Sempre que chegava à cidade do Rio de Janeiro eu cumpria um ritual: Procurar uma banca para comprar o exemplar do Jornal do Brasil. Passar os olhos no velho JB era uma obrigação, fazia bem.
Recentemente ao desembarcar no aeroporto do Galeão fui até uma banca de jornal, nos dias atuais uma loja de conveniência que também vende revistas e jornais, corri os olhos nas prateleiras de exposição e senti falta do Jornal do Brasil, como seria interessante ler sobre o Brasil da Lava-Jato no melhor jornal publicado neste país.
Sabemos que a versão impressa do JB deixou de circular no dia 01.09.2010, ou seja, há uma pouco mais de seis anos. O formato digital tira a satisfação de manusear o JB, com todo respeito aos defensores da leitura eletrônica, a troca nos encaminha a uma analogia: É o mesmo que comer tripa do bode sem sal.
Fundado em 1891 o JB enfrentou os donos do poder desde o nascedouro.Várias vezes sua redação foi invadida, vários repórteres e diretores de redação foram ameaçados e presos. Teve como adversários pessoas do nível de Roberto Marinho, Carlos Lacerda e Assis Chateaubriand, com seu jeito matreiro venceu algumas batalhas.
Entre as diversas batalhas com os governantes a mais destacada talvez tenha sido as publicações paralelas na edição que trouxe o famigerado Ato Institucional nº 5. A aventura agravou a conturbada relação com o governo militar e causou a prisão do Diretor José Sete Câmara.
Nos anos 70 migrou da Avenida Rio Branco, no centro da cidade do Rio de Janeiro, para o famoso prédio na Avenida Brasil nº 500. Na busca pela sobrevivência retornou para o centro da cidade.
Para não ficar órfão de tudo comprei o livro “Jornal do Brasil – História e Memória”, escrito pela jornalista Belisa Ribeiro, para narrar “os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível”.
Sem saudosismo ou coisa parecida garanto: O JB FAZ FALTA.
Por: Ademar Rafael