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ESPAÇO DA POESIA

dioEm quem mais acreditarmos,
Que represente mudança?
Pra nos decepcionarmos,
Com quem dermos confiança,
Que quem hoje é coerente,
Vai à praça juntar gente,
Se o poder lhe for possível,
Quando sobe se transforma,
Apodrece de tal forma,
Que fica irreconhecível.

Os espaços diminuem,
Aumenta a fome nas massas,
Mulheres se prostituem,
Crianças roubam nas praças,
Eu fico me perguntando,
Brasil, Brasil, até quando,
Teu povo vai suportar,
Injúria, abuso e terror?
Em meu Brasil sofredor,
Quando pretendes mudar?

Lourinaldo Vitorino.

ESPAÇO DA POESIA

dioQuem prometeu em dobrar,
Do professor o salário,
Age de modo arbitrário,
Não quer nem negociar,
Haja o povo acreditar,
Nos falsos enganadores,
Que antes prometem flores,
Mas ferem de qualquer jeito,
É PRECISO MAIS RESPEITO,
COM NOSSOS EDUCADORES.

O professor vai à rua,
Reivindicar melhora,
Que não veio até agora,
E o seu drama continua,
O governador recua,
Ante os negociadores,
Não atende os professores,
Nega o juramento feito,
É PRECISO MAIS RESPEITO,
COM NOSSOS EDUCADORES.

Diomedes Mariano.

Liberta qual será tane,
Quem dissera, quem dissera?
A frase está entre nós,
Liberdade, quem nos dera?
De que vale independência,
Onde não ha consciência,
Moral nem patriotismo,
Onde o direito se vende,
E a lei covarde se rende,
Aos pés do capitalismo.

A pátria do miserável,
Não tem bandeira e nem nome,
Mas pra que nome em bandeira,
Onde se morre de fome?
Há recanto em meu país,
Tão pobre e tão infeliz,
Que nem na África não há,
Enquanto os grupos exóticos,
Erguem palacetes góticos,
Com manganês do Amapá.

Biu de Crisanto.

ESPAÇO DA POESIA

dioA cada pleito que passa,
Nos palanques e avenidas,
Promessas são repetidas,
Lobos ludibriam a massa,
Em meio a um véu de fumaça,
Jura vai, promessa vem,
Depois do pleito ninguém,
Cumpre o que disse “jurando”
Eu fico me perguntando,
ACREDITAR MAIS EM QUEM?

Diomedes Mariano.

Eu gostaria de entrar,
Num túnel de oxigênio,
Passar oitocentos anos,
Desse terceiro milênio,
Voltar trazendo três faces,
Um santo, um louco e um gênio.

Quem ama mulher casada,
Não dá pancada em cancela,
Só anda fora de hora,
Só entra pela janela,
Com medo do trinta e oito,
Da mão do marido dela.

Pedro Bandeira

 

 

ESPAÇO DA POESIA

dioQUEM SE AQUECE NO SOL DO CIVILISMO,
E A LUTAR POR UM POVO SE DISPÕE,
PINTA IMAGENS VISÍVEIS DE CIVISMO,
NAS SÍLABAS DAS FRASES QUE COMPÕE.

ENVOLVIDO NOS VÉUS DO DINAMISMO,
DÁ AMOR ALTRUÍSTICO, MAS SE IMPÕE.
MESMO JUSTO, SEM CRISE DE ESTERISMO,
SE ALGUÉM USA A DÁDIVA, E NÃO REPÕE.

OFERTA O LIVRO E O LÁPIS PARA O LEIGO,
APESAR DE ENSINAR SER CLARO E MEIGO,
É AUSTERO COM OS MENOS CAPRICHOSOS.

E SE ASSIM NÃO FIZER, PODE ALARMAR-SE,
VENDO A PÁTRIA SEM RUMO TRANSFORMAR-SE,
NUM IMPÉRIO VENAL DE PREGUIÇOSOS.

DINIZ VITORINO.

ESPAÇO DA POESIA

dioILUSÃO ÓTICA

É zero hora, uma nuvem parda passa,
Ante os meus olhos tristes assombrados,
Em imensos castelos de fumaça,
Horizontes, nos céus são transformados.

Tudo estúpida ilusão, visão escassa,
Nervos óticos, débeis, embaçados,
Pela febre letal, que descompassa,
O compasso dos pulsos alterados.

São delírios da alma, em convulsão,
Que parecem reais, porém não são,
A não ser para mim, fraco, inseguro.

Que até mesmo o perfil da lua nova,
Pra meus olhos sem luz, parece a cova,
Que terá meu cadáver no futuro.

Diniz Vitorino.

ESPAÇO DA POESIA

dioTem de fato o Brasil solicitado ,
A saída da nossa presidente,
Os escândalos estão constantemente,
Espalhados por tudo quanto é lado,
Mas eu tenho a mim mesmo perguntado,
Se tirá-la é de fato a solução?
Já que tantos gatunos de plantão,
Buscam o posto maior a todo instante,
SE SAIR UM LADRÃO, QUEM ME GARANTE,
QUE NÃO VAI ASSUMIR OUTRO LADRÃO?

Diomedes Mariano.
Ninguém mais sofreu na vida,
Como eu sofri por meus pais,
Lembrança é por pouco tempo,
Porque os restos mortais,
Causarão apenas medo,
Nojo,pena e nada mais.

Ivanildo Vila Nova.

Eu comecei com um cego,
Minha carreira de artista.
Cesário José de Pontes,
Que era um grande repentista,
Depois que o cego morreu,
Fiquei guiando os de vista.

Lourival Batista.

ESPAÇO DA POESIA

 

dioVou caprichar ao seu lado,
Pra não cometer fiasco,
Lento feito um boi de carro,
Atravessando o penhasco,
Jogando suor por cima,
Da cor cinzenta do casco.

No ano que a chuva vem,
Tem fartura e produção,
A lâmina dágua do rio,
Parece mais um facão,
Sajando um caroço cego,
Que a seca estourou no chão.

Vou tentar viver a vida,
Antes que chegue o meu fim,
Não sou grande e nem pequeno,
Não sou bom nem sou ruim,
Apenas sou a imagem,
Do que enxergam de mim.

Diomedes Mariano.

ESPAÇO DA POESIA

dioMãe pobre e sacrificada,
Diz, eu trabalho e me humilho,
Ganhando o pão pra meu filho,
Por cima de uma almofada,
Borda até de madrugada,
Que chega a vista escurece,
Birro sobe, birro desce,
No zigue-zague da renda,
NÃO HÁ FILHO QUE ENTENDA,
O VALOR QUE A MÃE MERECE.

Eu já fui do amor prisioneiro,
Mas cansei de conversa e de ciúme,
Atire o seu resto de perfume,
Numa fossa que tinha em meu terreiro,
Abri uma janela do viveiro,
E voei a procura de outro prado,
O castelo ficou desmoronado,
Vi no nosso poente, o sol se por,
PUS UM PONTO FINAL NO NOSSO AMOR,
PRA PODER RESPIRAR ALIVIADO.

Pedro Bandeira.

ESPAÇO DA POESIA

dioFalo a verdade e não nego,
Que certa vez uma cobra,
Fez no corpo uma manobra,
Pra ir na casa de um cego,
Rasgou-se logo num prego,
De um caibro que havia fora,
Dali mesmo foi embora,
Lambendo a ponta do dente,
Cobra volta do batente,
da casa que o cego mora.

Manoel Xudú.

Quando eu não puder mais,
Resolver os meus problemas,
Entrego o pescoço a forca,
Entrego as mãos as algemas,
Escrevo em letras de sangue,
Meus derradeiros poemas.

Moacir Laurentino.

ESPAÇO DA POESIA

dioCristo do quadro

Procuro Deus nos livros da estante,
Olho da crista do mais alto monte,
Sinto que o mesmo é como o horizonte,
Cada vez mais de mim fica distante.

Escalo uma montanha e neste instante,
Ao sentir-me sozinho baixo a fronte,
Desço as escarpas, interrogo a fonte,
Ninguém responde nada, vou adiante.

De súbito, uma voz ecoa longe,
De repente defronto-me com um monge,
Vociferando num timbre que me abrasa.

Dizendo, volta por essas espessuras,
Porque o grande ser que tu procuras,
Está num quadro que tu tens em casa.

Biu de Crisanto.