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Crônica de Ademar Rafael

ESQUECIDOS PELA HISTÓRIA

É sabido que a história é contada pelos vencedores e nela cabe, quase que exclusivamente, os “amigos do rei”. Na história do Brasil existem fatos poucos relevantes que mereceram destaque assim como fatos com relevância que são levados para planos inferiores e até esquecidos.

Se fizermos uma pesquisa sobre a vida e a obra de José Lourenço Gomes da Silva – Zé Lourenço do Caldeirão (1872-1946), junto ao um grupo de alunos preparados para o ENEN poucos deles terão algo a responder.

Mas, afinal quem foi Zé Lourenço do Caldeirão? Trata-se caro leitor e cara leitora de um paraibano de Pilões de Dentro que ao chegar em Juazeiro do Norte – CE nos anos finais do século XIX passa a seguir Padre Cícero, participa de um grupo de penitentes e torna-se beato.

Conquista a confiança do Padre Cícero e dele recebe a missão de fundar uma comunidade agrícola nas imediações da cidade do Crato – CE, inicialmente no “Sítio Baixa Grande” e posteriormente no “Caldeirão”. Despertou a ira de fazendeiros locais e preocupação dos governantes pelas similaridades com a comunidade que Conselheiro criou em Canudos – BA e pelo êxito que a comunidade alcançou. Na grande seca de 1932 a fome passou longe do “Caldeirão”.

A morte do Padre Cícero, a reivindicação da área da comunidade pelos Salesianos e medo dos governos com a surgimento de um novo “Canudos” sacramentaram e total destruição da comunidade. Com expedições em setembro de trinta e seis e maio de trinta sete, a última com uso de bombardeio aéreo, a comunidade foi destruída.

Zé Lourenço que não ficou entre os mortos mudou-se para fazenda “União” região Exu – PE onde veio a falecer. Sua história precisa ser resgatada, ignorar seus feitos é negar outro massacre do poder.

Historiadores e pesquisadores da ativa, eis aí um tema a ser plenamente estudado.

Por: Ademar Rafael


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