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Crônica de Ademar Rafael

RESPEITO AO INDIVÍDUO

O ativista político Henry David Thoreau, que foi fonte de inspiração para Leon Tolstoi, Gandhi e Martin Luther King Jr escreveu em 1949, ou seja, há 170 anos o livro “Desobediência Civil”, onde registra os principais pontos da sua forma de entender e agir no mundo.

As três figuras acima citadas ao beberem na fonte do idealista americano sugerem, com pouca margem de erro, que o pensamento de Thoreau é aplicável todas as vezes que o indivíduo precisa respirar fora do cubículo que o Estado obriga que ele permaneça.

O jurista Daniel Moreira Miranda em texto sobre as teses de Thoreau nos apresenta as seguintes ponderações: “… A maioria governa porque é o grupo mais forte, não o mais legítimo. Por este motivo, as pessoas devem seguir as regras da consciência sempre que as lei lhes pareçam injustas…”; “… Votar por justiça não é o mesmo que agir para obter justiça…” e “… A maioria acabará votando a favor de seus interesses. Uma pessoa com princípios deve seguir sua consciência.”

Nos momentos que o Estado para controlar os indivíduos utiliza invariavelmente as leis Thoreau faz questionamentos e afirmativas, a seguir transcrevemos um minúsculo resumo de tais ponderações: “Deve o cidadão, mesmo que por um instante, ou em menor grau, entregar sua consciência ao legislador?” “Não é desejável cultivar um respeito pela lei maior do que um respeito pelo que é correto”; “Em um governo que aprisiona qualquer um injustamente, o verdadeiro lugar de um homem justo também é a prisão” e “O progresso de uma monarquia absoluta para um limitada e de uma limitada para uma democracia é o progresso em direção ao verdadeiro respeito pelo indivíduo.”.

Que tal o novo governo e a comunidade, sem a pratica de excessos por nenhuma das partes, travem um diálogo verdadeiro em favor de um país onde as leis, a justiça e os direitos individuais caminhem juntos.

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

O REI DO RITMO

Nas minhas andanças pelo interior do nordeste detectei que a cidade de Alagoa Grande, no brejo paraibano de forma exemplar presta homenagem para seu ilustre filho José Gomes Filho, o famoso Jackson do Pandeiro, em vários formatos.

Ao entrarmos na cidade pelo acesso BR-230 encontramos um portal onde um pandeiro gigante nos recebe. Em seguida a casa de show “Pandeiro Hall”, a “Pousada do Pandeiro” e a “Churrascaria Panderiar” dão ritmo ao reconhecimento e a gratidão pela obra do filho que imortaliza acolhedora cidade.

Nascido em 31.08.1919, neste ano será comemorado o centenário de Jackson do Pandeiro. O prefeito municipal por meio do Decreto 83/2018, de 07.11.2018, instituiu 2019 como o “Ano Cultural Jackson do Pandeiro”. Com certeza o São João de Alagoa Grande terá um tempero especial. Bom seria que Campina Grande desse destaque em sua festa maior ao gênio do Engenho Tanques.

Segundo dados disponíveis na rede mundial dos computadores a discografia do artista alagoa-grandense teve início em 1955 com o trabalho “Jackson do Pandeiro”, pela Gravadora Copacabana e seu último álbum data de 1981, com o disco “Isso é que é forró”, da Gravadora Polygram.

Este espaço é minúsculo para destacar seus sucessos, enumero somente seis, da minha preferência: “Sebastiana”, “A mulher do Aníbal”, “O canto da ema”, “Chiclete com Banana”, “Casaca-de-couro” e “Como tem Zé na Paraíba”.

A lição de Alago Grande pode ser copiada por outras cidades brasileiras que ignoram os feitos de filhos ilustres e em nome de “modismos” jogam no lixo sua historia e sua cultura.

Por:Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

JOSÉ ANTÔNIO DO NASCIMENTO FILHO*

No início dos anos 80 numa noite de cinco de janeiro na encantadora São José do Egito, em uma rodada de improvisos na casa de Toinzé – também genro de Lourival -, conheci Zeto. No primeiro contato percebi que acabara de conhecer um grande talento. No dia seguinte, na festa de aniversário de Lourival Batista, tive a privilégio de ver Zeto tocando violão e interpretando canções maravilhosamente, ali confirmei a avaliação da noite anterior.

Na época eu trabalhava em Barbalha – CE e meses depois recebi de Hilário Marinho um exemplar autografado do disco da dupla Zeto & Bia Marinho. É, com certeza, um trabalho encantador, expressão verdadeira do homem do interior. Quando voltei para Pernambuco, em 1992, reencontrei-me com o grande músico e tive muitas oportunidades de apreciar sua obra, verdadeira junção do popular com o erudito.

As composições “Forropé”, “Vento Penteado”, “Quadro Pensativo” e “Lá no sertão”, constituem-se páginas coloridas da nossa região. Além de grande poeta e músico Zeto foi um intérprete de primeira linha. Suas apresentações tinham cheiro de sertão e os poemas de Canção na sua voz ganhavam mais brilho, ou seja: lapidava um já valioso diamante.

Arisco-me, no decassílabo a seguir, a sintetizar sua estada neste mundo: “Meu Nordeste está de luto/e o meu Sertão incompleto/depois da morte de Zeto/ agrestino muito astuto/que gostava de matuto/de Canção e de Chudu/de Jó de Zezé Lulu/e que a Louro deu alegria/quando em dueto com Bia/animou meu Pajeú”.

Tenho certeza que seu encontro com Zá Marinho, Lourival, Jó Patriota, Zé Marcolino e Chudu foi uma grande festa onde não faltaram baiões, xotes e “estórias” do Pajeú. Escutaremos os acordes de seu violão e o eco de sua voz todas as vezes que cruzarmos o sertão pernambucano.

(*) – Publicado originalmente no site www.afogadosdaingazeira, como “Pessoas do meu Sertão XIV”

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

A CONQUISTA DO PODER TEM NORMAS?

Em capítulo denominado “O amor ao poder”, inserido no livro “A essência do poder”, o escritor e romancista inglês Michael Korda afirma que “Não há normas para se aprender a conquista do poder: a coisa tem de vir de dentro de nós.” Na seqüência do texto ele diz que a percepção pode vir se seguirmos roteiros, tais enunciados de alguma forma nega o pensamento acima registrado, vamos a elas.

A primeira, “Pratique cada ação como que fosse a única coisa que importa no mundo.” – No universo da administração isto é chamado de foco, Jesus nos chama atenção para impossibilidade de atendermos a dois senhores. Assim sendo, dedicar toda energia para ação praticada é sabedoria.

A segunda, “Nunca reveles aos outros tudo a teu respeito; guarda alguma coisa de reserva, para que eles nunca tenham a certeza de que realmente te conhecem.” – Aqui é necessário separarmos o “não contar tudo” de “mentir”. São coisas distintas, aprendamos a reservar um pouco do que somos como prudência.

A terceira, “Aprende a usar o tempo e pense nele como um amigo, não como um inimigo! Não o desperdices indo atrás de coisas que não desejas.” – Não fazemos isto, na maioria das vezes sem sentir. Saibamos utilizar o tempo disponível para coisas que de fato sejam úteis e que nos tragam paz.

A quarta, “Aprende a aceitar os teus erros. Não sejas perfeccionista a respeito de tudo.” – Reconhecer os limites é uma arte que necessita ser aplicada em nossa vida, não há fraqueza em assumir erros e promover o pragmatismo sadio.

A quinta, “Não faças ondas, move-te suavemente, sem complicar as coisas.” – Criar dificuldade para vender facilidade é uma pratica condenável presente em nosso cotidiano. Vamos simplificar as coisas, sem banalizá-las é claro. Tais recomendações como afirma o autor não devem ser impostas, nascem de dentro para fora. Vamos praticá-las?

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

CORDEL

No dia 19.09.2018 o Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN concedeu por unanimidade o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para literatura de cordel. O
reconhecimento foi festejado pelos cordelistas pelos amantes do secular estilo. Prepostos da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC e do Ministério da Cultura fizeram presentes no evento.

O site da ABLC apresenta rico conteúdo sobre o tema, do qual destacamos os registros biográficos dos grandes cordelistas e a relação dos membros da Academia. No final de matéria vinculada no G1 traz uma definição que para este cronista retrata com acerto a literatura de cordel. “A expressão cultural retrata o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas a respeito de acontecimentos vividos ou imaginados.”

Neste tempo de aprendizado falho é salutar percebermos que poetas de gerações recentes estão levando a metodologia do cordel às escolas. Alexandre Moraes, Zé Adalberto, Raulino Silva e tantos outros utilizam os
benefícios da computação gráfica para ilustrar suas histórias e estórias, tornando-as mais atrativas para jovens estudantes.

O trabalho que o poeta pajeuzeiro Maviael Melo realiza em todo nordeste com apresentações e oficinas, dando asas ao sonho de Nenen Patriota, é digno de premiação e reconhecimento. O produtor cultural e poeta Jorge Filó, ratificando o que narra o professor e ficcionista Gilmar de Carvalho no livro “Publicidade em cordel”, empresta seu talento e o estilo eternizado por Leandro Gomes de Barros e vários outros cordelistas para fazer publicidade e propaganda.

Percebe-se que antes do reconhecimento do IPHAN a literatura de cordel já havia deixado o nobre espaço das feiras livres e ingressado e outros universos. Diferente do petróleo que queima na fogueira do capitalismo o cordel é nosso e por muito tempo será útil para sociedade.

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

SEBASTIÃO DIAS FILHO

A primeira que o ouvi cantar foi no antigo Cine Bom Jesus, na Av. Manoel Borba, durante o intervalo de uma cantoria entre Moacir Laurentino e Zé Feitosa, ao fazer um “baião” com Moacir falando sobre o céu e inferno.
Naquela oportunidade meu querido pai sentenciou: “Este rapaz vai ser um grande cantador”. A previsão do velho Quincas Rafael realizou-se: Sebastião Dias tornou-se um dos melhores cantadores do Nordeste.

Dono de um estilo inconfundível, detentor de um domínio destacável nunca vi Sebastião Dias perder a compostura antes de enfrentar qualquer cantador. Formou com João Paraibano uma das mais perfeitas duplas de cantadores e juntos realizaram feitos indescritíveis pelo Nordeste.

Seus poemas “Conselho ao filho adulto”, “A voz do Eito” e “Súplica dos Ecólogos” são obras de altíssimo nível. Em “Cenários do Pajeú” ele retrata o nosso rio com uma riqueza de detalhes comparável às obras de José de Alencar e Machado de Assis. Na recente “Canção da Paz” ao escrever: … “Levantem todos que estão caídos/nem todos os sonhos foram destruídos/novos caminhos temos que seguir/chegou à hora de ferir os ombros/somar esforços, remover escombros/que ainda é tempo de reconstruir” deixa brilhante recado contra a violência.

Além de poeta extraordinário Sebastião Dias é inovador. Levou a sanfona para seus poemas, dando-lhes uma roupagem nova com uma coragem encontrada apenas nos mitos. Conhecido como o Chico Buarque da viola
Sebastião faz por merecer tal deferência. Afirmo, contudo, que suas criações podem ser pintadas nas “Aquarelas” de Toquinho e recitadas com a delicadeza dos poemas de Vinícius.

O filho de Ouro Branco – RN é um pajeuzeiro por adoção e por devoção. Pela vontade do povo de Tabira está no segundo mandato de prefeito, compatibiliza a ação do político com a arte da viola.

(*) Publicado originalmente no site www.afogadosdaingazeira, como “Pessoas do meu sertão XIII”

 

Crônica de Ademar Rafael

DESCULPAS ESFARRAPADAS

Sem a necessidade de recorrermos ao livro “1001 desculpas esfarrapadas”, de Guca Domenico, vamos encontrar em nosso cotidiano uma imensa relação de desculpas para justificar deslizes praticados.

Uma das campeãs é que a nossa tendência de praticar e aceitar transgressões deriva da “qualidade moral” dos nossos colonizadores. Indagam os defensores da cultura das transgressões: “Como uma sociedade que foi instalada por segregados dos reinos europeus pode ser exemplo de moral e bons costumes?”

A historia registra que de fato recebemos parte da escória de Portugal, no entanto, menciona com exaustão que também vieram muitas pessoas do bem.

Para começar demolindo a justificativa acima teremos que fazer uma nova indagação: “O que nos levou a copiar os procedimentos da parte podre dos colonizadores e abandonar as praticas de honrados professores, cientistas, comerciantes e religiosos que por aqui atracaram na época do descobrimento e da colonização?” Outra pergunta que cabe: “Como explicar o caminho seguido pelo povo da Austrália que também recebeu prisioneiros, falsários, estupradores e ladrões?”

No índice de percepção da corrupção de 2017, medido pela Transparência Internacional, o Brasil está em nonagésimo sexto lugar e a Austrália ocupa a décima terceira posição.

Talvez para justificar o injustificável tenhamos que recorrer às forças da natureza. Vai ver que o solo da Oceania é propício para boas práticas e o das terras da América do Sul é fértil para propagação de deslizes. Precisamos agir, individualmente e coletivamente, para mudarmos de lugar. Ação imediata, as gerações futuras agradecerão.

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

SENTIMENTO DE PERDA

Sabemos que não encontraremos avaliação unanime quando escrevemos sobre pessoas que partem para outra demissão. Alguns criticam porque não o fizemos durante as vidas destes amigos e amigas outros elogiam o
reconhecimento, assim é a vida cheia de contraditórios.

O ano de 2018 foi extremamente duro como nossa cidade de Afogados da Ingazeira ao tirar do nosso convívio Jair das Baterias, Maria da Paz, Zé Coió, Dr. Aluísio Arruda, Antônio Mariano e Luiz Alves.

Dos seis o que menos convivi foi Jair das Baterias. Mas, a avaliação da minha irmã que conviveu com ele em trabalhos sociais e religiosos é suficiente para afirmar que um grande cidadão foi extraído do nosso meio. Defendia com ênfase seus ideais e posições políticas.

Maria da Paz, mesmo morando muito tempo fora do Pajeú, foi uma embaixadora do sertão, defensora da boa música e intérprete do sentimento do povo sertanejo em suas melodias e letras.

Zé Coió e Dr. Aluísio Arruda foram referências para este cronista durante minha formação como cidadão e profissional, Coió com a forma mansa com que tratava todos e Dr. Aluísio como pioneiro na odontologia e
professor de matemática. Tomar uma cerveja ou uma dose de uísque com eles era um privilégio. Os dois, pais de grandes amigos.

Antônio Mariano e Luiz Alves meus amigos e professores. Políticos que caminharam na direção que oferece aos excluídos a condição de habitar entre os que se acham superiores. Exerceram suas atividades pensando
em um mundo melhor, cumpriram muito bem a missão confiada pelo ser supremo.

Que tenhamos a capacidade de aplicar o que cada uma das pessoas acima citadas deixaram como legado.

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

JOSÉ RUFINO DA COSTA NETO

Não conheço um assunto sobre o qual Dedé Monteiro não tenha escrito. Sua obra extrapola as fronteiras do Pajeú e alcança do mais simples homem do campo ao mais exigente intelectual. É para mim ele é o maior poeta das nossas paragens. Tenho recitado “Papai Noel de casa” pelo Brasil e recebo palmas pela mensagem expressa naquele belo poema.

Sabendo que Dedé seria um dos seus mais devotados seguidor, Jesus concedeu-lhe o direito de fazer tudo com muito mais acerto do que nós, os comuns. Sua ação como cidadão é destacável, como membro do Encontro dos Casais em Cristo é louvável e como profissional nas áreas que atua é admirável. Seu jeito brejeiro e encantador fazem dele uma das pessoas cujo convívio acrescenta em tudo. A missa do poeta, homenagem a Zé Marcolino, sem ele não teria o mesmo brilho. Suas declamações recebem, sempre, merecidos aplausos calorosos.

Desde “A porca preta pelada” até sua última criação ver-se na obra de Dedé um somatório de talentos e uma mistura do hilário, do popular e do erudito. Seus poemas são múltiplos. Nas rodadas de poesias, na Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira, com Sebastião Dias, Zé Liberal e Afonso nota-se que a glosa de Dedé tem um perfume encontrado apenas nas flores campestres e é revestida da pureza da criança.

Por não ter o privilégio de sua companhia, em meu cotidiano, mato a saudade lendo e relendo o seu livro, que recebi do amigo Danizete, cujo prefácio é de Antônio de Catarina e o criador do nome é o meu conterrâneo Zé Liberal. Na leitura reencontro minha terra.

Caro Dedé, seus relatos poéticos tem a rapidez do Globo Repórter, porém o programa global por mais elaborado que seja não alcança a beleza de sua obra. Muito obrigado por tudo e continue sendo a mais brilhante estrela do nosso rincão, tu és, Dedé, imortal por natureza.

(*) – Originalmente publicado no site www.afogadosdaingazeira.com.br, como Pessoas do meu sertão XII.

Por: Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

FORA DA FOTO

Em 25.04.16 na crônica O EX-VICE! escrevi: “Muitos defendem a tese que Temer representa a parte não degradável do esgoto que se transformou o Governo (PT + PMDB), após a depuração nas lagoas de decantação da Operação Lava Jato. Para este cronista o vice detém habilidades suficientes para recolocar o Brasil nos trilhos, mas, o histórico do seu partido e os “amigos” pode gerar fatos e atos capazes de colocar o país em um buraco mais profundo e mais largo. O tempo dirá.”

Agora no apagar do que resta de luzes do governo Temer o tempo prova que eu estava errado ao considerá-lo com habilidades para seguir o exemplo de Itamar Franco que colocou ordem na casa após a queda de Fernando Collor.

Diferente do meu pensamento Temer seguiu os passos do presidente Sarney. Fez um governo tão impopular que se tornou “persona non grata” no palanque do candidato do seu partido ao cargo de presidente nas últimas eleições.

Em 1989 Ulisses Guimarães não quis qualquer aproximação com Sarney e mesmo com a visibilidade obtida como presidente da constituinte e senhor das diretas ficou com algo perto de 4,4% dos votos. Na eleição de outubro último Henrique Meireles não tirou nem uma foto para “santinho” com quem o bancou no Ministério da Fazenda e ficou com apenas 1,2% dos votos.

Com esta nova derrota nas urnas o MDB tem dois caminhos: O primeiro é seguir na oposição e tentar resgatar o que resta da sigla partidária no pleito municipal de 2020. O segundo é aderir ao novo governo com o pragmatismo de sempre e permanecer na situação, mesmo com papel secundário.

Sarney, apesar do desgaste, seguiu na vida pública ao ser eleito Senador pelo Amapá. Temer deverá ter um caminho mais pedregoso, caso não seja blindado pelo futuro governo. Uma coisa é certa: Sai do governo menor que entrou.

Por: Ademar Rafael