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Crônica de Ademar Rafael
UM GRANDE MARCO
Na crônica que foi publicada neste espaço em 15.11.2021, falando sobre este momento escrevi: “No próximo ano, dia 27.06.22, a crônica QUINHENTOS será publicada com assunto de impacto em nosso cotidiano. Será um tema escolhido com critério cirúrgico.”
Como “promessa é dívida” e a gratidão é uma prática a ser executada sem moderação resolvi falar sobre os dez anos do BLOGDOFINFA, ambiente que permitiu a divulgação semanal de um texto que procura levar às leitoras e aos leitores um ponto de vista coerente que o forma de vida do escritor. O que escrevo tem compatibilidade com minhas escolhas.
Assim sendo se faz necessário destacar o que este veículo de comunicação social tem de diferente e o que permitiu essa trajetória de sucesso. Destaco que o BLOGODOFINFA tem duas características que o diferencia.
A primeira é que busca a notícias onde ela está acontecendo. É uma plataforma que sai do ambiente de busca virtual para composição do seu portfólio de notícias. Seu titular sai do escritório e acompanha os fatos em tempo real. Com isto é possível que determinado fato seja divulgado depois da publicação de outro espaço, mas, ao ser divulgado apresenta a versão de quem estava na arena onde aconteceu e não de quem coletou a notícia e definiu o texto sem o cheiro e a cor da presença física.
O segundo ponto de relevo é que o BLOGDOFINFA abre espaço para internautas e colunistas que, com conteúdo de interesse do público leitor e total liberdade, assinam as publicações. Esta crônica tem a simbologia do número QUINHENTOS e ratifica uma parceira onde impera a confiança e a liberdade real de expressão, sem filtros.
No dia 19.08.2022 a festa dos DEZ ANOS, nos próximos anos a trilha em busca de novas décadas de sucesso. Parabéns caro Júnior Finfa.
Crônica de Ademar Rafael
VOTO POR NECESSIDADE
No mundo dos negócios as ações iniciais do empreendedores são analisadas na perspectiva de dois grupos. O primeiro é o empreendedorismo por oportunidade, assim entendidos os casos em que os empreendedores, mesmo tendo acesso à outras alternativas de emprego e renda, passam a empreender ao identificarem opções de gerar riqueza em determinadas áreas. O segundo é classificado como empreendedorismo por necessidade, nesta hipótese o empreendedor não dispõe de outras alternativas de sobrevivência e partem para um negócio próprio como única tábua de salvação.
Dados confiáveis que estudam os dois estilos demonstram que o segundo grupo tem maior índice de mortalidade. Os motivos são diversos, não é o caso de aqui detalharmos. Nosso intento é trazer esses fenômenos do universo dos negócios para falarmos sobre o que denominamos de voto por necessidade. Quando eleitores, sem outra alternativa para suprir as condições básicas que lhe proporcione uma vida digna, fazem do seus votos moeda de troca, baseada quase sempre nas questões imediatas.
Se fizermos as perguntas abaixo para um pai ou uma mãe sem renda suficiente de atender suas necessidades é possível que a opção escolhida seja a indicada em segundo lugar em cada indagação. Eis as perguntas: Você prefere a democracia ou um prato de comida? Você prefere um emprego formal ou o alimento de hoje? Você prefere um governante que cuide do seu país ou de você, mesmo que seja com migalhas? Você prefere um filho na escola ou trazendo comida para mesa? Você prefere um projeto de longo prazo ou solução para agora?
Para reflexão ora sugerida não nos interessa buscar culpados e sim caminhar à procura das causas que sustentam os políticos que compram votos e escravizam os eleitores que vendem. Avaliamos que enquanto não tivermos um país com políticas públicas de longo prazo continuaremos vendo o voto por necessidade induzindo escolhas e decidindo eleições.
Crônica de Ademar Rafael
BARRADOS NO BAILE
Novamente estamos assistindo a um filme repetido que narra a saga de cantores regionais que foram excluídos das grades de programação dos grandes eventos alusivos aos festejos juninos. Os eventos de Campina Grande e Caruaru, para não alongar muito o papo, deixaram fora dos palcos principais nome consagrados.
Toda vez que passa este filme lembro que, pelo menos em uma oportunidade, este “descaso” nos trouxe um benefício. A extraordinária música “Tareco e mariola”, de Petrúcio Amorim, nasceu após um atendimento dado ao artista por parte de organizadores da festa em Caruaru. Isto contudo não pode servir de compensação, é necessário que os cantores regionais sejam contemplados.
Diante da impossibilidade de ser formada uma organização no estilo das Ligas das Escolas de Samba do Rio e de São Paulo ou da blindagem dada aso grandes rodeios, em favor dos filiados no primeiro caso e das duplas sertanejas no segundo, cabe aos organizadores utilizar o bem senso. Mas, como sabemos, bom senso e dinheiro nunca caminham juntos.
Sem entrar e detalhes individualizados é preciso ter em mente que as festas grandes são administradas por grupos empresariais, da área de entretenimento, que visam o lucro por meio de venda de ingressos e de espaços publicitário e para o comercio de bebidas e comidas. Neste ponto o artista que colocar mais público será escalado. O que ele canta, como canta são detalhes periféricos e núcleo é receita.
Lembro que no auge do sucesso “Os trepidantes” tocavam na festa de São Sebastião em Iguaracy-PE todo ano. Nos últimos anos este fato não ocorreu com Maciel Melo em sua terra como também Maria da Paz pouco se apresentou nas festas de Afogados da Ingazeira. O entendimento equivocado de que santo de casa não obra milagre não é recente.
Sejamos justos e gratos aos nossos bons artistas. São raízes, merecem respeito.
Crônica de Ademar Rafael
ONDE FALHAMOS?
As ponderações adiante registradas foram inspiradas na mensagem que Cristovam Buarque nos apresenta no livro “Por que falhamos – O Brasil de 1992 a 2018”. Nele o ex Ministro de Educação sugere reflexões sobre os fatos que deslocaram o Brasil de um estágio de governos progressistas para o retrocesso, de acordo com sua percepção. No meu caso estendo o horizonte temporal para o período de 1982 até 2022. Nossa avaliação é que falhamos coletivamente nos quatro momentos a seguir detalhados, sendo que o último está acontecendo neste momento.
Por medo nos contentamos com a eleição indireta de Tancredo Neves e consideramos a derrota de Emenda Dante de Oliveira (Diretas Já) no parlamento como um fato normal. Nos faltou coragem ou sobrou covardia? Os resultados todos sabemos: Sarney com seus cinco anos, Plano Cruzado, etc.
Fomos buscar salvadores da pátria nos movimentos “Caras pintadas” de era Collor ou “Movimento Brasil Livre – MBL e Vem para rua” da era Dilma. Elegemos líderes que surgiram durante tais mobilizações que
gostaram do poder, traíram os ideais e contribuíram para legitimar a expressão portuguesa “A montanha pariu um rato.”
Passivamente deixamos ser aprovada a mais nefasta mudança do texto da Constituição de 1988, a reeleição. Esta medida cuja aprovação foi na base do toma lá dá cá e que beneficiou o “príncipe” que desgovernava o país. Neste caso, como nas Diretas Já, por omissão nos deixamos acreditar que o parlamento estava agindo patrioticamente.
Por conveniência ou ignorância estamos embarcando na falsa teoria que limitar o poder das redes sociais, no tocante a proliferação de notícias falsas, é agredir a liberdade de expressão. O preço desta esta falha, em curso, será cobrado para muitas gerações futuras em um país onde o futuro é negado, por omissão coletiva e esperteza dos “mandarins”.
Crônica de Ademar Rafael
ANTÔNIO MARTINS DE MORAIS
De forma simplificada entendo que o mundo é formado por dois grupos de pessoas. No primeiro grupo estão aquelas que ao tomarem lugar em uma mesa cheia fazem com que trinta minutos depois todos que antes estavam sentados tenham se retirado, ninguém suporta a enfadonha conversa do recém chegado. O grupo dois é integrado por pessoas disputadas pelos que estão no ambiente na hora da sua chegada, todos se sentem bem ao seu lado. Antônio Martins faz parte do segundo grupo. É, de fato e de direito, uma pessoa agregadora que por meio do seu carisma torna os ambientes mais leves e harmoniosos.
Recentemente numa conversa com o amigo Elias Mariano, Professor e comentarista esportivo dos bons, comentei que dos grandes times do futebol brasileiro eu classifico como a melhor dupla de defensores Figueroa e Marinho no Internacional e Antônio Martins e Clóvis de Dóia como a melhor nos clubes regionais. Bila, como carinhosamente o chamamos, ratificou meu comentário e mencionou momentos que viu a dupla neutralizar ataques de times adversários como se estivessem deitados numa rede, zero nível de estresse.
Sempre que encontro Antônio Martins nosso diálogo transita entre poesia, corrida de gado e futebol. Invariavelmente ele cita grande jogadores com quem atoou. A relação é longa e aqui registro quatro nomes citados em todas as oportunidades: Seu parceiro Clovis, Biu de Zeca, Pedoca da Estação e Ademir. Ouvi várias vezes: “Biu de Zeca e Ademir colocavam a bola em lugares inimagináveis para os comuns e deram muita fama para atacantes.” Como duvidar de quem esteve ao lado desse craques.
Em um desses diálogos ele relatou que na época que esteve no Ferroviário de Recife participou de um jogo treino contra o Santa Cruz. O tricolor do Arruda na época tinha o quinteto: Luciano, Betinho, Ramon, Fernando Santana e Givanildo. Segundo Antônio Martins com poucos minutos esse ataque já havia feito cinco, Ramon infernizou a vida dele. Muitos anos depois, quando estava trabalhando na CAVASA, construindo pontes na zona da mata de Pernambuco foi convencido por um amigo a disputar uma partida de futebol na cidade onde nasceu Ramon. Ao entrar em canto quem estava como centro avante do time adversário? Ramon. Veio o filme do jogo treino contra o Santa Cruz. A sorte é que a ausência dos quatros companheiros e a idade não permitiram que Ramon fizesse o estrago que havia feito nos anos 1970.
Hoje fora dos gramados Antônio Martins nos brinda com suas agradáveis histórias e cantando forró ou música “seresta raiz” acompanhando os amigos Genailson na sanfona ou Chico Arruda no violão. Se faltar tocador ele tira acordes e canta com a mesma espontaneidade. É titular do Programa “Vida de gado” aos sábados na Rádio Pajeú, atração que brevemente completará 40 anos no ar. Este programa já foi registrado neste espaço numa crônica de 15.07.2019, quando dos 35 anos de sucesso entre os amantes do esporte praticado pelos que vestem a “toga de couro”.
Crônica de Ademar Rafael
A VOLTA DO DINHEIRO
O termo acima é a tradução para nosso linguajar de terminologia utilizada no mundo das finanças utilizada para definir a mesma coisa. Lá o assunto e chamado pelo nome de Retorno do Investimento – RI.
Este breve enunciado tem como objetivo identificar a lógica que origina fatos que assustam “os nativos” ao retornarem a pontos turísticos que frequentaram na juventude, no caso dos pernambucanos as praias de Tamandaré, Porto de Galinhas e da Ilha de Itamaracá. Que sustos são esses Ademar? São dos valores pagos por serviços antes gratuitos, tais como, estacionamentos e acesso ao locais de banhos.
Então vamos colocar os pingos nos “is”. Todo investidor raiz quer o retorno do que investiu no menor espaço de tempo com o menor risco. Quem pensar diferente é ponto fora da curva ou filantropo. Em nossa língua, quem investe quer o dinheiro de volta, devidamente corrigido.
Portanto essas cobranças são baseadas nos princípios do “RI” e na terceirização dos espaços públicos promovida por gestores dos municípios, do estado da união. O investidor privado ao fazer um empreendimento o faz pensando em retorno. Assim gira o mundo do capital, nesse caminho a única volta que existe é a do dinheiro investido.
Fora dos ambientes de lazer acima citados já convivemos com esta realidade há muito tempo. Os grandes centros comerciais, conhecidos com Shoppings, têm na cobrança dos estacionamentos uma das principais fontes de receita, clínicas, hospitais e restaurantes terceirizam as áreas do seu entorno para cobrar estacionamento dos usuários.
Algumas redes de hotéis que operam no Brasil retiraram o café da manhã da relação de serviços inclusos nas diárias, parte deles já cobram estacionamento. A regra é clara: “Não interessa de onde e como virá, preciso ter o que investi em meu bolso no menor espaço de tempo.”
Crônica de Ademar Rafael
EXTREMOS
Desde que iniciei minha atividade como cronista neste espaço tenho como principal propósito trazer temas que possam promover reflexões, sem apresentar versões definitivas. Todas postagens permitem a avaliação isenta de cada leitora e cada leitor. Em nenhuma delas afirmo estar apresentando a expressão da verdade única.
Assim procedo por entender que numa convivência harmoniosa necessário se faz ouvir o outro lado e saber que o mundo real tem extremos e miolo, afinal como sabemos o rio não é formado apenas pelas margens, precisa do leito central para exercer sua missão. Se os extremos se fecham deixa de ser rio, ao se alargarem demais transformam o rio numa lagoa.
Nunca havia lido mensagens tão contundentes contra essa equivocada opção para a vivência nos extremos, com polarização em níveis elevados, que o mundo tem experimentado. Eis que tive acesso ao livro “Ciberpopulismo – Política e democracia no mundo digital”, de autoria do jornalista argentino Andrés Bruzzone doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo-USP.
Esta rica publicação sobre o assunto traz afirmações duras como: “Polarização é quando duas convicções opostas ocupam todos os espaços do debate político” – “Pluralismo democrático exige
confrontação e debate. Em toda sociedade há necessidades contraditórias que precisam ser resolvidas, e a democracia é o sistema de governo que permite encontrar soluções negociadas aos conflitos.” – “As vozes do meio são abafadas pelos”.
Concluída a leitura da obra podemos ver os impactos negativos que o crédito excessivo dado para as postagens das ferramentas de comunicação em massa têm promovido em todo mundo, no Brasil temos exemplos cujos resultados deixamos de detalhar por respeito a cada um de vocês. Que tal procurarmos ouvir mais e impor menos?
Crônica de Ademar Rafael
FURTUNA E RIQUEZA
Na primeira década deste século, para atender uma demanda interna do grupo que eu trabalhava, elaborei um curso de curta duração sobre Educação Financeira. Era uma abordagem com conteúdo básico que sugeria como deve os gastar bem as nossas disponibilidades financeiras.
No curso eram apresentados conceitos sobre consumo responsável, endividamento dentro da capacidade orçamentária. Várias atividades práticas eram realizadas e cada participante saia com uma planilha para organizar suas finanças via planejamento financeiro.
Dos colegas de trabalho e demais alunos que recebiam as informações como atividade extra curricular, no caso de faculdades que atuava como professor, sempre ouvia depoimentos sobre situações que criaram dificuldades para honrar os compromissos assumidos, na esmagadora maioria para quitar aquisições fora da capacidade de pagamento.
Recentemente, Zé Carlos, meu amigo e colega aposentado do Banco do Brasil me presenteou com o livro “A psicologia financeira – Lições atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade”, de autoria de Morgan Housel. A aparente complexidade do título é desmistificada pelo autor em um texto leve e de fácil compreensão.
Como um olhar mais aprofundado sobre tema, ligando ao comportamento, o escritor emite avisos importantes, define conceitos e dá dicas importantes. Destaco duas ponderações inseridas no livro e que definem as palavras que formam o título desta crônica. “Fortuna é algo escondido. É receita não gasta. A única forma de acumular fortuna é não gastar o dinheiro que você tem.” – “Riqueza tem a ver com rendimento atual. Não é difícil identificar pessoas ricas. Elas com frequência se esforçam para serem notadas”. Percebam, quem tem fortuna é discreto, os ricos gostam de ostentação. Escolha o grupo que você quer fazer parte, mesmo com o pouco que tem.
Crônica de Ademar Rafael
EDUCAÇÃO PLENA
Ao lançar seu olhar para educação na Campanha da Fraternidade a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB repete neste ano de 2022 abordagens dos anos 1982 e 1998. O tema escolhido foi: “Fraternidade e Educação”, o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor”. Tais enunciados guardam perfeita coerência com a linha de pensamento deste cronista, em 14.02.22 na crônica “É o amor” falamos sobre práticas educacionais baseadas no amor.
Na revista publicada pela CNBB-NE2 a entidade chama atenção para fatos que agravam a situação indesejável da educação em nosso país. Destaca a “Agitação Social”, a ”Fadiga Pandêmica”, a “Ditadura da Tecnologia” e “Vítimas da Pandemia”. Negar que tais fatores geram impactos negativos no sistema educacional e tentar esconder um realidade palpável e perceptível a olho nu. Para fazermos escolhas capazes de mudar o rumo da educação no Brasil a CNBB indica que precisamos: “Escutar”, “Discernir”, “Agir” e “Contemplar”. É claro que por mais força que tenham estas práticas solução não virá sem a mudança de postura dos governantes, dos pais, e de todos que atuam no sistema educacional.
A título de ilustração registro um fato que presenciei durante uma visita que fiz a um amigo que coordena uma unidade escolar em Recife. O educador, durante nossa conversa, foi abordado pelo pai de um aluno sobre a necessidade de intensificar e manter regularidade nas atividades extra classe. Isto mesmo, o pai veio solicitar que as atividades para o aluno desenvolver em casa fossem feitas com regularidade e em volume capaz de manter o jovem atento às suas responsabilidades escolares.
Não tenho dúvidas que se outros pais seguissem esta linha do pensamento e com inserção do amor nas escolas poderíamos nos mover em direção ao lugar que possibilita tirar a educação do estágio atual. Ao entendermos que educação é um sistema que extrapola a sala de aula, que nasce da ação integrada da escola, da família e da comunidade avançaremos.
Crônica de Ademar Rafael
EDIERCK JOSÉ DA SILVA
O município de Carnaíba, berço do poeta e compositor Zé Dantas, deu de presente ao Pajeú – entre tantos outros -, mais um artista completo. Sem qualquer viés de bairrismo sempre o qualifiquei como nosso Leonardo da Vinci, quando acionadas as teclas relacionadas com música, escultura e pintura.
Pode existir outros, minhas limitações não permitiram alcançar outra pessoa que domine com propriedade estas três áreas de produção artística. Edierck é um músico que transita entre o clássico e o popular, tocou com músicos talentosos como Canhoto da Paraíba, Nenel Liberalquino e Djalma Marques; pinta quadros com características que abraçam os estilos bizantinos assim como os encontrados em obras de pintores do nível de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti e cria esculturas em madeira e outros com estilo próprio, utilizando vasta lista de materiais. Consegue transformar o tronco de uma árvore cortada pela mão humana numa obra prima. A praça Arruda Câmara expõe algumas delas.
Mesmo com essa intensa carga de talento é uma figura desprovida de vaidades e detentor de uma educação admirável. Nunca vi Edierck levantar a voz ou agredir alguém. Com a mesma sensibilidade que aciona as cordas do violão trata as pessoas. Sua residência em Afogados da Ingazeira, além de ser um local com alta carga de energia positiva, é seu atelier e espaço para exposição de muitas das suas várias criações. Até as portas são obras de arte. Pena que pouca gente valoriza seu talento da forma que merece, muitos até ignoram esse imenso potencial.
Durante muito tempo a tela do meu computar era uma foto de um dos seus quadros. As pessoas que viam a pintura perguntavam de onde era o pintor. Quando eu falava que era um filho do Pajeú todos expressavam sua surpresa e passavam a fazer observações sobre a obra, relatando características que eu desconhecida.
Em evento realizado na “Budega com prosa”, para lançamento do livro “A mensagem e o verso”, de minha autoria em parceria com Celso Brandão,Edierck chegou de mansinho e fez um verdadeiro conserto antes das declamações. Os que tiveram o privilégio de ouvir o repertório apresentado foram para casa com leveza na alma. Foi uma verdadeira aula de cumplicidade com um projeto cultural. Onde estiver sendo realizada uma reunião que trate de cultura lá ele estará dando apoio.
Casado com a também educadíssima Olegária, pai de Edierck, Edimarck,Maíra Coracy e Erck Omar e avô de Bianca, Maria Alice e Antônio Benjamin. Dos seus descendentes conheço o primogênito Edinho, que enveredou pelo mundo da música. Esbanjando talento é uma referência em nossa região. Com densa formação acadêmica ampliou o talento que herdou do pai e como seu genitor é uma figura extremamente agradável. A galeria “Pessoas do meu sertão”, ganha muito com seu mais novo integrante. Uma das suas criações integra a Agenda-21, da ECO 92. Vida longa amigo.