Press "Enter" to skip to content

Posts tagged as “CRÒNICA DE ADEMAR RAFAEL”

Crônica de Ademar Rafael

SER GRATO

Algumas vezes ouvimos ou dizemos frases com o seguinte conteúdo: “Fulano nunca teve a dignidade de agradecer o que recebeu de sicrano”. Para este cronista quando esta frase é dita por um terceiro tem peso relativamente maior do que quando pronunciada pelo benfeitor.

Explico. Mesmo tendo uma suposta carga de julgamento no primeiro caso, a ponderação é alicerçada em posicionamentos muitas vezes seguido por cada um de nós ao não vermos necessidade de agradecer os que recebemos. Quando um fornecedor de um benefício espera um reconhecimento a benfeitoria perder um pouco do brilho, assim reflita. Como sempre respeito as opiniões contrárias.

Quando fazermos uma reflexão sobre o versos 17:11-19, do evangelho de Lucas. Defendo a tese de que Jesus questionou a volta de apenas um dos dez curados sem exigir o mesmo dos demais. Assim avalio que tem que ser. Quando agimos movidos pelo altruísmo não pensamos em compensações ou agradecimentos. Cabe aos beneficiários a nobre missão e ser grato.

Preocupa-me e torna-me vigilante os níveis da ingratidão nos dias atuais. Alcançam filhos em relações aos pais e vice versa, entre irmãos, amigos, colegas de trabalho e outros. A pergunta que precisa feita é: “O que tem afastado as pessoas da virtude da gratidão?” Acredito que cada um tem um estoque de motivos, nenhum se segura ao ser confrontado com bons propósitos. Talvez alguém defenda que não é necessário ser grato diante dos pequenos gestos, discordo, gratidão e honestidade cabem na minúcia e na abundância.

Deus, com sua infinita bondade, toda hora nos presenteia com algo. Somos gratos a ele? Cada uma leitora e cada um leitor responda. Que tal mudarmos nosso modo de agir? Partindo do princípio que gentileza gera gentileza, gratidão gera também algo bom.

Crônica de Ademar Rafael

A ROCHA

Estamos no final do primeiro mês do terceiro mandato do presidente Lula. Como nas oportunidades anteriores a chiadeira do tal “mercado” começa com apoio da grande imprensa. É sobre essa insatisfação que vamos falar hoje, baseado em nosso juízo de valor, sem a intuito de expressarmos a verdade plena. Trata-se de ponto de vista extraído de experiências vivenciadas em mais de trinta anos nesse árido mundo das finanças. Respeitamos, portanto, os pensamentos contrários.

Somente os ingênuos e os teleguiados por notícias pagas por este “ser” invisível que estrangula riquezas de povos a nações em favor de lucros sem limites, concordam com tais especulações. Este “mercado” não passa de um bando de “agiotas” com pele de investidores que se tornam verdadeira rocha intransponível, a mando do “capital especulativo”.

É atribuição indelegável do gestor nomear a pessoas que exercerão os cargos de confiança e existem marcos regulatórios que definem critérios, cabendo a quem nomeia atender. O que não é salutar é a intervenção externa que o “mercado” se sente no direito de fazer.

Ora se o “mercado” elege seus “trogloditas” famintos por lucros crescentes sem consultar os que por eles serão explorados. Vejam o caso recente das Americanas. Baseados em quais fundamentos éticos se acham com poderes para interferir sobre quem assume determinados cargos?

No mundo destes agentes especulativos os privilégios devem primeiro atender seus interesses, depois os interesses das nações e dos que nela habitam. Muitos deles gostam de incentivos e isenções fiscais e condenam “esmolas” dadas para sanar desequilíbrios sociais seculares.

Em favor deles a usura é permitido, em favor dos menos favorecidos qualquer benefício é entendido como crime. São animais que vivem agarrados nas tetas do estado que eles entende como ideal.

Crônica de Ademar Rafael

O OUTRO

Faremos hoje uma reflexão sobre esse tema, inspirados pelas duas frases a seguir transcritas e atribuídas a Mahatma Gandhi : “O melhor modo de encontrar a si mesmo é se perder servindo aos outros” e “Quando doar alguma coisa, dê o que de melhor há em você”.

Inicialmente devemos nos concentrar quem é o outro que carece de nossa apoio, nossa atenção e, principalmente, nossa empatia. Repetidamente procuramos em lugares distantes e deixamos que notar que no nosso entorno existem pessoas que imploram por ajuda que nada custaria a cada um de nós. O que precisam temos sobrando e por falta de leitura correta das necessidades alheias jogamos tais bens em gavetas, armários e muitas vezes jogamos literalmente no lixo.

Quantos de nós seguidamente, por egoísmo e convenções, deixamos de abraçar uma pessoa que ficaria satisfeita com este gesto? Saberíamos dizer quantas vezes deixamos de olhar carinhosamente para uma pessoas da família ou um amigo carente de uma atitude afetuosa? Contaríamos até dez as vezes que doamos o que tínhamos de melhor para alguém?

O grande líder indiano nas frases acima aciona o interruptor que liga uma luz dentro de cada um. A obrigação de manter essa luz ligada é individual, não depende de motivação externa. A perguntas que ficam sem respostas é: “Queremos realmente nos encontrar?” e “Preferimos deixar tudo debaixo do tapete?” Cada uma ou cada um de nós tem as respostas e se preferir respondê-las descobrirá coisas extraordinárias. Quem tentar vai identificar como é real este fenômeno. Atesto por ter caminhado nessa direção algumas vezes.

O mundo da competição que viemos sempre nos convoca ver o outro como um adversário e como um concorrente que precisa ser vencido. No utópico mundo da cooperação este outro é parceiro, aliado e elemento que nos ajuda vencer os obstáculos. Podemos escolher? Tenho certeza plena.

Crônica de Ademar Rafael

FELICIDADE

A médica e escritora, Ana Beatriz Barbosa Silva, autoria dos famosos livros “Mentes perigosas” e “Mentes ansiosas” publicou recentemente mais um sucesso editorial. No livro “Felicidade – Ciência e prática para uma vida feliz” a famosa autora brinda suas leitoras e seus leitores com uma abordagem alicerçada em pesquisas, sem os achismos encontrados em obras que tratam do tema.

De cara Ana Beatriz nos encaminha para fora da zona de conforto e nos sugere descobrir as diferenças entre felicidade, alegria, prazer e satisfação. Não o faz somente com a definição de cada palavra, mas colocando cada uma dessas variáveis em seu espaço e separando, como diz o capitulo segundo a obra, o joio do trigo.

Sem a superficialidade presente na esmagadora maioria dos livros sobre o assunto, busca com extrema competência colocar a felicidade como um fenômeno que alcança fatores biológicos, genéticos e ambientais. Foge da vala comum das publicações que tratam temas complexos sem neles mergulhar.

Com segurança apresenta alguns alicerces da felicidade e desmistifica solenemente abordagens simplistas das letras de músicas. Transita por ponderações de grandes personalidades da filosofia, religião e outras segmentos que tratam do assunto, dando clareza as suas ponderações.

Após destacar os impactos do individualismo, do relativismo e do instrumentalismo presentes em nosso cotidiano vincula a felicidade aos escritos deixados por Epiteto, que nasceu no ano de 55 d. C., citando a
sua obra “A arte de viver”.

Portanto, não é um leitura somente na percepção de entretenimento e sim para ser lida, refletida e aplicada na busca da felicidade. Fica claro que ela existe e está ao nosso alcance. Precisamos fazer algo para merecê-la.

Crônica de Ademar Rafael

É MUITO, MAS NÃO É TUDO

Em nosso querido Brasil temos, entre muitas outras manias, a capacidade de santificar pecadores e satanizar quase santos. Tudo movido pelo comprometedor costume de darmos ouvido a mensagens manipuladas por absoluta preguiça de pesquisarmos ou nos aprofundarmos nos temas. Assim, tem sido com os setores do agronegócio e mineração ao serem promovidos pelo “mercado” e parte da imprensa como salvadores do país. Isto não é por acaso, deriva de uma correta política de comunicação bancada pelos defensores dessas atividades.

Sei e defendo a importância de tais setores para nossa economia por ter tido o privilégio de atuar nas fronteiras agrícolas da região do grande Dourados no Mato Grosso do Sul e no Oeste da Bahia; no Sul e Sudoeste do Pará, forte na pecuária de corte e pesca e no Vale do Aços em Minas Gerais, Teofilândia, na Bahia e região de Carajás no Pará, todas com grande potencial na mineração. Estes fatos, sem a perspectiva de verdade plena, me credenciam para dizer: “Estes setores, de fato, são importantes na geração de emprego e renda, mais não podem e nem devem ser taxados como as estrelas de maior brilho.”

O sucesso na produção de grãos, proteínas animais e minério depende da competência dos operadores nos setores, das quase infinitas riquezas do nosso solo e nosso subsolo e dos incentivos fiscais que historicamente recebem. Se extraímos os benefícios da Lei Kandir, dos juros privilegiados nos bancos oficiais, especialmente nos Fundos Constitucionais operados pelo Banco do Brasil no Centro Oeste, pelo Banco da Amazônia na região Norte e pelo Banco do Nordeste na área de abrangência da SUDENE esta competência seria testada em condições menos favoráveis, sem tais privilégios a margem de lucros e a competitividade não seria a mesma.

Valorizar sim, dar mais crédito do que realmente merece é onde está o perigo. O excesso sempre deixa sequelas tal qual a omissão. O Brasil tem outras estrelas que merecem ser destacadas. Pensem nisto.