Procuro Deus nos livros da estante,
Olho da crista do mais alto monte,
Sinto que o mesmo é como o horizonte,
Cada vez mais de mim fica distante.
Escalo uma montanha e neste instante,
Ao sentir-me sozinho baixo a fronte,
Desço as escarpas, interrogo a fonte,
Ninguém responde nada, vou adiante.
De súbito, uma voz ecoa longe,
De repente defronto-me com um monge,
Vociferando num timbre que me abrasa.
Dizendo, volta por essas espessuras,
Porque o grande ser que tu procuras,
Está num quadro que tu tens em casa.
Biu de Crisanto.