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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarFUGA DAS URNAS

O governador da Paraíba, em entrevista para emissoras da capital paraibana, fez uma correta observação sobre o interesse dos eleitores nas eleições recentes ao destacar que mesmo nos grandes centros os eleitos não levaram multidões para ruas, como costumeiramente ocorria em pleitos passados. Tal desencanto, segundo Ricardo Coutinho, deriva em grande parte dos desmandos praticados por integrantes da classe política nos últimos tempos.

Quando mergulhamos nas estatísticas das eleições detectamos que 17,58% dos eleitores aptos (144 milhões) deixaram de comparecer às urnas no primeiro turno. Isto mesmo, 25,3 milhões de brasileiros sequer deram-se ao trabalho de comparecer nas sessões eleitorais. Elevado número dos 118,7 milhões de eleitores que foram votar ignoraram o cardápio oferecido e registram seus votos como branco e nulos. No segundo turno vários eleitos perderam para soma de votos brancos, nulos e abstenções. É algo parecido como “nada” perder para “coisa alguma”.

Na cidade de São Paulo, ao considerarmos os votos totais, a soma dos brancos (4,1%) e nulos (8,9%) superam os 10,9% obtidos pelo atual prefeito que ficou em segundo lugar. As abstenções em São Paulo foram 21,8%. A cidade campeã de abstenção foi Minas Nova – MG, com 34,76%,

Esse é o retrato de um sistema eleitoral falido, no qual tenta sustentar-se uma democracia fajuta. Nosso sistema eleitoral ancorado numa legislação que detalha procedimentos capazes de medir desde segundos no horário gratuito do rádio e da televisão até as dimensões dos adesivos utilizados na divulgação dos candidatos é incapaz de detectar que entre os eleitos constam: um prefeito no Rio Grande do Sul com 967 anos, um vereador do Amazonas com 944 anos e outro vereador também do Amazonas com 1.944 anos.

Os dados sobre as datas de nascimento (27.05.1049, 09.04.1072 e 27.09.0072) foram extraídos do site do Tribunal Superior Eleitoral, referente a candidatos das cidades Arambaré – RS, Caapiranga e Careiro da Várzea – AM.

Caso o voto não fosse obrigatório o índice de comparecimento ficaria próximo de índice de honestidade dos postulantes aos cargos em disputa.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarSIAMESES

Na terceira semana de setembro, portanto, há aproximadamente um mês os parlamentares com assento na Câmara de Deputados foram impedidos por uma ação tempestiva de membros do PSOL e da REDE de aprovarem uma emenda que anistiaria os praticantes de “caixa dois” em eleições passadas.

Na pauta estava a votação de projeto nos termos sugeridos pelo Ministério Público, cujo teor segundo analistas “fecharia qualquer brecha para que políticos deixassem de ser punidos pela Justiça”. Remeteria para julgamento tanto os receptores como os doadores.

Para abrandar a dureza do texto inicial foi apresentada uma proposta intermediária que segundo publicação do jornal O Globo: “… teve como protagonistas as principais legendas da Câmara, especialmente PSDB, DEM, PP e PT. Outros partidos se incorporaram na reta final, como PP e PR. Mesmo assim, ninguém quis assumir a paternidade da proposta”. Esta paternidade foi negada após o vazamento do assunto e retirada do assunto da pauta.

O jornalista Kenedy de Alencar em postagem do dia 20.09.16 afirma: “Os articuladores da manobra foram os principais partidos do governo Temer: PMDB, PSDB, DEM e PP, entre outros coadjuvantes de outras legendas com interesse direto na matéria”. Ao compararmos as duas postagens verifica-se que foram excluídos da segunda o PR e o PT, sendo nela incluído o PMDB.

Nominar um ou outro partido em matérias que causam desgastes e exposição faz parte do caminho editorial de cada veículo de comunicação. Negar a paternidade em assuntos desabonadores é comum em nosso cenário político.

Mesmo sem conhecer os “pais da criança” podemos afirmar que nossos partidos sempre ficam unidos quando a questão em debate envolve seus interesses. A incompatibilidade de ideias some na hora de votar temas que podem levar seus membros para as garras da lei, são mais iguais que
aparentam.

Trazer este assunto para este período, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, tem o propósito de mantermos o sinal de alerta sempre ligado. Por estarem atentos e vigilantes os deputados do PSOL e da REDE impediram e desfecho esperado para articuladores da proposta.

Parlamentares “éticos” que vimos nas grandes redes de televisão e nas TVs da Câmara e do Senado, durante os julgamentos de Dilma e Cunha foram tentados a apresentar um projeto que alteraria a medida dura. É a velha regra que assegura a ação em causa própria.

Os trabalhos foram conduzidos pelo Deputado Beto Mansur (PRB-São Paulo) uma vez que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estava ocupando o cargo de Presidente da República em função da viagem de Temer para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU e o Vice-Presidente Waldir Maranhão não compareceu à cessão. Descobrir os reais autores da emenda é missão impossível. Será?

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarAS CRIAS REBELDES DE LULA

Acredito que o Lula tem muita vaidade de diversas realizações durante o tempo que exerceu o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil. Mas, no íntimo ele destacaria três delas: A escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada 2016 e a escolha de Dilma para substituí-lo no cargo de Presidente.

Em todas elas expôs ao limite a sua capacidade de convencimento, sua popularidade e seu inegável carisma. Foram vitórias pessoais de Lula, ele dedicou-se em cada uma das causas com invejável contundência.

Quando em 30.10.2007 a Federação Internacional de Futebol – FIFA formalizou que a Copa de 2014 seria no Brasil Lula jamais sonharia que o evento seria realizado sob efeito dos protestos iniciados em 2013, debaixo de várias denúncias envolvendo as construtoras que executaram as obras e, principalmente, da sonora goleada que o selecionado brasileiro sofreria no Mineirão. Perder de 7 a 1 para Alemanha serviu para jogarmos os 2 a 1 para Uruguaia na lata do lixo.

Em 02.10.2009 o Comitê Olímpico Internacional – COI, anunciou em Copenhague – Dinamarca anunciou que a cidade do Rio de Janeiro vencera Madri por uma diferença de 34 votos, 66 x 32. O Presidente Lula ao vibrar e comemorar com seus convidados, nunca imaginaria que durante os jogos seria “persona non grata” e que seu nome não seria citado por qualquer autoridade em pronunciamentos na abertura ou no encerramento das competições. Esportivamente o Brasil ficou abaixo da meta do top 10, ou seja, entre os dez primeiros colocados. Sobrou a décima terceira colocação, com número de medalhas recordes: Dezenove, sendo sete ouros, seis pratas e seis bronzes.

Quanto a Dilma até a torta vegetação do cerrado que circunda o Palácio da Alvorada sabe que foi o nome sonhado por Lula e por ele defendido no mundo petista. Desde a intenção inicial até a indicação ocorrida em votação simbólica 13.06.2010 foram muitas horas de conversas, debates e imposições. Dilma, montada na popularidade de Lula, ganhou a eleição e aos “trancos e barrancos” concluiu o primeiro mandato. No último ano do
governo, mesmo com as inúmeras dificuldades Lula mais uma vez bancou a candidatura.

Novamente por exigência de seu principal líder o Partido dos Trabalhadores em 03.05.2010 indicou Dilma como candidata à reeleição. A morte de Eduardo Campos, os desacertos do governo e as denuncias diárias sobre corrupção promoveram a eleição mais disputada desde a redemocratização. Anunciado o resultado após o segundo turno começou o tiroteio.

Depois da posse a frequência dos tiros aumentou e Dilma, com a reconhecida incapacidade de conviver com o “rebelde” congresso, foi definhando até o acatamento do pedido de impedimento. A abertura do processo e o aprofundamento da operação “Lava Jato” levou o que restava do cambaleante governo. O desfecho final do processo encerrou o ciclo petista. O país está sendo conduzido por uma cria adotiva que Lula amparou.

A Copa 2014 a Olimpíada 2016 e Dilma tomaram rumos diferentes dos que o “zeloso” pai sonhou. Fica a lição para os futuros “estadistas” brasileiros: “Cuidado com as crias cuja geração, gestação e nascimento exigem esforços demasiadamente grandes”.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ademarPOESIA, BOM MOMENTO.

Nas duas últimas oportunidades que estive com o afogadense Alexandre Morais, poeta e seguidor do reino da cultura popular, ele fez questão de destacar o bom momento que atravessa a poesia em nossa região. Destacou também a sua visibilidade através de publicações de livros, programas de rádio, televisão, mesas de glosas e trabalhos nas escolas.

Nos anos 80 quando deixei nosso sertão o tema era pouco debatido, a propagação ocorria quase que exclusivamente antes e depois de uma cantoria de viola quando declamávamos ou ouvíamos declamações de poemas de Rogaciano Leite, Dedé Monteiro e Cancão.

Os enxertos de poemas durantes as apresentações musicais promovidos por Lirinha no “Cordel do Fogo Encantado”, por Maciel Melo, Santana O Cantador e outros artistas deram força a um movimento da validação da poesia escrita, esta abertura deu suporte para o movimento atual.

Atualmente e comum vermos em eventos culturais a inserção de recitais, das fenomenais mesas de glosas e declamadores. Em alguns casos tais apresentações configuram-se como o ponto alto da festa.

Com extrema satisfação percebemos que a lista de novos talentos é infinita. Aqui apontamos uma pequena parte. De início registramos o trabalho “dos meninos” de Bia Marinho. Antônio Marinho, Greg e Miguel que deram uma versão personalista ao estilo que os filhos de Zé de Cazuza, Miguel Marcondes e Luís Homero, popularizaram em “Vates e Violas”. No estilo poesia e música se entrelaçam tornando-as inseparáveis.

Jovens como Caio Menezes, Dudu Morais e o próprio Alexandre Morais, sem intimidação e com o ímpeto juvenil, sentam-se ao lado de poetas renomados como Dedé Monteiro, Zé Adalberto, Genildo Santana e outros para produzir versos memoráveis, aprovados pelos mais ácidos críticos.

A este elenco somam-se poetisas como Mariana Teles, Izabela Ferreira e Thyelle Dias, meninas que escrevem e declamam como gente grande. São jovens que assumem a condição de poetisas em qualquer constrangimento, pelo contrário o fazem com orgulho. Ganham admiradores tanto pela performance no palco como pelo conteúdo das suas criações poéticas. Mariana, filha do poeta Valdir Teles, tem livro publicado.

Recentemente os poetas Pedro Fernandes de Araújo e Vinícios Gregório, lançaram, respectivamente, “Bisaco de Poesia” e “Alma impressa”, livros de poesias muito bem avaliados pelos críticos de plantão.

Numa festa promovida pelas famílias Bernardo, Filomeno e Menezes na cidade de Tuparetama, na qual a poesia foi o principal ingrediente, Ana Clara, neta do poeta Gregório Filomeno e Letícia, neta de Terezinha de Zé Filó – sobrinhas netas de Manoel Filomeno de Menezes – deram um verdadeiro show de declamação e canto.

Por isto caro amigo Alexandre não temos dúvidas que o bom momento da poesia perdurará por muitos anos. Que assim seja.

Por: Ademar Rafael

 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

rafaelRECONSTRUÇÃO JÁ

Um filho ilustre do nosso Pajeú, dotado das qualidades “moral ilibada e conduta irrepreensível” que meu saudoso sogro – José Correia Filho – sempre exigia de uma autoridade, na noite do dia 30.08.16 utilizou uma concorrida rede social para apresentar seu desencanto com os destinos do nosso país.

Para justificar seu estado de espírito destacou: o Brasil está sendo saqueado, a Constituição está sendo rasgada, o povo está sofrendo sem assistência, os poderes e as instituições públicas e privadas estão apodrecidas e a imprensa está corrompida. Fez questão, contudo, de registrar que sua decepção extrapola a questão do julgamento no Senado, cujo resultado final aconteceu no dia seguinte.

A percepção do nobre conterrâneo se faz presente, em escalas maiores, iguais ou menores, em outras mentes espalhadas pelo país. Como alterar este quadro? Como criar outro ambiente? Para encontrar respostas e iniciarmos um processo de reconstrução fomos buscar na história ações de líderes em épocas de grandes crises.

Para uma reflexão conjunta com nossos leitores e nossas leitoras recorremos a “Nota frente ampla”, emitida em 25.09.1967, por João Goulart “Jango” e Carlos Lacerda, com apoio de Juscelino Kubitschek “JK” uma vez que Renato Archer representou o construtor de Brasília no histórico encontro de Montevidéu. Alguém pode questionar que o momento é outro e que a essência daquele movimento era o “processo de redemocratização do Brasil”, no entanto, tenho convicção plena que os fragmentos a seguir nos indicam caminhos a percorrer.

Após uma introdução destacando a necessidade inadiável do resgate de direitos suprimidos pelo golpe de 1964, traz o texto: “… É preciso que se transforme, corajosa e democraticamente, a estrutura das instituições arcaicas que não mais atendem aos anseios de desenvolvimento do país. É preciso assegurar aos brasileiros o aproveitamento das riquezas nacionais em favor do seu povo e não de grupos externos e internos, que sangram e exploram o seu trabalho”. Na sequencia o texto sugere que não há espaços para ódios, ressentimentos ou propósitos revanchistas e invoca a participação o de todos os brasileiros. Na parte final da nota encontramos: “… Movidos exclusivamente pela preocupação com o futuro do nosso país, não fizemos pactos, não cogitamos de novos partidos, nem de futuras candidaturas à Presidência da República. Conversamos sim longamente, com objetividade e respeito, sobre a atual conjuntura política, econômica e social do país. Não temos ambições pessoais, nem o nosso espírito abriga ódios. Anima- nos tão somente o ideal, que jamais desfalecerá, de lutar pela libertação e grandeza do Brasil, com uma vida melhor para todos os seus filhos”.

Se há 49 anos as três maiores lideranças civis – cassadas e caçadas pela Ditadura – passaram por cima das diferenças e promoveram a ação cuja concretização não ocorreu em virtude do endurecimento do sistema. O que impede que as lideranças atuais deixem os interesses pessoais e grupais e persigam o caminho da união em favor do Brasil?

Sabemos que no cenário atual faltam líderes com as características de Jango, de JK ou de Carlos Lacerda. Porém, com o que dispomos precisamos descobrir rotas. Seguindo no confronto entre “golpistas” x “não golpistas” jamais devolveremos a crença em dias melhores para a autoridade inicialmente citada e para muitos outros brasileiros.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMAROS TRÊS VENENOS

A filosofia budista aponta os “três venenos mentais: raiva, ansiedade e ilusão” como motivadores de toda infelicidade pessoal e de todos os conflitos interpessoais. Estes venenos são encontrados na literatura em outros formatos, tais como: “raiva, apego e ignorância; ira, cobiça e ignorância; ódio, ganância e ilusão ou raiva apego e aversão”.

Daniel Goleman relata no livro “Como lidar com EMOÇÕES DESTRUTIVAS – Para viver em paz com você os outros”, as experiências extraídas de encontro entre cientistas ocidentais e budistas, entre eles Dalai Lama. O principal objetivo dos diálogos foi “entender e combater as emoções destrutivas” na busca de um mundo melhor.

Como antídotos aos três venenos a tradição budista sugere que caminhemos com as “Quatro nobres verdades: Primeira – A vida é desequilibrada, fora de prumo, desarmônica; Segunda – As causas deste desequilíbrio são os Três Venenos Mentais; Terceira – O equilíbrio pode ser restaurado e Quarta – O equilíbrio da vida pode ser atingido seguindo-se o Caminho do Meio.” Encontramos as quatro nobres verdades assim descritas de forma resumida: “verdade do sofrimento; verdade da origem do sofrimento; verdade da cessação do sofrimento e verdade do caminho que leva à cessação do sofrimento.”

Os ensinamentos de Buda sugerem que para trafegarmos pelo “Caminho do Meio”, devemos colocar em prática: “entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.”

Por ter dificuldade de transitar pelo “Caminho do Meio” carregando as práticas recomendadas e diante de minhas naturais limitações resta-me reduzir os impactos dos “Três venenos mentais”, com as ferramentas disponíveis.

A raiva tem sido meu maior adversário, mesmo entendendo o mal que ela causa, não consigo deixar de conviver com ela, principalmente diante de uma injustiça ou de um fato que fere minhas convicções.

A ansiedade com o tempo está sendo controlada. Fui do tipo que se preocupava com a prova, depois com o resultado da prova e assim seguia numa ciranda infinita de ansiedade incontrolável.

Com a ilusão sofri pouco. As aulas que recebi do meu pai foram decisivas para não alimentar ilusões com fatos que não tinha pleno controle. Este é o único veneno que pouco interferiu na minha vida.

Quando faço uma reflexão sobre as besteiras que pratiquei nestes cinquenta e nove anos de vida sempre identifico um ou dois venenos raiva e ansiedade promovendo o comportamento inadequado.

Para obtermos o entendimento, o pensamento, a linguagem, a ação, o modo de vida, o esforço, a atenção plena e a concentração com a correção sugerida na tradição budista precisamos recorrer ao nosso interior, aos ensinamentos budistas e à ciência. É, sem dúvida, “uma estrada cumprida e uma légua tirana.” Que tal darmos o primeiro passo?

Por: Ademar Rafael

 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELPOLÍTICA FISCAL?

Este texto é inspirado na definição de Política Fiscal registrada no último capítulo do livro “Criando riqueza”, editado pela Empíricus Research. Ao detalhar os “conceitos básicos de economia e investimentos” a jornalista Olívia Afonso, autora do livro, define Política Fiscal como: “… conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição de renda e a alocação de recursos”.

O governo brasileiro, através do seu site oficial (http://www.tesouro.fazenda.gov.br), ratifica os dizeres acima e acrescenta que: “A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado”.

Na primeira função – estabilização macroeconômica – o governo tem tirado nota próxima de zero. Não tem promovido o controle da inflação e quando tenta intervir é como medidas desastrosas, eleitoreiras e ineficientes. Damos como exemplos o caso dos preços controlados, da manipulação dos preços de derivados de petróleo e política de juros.

A função de número dois – redistribuição de renda – foi incentivada nos governos petistas, o problema foi a metodologia aplicada, extraída da música “Uma pra mim uma pra tu”, da obra de Luiz Gonzaga, que afirma: “Uma pra mim, uma pra mim, uma pra tu, outra pra mim; Uma pra mim, outra prá tu, uma prá mim, outra pra mim”. Isto mesmo que você acabou de ler. Para cada uma ofertada três para o ofertante. No geral nota baixíssima.

A terceira função – alocação de recursos – o conceito para ficar ruim precisa de muita melhora. Os bens e serviços alocados estão muito abaixo do ideal e custam valores extremante elevados. Os grandes fornecedores e a corrupção ficam com maior parte do bolo. Os contribuintes com as migalhas.

Nesta toada a cada ano o déficit fiscal vai aumentando, manipulado por governante de plantão e aprovado pelo congresso, quando é do seu interesse.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

RAFAELHERDEIRO DOS ASTROS

Marcos Passos, após o sucesso do livro sobre Zé Marcolino, “Conversa sem protocolo”, alia-se a Ésio Rafael e Santanna O Cantador para presentear os amantes da poesia com o livro “Herdeiro dos astros”, narrando parte da obra de João Paraibano.

Os relatos e depoimentos presentes na publicação, assinados pelos organizadores, por Roberta Clarissa, Astier Basílio, Antônio Marinho, Diomedes Mariano, Sebastião Dias, Ivanildo Vila Nova, Joselito Nunes, Rubens do Valle, Jô Mazarollo e Mariana Teles somam-se aos versos de parceiros e do poeta de Princesa Isabel em uma mistura com alto índice de nordestinidade e elevado valor cultural.

Que esta obra possa enterrar para sempre dois rótulos que tentaram, sem sucesso, colar na imagem do poeta que a todos chamava de “meu santo”. Alguns buscaram de todas as formas adesivar João Paraibano com os rótulos de “poeta iletrado” e “poeta que só canta sertão”. Com a capacidade que Deus lhe deu de sobra Dão de Zaca desmistificou tais emblemas e fez muito “nego” que se achava o máximo engolir suas críticas. João do Peba calou muitos e entalou muitos cantadores intelectualizados.

Que após a edição de “Herdeiros dos Astros” as criações do “canhoto mais direito da cantoria” como diz Diomedes Mariano sejam universalizadas. Espero que seja com a mesma intensidade que os clássicos “Os miseráveis” de Victor Hugo e a trilogia de “O tempo e vento” de Érico Veríssimo universalizaram a sagas de Jean Valjean e das famílias Terra, Caré, Cambará e Amaral, respectivamente.

Assim como o título do livro tem origem em um trabalho científico o seu conteúdo deve ser lavado para o ambiente acadêmico e debatido à exaustão. Somente assim “pseudos” intelectuais deixarão de taxar poetas populares como pessoas iletradas e limitadas e entenderão que estão abaixo deles.

Decifrar o teor da obra de um cantador de viola é missão impossível para nós outros. O que é descoberto e descrito por um violeiro escapa do campo de observação das pessoas normais, por mais que elas se julguem capazes.

Outros livros virão sobre João Paraibano e sua obra extrapolará tudo que tentarem reduzir a um compêndio de papel ou eletrônico.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARLIVROS DE AUTOAJUDA

Temos o costume de avaliar cosias que não conhecemos e afirmar com toda convicção: “Não gosto disto, não gosto daquilo.” Assim aconteceu comigo em relação a abacate e pimentão. Sempre afirmava que tinham gosto ruim até o dia que experimentei.

Com livros de autoajuda foi da mesma forma. Dizia que os benefícios eram nulos até o dia que um grande professor da Universidade Federal da Bahia questionou minha avaliação a disse: “No estilo autoajuda, como nos demais, tem muita coisa boa.” Passei a ver e ler o estilo com outros olhos, nada como mudar para melhor. Encontrei de fato muita coisa boa. Tirei proveitos e ajudei outros colegas com ensinamentos extraídos de publicações da espécie.

Recentemente li o livro “Grandes erros” de Jacob Pétry, jornalista e filósofo e Simone Mitjans, especialista em marketing digital e mestre em neurolinguística. Nele os estudiosos relacionam vinte e uma escolhas que se por elas optarmos criaremos dificuldades em nossa caminhada na direção ao sucesso almejado.

São elas: 1) Acreditar que já sabe tudo; 2) Pensar que você é incapaz; 3) Negligenciar seus pontos fortes; 4) Não saber o que quer da vida; 5) Abrir mão da autenticidade; 6) Ignorar a realidade; 7) Cultivar uma mentalidade de escassez; 8) Focar-se exclusivamente no dinheiro; 9) Esperar por Deus (Sem fazer a sua parte); 10) Abrir mão do respeito próprio; 11) Ignorar o que diz a si mesmo; 12) Pensar que a vida lhe deve alguma coisa; 13) Fugir das adversidades e dos problemas; 14) Tornar-se um cego mental; 15) Culpar as circunstâncias; 16) Ignorar suas paixões; 17) Ficar remoendo o passado; 18) Ter uma falsa visão da inteligência; 19) Querer resultados imediatos; 20) Pensar que a felicidade está nas coisas e 21) Esperar para começar amanhã.

Os detalhes de cada um dos erros não estão no formato “receita de bolo”, são apresentados com exemplos e sugestões. Uma das citações de maior relevo é do mega investidor e critico da especulação financeira Warren Buffett: “Na origem, na há diferença entre as pessoas que alcançaram o sucesso e as que fracassaram, a diferença está apenas na forma de agir ao longo da vida.” Então, caros leitores e leitoras vamos abolir tais erros da nossa vida? O tempo urge.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

ADEMARLUCRO NÃO É PECADO

No mundo capitalista o principal objetivo das organizações empresariais é gerar riqueza. Todas estão imbuídas em produzir, vender e prestar serviços em um formato que a última linha do Demonstrativo de Resultados do Exercício seja um valor positivo. Somente as empresas com resultados superavitários conseguiram vencer a concorrência, produzir e prestar serviços que atendem as expectativas dos clientes e usuários, gerar empregos e pagar impostos.

Uma empresa que presta serviços para investidores publicou recentemente a relação dos grupos com os maiores lucros no exercício de 2015. Relacionamos quinze deles: 1) Itaú Unibanco: R$ 23,36 bilhões; 2) Bradesco: R$ 17,19 bilhões; 3) Banco do Brasil: R$ 14,40 bilhões; 4) Ambev: R$ 12,42 bilhões; 5) Santander: R$ 7 bilhões; 6) BTG Pactual: R$ 5,62 bilhões; 7) JBS: R$ 4,64 bilhões; 8) BB Seguridade: R$ 4,21 bilhões; 9) Cielo: R$ 3,51 bilhões; 10) Telefônica Vivo: R$ 3,42 bilhões; 11) Braskem: R$ 3,14 bilhões; 12) BRF: R$ 3,11 bilhões; 13) Cemig: R$ 2,49 bilhões; 14) BM&F Bovespa: R$ 2,2 bilhões e 15) TIM: R$ 2,07 bilhões.

As principais atividades estão assim distribuídas: a) área financeira: sete; b) áreas de telefonia e de alimentos: duas em cada; e c) áreas de cervejaria, seguridade, petroquímica e eletricidade: uma em cada.

É salutar em um país com a economia em decomposição ter empresas com lucros tão robustos? Minha avaliação é que sim. Tais fatos provam que estas empresas em um cenário adverso conseguem atender os objetivos traçados de acordo com a regra do mundo onde quem manda é o capital.

Antes de criticar tais resultados seria importante destacar que as empresas acima podem até não contribuir com a carga tributária na mesma proporção dos seus lucros. Se isto ocorre é em função da legislação comprovadamente favorável a quem pode pagar uma equipe capaz de promover um Planejamento Tributário que reduz a carga tributária dentro da regra.

Criticar quem está produzindo bons resultados é um caminho que muitos seguem. Suar a camisa e fazer o que elas estão fazendo poucos querem.

Por: Ademar Rafael