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Crônica de Ademar Rafael
ÚNICA LUZ
Recebi com muita alegria a notícia que a TV CULTURA, ligada a Fundação Padre Anchieta em São Paulo colocaria no ar o “Programa Balaio”, apresentado pelo cantor e compositor Renato Teixeira e seu filho Chico Texeira com entrevista de artistas cujas produções musicais sejam dignas de assim serem classificadas.
Na estreia, dia 10.12.23 e no programa seguinte em 17.12.23, os entrevistados deram sinais da linha que o programa seguirá. Na primeira data esteve conversando e cantando Almir Sater, no domingo seguinte estiveram no programa Anastácia e Daniel Gonzaga, o filho de Gonzaguinha e neto de Luiz rei do baião, melhor é quase impossível.
Conforme anúncio da própria emissora o “Programa Balaio”, apesar de exibido aos domingos às 09:00 horas, guarda similaridade com o “Viola, minha viola” de Inezita Barroso e o “Sr. Brasil” de Rolando Boldrin somente no bom gosto musical e no nível dos entrevistados.
Não tenho dúvida que os amantes de música de alto nível serão agraciados todo domingo com atrações aderentes com suas preferências musicais, os apresentadores/entrevistadores possuem ligação com o melhor da nosso música raiz. As manhãs de domingo passam a ter um programa com conteúdo musical defensável.
Torço para que a Fundação Padre Anchieta consiga se livrar da sanha dos entreguistas liberais que imperam na política paulista e nunca caia na rede de arrasto da privatização defendida por essa gente. Hoje, com todo respeito para com os que pensam diferente, vejo como única luz na escuridão essa emissora de São Paulo.
Dos serviços concedidos no Brasil a comunicação de massa via televisão é, talvez, o que devolve a pior resposta. A TV CULTURA tem sido a exceção da regra, o “Programa Balaio” e prova disto, que tenha vida longa.
Crônica de Ademar Rafael
RESPEITO AOS LIMITES
Recentemente recebi insistentes abordagens de uma entidade em que estou fazendo um curso a distância com oferecimento de outro treinamento. Respondi que no futuro, após conclusão do curso atual, eu examinaria a oferta. Em função da insistência da vendedora eu respondi que hoje, diferente de tempos idos, eu respeito muito meus limites. Ela, como boa vendedora, ouviu e me parabenizou por não tentar assumir compromissos acima das possibilidades de atendimento.
Permitam-me nesse início de ano, depois dos excessos nas festas natalinas e “réveillon”, sugerir que respeitemos nossos limites. Façamos tudo que pode no tempo hábil. Respeitar limites não é ser omisso é cumprir suas obrigações sem estressar sal capacidade.
Os estudiosos sobre o assunto enumeram longa lista de sequelas deixadas pelos excesso de atividades, de busca de informações e outras formas de descumprimento das regras ligadas à nossa capacidade laboral. Como leigo e por ter sido vítima desse sistema quero deixar as ponderações abaixo para reflexão, cada leitora e cada leitor aproveita o que entender como salutar para o caso pessoal.
Julgo que quando não respeitamos a linha divisória entre o possível e o ideal atraímos, no mínimo, três sequelas: Alto endividamento, frustração e impotência. O alto endividamento ocorre quando gastamos acima das disponibilidades, movidos muitas vezes pelas ofertas demasiadas de produtos e serviços; a frustração aparece ao tentarmos resolver os problemas do mundo sem estarmos prontos para solucionar as nossas dificuldades e a impotência surge ao tentarmos acessar, informações, cargos, poder em níveis acima da nossa possibilidade de absorção e de darmos respostas compatíveis com as responsabilidade assumidas.
Pensem nisto, eu estou vigilante e tenho melhorado muito minha qualidade de vida. Acredito ser sábia e decisão de respeitarmos nossos limites.
Crônica de Ademar Rafael
ANISTIA
No último quadrimestre do ano que a Lei nº 6.683, de 28.08.1979 completou quarenta e quatro anos, tomamos conhecimento que tramita no parlamento brasileiro proposta para anistiar os manifestantes que por iniciativa própria, convicção ou indução de terceiros praticaram atos fora das letras mortas da Constituição em 08.01.2023.
A lei acima citada, conhecida como Lei da Anistia, na época da sua tramitação relâmpago no governo do General Figueiredo, foi bastante questionada por nivelar os que torturaram, os pegaram em armas e os que simplesmente manifestaram opiniões contrárias ao regime. Mas, quem tinha idade para discernir o bem e o mal no final dos anos 1970 lembra das mensagens cifradas que diziam: “Ou esta lei ou nada”.
Como a regra, mesmo com suas aberrações era melhor do que o que tínhamos muitos aderiram ao projeto. No site do Senado Federal, em texto sobre os quarenta anos da Lei da Anistia podemos ler: “Foram anistiados tanto os que haviam pegado em armas contra o regime quanto os que simplesmente haviam feito críticas públicas aos militares. Graças à lei, exilados e banidos voltaram para o Brasil, clandestinos deixaram de se esconder da polícia, réus tiveram os processos nos tribunais militares anulados, presos foram libertados de presídios e delegacias.” Não há dúvidas que cada um defendeu seus interesses, graças a essa regra retomamos parte das variáveis existentes numa democracia.
O perdão é um princípio que devemos carregar conosco, contudo, no caso dos atos de 08.01.23 é necessário cautela. Anistiar pode se configurar como banalização de atos praticados ao arrepio da lei e agravar os desvios de conduta presentes em nossos dias. A cada manifestante devemos dar todo direito de defesa, julgar à luz das regras existentes e evitar colocar todos no mesmo “balaio” como a Lei da Anistia fez. Quem pratica atos ilegais deve por eles responder, minimizar o que foi feito no segundo domingo de 2023 é um risco que nossa democracia não deve correr.
Crônica de Ademar Rafael
A FESTA SUMIU?
Nós que ultrapassamos a barreiras dos sessenta anos quando falamos “No meu tempo era assim ou assado” somos chamados de saudosistas por uns ou de ultrapassados por outros. Mesmo correndo este risco quero hoje falar sobre o festa do Senhor Bom Jesus dos Remédios em Afogados da Ingazeira.
Nas décadas de 1970 e 1980 a Praça Arruda Câmara vestia roupa de gala para receber os visitantes durante as festividades que neste ano chega ao evento de número cento e noventa e cinco, isto mesmo, a 195ª festa. O Parque de Diversão era montado no meio da praça, as barracas em todo seu entorno e os habitante da localidades e visitantes criavam espaços para caminhar, paquerar, tomar sua bebida favorita e comer as delícias ofertadas pelos ambulantes ou nos pontos fixos da praça.
Não há meio de esquecermos os bailes do Aéreo Clube de Afogados da Ingazeira – ACAI, os jogaços no Paulo de Sousa Cruz e no Campo da Estação, as pastorinhas sob comando de Beto de Madalena, nosso “Beto Limonta”, as músicas tocadas na difusora e tantos outras coisas que o mundo das redes sociais teima em jogar na vala do esquecimento.
Quantos jovens da nossa querida cidade desconhecem que seus avós deram os primeiros beijos durante a “Festa de Ano”, alguns deles nas cadeiras do parque de Mané Jacó ou no salão da ACAI. No campo religioso a grande expectativa para este cronista era a homilia e Dom Francisco, o Profeta do Pajeú. Após a procissão na missão campal nosso pastor soltava o voz em defesa dos excluídos e denunciando os desmandos das autoridades sob tutela dos militares instalados na presidência de república por força do golpe de 1964.
Não temos como reativar as festividades no modelo antigo, mas, entendo ser nossa a obrigação de zelar para que não caiam no esquecimento.
Crônica de Ademar Rafael
É NATAL
Durante algum tempo fugi das comemorações natalinas por entender que a festa havia descambado para o lado do consumo esquecendo-se da sua essência. Convencido pela esposa voltei a participar do jantar em família, reservando tempo para refletir sobre o nascimento de Jesus de Cristo, a “Missa do Galo”, instituída o ano 143 pelo Papa Telésforo”, a “Coroa do Advento” e a “Guirlanda”, isto à luz do juízo de valor advindo da minha crença, sem questionar as escolhas alheias.
Farei neste texto uma síntese dos principais símbolos do Natal, começando pelo “Presépio”, criando em 1223 por São Francisco de Assis, numa gruta na cidade italiana de Greccio com intuito de demonstrar aos moradores da região como havia sido o nascimento de Cristo. Existem registros de que no Brasil o primeiro “Presépio” foi montado na cidade de Olinda-PE, no século XVII, pelo religioso Gaspar de Santo Agostinho.
Sobre a “Arvore de Natal” entre as diversas versões destaco a que indica seu surgimento na cidade de Riga, na região onde está hoje a Letônia, por volta de 1510. No Brasi esta tradição ganhou força no início do século passado. Acompanho a tese que sua expansão sofreu influência da chegadas dos eurupeus em nosso país.
Entre as versões acerca da “A troca de presentes” muitos registros disponíveis indicam que a entega dos presentes pelos Reis Magos é a base dessa tradição, pela vertente religiosa.
A “Ceia de Natal” foi herdada de festas da Roma Antiga para comemorar o migração da época fria para o período em que o sol trazia alegria e colheitas abundantes. Na festa romana também tem origem os “Cartões de Natal”
A origem do bom velhinho “Papai Noel” está relacionada a São Nicolau de Mira, que viveu na Turquia entre os séculos III e IV. Nos dias atuais encanta as crianças e embala as vendas do comércio.
Crônica de Ademar Rafael
DISTANTE DAS PREVISÕES
Por ter exercido cargos relacionados com análise de cenários em várias fases da minha vida, sempre que posso verifico tendências e testo previsões, visando descobrir fatos que impediram suas concretizações.
Neste sentido recorri ao livro “Desafios do século XXI”, publicado há vinte cinco anos, organizado por Ives Gandra Martins e com participação de especialistas em cada área de interesse ao Brasil e seu povo. As opiniões foram baseadas na expectativa de que os preceitos de liberdade e direitos sociais incluídos na Constituição de 1988 ajudaria nosso país na superação de metas relativas ao crescimento econômico, a fome e ao acesso à justiça.
Sobre o tema crescimento escreveu o economista Delfim Neto e abordou previsões sobre níveis de inflação, política fiscal, taxa de juros real, taxa de câmbio e contas correntes aceitáveis apenas o quesito inflação esteve dentro das previsões. Os demais continuam sugando nossas riquezas, sufocando a energia do povo brasileiro e enriquecendo os mais ricos. Os motivos passam pela ganância e pela nossa forma de fazer política, sem previsão de ajustes no curto e médio prazos.
Quanto ao assunto fome escreveu o professor Benedicto Ferri de Barros, sem dúvida é a parte que teve pior desempenho. A parte abaixo da letra de “A cantiga da perua”, de Jose Gomes Filho e Elias Soares Rodrigues,
gravada por Jackson do Pandeiro, talvez seja o que melhor define: “É de pior a pior, é de pior a pior/A cantiga da perua é uma só…” O volume das crescentes safras de grãos neste vinte e cinco anos não foi para mesas dos brasileiros, os motivos são os mesmos que inibiram o crescimento.
No tocante ao acesso à justiça o professor Roberto Rosas acertou muito pouco em suas ponderações. O acesso pleno continua restrito aos ricos. Alguns operadores do direito tentam, mas o Brasil da periferia não recebe tratamento digno em nosso sistema jurídico. Nosso país teima em seguir no sentido contrário da lógica e da justiça social, Uma pena.
Crônica de Ademar Rafael
O MESTRE SE FOI
Com a força de um lutador de box que recebe três grandes golpes em frações de segundos e não cai, participei do velório e do sepultamento do meu cunhado David Soares Santos, o Professor David. Cabe registrar que os golpes foram as mortes quase simultâneas de Sebastião Dias, Ivone Góis e do meu professor e cunhado.
Com a sensação e reação de um anestesiado, busquei controlar as emoções para filtrar as ponderações sobre o Professor David. Ouvi e li parte do que foi dito e escrito por amigas, amigas, alunas e alunos. As mensagens versavam sobre sua preocupação em formar cidadãs e cidadãos. David se portava em sala de aula e durante o tempo que atuou na Gerência Regional de Educação – GRE Alto Pajeú como um formador de lideranças futuras. A sua atuação extrapolou, em muito, a repetição de conteúdo. Foi de fato um educador.
Pela sua atuação como professor de música foi lembrado em textos, vídeos, depoimentos em redes sociais e presencialmente para este cronista, todas destacando seu compromisso com a “arte” expressada através dos sons. Julgo salutar a citação dos músicos Chagas e Edinho.O primeiro grande amigo e o segundo um aluno que em suas redes sociais publicou seu agradecimento e um vídeo contendo o último encontro entre mestre e aluno ao som de flautas, tocadas pelos dois.
Nunca integrei o contingente das pessoas que condenam as homenagens após a morte. Defendo a tese que homenagem em vida alimenta a vaidade e depois do falecimento, pela força do reconhecimento sincero, alimenta
o legado e a história do personagem. Em nome da família, o agradecimento aos nos apoiaram neste difícil momento. Destaco os comunicadores Nill Júnior e Wellington Rocha que prontamente anunciaram o falecimento do professor e aos amigos Fernando Pires e Rodrigo pelas publicações. Exemplo e legado ficaram, que os ensinamentos do Professor David sejam replicados aos quatro cantos, a geração atual precisa deles.
Crônica de Ademar Rafael
REGRAS AJUSTADAS
Em evento recente sobre Governança no Setor Público, promovido pelo Conselho Federal de Contabilidade–CFC, Conselho Regional de Contabilidade–CRC-PB e parceiros – no auditório Ariano Suassuna, de Tribunal de Contas do Estado da Paraíba em João Pessoa -, um dos palestrantes fez uma analogia acerca da legislação e de controle de
processos. Disse o técnico: “As regras e as práticas precisam ser ajustadas igual roupas de alfaiate, não pode ter sobras ou faltas.”
Caso o Brasil integrasse a lista dos países onde as leis são, de fato, iguais para cada cidadão a analogia teria lógica plena. Mas, como em nossa amado torrão as leis são seletivas perde o sentido. Vivemos um local onde a frase “Para os amigos as brechas das leis e para os inimigos os rigores das leis.” é aplicadas nos dias úteis, domingos e feriados.
Assim sendo, as regras citadas pelo técnico ficam mais próximas das roupas tamanho único, padrão universal, sobrando ou faltando a depender do usuário. Cada um ajusta ao seu modo.
Necessário se faz deixar registrado que além da seletividade das regras existem ainda as diferentes percepções entre quem as aplica e os que elas estão subordinados. Para os técnicos dos órgãos de controle no serviços público e os operadores do direito nas diversa instâncias as regras normativas são vistas como recipientes de bronze, sem qualquer flexibilidade. Os gestores que estão a elas subordinados, tendo dinheiro, encontram defensores da tese de que tais normas são flexíveis iguais a barras de gelatina, flexibilidade total.
Para ajustar estas duas percepções precisaríamos de mudança de comportamento dos dois lados. Isto, contudo, tem ficado mais distantes a cada ano. A sensação de poder, a arrogância e outros fatores inerentes ao individualismo impedem gestos em direção a convergência. Vamos seguir a perigosa trilha onde um grupo acredita que manda e o outro sabe que desobedecer tem baixo risco. Governança é, também, parceria.
Crônica de Ademar Rafael
QUINCAS FLOR
Na segunda estrofe do fantástico poema “O remorso falando ao avarento”, de Elísio Félix da Costa-Canhotinho, tem estes dois versos: “…Quem és tu? Quem são teus pais?/De onde vens? Pra onde vais?…”. Sem enveredar na parte filosófica das indagações todos nós reunimos condições de responder as indagações do poeta de Taperoá.
Se a primeira pergunta estender para os pais e os avós dos nossos pais as respostas sairão com muita dificuldade. A dificuldade para respondermos sobre nossos antepassados advém da nossa incapacidade de criarmos registros históricos e reais sobre nossos antecessores. Somos filhos de uma terra sem memória? Não afirmaria cem por cento, contudo, cabe registrar que nossa memória é, no mínimo, restrita.
No último dia 23.11 Joaquim Alves de Freitas, Quincas Flor, alcançou 160 anos do seu nascimento. Para organizar um evento alusivo à data fomos procurados por funcionários da Escola que leva seu nome em busca de informações. Quase nada tínhamos a oferecer. Se fossemos criar um “verbete” sobre o agropecuarista e empresário sofreríamos para juntar cinquenta palavras. Isto mesmo, pouco sabemos sobre nosso bisavô, o cidadão que emprestou seu nome durante muito tempo ao Distrito de Jabitacá, na época que era Varas de Quincas Flor.
Um dos objetivos do Instituto Cultural Quincas Rafael – ICQR é construir uma base de informações sobre personalidades da região para atender demandas como as apresentadas pela gestão, professores e alunos da Escola Estadual Joaquim Alves de Freitas. Estamos vencendo as barreiras burocráticas e esperamos que em 2025 estejamos na execução
desse nobre objetivo: Resgatar dados históricos sobre os que nos antecederam.
Recorremos e fomos prontamente atendidos pelo historiador Alexsandro Acioly da Silva – Leca de Amadeu, dos arquivos oriundos das suas pesquisar vieram informações confiáveis.
Crônica de Ademar Rafael
PAJEÚ É MANCHETE
Na última semana de setembro e nos dias iniciais do mês de outubro do corrente ano nossa região do Pajeú esteve em destaque em três grandes eventos culturais. Devemos comemorar o sucesso dos nossos conterrâneos. O momento atual precisa de poesias e música de alto nível. Chega de notícias sobre violência em todos formatos disponíveis.
O primeiro foi a linda festa dedicada ao centenário do poeta Otacílio Batista. Sua família reeditou o evento Tributo a Otacílio e dentro das comemorações dos cem anos do autor de “Mulher nova bonita e carinhosa/Faz o homem gemer sem sentir dor” seu neto Sandino Patriota lançou o livro “Otacílio Batista – Uma história do repente brasileiro”. Trata-se de uma publicação extraordinária que vincula o nome do poeta ao universo da cantoria de forma inseparável, merece ser lido e relido.
No mesmo período Bia Marinho, sobrinha de Otacílio, fez uma turnê em Portugal na companhia de Marinho, Greg e Miguel – seus talentosos filhos –, levando na bagagem o que temos de melhor. Esse quarteto é sucesso em cada apresentação. Na terra de Fernando Pessoa não foi diferente. As melodias alcançam outra escala nas interpretações de Bia Marinho e seu três filhos. O velho continente redeu-se à competência da filha e dos netos de Lourival Batista e de Dona Helena Marinho.
Em outubro Gilmar Leite, poeta de São José do Egito, lançou o livro “Coração português”, publicação que junta o rio Pajeú ao mar e ao rio Tejo. Na “Nota do autor”, Gilmar escreveu: “Navegando nos mares do lirismo lusitano, sentado na proa de um canto fadista, velejando na poesia portuguesa, percorrendo intuitivamente os bairros de Alfama, Madragoa, Mouraria, Bairro alto e do Miradouro da Graça, contemplando o mare o rio Tejo, eu descobrir que palpita no meu peito um coração português…”. Sem dúvida amigo Gilmar, tenho certeza que Fernando Pessoa vibrou com cada um dos cento e trinta e um sonetos que estão em seu belíssimo livro. Viva nosso Pajeú viva nossa cultura.