações de contas do candidato não perdem a condição “impura” por transitar no sistema de arrecadação vigente à época do pleito. A famosa lista de Fachin dá guarida denúncias com mesmo raciocínio.
Vozes em defesa do senador entendem que a decisão carrega exageros e pode alterar entendimentos jurídicos que julgam legais as doações “por dentro”, dispensando a verificação da forma que os recursos ingressaram na campanha.
Entre estas vozes encontramos a do príncipe FHC. Em sua ponderação Fernando Henrique Cardoso alega que um recurso recebido, declarado à justiça eleitoral e gasto na campanha não pode receber o mesmo tratamento de um recurso captado, não utilizado para cobertura de despesas eleitorais e incorporado ao patrimônio do candidato.
Será que tais recursos – tendo origem em acertos com empreiteiras ou com prestadores de serviços aos governos que o beneficiário participou, participa ou participará – ganham o selo da legalidade somente por transitar no sistema de arrecadação eleitoral?
O livro “Cultura das Transgressões no Brasil – Lições da história”, coordenado por Fernando Henrique Cardoso e por Marcílio Marques Moreira condena praticas e costumes que levam os brasileiros a transitarem na rodovia do “tudo e possível” desde que por mim praticado. Contudo, o ex-presidente nega o que está inserido na obra para defender que a justiça eleitoral pode chancelar como legal um recurso oriundo de crime previsto na legislação, desde que devidamente registrado no sistema.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
BR-230
A rodovia Transamazônica, obra de destaque da dupla Médici e Andreazza nunca foi unanimidade. No livro “Estranhas Catedrais – As empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988”, de autoria do professor Paulo Henrique Pedreira Campos, encontramos duas avaliações que merecem destaque.
Para Roberto Campos a rodovia ligaria “a pobreza à miséria”, pois, uniria o sertão árido do nordeste ao deserto úmido da Amazônia. Geisel, o sucessor de Médici, taxou a obra como “um fracasso”. Vejam que as críticas foram feitas por pessoas ligadas ao movimento que retirou Jango do poder e jogou o país na escuridão.
Cabe o registro que Roberto Campos defensor incansável dos interesses dos Estados Unidos e Geisel patrocinador do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha apresentaram-se como críticos ao projeto de integração desenhado pelo governante anterior. A equação para o exterior a essência e para o Brasil as migalhas estava no DNA de cada um deles.
Conheço palmo a palmo do trecho da BR-230 que liga Cabedelo-PB a Altamira-PA e posso afirmar que o problema não é a rodovia e sim os seguidos boicotes que ela sofreu. Para início de conversa a perspectiva de integração nacional nunca saiu do papel, a parte com asfalto contínuo esbarra na divisa de Tocantins com o Pará. A partir daí é um misto de asfalto ruim e terra, intransitável na época das chuvas.
Ao ler o livro acima citado constamos que além da relação “incestuosa” entre as grandes empreiteiras e o Estado brasileiro, causadora de sérios danos à nossa falida economia, a indústria das obras inacabadas e pagas
indevidamente tem impactos muito mais nocivos aos cofres públicos.
Pena que a BR-230 não mereceu o respeito que JK deu para BR-010 – Belém-Brasília, caso isto tivesse acontecido em seu percurso encontraríamos várias cidades de grande porte e o sonhado desenvolvimento. O projeto de nação sempre fica embaixo das mesas de negociação em cima ficam os acordos espúrios e as negociatas.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
RIO PAJEÚ
O movimento que mobiliza os afogadenses para limpeza do Rio Pajeú, na área compreendida entre a ponte principal e o antigo curral do gado merece destaque e aplausos.
Faço, no entanto, a seguinte ponderação: “A ação não deve ter “donos” pode até ter líderes que incentivem a ampla participação dos munícipes, assumir o patrocínio para fins políticos ou algo parecido pode ofuscar o brilho da iniciativa”.
Existe uma máxima no mundo dos negócios, relacionada com princípios da Qualidade Total – especificamente com o famoso 5S – que afirma; “Ambiente limpo não é o que limpamos com frequência é sim que não sujamos”.
Nesta direção é necessário que a ação de limpeza agregue um movimento destinado a dar utilização permanente da área limpa. No caso do nosso Pajeú uma das hipóteses palpáveis seria destinar a área baixa para plantio de hortas comunitárias, destinadas a geração de emprego e renda para famílias que residem nas proximidades.
Outra alternativa é utilizar o espaço situado nos fundos da Avenida Manoel Borba para fazer a área de lazer e o parque de eventos tão sonhado por quem reside na Avenida Rio Branco. Referido espaço seria utilizado também como academias a céu aberto.
Os pessimistas de plantão, com a habilidade que lhes é peculiar, hão de dizer: “Isto é muito caro”. Sem dúvida são projetos que demandam alto volume de recursos. Contudo, caso sejam elaborados projetos específicos, com apoio de prepostos de universidades públicas ou privadas, é possível captar recursos, inclusive a fundo perdido.
Entidades como Rotary Club e Fundação Banco do Brasil podem intermediar negociação entre os demandantes dos recursos e entidades simpáticas a iniciativas da espécie, no Brasil e principalmente no Canadá e nos países que formam a Escandinávia.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
NÃO VALE O QUE ESTÁ ESCRITO
O mundo da contravenção, no caso do jogo do bicho, tem uma regra que todos obedecem: “Vale o que está escrito”. Na política brasileira esta máxima não é levada em consideração, segue conveniências momentâneas de cada envolvido.
O § 4º do artigo 57 da Constituição Federal assim está escrito; “Cada uma das casas reunir-se- á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros eleição das respectivas mesas, para mandato de 2 (dois) anos vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”.
O juiz federal Eduardo Ribeiro de Oliveira, da 15ª Vara Federal em Brasília entendeu que Rodrigo Maia não poderia ser candidato por está ocupando o cargo em função de eleição realizada em julho de 2016, oportunidade em que substituiu Eduardo Cunha. O registro da candidatura e a vitória em 02.02.17 ganharam respaldo jurídico após decisão do Ministro Celso de Mello, decano do Supremo Federal. Aqui o que está escrito não foi lido da mesma forma pelo postulante ao cargo e pelos juristas. O Ministro afirma no despacho que o assunto é restrito ao Legislativo.
No artigo 84 da Carta Magna em seu inciso primeiro podemos ler: “Compete privativamente ao Presidente da República: nomear e exonerar Ministros de Estado”. A ex-presidente Dilma foi impedida de exercer esta prerrogativa na famosa nomeação de Lula para Casa Civil e o presidente Temer foi questionado por ter exercido sua competência ao nomear Moreira Franco como Ministro da Secretária-geral da Presidência.
A Constituição assegura tal poder ao Presidente da República, a quem caberá o ônus da escolha. Por que o “mi-mi- mi” do foro privilegiado? No governo falido de Dilma a nomeação não logrou êxito, no “blindado” Governo Temer tudo normal. No caso Lula um Ministro do Supremo entendeu ilegítima a nomeação, no caso Moreira Franco outro Ministro do supremo validou o ato. Não vale, portanto, o que está escrito.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
VAMOS ATENDER TRUMP?
Considerando que o novo presidente americano ao inserir na parte final do seu discurso de posse com as seguintes afirmações: “Juntos iremos tornar a América forte novamente”; “Tornaremos a América rica novamente”;“Faremos a América orgulhosa novamente” e “Faremos a América segura novamente” estava se dirigindo ao povo do seu país. Uma vez que não fomos convocados para produzir as mudanças por ele almejadas, vamos atendê-lo de forma criativa e mais favorável para nós.
Durante o mandato do magnata, não político, vamos levar nossos filhos e netos para o Beto Carrero World parque temático localizado na Praia de Armação – Penha – Santa Catarina e esquecer férias no “Walt Disney World Resort, Orlando”.
Para substituir os produtos “Lacoste”, “Nike”, “polo Ralph Lauren” e outros que comprávamos em Miami e Nova Iorque vamos comprar na Monsenhor Tabosa de Fortaleza – CE, na Rua Tereza em Petrópolis – RJ, no setor Campinas em Goiânia – GO no polo têxtil de Pernambuco, localizado nas cidades de Toritama e Santa Cruz de Capibaribe.
Teremos que permutar as conceituadas universidades norte-americanas: “Columbia”, “Harvard” e “Stanford” pelas também respeitadas: Universidade de São Paulo (USP), Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE), Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE), Faculdade Ibmec (IBMEC), Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), Fundação Dom Cabral, uma das federais à sua escolha.
Adotando tais medidas além de auxiliarmos o presidente Donald John Trump na nobre missão de recuperar seu país junto com seu povo “escolhido” ficamos livres de vistos, embaixadas, moedas estrangeiras, alfandegas e conheceremos melhor nosso país.
Os dólares antes gastos nos Estados Unidos servirão para tirar o Brasil da inércia atual, deixemos que Trump e sua turma salvem a América.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
1957 – 2017
Nasci em 1957 num período considerado pela história como “Anos dourados”. Em 2017 ao comemorar meus sessenta anos veio o questionamento se poderíamos considerar o período atual como “Anos cinzentos”.
Variáveis negativas para esta alteração sobram e sob inspiração do best-seller “Cinquenta tons de cinza”, da londrina Erika Leonard James (E L James) temos fortes argumentos para enxergar o poder público na pele de Cristian Grey e os contribuintes como Anastasia Steele (Ana). Cada um, dentro do seu nível de percepção, fique à vontade para concordar ou não com esta analogia gerada nesta cabeça seis ponto zero.
Em 1957 o maior cargo do executivo no Brasil e nos Estados Unidos era ocupado, respectivamente, por Juscelino Kubitschek e Dwight Eisenhower. O primeiro o construtor de Brasília, da Belém-Brasília e incentivador da indústria nacional e o segundo carregava os seguintes pensamentos: “Não se é líder batendo na cabeça das pessoas – isso é ataque, não é liderança” e “Uma nação que valoriza seus privilégios acima de seus princípios, logo perde ambos”.
Atualmente referidos cargos são ocupados, aqui por Temer e lá por Trump. O nosso, o criador da PEC de redução dos gastos públicos, da Reforma da Previdência e defensor da abertura da exploração do petróleo brasileiro por empresas estrangeiras e o “deles”, nacionalista ao extremo e advogado do protecionismo.
A ironia do destino aproxima o maior presidente da história do Brasil muito mais do atual presente americano do que dos demais. É muita loucura na história para ser corretamente decodificada.
Como estamos em momento de festa gostaríamos de registrar que no último final de semana recebemos vários amigos e familiares para comemoração dos meus sessenta anos, foram momentos especiais, as comemorações ficaram mais próximas das ideias dos anos dourados.Que na festa dos setenta os tempos ganhem outro colorido.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
SIMETRIA
Além do talento de grande poeta, outra qualidade destacável em Diomedes Mariano é a sua capacidade de valorizar a produção poética dos seus pares, recitando-as e dando-lhes relevo. Em uma das nossas conversas Dió, como carinhosamente é chamado o poeta da Barra de Solidão, falou-me sobre Dudu Morais. Depois de recitar algumas estrofes do jovem tabirense afirmou que Dudu havia comprado ingresso para entrar na festa frequentada pelos grandes poetas do Pajeú.
Recentemente comprei o livro “Nas rédeas da poesia”, de autoria de Dudu Morais. Carlos Véras, Genildo Santana, Adeval Soares, Francisco Melo, Alexandre Morais e Colô Cordeiro nas apresentações e no prefácio da publicação ratificam a avaliação de Diomedes, ou seja, dizem que o
“menino” entrou precocemente para o time dos poetas da cidade onde reina o mestre Dedé Monteiro.
Com a maestria de sempre Dedé assim qualificou Carlos Eduardo Silva Morais em mote oferecido para mãe do poeta: “Eu não sei se meu filho é mais vaqueiro/mais poeta, mais doido ou mais doutor”.
O soneto “Apelo”, inserido no livro, expressa uma angústia silenciosa que não cala no íntimo de muita gente. ““ Excelentíssimos senhores exegetas,/Renomados “doutores” bacharéis/Que discutem “justiça” nos papéis,/Tendo fulcro em doutrinas tão completas./Se puderem, revejam suas metas,/Não se escondam por trás de seus anéis,/Que a justiça, ela é cega, mas seus pés/necessitam trilhar estradas retas./O problema maior é que a preguiça/Limitou por demais pra que a justiça/Se encontrasse na mão de poucos “reis”./E, a meu ver, só existe este defeito:/É querer que a LEI seja o DIREITO/E tirar a JUSTIÇA só das leis “”.
Concluída a leitura arisco-me a afirmar que Dudu Morais emprega em seus poemas a mesma simetria que o poeta Raimundo Caetano emprega nos versos que produz ao som da viola. Quem descobre algo como “… O teu andar delicado,/feito o vento na pastagem…” tem todo direito de ter uma foto na galaria dos poetas do sertão. Solta o bridão poeta.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Tive o privilégio de passar a penúltima semana de 2016 e a primeira semana de 2017 no meu querido Pajeú. Em oito dias convivi com o que há de melhor em nossa cultura.
Em Afogados da Ingazeira no dia 25.12.2016 o evento “Pajeú em poesia”, em sua nona versão, materializou o jeito nosso de fazer cultura, com gosto e cheiro do sertão. As intervenções dos declamadores e os shows de “Coração de Poeta” e “Canto e Poesia” cobriram o espaço da festa com poesia. A apresentação de Jonathas Malaquias juntou o clássico e o popular no mesmo palco na forma defendida por Ariano Suassuna. Dedé Monteiro, o homenageado, foi merecidamente aplaudido de pé.
Na primeira semana do ano, em São José do Egito, a festa dos “102 anos de Louro e 100 anos de Zezé Lulu”, mais uma vez o Instituto Lourival Batista e parceiros nos brindaram com espetáculos sem igual. A missa dos cantadores sob a batuta do padre-poeta Luizinho e as apresentações representaram puras manifestações de cultura popular. A empatia entre plateia e palco é algo mágico.
Na abertura do seu show, em companhia do irmão Val Patriota, do sobrinho Tonfil e os músicos Guilherme Eira, Luizinho de Serra, Greg e Miguel, Bia Marinho deu a senha ao gritar: “Como é bom cantar no terreiro de casa”. Foi um grito por mim traduzido como: “Aqui quem canta de galo somos nós”. A interpretação de “Utopia”, que Lourival chamava a “música do padre” deixou a plateia em estado de transe.
Para fechar o firo comprei o livro “O rei me disse fica, eu disse não – 100 repentes de Lourival Batista”, de autoria de Marcos Nunes Costa, Marilena Marinho e Raimundo Patriota.
A obra, além dos “improvisos trocadilhados ou trocadilhos improvisados” de Louro, registra cinco textos da lavra de Marilena Marinho. Somente quem teve o privilégio da companhia de Louro e Dona Helena é capaz de produzir coisa semelhante. A edição comemorativa do centenário do terceiro faraó é sem similar.
Por: Ademar Rafael
CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL
Reza o folclore carioca que um dos fundadores do combativo Jornal “O pasquim”, que circulou de 1969 a 1991 durante o lançamento de um livro de sua autoria, foi abordado por um gozador com a seguinte proposta: “Escreva ai uma besteira”. O escritor, com o humor natural do carioca, levantou a cabeça e disse ao engraçadinho: “Dite”.
Sem precisar que alguém ditasse nada, desde 1974, eu gosto de escrever besteiras. Para tirá-los da gaveta criei o site www.matutodasvaras.com.br. O nome foi para legitimar o tratamento que com orgulho recebo do colega e amigo Danizete Siqueira Lima, o Velho Perninha.
Em referido site o curioso leitor ou a curiosa leitora pode encontrar textos em versos e prosa que venho escrevendo desde os tempos do Ginásio Industrial. Estão separados em cinco grupos.
O primeiro denominado “Do Pajeú ao Salamanca”, revela trabalhos em parcerias e individuais e traz em seu título os nomes dos rios que cortam os municípios de Afogados da Ingazeira – PE e de Barbalha – CE, respectivamente.
O segundo intitulado de “O sertão, o cerrado e a floresta”, contém poemas e crônicas que escrevi na época que fui morador nos três principais ecossistemas do Brasil, fora de Pernambuco.
Nos volumes de “Da foice ao face”, terceiro grupo, estão inseridas as estrofes que publico no face book em cada domingo, desde 2012.
Nas coletâneas “Dos bodes aos blogs”, quarto grupo, registrei as crônicas que publico semanalmente em blogs de Afogados da Ingazeira.
No quinto e último grupo estão três trabalhos acadêmicos, sendo dois de produção isolada e um em parceria com colegas do Banco do Brasil.
Tenho certeza, contudo, que com um pouco de paciência e uma dose de boa vontade os interessados encontrarão algo de futuro. O intuito é somente levar tais publicações ao julgamento dos leitores e das leitoras.
Por: Ademar Rafael