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Crônica de Ademar Rafael

LUIZ TADEU DE MORAIS PESSOA

Derivada das apartações, cuja origem advém da época em que nossas áreas de criação de gado tinham poucas divisas, a vaquejada é uma das manifestações folclóricas mais importantes do nordeste.

O Quinteto Violado imortalizou a vaquejada de Surubim e em conjunto com Luiz Gonzaga eternizaram a Missa do Vaqueiro, na Fazenda Cedro, em Serrita, criada em homenagem a Raimundo Jacó que fora assassinado nas caatingas do Sítio Lages.

Tadeu Cordeiro foi um dos atores principais neste esporte centenário, fez parte de uma elite de vaqueiros que para não ficarem entre os primeiros colocados seria necessário um acidente com suas montarias, tirá-lo da premiação de um certame de outra forma era ficção.

Tinha uma capacidade extrema para colocar “o boi na faixa” e promover para o público o espetáculo de ver o “mocotó passar”, ou seja, o animal ficar de pernas para o ar. Trazido para o mundo do futebol uma puxada de boi, Tadeu Cordeiro tinha a precisão de uma cobrança de falta de Rivelino, um lançamento de Gerson ou uma finalização de Romário.

Nos anos 80 tive oportunidades várias de assistir suas exibições. Lembro-me especialmente de uma em Tavares quando Zé de Glória, organizador da festa, teve que praticamente “fabricar” bois para desempatar uma disputa entre Tadeuzão e outro vaqueiro de alto nível. O público das arquibancadas vibrava em cada rodada.

Ser esteira de Tadeu Cordeiro era a garantia que sair na foto dos campeões, mas, com a certeza que seria coadjuvante. Foi assim com todos, até Jailson Cordeiro seu irmão e grande vaqueiro.

(*) – Adaptação de crônica publicada originalmente no site www.afgadosdaingazeir.com.br, como Pessoas do
meu sertão XXIII.


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