Home » Crônicas de Ademar Rafael (Page 43)

Você está lendo: Crônicas de Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

SEM CULPA
Encerradas as eleições de 2014 e apurados os resultados existe um “ser” que não poderá ser acusado de nada: O eleitor.
Neste pleito a matéria prima colocada à disposição do eleitorado foi de baixíssima qualidade, com tais produtos nada de bom poderá ser produzido. 
Quem for eleito para presidente terá que superar não somente a famosa “herança maldita”, dela mesmo no caso de vitória de Dilma e da antecessora se o vencedor for Aécio. Sofrerá muito mais para domar a péssima safra de governadores eleitos e o mais conservador congresso de todo ocidente.
O sistema político brasileiro está tão falido quanto os Estados e Municípios. Para criar ambiente favorável quem assumir o cargo maior da nação deverá promover uma ampla reforma política e administrativa, de preferência concomitantemente e nos primeiros meses do mandato. Como? O problema será dele e dos aliados. O preço? Prefiro não comentar.
Enquanto continuarmos com este sistema eleitoral viciado, manipulado e que privilegia “enganadores eternos” e grupo de vampiros que sugam o sangue da nação é impossível sonhar com dias melhores.
Sem um projeto de país e um pacto federativo sem esmolas aos Estados e Municípios seremos um território governado por oportunistas e um povo refém de bolsas, cotas e outros adereços populistas.
Existe solução? Claro que sim, passa pela profissionalização das máquinas da União, dos Estados e dos Municípios, pela formação de alianças estratégicas com as academias e pelo reforço de escolas profissionalizantes na área de gestão pública.
Isto leva tempo e alguém precisa dar o ponta pé inicial, difícil é encontrar governante com esta visão. Para os maus políticos a dependência atual é o melhor dos mundos. Estadistas não foram disponibilizados para os eleitores, sem eles continuaremos ouvindo a mesma cantiga: Promessas infundados durante a campanha e desculpas depois de eleito.
Na mesa principal das nações desenvolvidas e humanizadas por varias vezes já colocaram uma cadeira para o Brasil, nunca conseguimos entrar no ambiente, sentar à mesa nem pensar.
Saímos do terceiro mundo, não ingressamos no segundo o podemos cair para o quarto. Esta é a realidade. Quando damos um passo no social voltamos vinte na escala do desenvolvimento, bancamos um ócio nada criativo.
A única certeza é que em 2018 novos salvadores aparecerão, que naquela oportunidade venha algo melhor, 2014 a chance foi ZERO.
Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Outra mentira.
Um das mais cruéis mentiras nessa campanha eleitoral é essa “estória” de Banco Central Independente. Não há como defender uma tese desta, seria o mesmo que o país abrir mão de uma das mais legítimas ações de governo: Cuidar da moeda.
Vá ao Banco Central do EURO com tal proposta, solicite posicionamento parecido para o guardião das libras esterlinas ou faça sugestão similar ao FED, (não poderia ter nome melhor “fede” muito cada deliberação sua) o Banco Central dos EUA. Com certeza ouviria a seguinte indagação: Como podemos imaginar que o cuidado com a estabilidade monetária e financeira da nossa economia seja exercida independentemente da vontade política do governante?
Para recuperar suas economias os países ricos utilizam os mecanismos disponíveis em seus Bancos Centrais, neles são executadas as diretrizes econômicas, não tem como ser diferente. O elástico fica nas mãos das autoridades monetárias, jamais de terceiros. 
Até mesmo a sonhada autonomia é difícil, prometer independência é brincar com a inteligência alheia. A ingerência promíscua que existe no Brasil é que representa o problema, isto tem que mudar, falta coragem e disposição política.
O Banco Central do Brasil desde sua fundação sempre foi utilizado em favor de projetos políticos pessoais e partidários. Assim fizeram os militares, assim procedeu Sarney para garantir a vitória nas eleições de 15.11.1996, desta forma agiu Itamar para eleger o Príncipe FHC, este utilizou a política cambial para o projeto da reeleição, Lula ao colocar Henrique Meireles na presidência do BACEN o fez para garantir a governabilidade, Dilma segue a mesma receita visando ganhar a eleição.
Em todos os casos depois das vitórias os governantes mudaram a orientação e o Banco Central executou a nova ordem trazendo prejuízos para o país. Temos um sistema financeiro de vanguarda, falta força política para que o Banco Central tenha ação em favor do país e nunca em favor de interesse menores, isto é muito diferente de independência apesar da tentação de assim pensarmos, principalmente pela reiteradas opiniões na imprensa econômica neste sentido.
De forma geral as funções típicas do Banco Central são: Monopólio de emissão; banqueiro do governo; banco dos bancos; supervisor do sistema financeiro; executor da política monetária; e executor da política cambial e depositário das reservas internacionais. Vejam quem decide as políticas é o governo o Banco Central somente as executa.
Tais registros servem para defendermos a tese da “mentira” que representa essa balela de independência, uma vez que o governo é que deve ter uma política de Estado, com foco no longo prazo. Como este caminho tem sido esquecido pelos nossos governantes é melhor iludir o eleitor desatento com uma promessa que ilude, mas está muito distante de ser a solução e não serve para o caso.
Vergonha na cara senhores candidatos, chega de tentar enganar o povo.
Por: Ademar Rafael 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Uma centena
É caros leitores e leitoras chegamos à crônica de número CEM. Neste espaço demos visibilidade a ideias e pensamentos exclusivos deste cronista que na forma negociada foram publicados sem cortes ou censura de qualquer espécie. 
Os erros de grafia e os vícios de linguagem foram minimizados pela ação de um amigo e também cronista, nosso querido Danizete. A participação dele foi de fundamental importância para que no texto final houvesse coerência ortográfica e outros adereços que os “mestres” da escrita exigem.
Neste período procuramos ser simples, muitas vezes a densidade do tema não permitiu uma simplificação em maior escala. Nosso propósito não foi, não é e nunca será para impor nada, o posicionamento é sempre na direção de dividir um sentimento.
As publicações foram vestidas com as características da diversidade, tal qual Quincas Rafael fazia toda noite na calçada da “Casa de Pedra”, em Jabitacá, foram no sentido de apresentar a miscelânea do nosso mundo com uma pitada de ironia, adicionada com o prazer de participar do projeto do amigo Finfa.
Não temos dúvida que Quincas Rafael e Zezito Sá, amigos de infância, onde estiverem estão felizes com a parceria dos filhos, especialmente pelos valores financeiros envolvidos. Esta caixa preta não será publicada nunca.
Entre os temas abordados a economia e a política ganham disparado, isto porque fazem parte do nosso cotidiano e interferem na qualidade de vida, mas, a cultura e a arte também foram lembradas. Sobre os dois últimos assuntos é extremamente prazeroso escrever é como repassar uma receita de bolo de caco, feito em fogão de lenha nos “sertões” do Brasil.
Outro assunto que mereceu destaque foi a cidadania, não há como convivermos em harmonia sem o seu pleno exercício. Muitos lembretes foram repassados, com a única intenção de puxarmos uma reflexão, cada um dar o sentido em sua vida.
Da nossa parte torço para que a parceria atual seja mantida por muito tempo. Não temos informações sobre a quantidade de leitores e leitoras, poucas são as manifestações de apoios ou de críticas que recebemos. As críticas seriam importantes para melhorar e os apoios salutares como incentivos.
Como no segundo trimestre do próximo ano estarei residindo em João Pessoa, no meu Nordeste, espero escrever mais sobre temas regionais e menos com política e economia, meu sertão gosta de coisas puras e pureza em referidos assuntos é artigo escasso, não combina com as regras que ali imperam.
Rumo à crônica DUZENTOS.
Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A mão invisível.
Quando Adam Smith, há 238 anos, criou a famosa doutrina da “mão invisível” para definir que a economia se autorregula não imaginou que o termo serviria para justificar as travessuras de especuladores e as mensagens de fim do mundo dos comentaristas econômicos, bancados pela casta de políticos com compromissos somente em cargos e prorrogação de mandatos.
Sempre que temos um pleito eleitoral para presidente da república ouvimos notícias assim “O mercado digeriu bem o crescimento do candidato Ademar nas pesquisas hoje anunciadas”; “Após debate, o mercado reagiu bem às declarações de Rafael” e “O anúncio do Plano de Governo de Ferreira fez a bolsa subir”.
Nossa bolsa de valores, de tão contaminada com notícias plantadas, está parecendo a maleta que Luiz Gonzaga trouxe de Bodocó: “… era um saco e o cadeado era um nó”. Um saco pelo tanto de furos que não consegue evitar a evasão de dividas e o nó é auto explicável.
É importante registrar que em nossa Bolsa de Valores comercializa ações de somente 400 empresas, destas em torno de quarenta por cento tem ações compradas x vendidas regularmente, outro tanto são “micos” e vinte por cento ficam emboladas no meio. As grandes empresas com ações listadas na BM&FBOVESPA podem captar fora do Brasil em condições muito melhores que lançando novas ações. O aumento ou a queda das ações de determinada empresa não representa lucros para organização, muitas vezes beneficia exclusivamente quem especula. O caixa da empresa só é impactado quando há emissão.
Diante disto podemos afirmar que notícias relacionadas com “mão invisível”, mercado de capitais e bolsa de valores quando surgem em época de eleições são manipuladas por interesses escusos da mesma forma que as “birutas” de aeroportos são manipuladas pelos ventos. 

Nos últimos meses a Petrobrás tem sido exposta de forma criminosa na grande imprensa, todo dia é uma notícia pior que a do dia anterior. A quem interessa o desmoronamento da estatal do petróleo? Eu sei e não digo é “ariscoso”.

Fiz um estudo sobre o comportamento das ações (PN) da Petrobrás e da Vale, no primeiro dia de cada ano deste 2003 e chegamos ao seguinte resultados: Um investidor que colocou R$ 100 mil na Petrobrás e R$ 100 mil na Vale em Janeiro de 2003 teria no dia 29.08.14 R$ 50.600 na petrolífera (Petrobrás) e R$ 26.500 na mineradora (Vale). Quem derreteu mais?

Que a Petrobrás carece de uma administração solidamente profissionalizada ninguém duvida, mas ignorar o que ocorre com a gigante Vale é muita manipulação ou a mão só é invisível para um lado.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DO ADEMAR RAFAEL

Sem preconceito
Por falta de estrutura nas escolas, carências de habilidades em grande parte dos professores e outras variáveis a inclusão social e escolar de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares, não obstante as propostas indicadas no Plano Nacional de Educação – PNE 2011/2020, caminha ao passo de tartaruga nas escolas públicas e privadas. Existem raras exceções que poderiam ser copiadas, mas, o individualismo impede.
Na prática alunos com necessidades educacionais especiais permanecem isoladas no universo escolar e a inserção pretendida não acontece como deveria, apesar da vontade de verdadeiros heróis que operam os sistemas disponíveis com garra e devoção.
No entanto, Maurício de Sousa o criador da “Turma da Mônica” que no início dos anos 80 desafiou o poder dos editores das revistas em quadrinhos de turma “Walt Disney” e materializou o sonho de fazer gibis com a cara do Brasil deu a senha. As histórias em quadrinhos criadas por Richard Outcault em 1895 e trazidas para nosso Brasil, em outubro de 1905, pelo jornalista Luís Bartolomeu de Souza e Silva pelas mãos de Maurício de Sousa realizou o que a escola brasileira não conseguiu.
Em 2004 o “pai da Mônica”, em homenagem a Dorina Nowill criou Dorinha um personagem com deficiência visual que conquistou a “Turma da Mônica” e os leitores, suas roupas fashion, seus óculos escuros, sua bengala e o cão guia Radar ajudaram.
Também em 2004 foi criado Luca, primeiro cadeirante da “Turminha”, que na condição de amante de basquete provou que apesar da deficiência é possível a convivência interativa, outro sucesso. Os apelidos “Da roda” e “Paralaminha” derivaram da sua adoração por Herbert Vianna, do Paralamas do Sucesso.
Na época da comemoração dos 50 anos da descoberta da Síndrome de Down, em 2009, foi a vez de Tati uma menina com a Síndrome. Na escola Tati encontrou a realidade vivenciada pelos alunos detentores de Trissomia do Cromossoma 21 no mundo real: Pouca informação e isolamento.
Finalmente, também em 2009, foi criado o personagem André, um menino autista. A disfunção que afeta a capacidade de comunicação, de socialização e de comportamento não foi barreira para que André fosse bem recebido pela “Turminha” e desenvolver fantásticas habilidades no aprendizado.
Seria bom que déssemos asas a teoria que a “vida copia a arte” e tirássemos das histórias da “Turma da Mônica” ensinamentos capazes de gerar a inclusão social e escolar inserida no documento do Ministério da Educação para alunos especiais.
Por:Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

O novo faz medo?
Diferente do oriente, onde a tradição e a experiência são preservadas sem prejuízo ao futuro, temos no Brasil uma atração fatal pelo “novo”.Foi assim na festejada Independência do Brasil. Deixamos de ser uma colônia de segunda classe para ser uma monarquia de quarta categoria. Fomos governados por um jovem irresponsável e um menino, época de muitas trações e conspirações. Laurentino Gomes conta quase tudo no livro “1822”.
Depois de 1889 com a Proclamação da República, sob os ventos do positivismo de Auguste Comte, entramos na nefasta política do café com leite, época que o Brasil ficou limitado aos Estados do Rio de Janeiro por ser a Capital Federal, São Paulo e Minas Gerais por ter os “donos do poder”. Os descaminhos são relatados também por Laurentino Gomes em publicação cujo título é o ano da Proclamação.
Nos anos 30, Getúlio Vargas apresentou a República Nova e posteriormente o Estado Novo, nome bonito para uma ditadura. Censura, prisões e outros acessórios foram utilizados pelo caudilho.
Em 1964, nova redenção. A revolução jogou o país numa vala escura. Nossa geração pagou a conta. Fomos impedidos de tudo e mais alguma coisa.
Chegamos a Nova República de Tancredo Neves em 1985. Com a morte do presidente eleito no Colégio Eleitoral ganhamos de presente José Sarney, vários planos econômicos sem êxito algum e uma moratória. Para não ser ruim por inteiro nos deu a Constituição Cidadã que mesmo com defeitos devolveu direitos antes surrupiados.
Com eleição de 1989 o Caçador de Marajás Fernando Collor prometeu novo modelo de gestão. O resultado foi a cassação do seu mando em 1992, a posse de Itamar, o Plano Real e a eleição do Príncipe FHC.
O PT firmou compromisso com o “novo” e entregou o “velho” em embalagem de papel reciclado no lixo da política movida por acordos impublicáveis. Nunca na história do Brasil as notícias da política frequentaram as páginas policiais com tanta intensidade.
Agora Marina Silva acena com a “Nova Política”. O que será isto? Um novo engodo, uma nova roupagem ou verdadeiramente um modelo capaz e rasgar a “estória” do Brasil, país em que novo somente causa danos.Caso eleita a acreana apresentará ao povo brasileiro, depois de 01.01.2015 o que é esta tal de “Nova Política”. Rezemos com fé.^
Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Administradores
No dia da eleição que elegeu Fernando Collor para Presidente de República um amigo sociólogo afirmou: “Hoje, independente do resultado da eleição, começa um novo ciclo no Brasil. Em cinquenta anos teremos um país decente, primeiro a organização política, em seguida a massificação do ensino superior, depois o resgate de valores morais perdidos”.
Passados vinte e cinco anos percebo que a receita do meu amigo não foi absorvida em sua plenitude. A organização política caminha em passos lentos, a massificação do ensino superior tem ocorrido de certa forma, o problema maior tem sido o resgate de valores morais, que permanece adormecido.Aquifalaremos do segundo item. É inegável que a massificação do ensino superior tem acontecido por meio do ensino à distância, semipresencial e presencial, por todo país temos opções para nossos jovens e adultos ingressarem em uma instituição de ensino superior.
Alguns discutem a qualidade do que é ensinado, tenho plena convicção que muito depende do aluno. Esta “estória” de falta de base é desculpa. Metendo a cara nos livros barreiras serão rompidas.
Uma das áreas em que a massificação aconteceu foi a administração, existem várias opções. Atualmente os cursos de administração contam com mais de oitocentos mil alunos matriculados e, conforme dados oficiais, os Conselhos Regionais de Administração alcançaram a marca de 343.477 profissionais registrados em janeiro de 2014.
O dia do administrador 09.09 foi oficializado através da Lei 12.967, de 06.05.2014. O dia era comemorado tradicionalmente em função a data da Lei 4.769, de 09.09.1965, que regulamentou a profissão.
Resultado de pesquisa recentemente realizada pela Consultoria “Universum” entre fevereiro e maio deste ano, com 13.477 estudantes aponta a preferência dos acadêmicos por empregos em grandes organizações, no entanto, as empresas de pequeno e médio porte estão recebendo esta mão de obra qualificada na condição de empregados e empreendedores.
Estudos revelam que os empreendimentos gerados por administradores recém-formados crescem e caminham em direção à perenidade. Os fantasmas que rondam as organizações estão pouco a pouco eliminados por meio de práticas administrativas contemporâneas e aderentes as particularidades deste importante universo empresarial.
O binômio teoria x prática pode e tem contribuído para criação do país decente que meu amigo profetizou em 1989. Parabéns administradores do BRASIL.
Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A dona do mundo
A Rede Globo, cujo volume de críticas a um governo qualquer tem escala inversamente proporcional ao montante dos recursos por ela recebidos em cotas de propaganda governamental, resolveu endurecer nas entrevistas exibidas no Jornal Nacional com os principais candidatos à presidência da república.
Revendo cada entrevista fique curioso para ver se Patrícia Poeta teria a mesma desenvoltura caso fosse indagada sobre a negociata das Organizações Globo x NBC-Time-Life, nos anos 60.
Da mesma forma desejaria ver a contundência de William Bonner ao responder sobre os nebulosos negócios da Rede Globo com a FIFA e a CBF, tão bem detalhados por Amaury Ribeiro Júnior (Ex-repórter do Jornal O GLOBO) e três colegas no livro “O lado sujo do futebol”, especialmente no capítulo oitavo, denominado “Tela Quente”.
Somos, sem dúvida, um país singular. Parte da imprensa, sob o manto de uma liberdade a seu favor, sente-se acima do bem e do mal e nesta condição formula a pauta que acha conveniente. O direcionamento das entrevistas foi para um lado que nada acrescenta ao processo, serviu somente para “encurralar” os entrevistados.
Talvez seja por isto que não temos um projeto de longo prazo para o país, os candidatos nas campanhas são preparados para responder sobre denúncias novas e requentadas relacionadas com seu passado e de aliados. Ao tomar posse viram porta vozes de servidores que caíram nas malhas do denuncismo que tanto agrada a imprensa nacional.
Tem sido assim. Uma denúncia rende mais audiência que a cobertura de um evento. Uma pauta apimentada supera um debate sobre planejamento estratégico. Quanto mais desconfortável para o entrevistado melhor.
Honestamente estou em dúvida se os entrevistadores globais são oriundos da Dinamarca, da Nova Zelândia e da Finlândia e se os entrevistados pertencem às populações do Afeganistão, da Coréia do Norte e da Somália, extremos da corrupção mundial, conforme levantamento da entidade Transparência Internacional.
Por saber que a isenção da Rede Globo pode ser comparada com a Eurico Miranda ao apitar um “imaginário” jogo entre Vasco da Gama x Flamengo na decisão do Campeonato Brasileiro, fico na espera das entrevistas no Jornal da Note e no Bom dia Brasil.
Um país que tem como defensores da ética e da moral prepostos das Organizações Globo está longe da luz no fim do túnel.
Por: Ademar Rafael,

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Esquina do Brasil III – Boa Vista
O que a mensagem de um comissário do Gol, postada no dia 01.05.13 e o diálogo da personagem Maria Marta, na novela Global “Império” no dia 24.07.14 tem em comum? A indelicadeza de definir Roraima como “o fim do mundo”. Nas duas oportunidades houve uma enxurrada de mensagens contrárias aos inoportunos textos e as redes sociais bobaram. Cada um, ao seu modo, expressou a indignação ao ver o Estado onde mora receber uma qualificação com a cara do preconceito vigente em nosso país.
O cronista Júnior Brasil, em texto de 29.07.14 sob o título “Isto tudo é uma novela só!” cidades@jornalderoraima.com.br – com muita ironia trata o caso da globo como um deslize na trama, citando inclusive que a fala da “socialite” tinha como direção o Monte Roraima, onde está o garimpo e não o Estado. Cita, ainda em sua crônica que em 1912 o escritor britânico, Conan Doyle, ao ambientar seu livro “O Mundo Perdido” no Monte Roraima antecipou a lógica de Agnaldo Silva, autor da novela global. Escreveu: “… se garimpo parece um absurdo para muitos, imaginem dinossauros andando pela região, como colocou o escritor…”.
Na verdade Roraima não é o fim do mundo e sim o começo do Brasil, no Estado está localizado o Monte Caburaí, extremo norte do país. 
Aprendemos erradamente nos livros de geografia que era o Oiapoque. No início da década de 1930 o Marechal Rondon já indicava que o Monte Caburaí estava acima do Oiapoque. O fato foi reconhecido pelo Ministério de Educação em 1998 após trabalho conjunto das forças armadas, IBAMA, FUNAI, EMBRAPA, Universidade Federal de Roraima e outros órgãos oficiais, tal estudo ratificou Caburaí fica 84 km mais ao norte do que o Oiapoque.
Sua capital Boa Vista é uma bela cidade as margens do Rio Branco. Seu centro comercial lembra uma cidade do interior nordestino onde o pequeno comércio ocupa maior espaço que as lojas das grandes redes nacionais. Nela a indústria dos shoppings ainda não chegou, duas plantas estão em construção como previsão de inauguração para o final deste ano. Também não é visível a especulação imobiliária, várias cidades com potencial econômico inferior e menor população estão muito mais povoadas de prédios. Os empreendimentos imobiliários estão em fase de gestação na capital dos roraimenses.
Em Boa Vista comi como se estivesse no nordeste e fui muito bem recebido pelo primo Alecssandro Tunu, filho de Tuparetama e dono da Espetaria e Chouparia Chão de Brasa, bela estrutura de bar e restaurante situada no coração da capital do Estado onde o Brasil começa.

Por:Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

Esquina do Brasil II – Rio Branco
A acolhedora Rio Branco é a prova irrefutável que valeu a pena a luta dos seringueiros nordestinos e dos indígenas, sob a liderança do gaúcho Plácido de Castro, para anexar as terras acreanas ao território brasileiro em luta com o exercito boliviano, cujo litígio foi solucionado com o famoso “Tratado de Petrópolis” que imortalizou o Barão do Rio Branco.
Pena que seguimos na contra mão da história. Enquanto nossos concorrentes passaram a explorar o negócio da borracha no formato industrial nós continuamos a raspar os seringais com instrumentos da era medieval.
Caso seguíssemos a rota do desenvolvimento talvez Xapuri fosse hoje um polo industrial em vez de ser a “Meca” de ecologistas adeptos das ideias de Chico Mendes e seguidores de Marina Silva.
Nossa falta de atenção com a lógica desenvolvimentista deixou de criar, a partir de Rio Branco, uma saída para o Pacífico. Nossos vizinhos andinos acatariam o projeto e nossos produtos agropecuários do Mato Grosso, de Rondônia e do próprio Acre passariam a ter uma competitividade invejável. 
Se no passado deixamos de materializar o sonho de ligar o Brasil ao Pacífico, nos dias atuais incentivamos o consumo dos produtos asiáticos, livremente comercializados na cidade de Cobija-Bolívia. Rio Branco continua isolada pela incompetência do governo central, poderia ser um corredor de exportação e não apenas um centro consumidor.
Encontrar bolivianos e peruanos nas ruas de Rio Branco e tão comum como encontramos paraibanos na feira de Tabira. A convivência entre os três povos é harmônica e está inserida no cotidiano da capital dos acreanos. Um detalhe interessante é que os jovens dos países vizinhos muitas vezes chegam “fardados” com as camisas do Flamengo, do Barcelona e também da Seleção Brasileira.
A capital do Acre, por meio do Palácio Rio Branco e do Memorial aos Autonomistas, apresenta-nos marcos históricos e grande acervo de “apetrechos” usados na exploração da borracha e nas batalhas em favor da autonomia do território. Através do Mercado Velho e da Ponte Metálica remete-nos ao passado e por via das Pontes Novas e do Portal da Maternidade devolve-nos ao presente.
Salta aos olhos, ainda, na cidade cortada pelo Rio Acre o Projeto OCA, ambiente onde são ofertados serviços de interesse coletivo e a Biblioteca Pública, com rico acervo cultural, aberta ao público.^

Por: Ademar Rafael