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CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

CLUBES DE OUTRORA

Nos anos setenta e oitenta os bailes, as festas de formatura, os casamentos e os aniversários – especialmente de quinze anos -, nas cidades e Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Sertânia e Tabira, aconteciam nos clubes ACAI – Aero Clube de Afogados da Ingazeira, Clube Hotel, AEC – América Esporte Clube e Grêmio Social Tabirense, respectivamente.

Recentemente passei em frente a cada um desses espaços culturais e a foto revelada é a seguinte: O ACAI foi destruído, em seu lugar existe uma rodovia; o Clube Hotel continua servido a comunidade; o América está sendo recuperado para voltar aos tempos de glória e Grêmio está abandonado.

Ações trabalhistas incidindo sobre o patrimônio dos clubes, inadequação quanto a segurança impossibilitando a utilização e a falta de pessoas diligentes para ocupar as diretorias apresentam-se como forças determinantes para encerramento de atividades de várias agremiações.

Sabemos que as festas de rua, com palcos desmontáveis e outras opções de lazer esvaziaram os espaços tradicionais e casas de show estilizadas tornaram os clubes convencionais em espaços obsoletos.

Fica, entretanto, uma pergunta sem resposta definitiva. Por que o Clube Hotel de São José do Egito resistiu a todos os percalços? Com certeza muitas teorias podem ser apresentadas, motivos diversos podem ser alegados e justificativas múltiplas podem aparecer. Ficará sempre uma lacuna a ser preenchida, a indagação nunca será plenamente respondida.

Considerando que referidos clubes ocupam áreas com alto valor de mercado e de fácil acesso a transformação em ambientes de múltiplo uso via locação ou alienação seria ótima alternativa para geração de receitas suficientes para aquisição de nova sede destinada ao atendimentos dos seus nobres objetivos. Sem a perspectiva de formação de juízo de valor descasado da realidade ou avaliação indevida, fica a dúvida se referidos espaços não poderiam ter sido preservados.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

O ESCRITOR E A BIBLIOTECA

Na época que exercia o cargo de vereador em Iguaraci, José Torres Lopes Filho – Zeinha, apresentou projeto para homenagear Joaquim Rafael de Freitas, colocando seu nome na Biblioteca Pública Municipal do Distrito de Jabitacá. Por motivos que não nos cabe citar nesta crônica o poder público municipal não concretizou a iniciativa, conforme determinava a Lei Municipal 358/3013, de 06 de dezembro de 2013.

Ao ser empossado como prefeito em janeiro de 2017, Zeinha tratou de mudar a biblioteca para prédio do município e fez valer sua vontade. Referido espaço de pesquisa e leitura passou a ser denominado Biblioteca Pública Municipal do Distrito de Jabitacá – JOAQUIM RAFAEL DE FREITAS.

A iniciativa reforça o interesse da família do poeta em transformar a Casa de Pedra, antiga edificação do Distrito, em um museu como era o sonho do homenageado. O cronograma obedece a seguinte ordem: Em 2019, ano do vigésimo aniversário de morte de Quincas Rafael serão realizadas audiências públicas para apresentação do Projeto; em 2020, formalização da instituição mantenedora do museu e em 2021, quando o escritor completaria cem anos, inauguração.

Em conversas com este cronista Quincas Rafael sempre manifestou a vontade de transformar a centenária Casa de Pedra em um espaço onde as gerações futuras tivessem acesso à história de município. Materializar esta vontade é a principal causa a ser enfrentada pelos descendentes do escritor, com apoio dos amigos.

Não é descartada a possibilidade da atual biblioteca ser transferida para Casa de Pedra, dividindo espaço com o museu. Para tanto, na hora certa, serão mantidos contatos com o poder municipal para da cessão do local sem custo para municipalidade.

Ao publicarmos estas informações, apresentamos o agradecimento da família do autor de “Afogados deu de Tudo” e “Jabitacá, segundo Quincas” a todos que apoiaram a iniciativa do vereador, hoje prefeito.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

COMO FICA A PROCURADORIA?

A ensaísta filosófica Marcia Tiburi, no subtítulo “Ridículo Judicial”, do livro “Ridículo Político”, escreveu: “A mídia ajuda a transformar juízes em heróis, mas sob a condução de que não julguem contra a opinião pública e de que mocinhos e bandidos continuem em seus papeis preestabelecidos”. Estendendo esta ponderação aos membros da Procuradoria Geral da República vamos encontrar alguns com este perfil.

A sobriedade deve ser companheira inseparável dos funcionários públicos operadores do direito, suas manifestações devem ficar restritas aos autos. Desde que José Júlio Albuquerque de Barros tomou posse como primeiro Procurador Geral da República em 03.03.1891 a Raquel Elias Ferreira Dodge empossada em 18.09.2017 alguns dos quarenta e um ocupantes da pasta fugiram do perfil discreto.

Desde o mandato de Antônio Fernando Barros e Silva de Sousa de 30.06.2005 a 28.06.2009, com as audiências sobre o “mensalão” – Ação Penal 470 transmitidas ao vivo pela TV Justiça, a figura do Procurador Geral da República passou a ter destaque no cenário televisivo e na imprensa escrita. Roberto Monteiro Gurgel Santos, titular da pasta de 22.07.2009 a 15.08.2013, da mesma forma que seu antecessor, passou com certa discrição pelo cargo.

Rodrigo Janot Monteiro de Barros, Procurador Geral de 17.09.2013 até a posse da Raquel Dodge, foi “midiático”, foi contundente e, para muitos, exibicionista ao extremo. Durante seu mandato houve um turbilhão de processos liderados pela “Lava Jato”, pelo Impedimento da Presidente Dilma e pelo julgamento na Justiça Eleitoral da Chapa DILMA X TEMER.

Esta crônica não pretende avaliar se o posicionamento dos procuradores foi “politicamente correto” ou se sua atuação extrapola os níveis aceitáveis de discrição que o cargo exige e sim especular se o mandato da nova procuradora terá o mesmo formato do seu antecessor ou seguirá um perfil sóbrio e sem a busca incessante dos holofotes. O tempo e a intensidade dos escândalos dirão. Esperamos muitos atos e fatos e poucas fotos.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

PAJEÚ PEDE PASSAGEM

Uma vez definida a regra para as próximas eleições, nos termos do “arranjo eleitoral” em tramitação, é hora das lideranças do Pajeú unirem-se em torno de nomes da região para Assembleia Legislativa de Pernambuco e da Câmara Federal.

Não há justificativa plausível para que as cidades de Itapetim, Brejinho, São José do Egito, Tuparetama, Santa Terezinha, Tabira, Solidão, Ingazeira, Iguaraci, Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Quixaba e Flores continuem vendo seus votos direcionados para liderança externas. Precisamos voltar ao tempo que tínhamos filhos da terra defendendo nosso interesse em Recife e Brasília. Os eleitores da região unidos podem sim eleger políticos com nosso DNA. O dever de casa é sentar à mesa e construir alternativas viáveis.

Na primeira semana de agosto ao passar pela região ouvi de lideranças locais que existem nomes com densidade e capacidade de unir a região, mas, o assunto passa pela orientação do Governador. Não podemos ignorar que o morador do Palácio das Princesas tem todo direito de conduzir o processo, contudo, precisamos apresentar nomes capazes de atender as demandas locais e convencer a liderança maior a apoiá-los.

Assim como não há nação forte com moeda fraca, não existe região forte sem participação nas decisões políticas. Filhos da região compreendem nossas carências muito mais do que candidatos de fora.

Os prefeitos e vereadores da região precisam direcionar os votos dos seus seguidores para candidatos comprometidos com a nossa causa e deixarem a zona de conforto de trocarem apoio pelas “esmolas” das emendas parlamentares, pelas compensações financeiras e pelos cargos ofertados. Um projeto duradouro para região deve estar acima de interesse imediatos, o interesse coletivo deve estar acima do interesse particular.

Apenas com candidatos do nosso meio nos parlamentos estadual e federal veremos projetos que reduzam nossas carências serem tratados com o zelo necessário. Com a palavra quem de direito.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

BETINHO

Quando vejo jovens, montados no imediatismo de redes sociais, reivindicando uma intervenção militar no Brasil lembro parte da letra da música “Esses Moços”, de Lupicínio Rodrigues: “Esses moços, pobres moços / Ah! Se soubessem o que eu sei …”. Este conselho do compositor gaúcho serve para que referidos jovens abandonem a ideia da militarização do poder e releiam a obra de Betinho para que suas mobilizações pensem no coletivo, no país e em um mundo melhor.

A ação do sociólogo e ativista dos direitos humanos Herbert José de Sousa não se restringe ao projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Sua voz baixa gritava alto nos ouvidos dos defensores do capitalismo brutal que defendem o “mercado” e esquecem das pessoas e incomodava muito.

O pensador e ativista pernambucano Josué de Castro, em sua obra “Geografia da Fome” afirmou que a abordagem do tema “fome” era algo proibido na civilização acidental. Betinho provou que por meio de política pública e ação da sociedade este mal poderia desaparecer do cenário.

Em agosto de 1997 quando o mineiro Betinho faleceu o seu chamamento estava em pleno vapor pelo no interior do Brasil. Inúmeros comitês estavam formados, funcionários do Banco do Brasil mobilizavam comunidades e contavam com apoio de membros da igreja católica e de outras entidades.

A frase “Quem tem fome, tem pressa” tantas vezes repetida por Betinho foi utilizada em vários palanques eleitorais e levou muita gente ao poder. Pena que ao ocuparem os cargos tiveram mais pressa em enriquecer do que matar a fome dos excluídos de tudo.

Jovens que nasceram após o falecimento do irmão de Henfil, que ocupam ruas e redes sociais com ideias intervencionistas, têm todo direito de lutar por uma nação decente. Contudo, caso fossem contaminados com os ensinamentos de Betinho seriam lembrados como uma geração que mudou o país. Pensem nisto, a hora é agora, amanhã pode ser tarde.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

A SUPERAÇÃO DO PRÍNCIPE

Na cidade de Florença, Itália, existe um monumento do século XVIII, obra de Innocenzo Spinazzi, que carece de atenção redobrada em virtude de risco de ruptura.

O que motiva fenômeno? É que Niccolò Machiavelli, morador no local, pode sofrer convulsão ao descobrir que sua teoria “o fim justifica os meios” está sendo utilizada por políticos e juristas no Brasil de forma muito acima da sua imaginação.

Exatamente isto, os ensinamentos de Maquiavel no “O príncipe” foi elevado a um patamar que supera tudo que ocorreu nos quatrocentos e noventa anos que nos separa da morte do político da Toscana.

Onde podemos perceber a extrapolação da tese?

Nas justificativas dos sábios Ministros do Tribunal Superior Eleitoral – TSE ao pouparem a Chapa Dilma x Temer da cassação.

Nas ponderações dos Advogado de Temer e dos Deputados de base durante as votações do parecer de Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara.

Na troca dos membros da CCJ, e nas compensações via emendas parlamentares e cargos na esplanada para os deputados aliados com o Palácio do Planalto.

No pronunciamento de Lula após a sentença do Juiz Federal de primeira instancia Sérgio Moro.

No teor das delações que proliferem no Rio de Janeiro, em Brasília e Curitiba.

No discurso de Aécio na volta ao Senado, após despacho de Ministro do Supremo.

Na carreira que vai o livro “O príncipe” será o piso para nossos governantes e juristas. O teto? Dependerá do “fim” a ser perseguido.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

REPETIÇÃO DE ERRO?

Por pertencer a geração que assistiu a derrocada do setor agropecuário no final de década de 1980 e início da década de 1990, em virtude da oneração dos capitais com inserção da Correção Monetária nos empréstimos rurais, posso afirmar que a mudança da taxa de juros nas operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES tem tudo para jogar o setor produtivo numa nova aventura.

Em novembro de 1994 o governo editou uma Medida Provisória criando a Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP para corrigir operações de investimentos com recursos do BNDES. Esta medida trouxe um certo conforto para os tomadores e deu estabilidade para o setor.

Como a TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência os devedores sabem o custo financeiro em horizonte temporal razoável para
tomar decisões.

O governo atual com o discurso de que o país precisa deixar de suportar os efeitos negativos dos subsídios nas operações de crédito do BNDES mudou a regra ao editar a Medida Provisória 777 criando a Taxa de Longo Prazo – TLP vinculada a títulos públicos remunerados com taxa SELIC, ficando seu custo próximo de referido índice de correção.

Tendo presente que a Taxa SELIC e definida pelo Comitê de Política Monetária – COPOM colegiado submisso aos interesses do governo via Ministério da Fazenda a instabilidade que antes inexistia passa a ganhar vigor a partir de 01.01.2018, data que entra em vigor a TLP.

Após as reuniões do COPOM em 25/26.07.17 a taxa SELIC estava fixada em 9,25% ao ano e a TJLP estava fixada em 7,0% ao ano. Uma elevação de 2,25% (32% da taxa anterior) no custo do capital tem imenso poder de corrosão sobre os ganhos de uma empresa.

Até quando nossos governantes vão escancarar o Brasil para investidores externos e especuladores e trancar para empresários locais?

 

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

HISTÓRIAS REPARTIDAS

Depois de brindar os amantes da boa leitura com o poético “Perto do Coração” o jornalista Magno Martins presenteia seus leitores com “Histórias de Repórter”, cuidadosa coletânea sobre os bastidores da sua ação jornalística.

Na publicação fica clara e relação que a esmagadora maioria dos nossos governantes exige da imprensa. Quando pretendem que suas ideias e seus projetos alcancem o grande público ficam dóceis e atendem os jornalistas com esmero. Este procedimento vem de longe e é destacado por Samuel Wainer no livro “Minha razão de viver – Memórias de um repórter”, ao detalhar a entrevista a ele concedida por Getúlio Vargas na fazenda “Santos Reis” onde se encontrava no exílio voluntário.

No entanto, quando seus interesses são contrariados ou quando detém altos índices de popularidade rejeitam qualquer tentativa para atender profissionais de imprensa antes paparicados.

Numa época em que as mensagens curtas dos blogs substituem as grandes reportagens e as entrevistas estruturadas uma publicação com a riqueza de detalhe apresentada pelo jornalista afogadense ganha relevância histórica.

Em um país que despreza seus registros históricos uma obra com esta característica apresenta-se como verdadeira relíquia e fonte de pesquisa para neófitos da profissão.

De forma exemplar, Magno apresenta fatos angariados na sua convivência com protagonistas nos cenários políticos e artísticos nos últimos trinta anos, dando clareza a detalhes mantidos a sete chaves em seu rico arquivo particular.

O livro, com a linguagem que caracteriza o blogueiro pernambucano, merece ser arquivado junto da obra de Sebastião Nery “A eleição da reeleição” por narrarem “pérolas” dos nossos políticos e serem assinadas por corajosas figuras do jornalismo nacional.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

UM TERÇO DE UM SÉCULO

No final do mês de julho ao passar por uma banca de revista deparei-me com a edição comemorativa da Revista Seleções de “Reader’s Digest”, publicação criada em 1922 por Lila Bell Wallace e Dewit Wallace, em Nova York e que chegou em nosso país em fevereiro de 1942.

No final dos anos sessenta e início dos anos setenta Seleções foi importante para minha formação de leitor compulsivo, meu pai recebia todo mês e indicava leituras em cada publicação.

Na edição especial de aniversário foram replicadas matérias publicadas durante os setenta e cinco anos, aqui destaco: “Como o Brasil abateu um invasor”, de Lois Mattox Miller, publicada no primeiro número que atesta os resultados positivos de sanitaristas brasileiros nas lutas contra os mosquitos Aedes aegypti (Osvaldo Cruz) e Anopheles gambiae (Barros Barreto); “Santos Dumont, pai da Aviação”, de Marion Lowndes, inserida originalmente na publicação de dezembro de 1942validando o invento do nosso conterrâneo e “O maior arranha céu do mundo”, de J. D. Ratcliff, publicada em setembro de 1969, sobre as torres do World Trade Center de Nova York.

Transcrevo um dos textos replicados na edição comemorativa em cada uma das sessões que mais gosto de Seleções: “Flagrantes da vida real – EM UMA ESTARADA de mão de dupla, vi um painel eletrônico no meio da pista que me chamou a atenção. Achei que podia ser alguma informação importante sobre desvios ou fim da pista de mão dupla, por isto dei uma olhada. Mas o aviso dizia: Preste atenção na estrada (Helen Lam, Canadá, 2010)”, “Piadas de Caserna – EM PRINCÍPIOS de 1944, um grupo de aviadores americanos estava alojado numa hospedaria chinesa em Kweilin. O empregado da casa, Cha, vinha nos acordar de madrugada para missões de combate como o aviso: Vamos! Chegou a sua hora! (Cap. J. M.O., 1950)” e “Rir é o melhor remédio – CONHECEMOS um
cavalheiro que, após um exame completo, ouviu do médico esta sentença: Muito pouco sangue em sua corrente alcoólica (Collier, 1954)”. Referida revista informa de verdade, que venha o centenário.

Por: Ademar Rafael

CRÔNICA DE ADEMAR RAFAEL

AGRESSÃO EXTREMA

A agressão é uma prática indefensável e por isto impossível convivermos pacificamente com ela. Registros históricos marcam situações que os agredidos não detinham quaisquer elementos de defesa.

No livro bíblico, em Mateus 02,16-18, está descrita a matança das crianças por ordem de Herodes, após não receber as informações que esperava dos reis orientais.

Na idade média as agressões às crianças são facilmente identificadas em relatos sobre o trabalho infantil que chegou ao pico na época da Revolução Industrial.

A foto da menina Kim Phuc com o corpo todo queimado em função de ataques durante a Guerra do Vietnã, causou indignação a todos que tiveram acesso a imagem publicada em julho de 1972.

Em agosto de 2016 a guerra civil da Síria apresentou ao mundo a fotografia do pequeno Omran Daqneesh, após bombardeio na cidade de Aleppo. Com advento da internet referida imagem chocou o mundo.

Na guerra civil urbana enfrentada diariamente pelos moradores das grandes cidades do Brasil, o tiro que atingiu Arthur na barriga da mãe, por força de tiroteio na favela do Lixão, em Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro, supera toda e qualquer crueldade.

Procurar os motivos que expõem crianças a eventos da natureza dos citados acima é perda de tempo, cada um com o sentimento interior encontrará uma resposta diferente.

Dificilmente chegaremos a um ponto que nos encaminhe para que fatos da espécie sejam evitados. Os casos de ontem somam-se aos de hoje e aos que virão amanhã e, nessa pisada, continuaremos teimando em buscar uma resposta que atenda as expectativas das vítimas e seus familiares.

Teremos condições de reverter este quadro ou vamos continuar assistindo as agressões? O dano é das crianças, o pecado da raça humana.

Por: Ademar Rafael