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Crônica de Ademar Rafael: Terror no trabalho

TERROR NO TRABALHO

Passado cento e vinte e um anos do lançamento do livro “A Ética protestante o Espírito do Capitalismo”, na qual o sociólogo Max Weber utilizou a frase: “O trabalho dignifica o homem” resta-nos a certeza que os interesses econômicos e ganância jogaram no lixo o que representa essa expressão. Durante o século passado e no século atual muitos atos e fatos transformaram o enunciado de Max numa letra morta. A lista de exterminadores da ideia é grande, seus nomes e conceitos são diversos.

Um deles é popularmente conhecido como assédio moral abordado no ano de 1998 pela psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen no livro “Assédio Moral: a violência perversa no cotidiano” lançado no Brasil em 2000. O tema foi replicado na primeira década desde século por Hirigoyen em “Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral” e no livro “Violência, saúde e trabalho: uma jornada de humilhações” de autoria da médica, professora e pesquisadora Margarida Maria Silveira Barreto.

Estas publicações e outras tantas abordando o assunto estiveram presentes em muitos debates,  foram exaustivamente estudadas mas o resultado prático foi quase nulo. No caso brasileiro, com a flexibilização das regras trabalhistas, a banalização da mão-de-obra com terceirizações e quarteirizações assédio moral é café pequeno. O mês de maio é iniciado com o feriado dedicado ao trabalhador, data comemorada em função de eventos ocorridos em 1886 em Chicago, Estados Unidos, que promoveram o episódio conhecido como “Tragédia de Haymarket”.

A grave situação foi tema da reportagem de capa da revista “Carta Capital” número 1380, de 07.05.25. Seu título é chocante: TRABALHO INSANO – explodem as notificações de transtornos mentais dos empregados, vítimas da precarização e da pressão por desempenho”. Na matéria a repórter Fabíola Mendonça com o impactante subtítulo “Engrenagem enferrujada” aponta situações dignas de filme de terror e fatos desumanos. Dados coletados do “Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho” são cruéis e justificam o avanço da “Síndrome de Burnout”. Abaixo a escravidão!

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