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Posts tagged as “CRÒNICA DE ADEMAR RAFAEL”

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafael2016, O ANO DO PICADINHO?

Após o retalhamento que os nossos Deputados Federais fizeram com o pacote anticorrupção – PL 4850/16 – oriundo de emenda popular com apoio irrestrito do Ministério Público, Onyx Lorenzoni – DEM-RS, relator da matéria na Comissão Especial, declarou que seus colegas haviam feito “picadinho” da proposta original.

Com outro grau de proporcionalidade os Ministros do Supremo Tribunal Federal – (STF) fizeram algo parecido com a Medida Cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 402 Distrito Federal, de lavra do colega Marco Aurélio de Mello, que afastou o Renan Calheiros da Presidência do Senado e da linha de substituição do Presidente da República. O senador, por iniciativa própria, e posteriormente através de documento da Mesa Diretora da casa que preside, não acatou a Liminar justificando que caberia uma análise pelo pleno do Supremo.

O plenário do STF, por seis votos a três, manteve o político alagoano no cargo de Presidente do Senado, excluindo a prerrogativa de substituir o Presidente de República em caso de ausência ou impedimento conjunto com o Presidente da Câmara. Isto mesmo, um presidente faltando parte.

Portanto, o senador Renan Calheiros agindo por demanda de parte dos seus pares tentou dar caráter de urgência para aprovação imediata do Projeto de Lei recebido da Câmara, sendo a iniciativa barrada em votação do plenário, foi o único beneficiado com a decisão do STF. Renan Filho, Governador do Estado de Alagoas, assim reagiu após a deliberação que atendeu demanda do seu pai. “A decisão foi pautada pelo espírito público e respeito às opiniões divergentes”.

As regras que norteiam os trabalhos do Supremo e da Câmara amparam a reforma da decisão ocorrida na tarde do dia 07.12.2016 e as emendas aprovadas na fatídica madrugada do dia 30.11.2016. No entanto, os questionamentos aparecem com a percepção de que os beneficiários são agentes públicos que cometeram deslizes. Vale lembrar que na votação do impedimento de Dilma no senado também houve o picadinho.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafaelCULTURA COM “C” GRANDÃO

Sem um centavo do Ministério que Temer acabou e recriou cujo Ministro “engomadinho” promoveu um único espetáculo: “A queda de Geddel Vieira Lima” foi recriada na capital pernambucana a “Embaixada do Pajeú”.

Onde está localizada? Em Camaragibe, estrada de Aldeia Km 6,8, Avenida Rotary, 431. O que tem lá? Cultura saindo por todas as frestas de um conjunto de casas rodeado por muita natureza. Quem participa? Bia Marinho, sua turma e convidados.

No dia 04.1.216 estive lá o com absoluta certeza afirmo: Presenciei um dos mais belos espetáculos de cultura que vi em minha vida. Ouvir Bia Marinho, Val Patriota, Antônio Marinho, Greg, Miguel, Tom, Graça, Luizinho de Serra e demais artista em um cenário daqueles prova que vale a pena lutar e defender a cultura gerada sem cachês milionários, que nasce da espontaneidade.

A proposta é realizar um evento em cada mês, com o mesmo formato, ou seja, tendo como foco principal a junção do binômio “amigos + cultura”, tendo com causa o alimento da alma.

Posso até ser considerado exagerado ao elogiar artistas do meu sertão. Jamais, no entanto, poderei ser acusado por não saber separar o joio do trigo quando o assunto é cultura regional.

No fundo da residência existe um alpendre interligado com a mata que convida não apenas para um merecido sono numa rede, convida para sentar e ouvir um violão bem tocado, um verso recitado, a voz do nosso “Sabiá” ou as inconfundíveis interpretações de Val Patriota.

“Em canto e poesia” que espalha cultura pelo mundo tem um ambiente para recarregar as baterias, para inspirar novos espetáculos e, principalmente, para receber amigos. Que o sorriso perene e acolhedor de Dona Helena esteja sempre na porta e que as bênçãos de São José protejam esta casa onde a cultura é tratada com dignidade.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafelTENTAÇÃO

Deixar de cair na tentação de expor ao extremo os ímpetos de auditor é comprovadamente a maior dificuldade enfrentada por membros das comissões de transição de governos. Todo profissional escalado para levantar os dados fornecidos pelo governo em fase final e elaborar um relatório consistente sobre a real situação do ente público insiste em procurar erros, em apontar desvios de conduta e criticar ações dos governantes em fim de mandato.

Os Tribunais de Contas tem buscado dar luz ao processo ao editarem manuais e listas de procedimentos para serem utilizados pelas comissões. No entanto, quando as informações começam a chegar os membros indicados pelo governo futuro travam uma guerra sobre assuntos que fogem dos objetivos da nobre missão.

Esta perda de tempo e a dispersão de energia para finalidades não previstas nos roteiros elaborados por técnicos dos tribunais além de gerar desgastes desnecessários inibe e elaboração de um relatório que possa de fato auxiliar o futuro mandatário na tarefa de fazer melhor do que está sendo feito, conforme promessas durante o período eleitoral.

Os eixos principais de uma transição de governo são: a) examinar os contratos “em ser”; b) verificar o estágio das obras em andamento, comparando os valores liberados com a parte executada e os saldos disponíveis com o que falta executar; c) avaliar a dotação e a lotação de servidores, assim como a compatibilidade entre o custo de pessoal e o limite institucional com gastos em tal rubrica; d) analisar os convênios firmados com demais entes da federação, inclusive as prestações de contas; e) emitir relatório onde a situação real – especialmente disponibilidades x compromissos – fique evidenciada.

Destacar erros e julgar contas não ajuda o novo gestor e cria um cenário em que as soluções submergem diante das críticas. Portanto: Menos auditoria e mais informações úteis e confiáveis. Relatórios alinhados com a natureza de missão ajudam os gestores em ações seguras e eficazes.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafaelRÁDIO PAJEÚ.

Na última sexta-feira do mês de outubro, durante as festividades de aniversário da nossa querida Rádio Pajeú de Educação Popular, o Cine São José recebeu o poeta Alexandre Morais, o sanfoneiro Lindomar e os cantores e compositores Maciel Melo e Paulo Matricó.

O espaço estava lotado e as pessoas participaram do evento com longos aplausos e entoando melodias interpretadas pelos artistas convidados para comemoração dos cinquenta e sete anos da emissora que atravessa décadas informando, divertindo e educando no sertão de Pernambuco.

Durante as apresentações deixei que minha memória voltasse no tempo para lembrar Gegê Araújo, Valdecyr Menezes, Gilberto, Roberval, Vanderley Galdino, Bigodão, Seu Dino, Seu Ulisses, Fernando, Miguel e tantos outros que este espaço seria insuficiente para registrar.

Com extrema competência Alexandre Morais recitou poemas citando os bispos e as pessoas que fizeram a rica história da Rádio Pajeú; Lindomar passeou pelas veredas do sertão; Maciel e Matricó cantaram sucessos.Tudo com a cara da homenageada.

Maciel Melo ao destacar sua alegria por estar presente nas festividades declarou que a Pajeú teve relevante importância na sua formação musical uma vez as músicas da sua infância chegavam através das ondas da aniversariante em sua humilde moradia em Iguaraci. Tais melodias inspiraram o “Caboclo Sonhador”.

Foi gratificante ver um filho de Iguaraci utilizando os microfones da emissora que deu voz a poemas de Quincas Rafael e Manoel Jerônimo Neto, nas impecáveis interpretações do inesquecível Valdecyr Menezes.

Como foi bom ouvir jovens cantando as músicas apresentadas, numa demonstração que o gosto pela boa música continua habitando as mentes no sertão do Pajeú.

Juntinho da porta onde Seu Antônio Aleixo recebia os ingressos senti muito orgulho de ser do sertão e ser ouvinte da Pajeú desse os anos 60.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarAUSÊNCIA SENTIDA

Sempre que chegava à cidade do Rio de Janeiro eu cumpria um ritual: Procurar uma banca para comprar o exemplar do Jornal do Brasil. Passar os olhos no velho JB era uma obrigação, fazia bem.

Recentemente ao desembarcar no aeroporto do Galeão fui até uma banca de jornal, nos dias atuais uma loja de conveniência que também vende revistas e jornais, corri os olhos nas prateleiras de exposição e senti falta do Jornal do Brasil, como seria interessante ler sobre o Brasil da Lava-Jato no melhor jornal publicado neste país.

Sabemos que a versão impressa do JB deixou de circular no dia 01.09.2010, ou seja, há uma pouco mais de seis anos. O formato digital tira a satisfação de manusear o JB, com todo respeito aos defensores da leitura eletrônica, a troca nos encaminha a uma analogia: É o mesmo que comer tripa do bode sem sal.

Fundado em 1891 o JB enfrentou os donos do poder desde o nascedouro.Várias vezes sua redação foi invadida, vários repórteres e diretores de redação foram ameaçados e presos. Teve como adversários pessoas do nível de Roberto Marinho, Carlos Lacerda e Assis Chateaubriand, com seu jeito matreiro venceu algumas batalhas.

Entre as diversas batalhas com os governantes a mais destacada talvez tenha sido as publicações paralelas na edição que trouxe o famigerado Ato Institucional nº 5. A aventura agravou a conturbada relação com o governo militar e causou a prisão do Diretor José Sete Câmara.

Nos anos 70 migrou da Avenida Rio Branco, no centro da cidade do Rio de Janeiro, para o famoso prédio na Avenida Brasil nº 500. Na busca pela sobrevivência retornou para o centro da cidade.

Para não ficar órfão de tudo comprei o livro “Jornal do Brasil – História e Memória”, escrito pela jornalista Belisa Ribeiro, para narrar “os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível”.

Sem saudosismo ou coisa parecida garanto: O JB FAZ FALTA.

Por: Ademar Rafael