É zero hora, uma nuvem parda passa,
Ante os meus olhos tristes assombrados,
Em imensos castelos de fumaça,
Horizontes, nos céus são transformados.
Tudo estúpida ilusão, visão escassa,
Nervos óticos, débeis, embaçados,
Pela febre letal, que descompassa,
O compasso dos pulsos alterados.
São delírios da alma, em convulsão,
Que parecem reais, porém não são,
A não ser para mim, fraco, inseguro.
Que até mesmo o perfil da lua nova,
Pra meus olhos sem luz, parece a cova,
Que terá meu cadáver no futuro.
Diniz Vitorino.