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União Europeia e Reino Unido anunciam novas sanções contra a Rússia

Líderes pressionam o presidente americano, Donald Trump, a se juntar na adoção de medidas mais rígidas contra Moscou

União Europeia e Reino Unido anunciaram novas sanções contra a Rússia na terça-feira (20), um dia depois que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump conversou com o líder russo Vladimir Putin sem obter uma promessa de cessar-fogo na Ucrânia.

Londres e Bruxelas disseram que as novas medidas se concentrarão na “frota fantasma” de petroleiros e empresas financeiras que ajudam Moscou a evitar o impacto de outras sanções impostas por causa da guerra.

As sanções foram anunciadas sem as ações correspondentes de Washington, apesar do intenso lobby público dos países europeus para que o governo Trump se unisse a eles.

Os líderes de Reino Unido, França, Alemanha e Polônia viajaram juntos para Kiev no início deste mês e disseram que tinham novas sanções contra a Rússia prontas para serem aplicadas. Os europeus conversaram com Trump na véspera de sua ligação com Putin para pedir que ele se juntasse a eles na imposição de medidas mais rígidas.

Rússia e Ucrânia realizaram suas primeiras conversas diretas em mais de três anos na sexta-feira (16), mas não conseguiram chegar a um acordo sobre cessar-fogo.

Ucrânia diz que perdeu confiança em Lula e descarta mediação na guerra

Representantes do governo ucraniano voltaram a criticar a visita do presidente a Moscou e disseram à CNN que ele “não tem o direito de reivindicar para si qualquer posição nas futuras negociações de paz”


O governo da Ucrânia disse que “perdeu completamente a confiança” no presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um possível mediador na guerra com a Rússia.

Representantes do governo do presidente Volodymyr Zelensky disseram à CNN Brasil que descartam “a falsa mediação na Praça Vermelha”.

“Sem um mínimo de confiança, Lula não tem o direito de reivindicar para si qualquer posição nas futuras negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele não tem mandato. Para ser franco: a Ucrânia não precisa dos serviços de Lula”, declarou uma das fontes, que pediu para não ser identificada.

Essas foram as declarações mais fortes do governo ucraniano contra as tentativas do presidente de ajudar a mediar o conflito.

A gota d’água para Kiev foi a chegada de Lula a Moscou na tarde de quarta-feira (7) para participar das comemorações pelos 80 anos da vitória dos aliados e da antiga União Soviética contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Daí a menção à Praça Vermelha, onde Lula vai assistir a um desfile militar na sexta-feira (9) ao lado do presidente Vladimir Putin e outros líderes como o presidente da China, Xi Jinping.

O que Lula e Putin devem discutir

Durante a visita a Moscou, Lula terá uma reunião privada com o líder russo, a primeira conversa cara a cara entre eles desde o início do terceiro mandato do presidente brasileiro.

Os dois devem discutir as ameaças do governo Donald Trump ao multilateralismo, a pauta comercial bilateral e também, claro, o conflito na Ucrânia.

Segundo o Itamaraty, Lula vai debater com Putin os pontos de uma proposta sino-brasileira apresentada há meses com ideias para o fim da guerra — o que poderia colocá-lo como um possível mediador no conflito.

Uma fonte do governo de Kiev, no entanto, afirmou que o seu país descarta completamente essa possibilidade.

“A Ucrânia precisa deixar claro novamente: o presidente Lula perdeu a chance de exercer qualquer papel de mediador”, disse.

1ª votação termina sem eleger novo papa; conclave continua amanhã

A tradicional fumaça preta surgiu da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (7), por volta das 16h do horário de Brasília, indicando que os cardeais ainda não chegaram a um consenso sobre o novo papa. A cor escura da fumaça, gerada pela queima das cédulas de votação, sinaliza que nenhum dos 133 cardeais eleitores obteve os dois terços necessários para ser escolhido pontífice.

O resultado era esperado, segundo especialistas no Vaticano, já que a primeira votação costuma servir para testar nomes e medir forças entre os diferentes blocos ideológicos do colégio cardinalício.

O conclave será retomado nesta quinta-feira (8) com duas novas rodadas de votação: uma pela manhã e outra à tarde, caso o novo papa ainda não seja escolhido no primeiro escrutínio do dia. Todas as sessões são realizadas a portas fechadas, sob absoluto sigilo, na Capela Sistina — cenário clássico dos afrescos de Michelangelo.

A última vez em que a Igreja Católica vivenciou esse processo foi há 12 anos. Na ocasião, o então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa Francisco na tarde do segundo dia de conclave, em 2013, após cinco votações.

Enquanto a decisão não vem, fiéis e turistas seguem reunidos na Praça de São Pedro, atentos à pequena chaminé no alto da Capela Sistina, à espera da tão aguardada fumaça branca que anunciará ao mundo: Habemus Papam.

Cardeais enfrentam encruzilhada para eleição do próximo papa

O pontificado do Papa Francisco abalou profundamente a Igreja Católica. Seu papado de 12 anos, com foco em uma “Igreja pobre para os pobres”, conclamou o catolicismo a deixar sua zona de conforto e se estabelecer entre as comunidades mais pobres.

Francisco abriu discussões sobre temas antes considerados inaceitáveis, como o papel das mulheres. Ele acolheu católicos LGBTQIA+ como “filhos de Deus” e abriu a porta para que divorciados que casaram novamente ​​recebessem a comunhão.

Ele também atraiu atenção com suas fortes críticas à injustiça econômica e apelos à proteção do meio ambiente.

Ao longo de seu pontificado, no entanto, Francisco enfrentou forte resistência de pequenos, porém barulhentos, grupos católicos conservadores, além de certa indiferença e resistência silenciosa por parte de bispos.

Agora, enquanto 133 cardeais eleitores se preparam para o conclave, o processo a portas fechadas para eleger o sucessor de Francisco, eles enfrentam uma escolha difícil: dar continuidade às reformas e à visão do falecido papa ou desacelerar e iniciar uma alteração de rumo.

A CNN conversou com vários cardeais e outras fontes da Igreja para este artigo. Embora alguns cardeais prefiram uma opção mais “segura”, focada na unidade, um que trabalhou em estreita colaboração com Francisco disse que tal escolha seria o “beijo da morte” para a Igreja.

Aqueles que entrarão na Capela Sistina na quarta-feira para iniciar o processo de eleiçãode um novo papa não podem deixar de notar a demonstração de afeto por Francisco após sua morte.

Quando o Cardeal Giovanni Battista Re, decano (integrante mais velho) do Colégio Cardinalício, falou calorosamente sobre a visão de Francisco para a Igreja durante a homilia no funeral de Francisco, a multidão reunida na Praça de São Pedro aplaudiu repetidamente.

E em Timor-Leste, que Francisco visitou em 2024, cerca de 300 mil pessoas compareceram à missa pelo falecido papa no mesmo dia do funeral. Tudo isso levou um cardeal aposentado a pedir aos seus confrades que tomassem nota.

“O povo de Deus já votou nos funerais e pediu continuidade com Francisco”, avaliou o cardeal Walter Kasper, de 92 anos, conselheiro teológico de Francisco, ao jornal italiano La Repubblica.

Os apoiadores de Francisco dizem que somente um papa disposto a continuar o que o Francisco iniciou conseguirá dar continuidade a isso.

Quem são os ‘homens de preto’ que carregaram o caixão do papa

g1 – O corpo do papa Francisco foi levado em procissão da Casa de Santa Marta, onde morava e estava desde que morreu, até a Basílica de São Pedro, onde começou a ser velado de forma pública nesta quarta-feira (23).

A responsabilidade de carregar o caixão contendo o corpo do papa Francisco foi incumbida a 14 “homens de preto”: os sediários pontifícios, membros da corte papal que atuam como “faz-tudo” para serviços braçais no Vaticano.

“Esses homens que carregam o caixão são os do protocolo, do cerimonial do Vaticano. Eles sempre estão lá, às vezes, organizando as cadeiras nas celebrações ou orientando as pessoas. E nas audiências privadas da Igreja são eles que orientam dentro do palácio [papal] para onde ir, eles que preparam, digamos, a parte braçal do protocolo. Tudo que precisa ser carregado, transportado, colocado, tirado de uma sala, microfone, eles que fazem”, afirmou ao g1 o vaticanista brasileiro Filipe Domingues.

Os sediários pontifícios originalmente carregavam a cadeira papal, que parou de ser utilizada com o papa Paulo VI, que comandou a Igreja Católica entre 1963 e 1978.

A procissão percorreu a Praça Santa Marta e a Praça dos Protomártires Romanos, saiu pelo Arco dos Sinos em direção à Praça de São Pedro e entrou na basílica pela porta central.

Segundo Massimo Sansolini, que serviu como sediário papal durante cerca de 50 anos e é autor do livro “Eu, sediário papal”, a função também inclui acompanhar visitantes do papa, como chefes de Estado, monarcas, embaixadores e personalidades do mundo, e outros que tenham audiências especiais marcadas com o pontífice. Os sediários são responsáveis por uma antessala doa apartamento do papa, chamada de “Salão dos Sediari”, para controlar as visitas, ainda segundo Sansolini.

O corpo do papa foi recebido por uma multidão na Praça de São Pedro, que fazia fila para entrar na basílica e prestar suas últimas homenagens ao pontífice. O velório público ficará aberto até a sexta-feira (25), e o caixão será fechado às 15h, no horário de Brasília (20h no horário local).