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Crônica de Ademar Rafael
A CONQUISTA DO PODER TEM NORMAS?
Em capítulo denominado “O amor ao poder”, inserido no livro “A essência do poder”, o escritor e romancista inglês Michael Korda afirma que “Não há normas para se aprender a conquista do poder: a coisa tem de vir de dentro de nós.” Na seqüência do texto ele diz que a percepção pode vir se seguirmos roteiros, tais enunciados de alguma forma nega o pensamento acima registrado, vamos a elas.
A primeira, “Pratique cada ação como que fosse a única coisa que importa no mundo.” – No universo da administração isto é chamado de foco, Jesus nos chama atenção para impossibilidade de atendermos a dois senhores. Assim sendo, dedicar toda energia para ação praticada é sabedoria.
A segunda, “Nunca reveles aos outros tudo a teu respeito; guarda alguma coisa de reserva, para que eles nunca tenham a certeza de que realmente te conhecem.” – Aqui é necessário separarmos o “não contar tudo” de “mentir”. São coisas distintas, aprendamos a reservar um pouco do que somos como prudência.
A terceira, “Aprende a usar o tempo e pense nele como um amigo, não como um inimigo! Não o desperdices indo atrás de coisas que não desejas.” – Não fazemos isto, na maioria das vezes sem sentir. Saibamos utilizar o tempo disponível para coisas que de fato sejam úteis e que nos tragam paz.
A quarta, “Aprende a aceitar os teus erros. Não sejas perfeccionista a respeito de tudo.” – Reconhecer os limites é uma arte que necessita ser aplicada em nossa vida, não há fraqueza em assumir erros e promover o pragmatismo sadio.
A quinta, “Não faças ondas, move-te suavemente, sem complicar as coisas.” – Criar dificuldade para vender facilidade é uma pratica condenável presente em nosso cotidiano. Vamos simplificar as coisas, sem banalizá-las é claro. Tais recomendações como afirma o autor não devem ser impostas, nascem de dentro para fora. Vamos praticá-las?
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
CORDEL
No dia 19.09.2018 o Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN concedeu por unanimidade o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para literatura de cordel. O
reconhecimento foi festejado pelos cordelistas pelos amantes do secular estilo. Prepostos da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC e do Ministério da Cultura fizeram presentes no evento.
O site da ABLC apresenta rico conteúdo sobre o tema, do qual destacamos os registros biográficos dos grandes cordelistas e a relação dos membros da Academia. No final de matéria vinculada no G1 traz uma definição que para este cronista retrata com acerto a literatura de cordel. “A expressão cultural retrata o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas a respeito de acontecimentos vividos ou imaginados.”
Neste tempo de aprendizado falho é salutar percebermos que poetas de gerações recentes estão levando a metodologia do cordel às escolas. Alexandre Moraes, Zé Adalberto, Raulino Silva e tantos outros utilizam os
benefícios da computação gráfica para ilustrar suas histórias e estórias, tornando-as mais atrativas para jovens estudantes.
O trabalho que o poeta pajeuzeiro Maviael Melo realiza em todo nordeste com apresentações e oficinas, dando asas ao sonho de Nenen Patriota, é digno de premiação e reconhecimento. O produtor cultural e poeta Jorge Filó, ratificando o que narra o professor e ficcionista Gilmar de Carvalho no livro “Publicidade em cordel”, empresta seu talento e o estilo eternizado por Leandro Gomes de Barros e vários outros cordelistas para fazer publicidade e propaganda.
Percebe-se que antes do reconhecimento do IPHAN a literatura de cordel já havia deixado o nobre espaço das feiras livres e ingressado e outros universos. Diferente do petróleo que queima na fogueira do capitalismo o cordel é nosso e por muito tempo será útil para sociedade.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
SEBASTIÃO DIAS FILHO
A primeira que o ouvi cantar foi no antigo Cine Bom Jesus, na Av. Manoel Borba, durante o intervalo de uma cantoria entre Moacir Laurentino e Zé Feitosa, ao fazer um “baião” com Moacir falando sobre o céu e inferno.
Naquela oportunidade meu querido pai sentenciou: “Este rapaz vai ser um grande cantador”. A previsão do velho Quincas Rafael realizou-se: Sebastião Dias tornou-se um dos melhores cantadores do Nordeste.
Dono de um estilo inconfundível, detentor de um domínio destacável nunca vi Sebastião Dias perder a compostura antes de enfrentar qualquer cantador. Formou com João Paraibano uma das mais perfeitas duplas de cantadores e juntos realizaram feitos indescritíveis pelo Nordeste.
Seus poemas “Conselho ao filho adulto”, “A voz do Eito” e “Súplica dos Ecólogos” são obras de altíssimo nível. Em “Cenários do Pajeú” ele retrata o nosso rio com uma riqueza de detalhes comparável às obras de José de Alencar e Machado de Assis. Na recente “Canção da Paz” ao escrever: … “Levantem todos que estão caídos/nem todos os sonhos foram destruídos/novos caminhos temos que seguir/chegou à hora de ferir os ombros/somar esforços, remover escombros/que ainda é tempo de reconstruir” deixa brilhante recado contra a violência.
Além de poeta extraordinário Sebastião Dias é inovador. Levou a sanfona para seus poemas, dando-lhes uma roupagem nova com uma coragem encontrada apenas nos mitos. Conhecido como o Chico Buarque da viola
Sebastião faz por merecer tal deferência. Afirmo, contudo, que suas criações podem ser pintadas nas “Aquarelas” de Toquinho e recitadas com a delicadeza dos poemas de Vinícius.
O filho de Ouro Branco – RN é um pajeuzeiro por adoção e por devoção. Pela vontade do povo de Tabira está no segundo mandato de prefeito, compatibiliza a ação do político com a arte da viola.
(*) Publicado originalmente no site www.afogadosdaingazeira, como “Pessoas do meu sertão XIII”
Crônica de Ademar Rafael
DESCULPAS ESFARRAPADAS
Sem a necessidade de recorrermos ao livro “1001 desculpas esfarrapadas”, de Guca Domenico, vamos encontrar em nosso cotidiano uma imensa relação de desculpas para justificar deslizes praticados.
Uma das campeãs é que a nossa tendência de praticar e aceitar transgressões deriva da “qualidade moral” dos nossos colonizadores. Indagam os defensores da cultura das transgressões: “Como uma sociedade que foi instalada por segregados dos reinos europeus pode ser exemplo de moral e bons costumes?”
A historia registra que de fato recebemos parte da escória de Portugal, no entanto, menciona com exaustão que também vieram muitas pessoas do bem.
Para começar demolindo a justificativa acima teremos que fazer uma nova indagação: “O que nos levou a copiar os procedimentos da parte podre dos colonizadores e abandonar as praticas de honrados professores, cientistas, comerciantes e religiosos que por aqui atracaram na época do descobrimento e da colonização?” Outra pergunta que cabe: “Como explicar o caminho seguido pelo povo da Austrália que também recebeu prisioneiros, falsários, estupradores e ladrões?”
No índice de percepção da corrupção de 2017, medido pela Transparência Internacional, o Brasil está em nonagésimo sexto lugar e a Austrália ocupa a décima terceira posição.
Talvez para justificar o injustificável tenhamos que recorrer às forças da natureza. Vai ver que o solo da Oceania é propício para boas práticas e o das terras da América do Sul é fértil para propagação de deslizes. Precisamos agir, individualmente e coletivamente, para mudarmos de lugar. Ação imediata, as gerações futuras agradecerão.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
SENTIMENTO DE PERDA
Sabemos que não encontraremos avaliação unanime quando escrevemos sobre pessoas que partem para outra demissão. Alguns criticam porque não o fizemos durante as vidas destes amigos e amigas outros elogiam o
reconhecimento, assim é a vida cheia de contraditórios.
O ano de 2018 foi extremamente duro como nossa cidade de Afogados da Ingazeira ao tirar do nosso convívio Jair das Baterias, Maria da Paz, Zé Coió, Dr. Aluísio Arruda, Antônio Mariano e Luiz Alves.
Dos seis o que menos convivi foi Jair das Baterias. Mas, a avaliação da minha irmã que conviveu com ele em trabalhos sociais e religiosos é suficiente para afirmar que um grande cidadão foi extraído do nosso meio. Defendia com ênfase seus ideais e posições políticas.
Maria da Paz, mesmo morando muito tempo fora do Pajeú, foi uma embaixadora do sertão, defensora da boa música e intérprete do sentimento do povo sertanejo em suas melodias e letras.
Zé Coió e Dr. Aluísio Arruda foram referências para este cronista durante minha formação como cidadão e profissional, Coió com a forma mansa com que tratava todos e Dr. Aluísio como pioneiro na odontologia e
professor de matemática. Tomar uma cerveja ou uma dose de uísque com eles era um privilégio. Os dois, pais de grandes amigos.
Antônio Mariano e Luiz Alves meus amigos e professores. Políticos que caminharam na direção que oferece aos excluídos a condição de habitar entre os que se acham superiores. Exerceram suas atividades pensando
em um mundo melhor, cumpriram muito bem a missão confiada pelo ser supremo.
Que tenhamos a capacidade de aplicar o que cada uma das pessoas acima citadas deixaram como legado.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
JOSÉ RUFINO DA COSTA NETO
Não conheço um assunto sobre o qual Dedé Monteiro não tenha escrito. Sua obra extrapola as fronteiras do Pajeú e alcança do mais simples homem do campo ao mais exigente intelectual. É para mim ele é o maior poeta das nossas paragens. Tenho recitado “Papai Noel de casa” pelo Brasil e recebo palmas pela mensagem expressa naquele belo poema.
Sabendo que Dedé seria um dos seus mais devotados seguidor, Jesus concedeu-lhe o direito de fazer tudo com muito mais acerto do que nós, os comuns. Sua ação como cidadão é destacável, como membro do Encontro dos Casais em Cristo é louvável e como profissional nas áreas que atua é admirável. Seu jeito brejeiro e encantador fazem dele uma das pessoas cujo convívio acrescenta em tudo. A missa do poeta, homenagem a Zé Marcolino, sem ele não teria o mesmo brilho. Suas declamações recebem, sempre, merecidos aplausos calorosos.
Desde “A porca preta pelada” até sua última criação ver-se na obra de Dedé um somatório de talentos e uma mistura do hilário, do popular e do erudito. Seus poemas são múltiplos. Nas rodadas de poesias, na Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira, com Sebastião Dias, Zé Liberal e Afonso nota-se que a glosa de Dedé tem um perfume encontrado apenas nas flores campestres e é revestida da pureza da criança.
Por não ter o privilégio de sua companhia, em meu cotidiano, mato a saudade lendo e relendo o seu livro, que recebi do amigo Danizete, cujo prefácio é de Antônio de Catarina e o criador do nome é o meu conterrâneo Zé Liberal. Na leitura reencontro minha terra.
Caro Dedé, seus relatos poéticos tem a rapidez do Globo Repórter, porém o programa global por mais elaborado que seja não alcança a beleza de sua obra. Muito obrigado por tudo e continue sendo a mais brilhante estrela do nosso rincão, tu és, Dedé, imortal por natureza.
(*) – Originalmente publicado no site www.afogadosdaingazeira.com.br, como Pessoas do meu sertão XII.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
FORA DA FOTO
Em 25.04.16 na crônica O EX-VICE! escrevi: “Muitos defendem a tese que Temer representa a parte não degradável do esgoto que se transformou o Governo (PT + PMDB), após a depuração nas lagoas de decantação da Operação Lava Jato. Para este cronista o vice detém habilidades suficientes para recolocar o Brasil nos trilhos, mas, o histórico do seu partido e os “amigos” pode gerar fatos e atos capazes de colocar o país em um buraco mais profundo e mais largo. O tempo dirá.”
Agora no apagar do que resta de luzes do governo Temer o tempo prova que eu estava errado ao considerá-lo com habilidades para seguir o exemplo de Itamar Franco que colocou ordem na casa após a queda de Fernando Collor.
Diferente do meu pensamento Temer seguiu os passos do presidente Sarney. Fez um governo tão impopular que se tornou “persona non grata” no palanque do candidato do seu partido ao cargo de presidente nas últimas eleições.
Em 1989 Ulisses Guimarães não quis qualquer aproximação com Sarney e mesmo com a visibilidade obtida como presidente da constituinte e senhor das diretas ficou com algo perto de 4,4% dos votos. Na eleição de outubro último Henrique Meireles não tirou nem uma foto para “santinho” com quem o bancou no Ministério da Fazenda e ficou com apenas 1,2% dos votos.
Com esta nova derrota nas urnas o MDB tem dois caminhos: O primeiro é seguir na oposição e tentar resgatar o que resta da sigla partidária no pleito municipal de 2020. O segundo é aderir ao novo governo com o pragmatismo de sempre e permanecer na situação, mesmo com papel secundário.
Sarney, apesar do desgaste, seguiu na vida pública ao ser eleito Senador pelo Amapá. Temer deverá ter um caminho mais pedregoso, caso não seja blindado pelo futuro governo. Uma coisa é certa: Sai do governo menor que entrou.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
CRÔNICA 313
Nossa trajetória neste espaço chega à crônica de número 313. Em cada semana nossos textos são entregues com muito carinho e com o propósito de dialogar sobre assuntos diversos. Nesta oportunidade queremos trazer para dentro deste texto uma figura humana que muito contribui para nossa evolução como ser humano, como cidadão e como profissional. Trata-se de Hélio Noronha de Deus, mineiro da Carmo do Paranaíba que divide seu coração em partes iguais entre o cerrado de Minas Gerais e o sertão de Pernambuco.
Desde que aqui chegou no final dos anos 1970 o “mineirinho” como carinhosamente é chamado adotou o Pajeú como sua segunda pátria e fez muitas amizades. Por questão de limitação deste espaço destaco três. O pai do gestor deste blog Zezito Sá, Totonho Valadares e José Cerquinha da Fonseca, nosso eterno Zé Coió.
Em qualquer lugar que Hélio comigo se encontrava transmitia notícias do meu Pajeú como que aqui estivesse residindo. Se por acaso eu estivesse vindo em direção ao nosso em direção ele fazia um pedido. Dê um abraço em Totonho e visite Coió. A notícia do seu falecimento eu soube através de Hélio.
Para este cronista Hélio foi muito além de um colega de trabalho no Banco do Brasil, foi um grande incentivador para que eu produzisse poemas e crônicas. Sempre viu em mim um talento muito acima do que existe. Como meu superior me fez enxergar que mesmo no mundo das finanças é possível enxergarmos as pessoas e tratá-las com dignidade e respeito. Obrigado meu amigo, obrigados leitores e leitoras deste espaço.
313 é o numero cabalístico que o “mineirinho” carrega consigo. Chegou a ter um carro com esta placa. Por isto queremos encerrar narrando que foi no ano de 313 que Constantino, através do “Édito de Milão”, estabeleceu a neutralidade do Império Romano nas questões cristãs e cessou as perseguições. O imperador filho de Helena implementou a tolerância que Hélio Noronha de Deus sempre defende e aplica.
Por Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
CONTAGEM REGRESSIVA
Os três últimos parágrafos da crônica “O escritor e a biblioteca”, publicada neste espaço em 02.10.2017, discorreram sobre o museu que será instalado na antiga “Casa de Pedra”, em Jabitacá – Iguaraci – PE.
É chegada a hora de iniciarmos o processo. No próximo ano vamos tratar das questões relacionadas com a burocracia, em 2020 realizaremos audiências públicas com o projeto original para receber críticas, ser emendado e colocado em prática. Esta ordem foi invertida uma vez que o entendimento inicial previa as audiências públicas como primeira ação. A previsão é que em 2021, quando comemoramos o centenário do mentor da idéia o poeta Joaquim Rafael de Freitas – Quincas Rafael, faremos a inauguração do espaço com a estrutura disponível e o acervo até então captado e catalogado.
Nesta fase embrionária utilizaremos a massa crítica disponível na Universidade Federal de Pernambuco e em outras entidades com atividades relacionadas do o assunto, existentes em nossa região. Entusiastas da preservação da história de nossa região serão convocados, este museu será de interesse coletivo e como tal a participação será a principal argamassa.
Em 2019, simultaneamente com a solução dos aspectos burocráticos, utilizaremos os espaços dos blogs regionais e das emissoras de rádio da região. Neste ponto merece destaque a plena adesão do comunicador Nill Júnior ao ser abordado sobre o tema durante a festa da Padroeira de Jabitacá, no dia 15.08.2018. Bateremos em muitas portas, as que se abrirem serão plenamente utilizadas.
Sabedores das dificuldades que encontraremos e conscientes da importância do museu para resgate e preservação da nossa história, não mediremos esforços para que o cronograma acima seja cumprido e a contagem regressiva funcione como fator motivacional. Opiniões e sugestões, neste primeiro momento, podem ser enviadas para aherasa@yahoo.com.br, com a epígrafe MUSEU.
Por: Ademar Rafael
Crônica de Ademar Rafael
LAURA RAMOS DE BRITO*
Na época de sua morte o poeta João Paraibano escreveu em uma de suas estrofes os seguintes versos “A senhora não deve a Afogados, Afogados é que deve pra senhora”. Além da beleza métrica a mensagem espelha,
com muita nitidez uma verdade: Dona Laura realmente fez muito por Afogados.
Como colega de sala de aula de Bila, amigo de Antônio e de Heleno e funcionário de Aniceto tive a honra de conviver na residência de Dona Laura. Mãe exemplar saiba quem eram os pais dos amigos e das amigas
dos seus filhos e das suas filhas.
Os genros e noras eram tratados como filhos e filhas, ai de quem fizesse uma injustiça com um dos seus. Com respeito, porém com muita veemência, ela defendia sua família.
Era o ponto de equilíbrio e o calmante para Zé Mariano na hora em que ele pretendia punir um dos filhos caso cometesse um desvio, sob sua ótica.
No comércio conhecia pelo nome todos os clientes e sempre perguntava por outro membro da família ao encontrar um amigo. Tinha invariavelmente uma palavra de apoio para quem a procurasse. Desconheço um caso de uma pessoa que tenha batido em sua porta e ficado ao relento.
Foi a grande conselheira e confidente de Antônio Mariano, falecido em agosto último. Em 83 levei uns amigos do Ceará para conhecer Afogados e Antônio, após uma bela rodada de cerveja no clube campestre, nos levou a sua casa para que os cearenses conhecessem Dona Laura, apresentando-a como o grande esteio da sua carreira política.
Em suas compras de presentes, ao final de cada de ano, Dona Laura incluía todos os seus funcionários, com os quais dividia sua farta mesa.
Assim defino a eterna Dama da Manoel Borba.
*) – Originalmente publicada no site www.afogadosdaingazeira.com.br, como Pessoas do meu sertão XI.
Por: Ademar Rafael