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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARPERTO DO CORAÇÃO

Encerro um poema que dediquei ao meu filho no se aniversário de quinze anos com os seguintes versos: “… Aprenda a cultivar rosas/Sem se ferir nos espinhos”. O Jornalista Magno Martins cumpriu à risca o conselho que dei no poema ao produzir o livro “Perto do Coração”. Considero a crônica uma manifestação poética sem amarras às rimas. Neste quesito a publicação sai da curva, extrapola com folga.

Na letra de “Tareco e Mariola” o poeta Petrúcio Amorim diz “… entre o velame e macambira…”. Foi neste hiato que Magno transitou para conceber sua declaração de amor aos pais e ao sertão.

Reservo-me ao direito de não destacar esta ou aquela crônica, uma vez que as enxergo entrelaçadas da mesma forma que o melão de São Caetano tece nas cercas sertanejas a sua toalha verde, bordada com o branco, o amarelo e o vermelho das suas flores e frutos.

Na condição de crítico ácido da política baseada nos “acertos” e na corrupção, Magno já era embaixador de Afogados da Ingazeira, como cronista ganha nova vertente na nobre missão de honrar a terra de Arruda Câmara. Seus escritos abraçam sua terra da mesma forma que a região de Ilhéus e a Bahia foram abraçadas na obra de Jorge Amado.

Do árido sertão e do corrosivo mundo da política nasce um conjunto de crônicas que nos garantem a possibilidade de um mundo melhor. A leveza dos textos difere um tudo do cenário onde foram colhidos.

Em diversos momentos o universo criado por Vinícius, Chico e Garoto na fantástica letra de “Gente Humilde” é trazido a relevo nas crônicas. Afinal nossos poetas estão cansados de ensinar: “Nas coisas simples é que encontramos o belo, o mágico e o puro”.

Khalil Gibran, distante da sua Bsharri no Líbano, escreveu uma obra universal, Magno Martins, longe e perto da sua Afogados da Ingazeira em Pernambuco, do jeito sertanejo oferece um recado onde coisas belas, que alimentam a alma, são expostas. Cabe aos leitores extrair a essência.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARZÉ LEZIN – 30 ANOS

Poucos brasileiros saberiam identificar o passageiro Nairon Oseas Alves Barreto numa daquelas chamadas para embarque imediato nos aeroportos. Saber que o viajante retardatário é um dos maiores humoristas do Brasil, o paraibano Zé Lezin, é missão para reduzido número de fãs.

Este cidadão, nascido na cidade cortada pelo Rio Espinharas a famosa Patos, Estado da Paraíba, está com um show em cartaz pelo Brasil em comemoração aos trinta anos de carreira. Sucesso de público e crítica.

Conheci seu trabalho por meio de CDs de procedência duvidosa, vendidos por camelões em bancas de postos de gasolina e rodoviárias espalhadas pelo nordeste. Na “Escolinha do Professor Raimundo” vi sua cara pela primeira vez e em um encontro de administradores do Banco do Brasil, em setembro de mil novecentos e noventa e oito, na cidade de Salvador assisti a seu show.

Iniciou sua carreia humorística com o nome de Zé Paraíba no ambiente acadêmico da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, onde concluiu os cursos de Comunicação Social e Direito. Ao ingressar na escolinha comandada por Chico Anísio trocou o nome para Zé Lezin. Suas participações no programa “Show do Tom” também foram emblemáticas.

O grupo da UFPB, os bares e os teatros serviram de laboratório para o ingresso em programas de rádio e de TV, atuou nos dois veículos de comunicação na cidade de Recife, Pernambuco. Na Rádio Clube e na TV Guararapes da capital pernambucana sedimentou a carreira.

Entre as suas principais produções destacamos o programa “A bodega do Zé”, os espetáculos/shows “O peru do Zé Lezin” (2005), “Zé Lezin na Copa e na cozinha” (2006), “O Fim da CPMF – Contribuição Para Minha Família”, “A Fuleragem de Zé Lezin”  e “A Volta para os que Não Foram” (2008) e os DVDs “Zé Lezin com plateia VIP” (2005) e “Zé Lezin da Paraíba” (2008). Também merece relevo a peça intitulada “Em briga de marido e mulé ninguém mete”, onde a relação conjugal é discutida pelo humorista paraibano e pelo ator pernambucano Jeison Wallace.

Seu estoque inesgotável de piadas alcança os tipos sertanejos, o futebol, a política e outros assuntos com invejável competência. Manter-se em atividades por trinta anos não é fácil em um país onde o destaque para o humor inteligente e criativo é muitas vezes e substituído pelo besteirol.

No encerramento das suas apresentações costuma deixar uma mensagem para reflexão do público. No ano passado o recado denominado “Humor Total – Zé Lezin Mensagens do Natal 2015” fez grande sucesso nas redes sociais.

Viva o humor inteligente, viva a terra nordestina que gera talentos em série.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELCRITIQUE MENOS

Para que você não venha ter frustrações enquanto critico contumaz do comportamento alheio e com a soluções dos problemas, seja brando com:

Pessoas que reclamam do calor ligam uma central de ar na temperatura mínima e cobrem-se com um edredom.

Pessoas que comem pão integral, tomam leite desnatado, café com adoçante e tomam uma Coca-Cola de seiscentos mililitros numa sentada.

Pessoas que reclamam da corrupção vigente nos poderes executivo, legislativo e judiciário das escalas federais, estaduais e municipais e declaram-se de cor parda para obter vantagens em concursos, nas cotas destinadas aos afros descendentes.

Pessoas que condenam a violência do trânsito e fazem ultrapassagens pelo acostamento, param cima das faixas de pedestres, avançam sinais vermelhos, dirigem falando ao telefone…

Pessoas que enchem seus carros e suas residências com adesivos relacionados com ensinamentos cristãos e se negam a dar um olhar de misericórdia para um irmão que carece de uma ajuda.

Pessoas que alegam que na política só tem corruptos e nas vésperas dos pleitos eleitorais trocam seus votos por pequenos favores dos cabos eleitorais.

Pessoas que em nome de elevada cara tributária do país sonegam todos os seus impostos.

Pessoas que reclamam do lixo não recolhido pelos garis em dias de feriado e jogam por onde passam copos descartáveis, latas de cervejas e refrigerantes, caixas de sucos e outros.

Pessoas que enxergam defeitos em tudo na saúde pública e não fazem o básico da higiene doméstica para evitar doenças transmitidas pela falta dela.

Pessoas que criticam o modelo de educação das escolas, mas, não participam das reuniões de pais e mestres e não sentam com seus filhos para resolver as tarefas indicadas pelos professores, as famosas “para casa”.

Pessoas que vibram quando alguém é preso por um deslize de comportamento e ao serem acusados de algo exigem pleno direito de defesa.

Pessoas que exigem ação de seus pares em favor de um mundo melhor e não movem uma minúscula palha para tornar sua exigência em algo real.

Em resumo: Cumpra bem a sua missão. Tente contaminar as pessoas do seu ciclo da amizade com exemplos. Faça mais, julgue e critique menos.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarMENTIRA CRUEL

Uma das mais cruéis mentiras que nossos governantes de plantão tem repetido é a de que o sistema previdenciário do Brasil está quebrado. Tudo é feito para cumprir acordos com o mercado financeiro interno e externo e vender a ideia que as mudanças no modelo geram ajuste fiscal e sobras para honrar os serviços da dívida, nada é feito em favor dos segurados.

Se pegarmos somente as emendas constitucionais nº. 20, 41 e 70, de
15.12.1998, 19.12.2003 e 29.03.2012, respectivamente, durante os governos do príncipe (FHC), do sapo barbudo (Lula) e de coração valente (Dilma) veremos que o efeito foi devastador no bolso dos trabalhadores que contribuem com o sistema e a eficácia na solução do problema apontado ficou pertinho de zero. Tudo porque as raízes do “falado” rombo são outras.

O que realmente sugou e suga os cofres da previdência social: a) os desvios de fundos previdenciários desde sua fundação até o final dos anos oitenta. Todos sabem que as obras da Ponte Rio-Niterói, da Transamazônica e de Itaipu consumiram muitos milhões dos fundos de assistência e previdência social e nunca retornaram; b) a inadimplência; c) o pagamento de benefícios para um grupo que não atende o que determina o Artigo 40 da nossa Constituição Federal por não cumpir o caráter contributivo, isto é, não pagou pelo que recebe. O texto não deixa dúvidas: “Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”.

A União não cumpriu, não cumpre e não cumprirá o que determina aos gestores dos Regimes Próprios de Previdência Social, nos termos do artigo primeiro da Portaria 3.922, de 25.11.2010, expedida pelo Banco Central do Brasil, por decisão do Conselho Monetário Nacional, a seguir transcrito: “Fica estabelecido que os recursos dos regimes próprios de previdência social instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, devem ser aplicados conforme as disposições desta Resolução, tendo presentes as condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência”.

Tenho um pouco de razão para ficar indignado. Sou um dos brasileiros “roubados” pelo regime oficial de previdência. Durante mais de trinta e cinco anos contribui pelo teto. Recebo de aposentadoria exatamente 39,75% (trinta e nove vírgula setenta e cinco por cento) do valor que “comprei”. Como o Código de Defesa do Consumidor não pode ser acionado e o bispo não trata destes assuntos resta-me seguir o que recomenda meu concunhado José Delvo, também vítima do INSS: “Fazer o que?”.

Por: Ademar Rafael

 

CRÔNICA DO ANIVERSARIANTE DESTA SEGUNDA ADEMAR RAFAEL

PARAUM PRESENTE

No final da primeira década deste século, em virtude de ocupar um cargo de Secretário Municipal de Saúde na cidade de Marabá no Pará, fui membro nato do Conselho do Idoso. Durante a cerimônia de assinatura da lei municipal que normatizava e autorizava gestões compatíveis com o Estatuto do Idoso, Lei 10.741/03, iniciei meu pronunciamento com a seguinte frase: “Desconfio de uma sociedade que carece de uma norma legal para dar o básico aos seus idosos”. Um legalista presente no evento fez, reservadamente, uma severa crítica. Afirmou: “Você como detentor de cargo público jamais poderia fazer uma avaliação negativa de uma Lei”. Para evitar polêmica agradeci a ponderação e segui em frente.

Hoje ao completar cinquenta e nove anos, portanto a um ano de ser público alvo dos benefícios do Estatuto do Idoso, mantenho meu ponto de vista quanto à necessidade de um marco legal para atender as demandas do grupo que forma a terceira idade ou a melhor idade como preferem alguns.

Atender o elenco de prioridades indicado nas diversas alíneas do parágrafo único do artigo terceiro da Lei 10.741/03, de 01.10.2003 é obrigação do poder público e das organizações privadas, mas, o que vimos no cotidiano são arranjos e remendos. Muita propaganda e pouca ação em favor dos idosos.

Poder parar o carro em local exclusivo, ocupar os primeiro lugares nas filas e ter direito as cadeiras frontais dos coletivos são prêmios que ganharei a partir do dia 23.02.2017. Estes são os favores legais que figuram entre os meus desejos; renunciarei aos que não entender como próprios para cada momento deixando que outros utilizem.

Redução dos preços dos medicamentos de uso contínuo, através de diminuição dos seus impostos, criação de programas para antecipar diagnósticos e reparação de perdas provocadas pelas “miseráveis” reformas da previdência são benefícios que aceitarei com satisfação.

A devolução pelo INSS do dinheiro que me foi roubado nas reformas realizadas por meio das emendas constitucionais nº. 20, de 15.12.1998, durante mandato do “príncipe” (FHC), nº. 41, de 19.12.2003 – setenta e nove dias após edição do Estatuto do Idoso -, quando o “sindicalista” (Lula) ocupava a presidência e 70, de 29.03.2012, sob o comando da “guerrilheira” (Dilma) seria o presente merecido ao completar sessenta anos.

Para o mercado financeiro e os especuladores internos e externos nossos governantes são cordeirinhos criados em casa na mamadeira; para os trabalhadores que alcançam a idade de aposentadoria, nossos governantes são lobos famintos. Sonho com o dia em que o Estatuto do Idoso seja revogado e em seu lugar venha o Estatuto da Vergonha na Cara, dos governantes, é claro.

Por: Ademar Rafael