DESCULPAS ESFARRAPADAS
Sem a necessidade de recorrermos ao livro “1001 desculpas esfarrapadas”, de Guca Domenico, vamos encontrar em nosso cotidiano uma imensa relação de desculpas para justificar deslizes praticados.
Uma das campeãs é que a nossa tendência de praticar e aceitar transgressões deriva da “qualidade moral” dos nossos colonizadores. Indagam os defensores da cultura das transgressões: “Como uma sociedade que foi instalada por segregados dos reinos europeus pode ser exemplo de moral e bons costumes?”
A historia registra que de fato recebemos parte da escória de Portugal, no entanto, menciona com exaustão que também vieram muitas pessoas do bem.
Para começar demolindo a justificativa acima teremos que fazer uma nova indagação: “O que nos levou a copiar os procedimentos da parte podre dos colonizadores e abandonar as praticas de honrados professores, cientistas, comerciantes e religiosos que por aqui atracaram na época do descobrimento e da colonização?” Outra pergunta que cabe: “Como explicar o caminho seguido pelo povo da Austrália que também recebeu prisioneiros, falsários, estupradores e ladrões?”
No índice de percepção da corrupção de 2017, medido pela Transparência Internacional, o Brasil está em nonagésimo sexto lugar e a Austrália ocupa a décima terceira posição.
Talvez para justificar o injustificável tenhamos que recorrer às forças da natureza. Vai ver que o solo da Oceania é propício para boas práticas e o das terras da América do Sul é fértil para propagação de deslizes. Precisamos agir, individualmente e coletivamente, para mudarmos de lugar. Ação imediata, as gerações futuras agradecerão.
Por: Ademar Rafael