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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarPOESIA, BOM MOMENTO.

Nas duas últimas oportunidades que estive com o afogadense Alexandre Morais, poeta e seguidor do reino da cultura popular, ele fez questão de destacar o bom momento que atravessa a poesia em nossa região. Destacou também a sua visibilidade através de publicações de livros, programas de rádio, televisão, mesas de glosas e trabalhos nas escolas.

Nos anos 80 quando deixei nosso sertão o tema era pouco debatido, a propagação ocorria quase que exclusivamente antes e depois de uma cantoria de viola quando declamávamos ou ouvíamos declamações de poemas de Rogaciano Leite, Dedé Monteiro e Cancão.

Os enxertos de poemas durantes as apresentações musicais promovidos por Lirinha no “Cordel do Fogo Encantado”, por Maciel Melo, Santana O Cantador e outros artistas deram força a um movimento da validação da poesia escrita, esta abertura deu suporte para o movimento atual.

Atualmente e comum vermos em eventos culturais a inserção de recitais, das fenomenais mesas de glosas e declamadores. Em alguns casos tais apresentações configuram-se como o ponto alto da festa.

Com extrema satisfação percebemos que a lista de novos talentos é infinita. Aqui apontamos uma pequena parte. De início registramos o trabalho “dos meninos” de Bia Marinho. Antônio Marinho, Greg e Miguel que deram uma versão personalista ao estilo que os filhos de Zé de Cazuza, Miguel Marcondes e Luís Homero, popularizaram em “Vates e Violas”. No estilo poesia e música se entrelaçam tornando-as inseparáveis.

Jovens como Caio Menezes, Dudu Morais e o próprio Alexandre Morais, sem intimidação e com o ímpeto juvenil, sentam-se ao lado de poetas renomados como Dedé Monteiro, Zé Adalberto, Genildo Santana e outros para produzir versos memoráveis, aprovados pelos mais ácidos críticos.

A este elenco somam-se poetisas como Mariana Teles, Izabela Ferreira e Thyelle Dias, meninas que escrevem e declamam como gente grande. São jovens que assumem a condição de poetisas em qualquer constrangimento, pelo contrário o fazem com orgulho. Ganham admiradores tanto pela performance no palco como pelo conteúdo das suas criações poéticas. Mariana, filha do poeta Valdir Teles, tem livro publicado.

Recentemente os poetas Pedro Fernandes de Araújo e Vinícios Gregório, lançaram, respectivamente, “Bisaco de Poesia” e “Alma impressa”, livros de poesias muito bem avaliados pelos críticos de plantão.

Numa festa promovida pelas famílias Bernardo, Filomeno e Menezes na cidade de Tuparetama, na qual a poesia foi o principal ingrediente, Ana Clara, neta do poeta Gregório Filomeno e Letícia, neta de Terezinha de Zé Filó – sobrinhas netas de Manoel Filomeno de Menezes – deram um verdadeiro show de declamação e canto.

Por isto caro amigo Alexandre não temos dúvidas que o bom momento da poesia perdurará por muitos anos. Que assim seja.

Por: Ademar Rafael

 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafaelRECONSTRUÇÃO JÁ

Um filho ilustre do nosso Pajeú, dotado das qualidades “moral ilibada e conduta irrepreensível” que meu saudoso sogro – José Correia Filho – sempre exigia de uma autoridade, na noite do dia 30.08.16 utilizou uma concorrida rede social para apresentar seu desencanto com os destinos do nosso país.

Para justificar seu estado de espírito destacou: o Brasil está sendo saqueado, a Constituição está sendo rasgada, o povo está sofrendo sem assistência, os poderes e as instituições públicas e privadas estão apodrecidas e a imprensa está corrompida. Fez questão, contudo, de registrar que sua decepção extrapola a questão do julgamento no Senado, cujo resultado final aconteceu no dia seguinte.

A percepção do nobre conterrâneo se faz presente, em escalas maiores, iguais ou menores, em outras mentes espalhadas pelo país. Como alterar este quadro? Como criar outro ambiente? Para encontrar respostas e iniciarmos um processo de reconstrução fomos buscar na história ações de líderes em épocas de grandes crises.

Para uma reflexão conjunta com nossos leitores e nossas leitoras recorremos a “Nota frente ampla”, emitida em 25.09.1967, por João Goulart “Jango” e Carlos Lacerda, com apoio de Juscelino Kubitschek “JK” uma vez que Renato Archer representou o construtor de Brasília no histórico encontro de Montevidéu. Alguém pode questionar que o momento é outro e que a essência daquele movimento era o “processo de redemocratização do Brasil”, no entanto, tenho convicção plena que os fragmentos a seguir nos indicam caminhos a percorrer.

Após uma introdução destacando a necessidade inadiável do resgate de direitos suprimidos pelo golpe de 1964, traz o texto: “… É preciso que se transforme, corajosa e democraticamente, a estrutura das instituições arcaicas que não mais atendem aos anseios de desenvolvimento do país. É preciso assegurar aos brasileiros o aproveitamento das riquezas nacionais em favor do seu povo e não de grupos externos e internos, que sangram e exploram o seu trabalho”. Na sequencia o texto sugere que não há espaços para ódios, ressentimentos ou propósitos revanchistas e invoca a participação o de todos os brasileiros. Na parte final da nota encontramos: “… Movidos exclusivamente pela preocupação com o futuro do nosso país, não fizemos pactos, não cogitamos de novos partidos, nem de futuras candidaturas à Presidência da República. Conversamos sim longamente, com objetividade e respeito, sobre a atual conjuntura política, econômica e social do país. Não temos ambições pessoais, nem o nosso espírito abriga ódios. Anima- nos tão somente o ideal, que jamais desfalecerá, de lutar pela libertação e grandeza do Brasil, com uma vida melhor para todos os seus filhos”.

Se há 49 anos as três maiores lideranças civis – cassadas e caçadas pela Ditadura – passaram por cima das diferenças e promoveram a ação cuja concretização não ocorreu em virtude do endurecimento do sistema. O que impede que as lideranças atuais deixem os interesses pessoais e grupais e persigam o caminho da união em favor do Brasil?

Sabemos que no cenário atual faltam líderes com as características de Jango, de JK ou de Carlos Lacerda. Porém, com o que dispomos precisamos descobrir rotas. Seguindo no confronto entre “golpistas” x “não golpistas” jamais devolveremos a crença em dias melhores para a autoridade inicialmente citada e para muitos outros brasileiros.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMAROS TRÊS VENENOS

A filosofia budista aponta os “três venenos mentais: raiva, ansiedade e ilusão” como motivadores de toda infelicidade pessoal e de todos os conflitos interpessoais. Estes venenos são encontrados na literatura em outros formatos, tais como: “raiva, apego e ignorância; ira, cobiça e ignorância; ódio, ganância e ilusão ou raiva apego e aversão”.

Daniel Goleman relata no livro “Como lidar com EMOÇÕES DESTRUTIVAS – Para viver em paz com você os outros”, as experiências extraídas de encontro entre cientistas ocidentais e budistas, entre eles Dalai Lama. O principal objetivo dos diálogos foi “entender e combater as emoções destrutivas” na busca de um mundo melhor.

Como antídotos aos três venenos a tradição budista sugere que caminhemos com as “Quatro nobres verdades: Primeira – A vida é desequilibrada, fora de prumo, desarmônica; Segunda – As causas deste desequilíbrio são os Três Venenos Mentais; Terceira – O equilíbrio pode ser restaurado e Quarta – O equilíbrio da vida pode ser atingido seguindo-se o Caminho do Meio.” Encontramos as quatro nobres verdades assim descritas de forma resumida: “verdade do sofrimento; verdade da origem do sofrimento; verdade da cessação do sofrimento e verdade do caminho que leva à cessação do sofrimento.”

Os ensinamentos de Buda sugerem que para trafegarmos pelo “Caminho do Meio”, devemos colocar em prática: “entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.”

Por ter dificuldade de transitar pelo “Caminho do Meio” carregando as práticas recomendadas e diante de minhas naturais limitações resta-me reduzir os impactos dos “Três venenos mentais”, com as ferramentas disponíveis.

A raiva tem sido meu maior adversário, mesmo entendendo o mal que ela causa, não consigo deixar de conviver com ela, principalmente diante de uma injustiça ou de um fato que fere minhas convicções.

A ansiedade com o tempo está sendo controlada. Fui do tipo que se preocupava com a prova, depois com o resultado da prova e assim seguia numa ciranda infinita de ansiedade incontrolável.

Com a ilusão sofri pouco. As aulas que recebi do meu pai foram decisivas para não alimentar ilusões com fatos que não tinha pleno controle. Este é o único veneno que pouco interferiu na minha vida.

Quando faço uma reflexão sobre as besteiras que pratiquei nestes cinquenta e nove anos de vida sempre identifico um ou dois venenos raiva e ansiedade promovendo o comportamento inadequado.

Para obtermos o entendimento, o pensamento, a linguagem, a ação, o modo de vida, o esforço, a atenção plena e a concentração com a correção sugerida na tradição budista precisamos recorrer ao nosso interior, aos ensinamentos budistas e à ciência. É, sem dúvida, “uma estrada cumprida e uma légua tirana.” Que tal darmos o primeiro passo?

Por: Ademar Rafael

 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELPOLÍTICA FISCAL?

Este texto é inspirado na definição de Política Fiscal registrada no último capítulo do livro “Criando riqueza”, editado pela Empíricus Research. Ao detalhar os “conceitos básicos de economia e investimentos” a jornalista Olívia Afonso, autora do livro, define Política Fiscal como: “… conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição de renda e a alocação de recursos”.

O governo brasileiro, através do seu site oficial (http://www.tesouro.fazenda.gov.br), ratifica os dizeres acima e acrescenta que: “A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado”.

Na primeira função – estabilização macroeconômica – o governo tem tirado nota próxima de zero. Não tem promovido o controle da inflação e quando tenta intervir é como medidas desastrosas, eleitoreiras e ineficientes. Damos como exemplos o caso dos preços controlados, da manipulação dos preços de derivados de petróleo e política de juros.

A função de número dois – redistribuição de renda – foi incentivada nos governos petistas, o problema foi a metodologia aplicada, extraída da música “Uma pra mim uma pra tu”, da obra de Luiz Gonzaga, que afirma: “Uma pra mim, uma pra mim, uma pra tu, outra pra mim; Uma pra mim, outra prá tu, uma prá mim, outra pra mim”. Isto mesmo que você acabou de ler. Para cada uma ofertada três para o ofertante. No geral nota baixíssima.

A terceira função – alocação de recursos – o conceito para ficar ruim precisa de muita melhora. Os bens e serviços alocados estão muito abaixo do ideal e custam valores extremante elevados. Os grandes fornecedores e a corrupção ficam com maior parte do bolo. Os contribuintes com as migalhas.

Nesta toada a cada ano o déficit fiscal vai aumentando, manipulado por governante de plantão e aprovado pelo congresso, quando é do seu interesse.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELHERDEIRO DOS ASTROS

Marcos Passos, após o sucesso do livro sobre Zé Marcolino, “Conversa sem protocolo”, alia-se a Ésio Rafael e Santanna O Cantador para presentear os amantes da poesia com o livro “Herdeiro dos astros”, narrando parte da obra de João Paraibano.

Os relatos e depoimentos presentes na publicação, assinados pelos organizadores, por Roberta Clarissa, Astier Basílio, Antônio Marinho, Diomedes Mariano, Sebastião Dias, Ivanildo Vila Nova, Joselito Nunes, Rubens do Valle, Jô Mazarollo e Mariana Teles somam-se aos versos de parceiros e do poeta de Princesa Isabel em uma mistura com alto índice de nordestinidade e elevado valor cultural.

Que esta obra possa enterrar para sempre dois rótulos que tentaram, sem sucesso, colar na imagem do poeta que a todos chamava de “meu santo”. Alguns buscaram de todas as formas adesivar João Paraibano com os rótulos de “poeta iletrado” e “poeta que só canta sertão”. Com a capacidade que Deus lhe deu de sobra Dão de Zaca desmistificou tais emblemas e fez muito “nego” que se achava o máximo engolir suas críticas. João do Peba calou muitos e entalou muitos cantadores intelectualizados.

Que após a edição de “Herdeiros dos Astros” as criações do “canhoto mais direito da cantoria” como diz Diomedes Mariano sejam universalizadas. Espero que seja com a mesma intensidade que os clássicos “Os miseráveis” de Victor Hugo e a trilogia de “O tempo e vento” de Érico Veríssimo universalizaram a sagas de Jean Valjean e das famílias Terra, Caré, Cambará e Amaral, respectivamente.

Assim como o título do livro tem origem em um trabalho científico o seu conteúdo deve ser lavado para o ambiente acadêmico e debatido à exaustão. Somente assim “pseudos” intelectuais deixarão de taxar poetas populares como pessoas iletradas e limitadas e entenderão que estão abaixo deles.

Decifrar o teor da obra de um cantador de viola é missão impossível para nós outros. O que é descoberto e descrito por um violeiro escapa do campo de observação das pessoas normais, por mais que elas se julguem capazes.

Outros livros virão sobre João Paraibano e sua obra extrapolará tudo que tentarem reduzir a um compêndio de papel ou eletrônico.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARLIVROS DE AUTOAJUDA

Temos o costume de avaliar cosias que não conhecemos e afirmar com toda convicção: “Não gosto disto, não gosto daquilo.” Assim aconteceu comigo em relação a abacate e pimentão. Sempre afirmava que tinham gosto ruim até o dia que experimentei.

Com livros de autoajuda foi da mesma forma. Dizia que os benefícios eram nulos até o dia que um grande professor da Universidade Federal da Bahia questionou minha avaliação a disse: “No estilo autoajuda, como nos demais, tem muita coisa boa.” Passei a ver e ler o estilo com outros olhos, nada como mudar para melhor. Encontrei de fato muita coisa boa. Tirei proveitos e ajudei outros colegas com ensinamentos extraídos de publicações da espécie.

Recentemente li o livro “Grandes erros” de Jacob Pétry, jornalista e filósofo e Simone Mitjans, especialista em marketing digital e mestre em neurolinguística. Nele os estudiosos relacionam vinte e uma escolhas que se por elas optarmos criaremos dificuldades em nossa caminhada na direção ao sucesso almejado.

São elas: 1) Acreditar que já sabe tudo; 2) Pensar que você é incapaz; 3) Negligenciar seus pontos fortes; 4) Não saber o que quer da vida; 5) Abrir mão da autenticidade; 6) Ignorar a realidade; 7) Cultivar uma mentalidade de escassez; 8) Focar-se exclusivamente no dinheiro; 9) Esperar por Deus (Sem fazer a sua parte); 10) Abrir mão do respeito próprio; 11) Ignorar o que diz a si mesmo; 12) Pensar que a vida lhe deve alguma coisa; 13) Fugir das adversidades e dos problemas; 14) Tornar-se um cego mental; 15) Culpar as circunstâncias; 16) Ignorar suas paixões; 17) Ficar remoendo o passado; 18) Ter uma falsa visão da inteligência; 19) Querer resultados imediatos; 20) Pensar que a felicidade está nas coisas e 21) Esperar para começar amanhã.

Os detalhes de cada um dos erros não estão no formato “receita de bolo”, são apresentados com exemplos e sugestões. Uma das citações de maior relevo é do mega investidor e critico da especulação financeira Warren Buffett: “Na origem, na há diferença entre as pessoas que alcançaram o sucesso e as que fracassaram, a diferença está apenas na forma de agir ao longo da vida.” Então, caros leitores e leitoras vamos abolir tais erros da nossa vida? O tempo urge.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARLUCRO NÃO É PECADO

No mundo capitalista o principal objetivo das organizações empresariais é gerar riqueza. Todas estão imbuídas em produzir, vender e prestar serviços em um formato que a última linha do Demonstrativo de Resultados do Exercício seja um valor positivo. Somente as empresas com resultados superavitários conseguiram vencer a concorrência, produzir e prestar serviços que atendem as expectativas dos clientes e usuários, gerar empregos e pagar impostos.

Uma empresa que presta serviços para investidores publicou recentemente a relação dos grupos com os maiores lucros no exercício de 2015. Relacionamos quinze deles: 1) Itaú Unibanco: R$ 23,36 bilhões; 2) Bradesco: R$ 17,19 bilhões; 3) Banco do Brasil: R$ 14,40 bilhões; 4) Ambev: R$ 12,42 bilhões; 5) Santander: R$ 7 bilhões; 6) BTG Pactual: R$ 5,62 bilhões; 7) JBS: R$ 4,64 bilhões; 8) BB Seguridade: R$ 4,21 bilhões; 9) Cielo: R$ 3,51 bilhões; 10) Telefônica Vivo: R$ 3,42 bilhões; 11) Braskem: R$ 3,14 bilhões; 12) BRF: R$ 3,11 bilhões; 13) Cemig: R$ 2,49 bilhões; 14) BM&F Bovespa: R$ 2,2 bilhões e 15) TIM: R$ 2,07 bilhões.

As principais atividades estão assim distribuídas: a) área financeira: sete; b) áreas de telefonia e de alimentos: duas em cada; e c) áreas de cervejaria, seguridade, petroquímica e eletricidade: uma em cada.

É salutar em um país com a economia em decomposição ter empresas com lucros tão robustos? Minha avaliação é que sim. Tais fatos provam que estas empresas em um cenário adverso conseguem atender os objetivos traçados de acordo com a regra do mundo onde quem manda é o capital.

Antes de criticar tais resultados seria importante destacar que as empresas acima podem até não contribuir com a carga tributária na mesma proporção dos seus lucros. Se isto ocorre é em função da legislação comprovadamente favorável a quem pode pagar uma equipe capaz de promover um Planejamento Tributário que reduz a carga tributária dentro da regra.

Criticar quem está produzindo bons resultados é um caminho que muitos seguem. Suar a camisa e fazer o que elas estão fazendo poucos querem.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELFHC DEMOCRATA?

Em 1983, após a posse de vários novos colegas na agência do Banco do Brasil de Barbalha – Ceará, estávamos discutindo durante uma reunião geral a demora no atendimento de demandas de clientes. Um colega registrou que era salutar nossa preocupação, mas alegou que enquanto gastávamos dez dias a média do banco era de quinze dias e que agência “x” levava vinte dias para atender pedidos similares. Uma colega recém empossada pediu a palavra e destacou: “Gente não podemos ter como parâmetro quem está abaixo de nós, temos que mirar o melhor e superá-lo”. Ficamos mudos e tivemos que dar razão para a “novata”.

Em uma das agências que administrei um cliente, para justificar um desvio de conduta, disse-me: “Ademar, reconheço que errei, mas, gostaria de deixar claro que sou mais honesto que fulano de tal”. Na hora eu afirmei; “Amigo honestidade é como gravidez, não existe no formato parcial ou tem casos de maior ou menor intensidade”.

Talvez, baseado no modelo que norteia os casos acima, – nivelar por baixo – o escritor Luís Felipe d’Ávila’ incluiu Fernando Henrique Cardoso no livro “Caráter e liderança – Nove estadistas que construíram a democracia brasileira”. Os demais são: José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Nabuco, D. Pedro II, Prudente de Moraes, Campos Salles, Rodrigues Alves, Oswaldo Aranha e Ulysses Guimarães.

Alguns fatos sugerem que o Príncipe FHC não devia fazer parte do grupo por ter ferido de morte o estado democrático de direito ao: a) – aprovar no sistema “rolo compressor” tudo que quis na Câmara e no Senado, sob o olhar inerte dos Tribunais Superiores e da grande imprensa; b) – ser o principal beneficiário na mais manipulada eleição da nossa história republicana, detalhada pelo jornalista Sebastião Nery no livro “A eleição da reeleição”; c) editar a Medida Provisória 2088-35/2000 que restringia a ação do Ministério Público e d) ter governado sob a blindagem do “Engavetador Geral da República”, o procurador Geraldo Brindeiro.

Nessa lógica Sarney, Collor, Lula e Dilma poderão reivindicar a inclusão dos seus nomes em futuras obras que tratem de ética ou gestão fiscal. Talvez por ser “Conselheiro – Não vitalício” do Instituto FHC, o autor tenha encontrado em Fernando Henrique, que também prefacia a obra, qualidades que eu não percebo.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARPRODUTIVIDADE

A revista HSM – Management, avaliada como a melhor publicação relacionada com gestão do Brasil, na edição 116 de maio/junho-2016 traz uma longa reportagem sobre produtividade. Nos textos são abordadas sugestões e relatados casos reais de empresas que superam os índices de produtividade das concorrentes, utilizando ação efetivas para “para fazer muito mais e melhor com menos recursos financeiros, humanos e materiais”.

Não tenho dúvida que a baixa produtividade que reina absoluta em nossas empresas públicas e privadas, dos setores da indústria, do comercio e dos serviços é a principal porta de entrada para as propagadas crises que cercam nossas atividades produtivas. O ímpeto que temos para cobrar salários crescentes, melhores condições de trabalho não tem a mesma intensidade quando o assunto é produzir acima da média, com adoção de práticas de vanguarda.

Com pouco esforço podemos identificar em nossas organizações três fatores que no meu ponto de vista minam a capacidade de produzir mais e melhor. O primeiro fator é a falta de comprometimento com nossas responsabilidades. Invariavelmente colocamos nossos interesses acima dos interesses das empresas que nos remuneram. Quando agimos é em velocidade abaixo do ideal. O fator de número dois é a nossa habilidade de acharmos desculpas para tudo. Existem variáveis diversas que impedem nossa atuação plena em favor de uma produtividade compatível com o que recebemos. O terceiro é a burocracia e o nosso famigerado sistema do “dez para mandar e dois para fazer”, isto é: muitos comandantes, poucos comandados.

O assédio moral, situação que deve ser afastada de qualquer ambiente de trabalho, tem funcionado com blindagem para os maus profissionais. Nada produzem e quando são cobrados acionam os dispositivos que sugerem o assedio moral, ficando os gestores refém do sistema, por medo de denuncias juntos aos órgãos fiscalizadores. Tais denúncias são patrocinadas pela indústria sindical que historicamente tem pouca preocupação com produtividade.

Com recursos financeiros, humanos e materiais cada vez mais escassos precisamos simplificar processos, unir forçar e agir. A inercia é inimiga da produtividade. As dicas a revista aponta, as ações ficam sob a responsabilidade de cada um. Ação, ação e ação.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarTODO PODER UM DIA CAI

Montado na sabedoria matuta, o grande Quincas Rafael, escreveu o poema “Não há poder que não caia”, que foi inserido no livro “Afogados deu de tudo”. Nele. o poeta das Varas, registra entre outras verdades o seguinte: “Não há nada eternamente/Tudo no mundo tem fim/E quem não pensar assim/É mais que inconsciente/Se acaba o que é valente/O liberto e o cativo/Atual e primitivo/A nada o tempo quer bem/Tudo que no mundo tem/Para Deus é relativo”.

Em outras estrofes o velho Quincas faz indagações sobre o império romano, sobre Napoleão e deixa um alerta que serve para vida: “… O futuro não tem braços/Quem sobe pode cair …”. Eu, pessoalmente já vi muitos que humilharam voltarem para pedir apoio dos humilhados. Nossa geração já assistiu quedas da Mesbla, da Sharp, das Lojas Brasileiras, dos Diários Associados, da Manchete, do Jornal do Brasil e tantos outros.

O poder do Grupo Roberto Marinho já não é o mesmo de outrora. Os motivos apontados são diversos. O mercado avalia que foram investimentos fora do Brasil, dívidas impagáveis e altos salários de executivos durante a época das vacas gordas. Outros avaliam que foi a queda da credibilidade do jornalismo após os eventos relacionados com a eleição de Brizola, as Diretas Já e a edição manipulada do debate entre Collor e Lula na véspera do segundo turno da eleição de 1989. Existe uma corrente que aponta como principal motivo da queda o afastamento e a morte do velho Roberto do comando.

Não tenho elementos para apontar os reais motivos do declínio, contudo, percebo que o “padrão globo” do tempo de Boni faz parte do passado. No dia 29.04.2016 a Globo não apresentou o Globo Repórter em toda rede. Emissoras vinculadas a TV Liberal no Pará apresentaram um programa sobre os 400 anos de Belém. O resto do Brasil assistiu ao programa sobre Abu Dhabi, isto seria inaceitável na época que a Globo era a toda poderosa.

A Rede Globo de Televisão tem na sua grade de programação a maior metralhadora giratória do Brasil: o Jornal Nacional. Não conheço uma personalidade do mundo empresarial ou político que não tenha balançado após matérias contrárias aos seus interesses nele publicadas. É disparado o jornal de televisão preferido dos brasileiros. Até quando? Ela se sustentará quando a receita oriunda do seu horário mais nobre deixar de existir? O tempo dirá..

Por: Ademar Rafael