DAR PARA CONFIAR?
Algumas pessoas em conversas informais ou em encontro de trabalho perguntam o que eu acho do mercado de moedas virtuais. Invariavelmente eu respondo: “Estude bem o assunto, faça testes e desconfie de notícias isoladas sobre o tema”. O que motiva não emitir uma opinião segura sobre a famosas “criptomoedas”? O cuidado que devemos ter ao emitir uma opinião sobre algo que possa trazer prejuízo ao interlocutor e as dúvidas que envolve a questão.
E o que é palpável sobre o assunto? Que o tema começou a ser debatido ainda nos anos 80 quando a criptografia entrou na pauta mundial. Que a impotência dos órgãos de controle para detectar tempestivamente os procedimentos inadequados que provocaram a crise de 2008 nos Estados Unidos e que se espalhou pelo mundo nos anos seguintes foi determinante para o surgimento das bases técnicas de um “protocolo” para cuidar das transferências de valores entre pessoas sem controle de governos ou operadores dos sistemas financeiros.
Os conceitos criados por Satoshi Nakamoto, na proposta do “Bitcoin”, foram ampliados, o assunto virou moda e a expansão foi com a velocidade da luz. Numa busca rápida na rede mundial de computadores a popular “internet” encontraremos situações em que os ganhos para os investidores são superiores de mil por cento em curto espaço de tempo. Mesmo com a garantia que as plataformas utilizadas nas operações são confiáveis, que a rentabilidade publicada é real muitas dúvidas permanecem. Precisamos vencer o medo com prudência. Investimentos com moeda virtual é um processo sem volta.
O folclore bancário narra que um fazendeiro tinha quantia significante aplicada numa agência do interior e todo final de mês exigia que o gerente fosse com ele até o cofre o mostrasse onde estava o seu rico e suado dinheiro. Para não perder o cliente o gerente atendia a exigência do correntista. Quem assim pensa e age ficará longe do mercado virtual.
Por: Ademar Rafael