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Últimas publicações do quadro “Crônicas de Ademar Rafael”

Crônica de Ademar Rafael

SEJAMOS LUZ

Para este diálogo recorro ao início do versículo 14 e ao versículo 16 docapitulo 5 de Matheus que ensinam: “Vós sois a luz do mundo…” e “Assim brilhe vossa luz diante dos homens, para que vendo as nossas boas obras, glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

Os ensinamentos acima sugerem que somos luz e que ao assumirmos esse papel damos glória do nosso Pai celeste. A questões que queremos debater são: O que nos motiva para não seguir nessa estrada? O que motiva nossa omissão? O que ganhamos sendo luz?

Para duas primeiras indagações entendo que o individualismo, o egoísmo e o modelo de competição exagerado que nos são impostos na vida pessoal e profissional são os grandes inibidores das ações necessárias para seguirmos sendo luz. Julgo que a negação dessas e/outras variáveis tirará de circulação qualquer hipótese de omissão.

Neste ponto cito um caso que ocorreu na época que eu era executivo no Banco do Brasil. Uma colega recém nomeada para um cargo de chefia ligou perguntando qual o conselho que eu lhe daria. Respondi: “Faça no cotidiano o papel do dínamo. Ele gera energia para outros componentes, isto legitimará sua atuação como líder de equipe.” Esta prática é, sob meu ponto de vista, a melhor trilha para sermos luz e serve para o ambiente detrabalho, a família e as relações com a comunidade.

Quanto a resposta de terceira pergunta acima julgo que o ganho será proporcional a luz que gerarmos, será a ampliação dos benefícios que doamos e superará os esforços desprendidos. Produzir luz é um gesto indolor e que exige pouco. Teste, avalie e veja que esta percepção é real.Ser luz é sem empático, ser luz é dar a mão ao necessitado, ser luz é não teimar que seus problemas são maiores do que os problemas dos outros. Façamos com que nossa luz sirva para aliviar a escuridão existente em nossa sociedade. O mundo precisa da luz que teimamos em esconder.

Crônica de Ademar Rafael

O JOVEM QUER MAIS

Uma das atividades que desenvolvo no cotidiano é a de instrutor no Programa Jovem Aprendiz, no setor agro alimentar e produção de álcool conduzido pelo SENAR-PB. Dela tiro a inspiração para esta reflexão.

Na apresentação dos módulos invariavelmente digo às alunas e aos alunos: “Não esperem em minhas aulas encontrar respostas prontas. Saibam que descobriremos juntos soluções para problemas de rotina ou inéditos que ocorrerão nas atividades a serem desenvolvidas por cada um de você.” Caso tivéssemos um aparelho para medir as sensações das alunas e dos alunos encontraríamos, com certeza, mais apoio do que críticas.

Esta realidade deriva do estágio em que passa o jovem no ambiente escolar. Ele quer ser ator principal, cansou de ser coadjuvante. O sistema antigo, ainda muito utilizado em nossas escolas, que submete o estudante à condição de ouvinte não é aceito passivamente. O público estudantil quer um lugar ao sol, quer questionar modelos, apresentar sugestões, quer ser protagonista…

O cenário aqui desenhado existe no ambiente escolar ideal, aquele em que o instrutor, professor, tutor ou outro tipo de agente formal divide com “seu cliente” a possibilidade de criar o produto desejado. As práticas onde a capacidade do jovem de descobrir solução são testadas à exaustão representam, sob meu ponto de vista, as únicas veredas ampliáveis. Andar por estradas prontas, sem possibilidade de serem alargadas é coisa que não deveríamos ver nas escolas nos dias atuais.

Os críticos dessa divisão do poder no ambiente escolar sempre repetem o discursos que isto significa perda de poder do agente repassador de conhecimento e empoderamento demasiado da aluna e do aluno. Discordo dessa abordagem e aceito as opiniões contrárias e reafirmo: “O jovem quer mais.” Vamos dar essa oportunidade, os resultados surpreendem.

Crônica de Ademar Rafael

AMOR DE MÃE

Ontem, na passagem do dia das mães, lembrei durante todo dia que este é o segundo ano que alcanço esta data sem a presença física de minha querida mãe. No entanto, está sendo o primeiro ano que minha filha assume a papel de mãe, seu filho nasceu no final do agosto de 2022.

Essas duas sensações simultâneas proporcionou um momento diferente. De um lado a ausência de quem se foi e de outro uma presença nova, sem que exista concorrência entre os dois fatos. O assunto é o mesmo o sentimento provado é muito diferente.

Se, como muito esforço, eu escrevesse uma dezena de crônicas não esgotaria o que tenho armazenado sobre minha mãe, assim como não expressaria a alegria da minha filha em receber a dádiva de ser mãe. Para dar brilho a este texto transcrevo as três frases abaixo, propositadamente da maior para menor, a asseguro que conversam uma com a outra, sem que a anterior necessite de complemento.

“O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho. (Agatha Christie) – O amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível. (Marion Cecilia Garretty) e Amor de mãe é a mais elevada forma de altruísmo. (Machado de Assis)”

Por defender a tese de que nada se compara a ação de Deus, acredito que no texto adiante registrado não há intenção de nivelar os dois amores e sim de nos mostrar as duas grandes forças. “Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Contudo, ainda que ela se esquecesse, Eu jamais me esquecerei de ti!” – Isaías 49:15. Cada uma leitora e cada um leitor tire suas conclusões sobre esta reflexão sugerida por este cronista que busca manter o diálogo semanal no nível esperado.

Crônica de Ademar Rafael

CARIDADE

Anualmente, por ocasião da Campanha de Fraternidade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB nos convoca para praticarmos ações relacionadas com o tema escolhido, sempre em favor dos menos favorecidos.

Neste ano o tema escolhido foi “Fraternidade e Fome” e o lema, extraído de Matheus 14,16, é “Dai-lhes vós mesmos de comer.” Para cumprimos o que nos pede a CNBB precisamos sair do imobilismo e agir. Muitos pessoas em nosso entorno estão precisando de alimentação digna. Nos cabe cedermos um pouco do que temos que dividir com quem nada tem.

Assusta-nos ver que muitas só agimos ao sermos invocados, não é pra ser assim, teríamos que agir de forma permanente. A caridade não é ter pena, é muito mais que isto.

O médico e filantropo Andrei Moreira em seu livro “Cura e auto cura” nos ensina: “A caridade transcende as questões materiais e configura-se como um exercício de amor ao próximo, na medida das possibilidades de cada um. Doações materiais são a parte mais fácil da caridade, o grande desafio está em ser tolerante, benévolo, compreensivo, misericordioso, enfim em praticar a caridade moral, que eleva o próximo e o faz sentir-se digno perante a si mesmo a vida.”

Na transcrição acima encontramos algumas sugestões para sermos caridosos na essência da palavra. Na rede mundial de computadores encontramos a seguinte ponderação: “Qual a diferença entre amor e caridade? O amor é o sentimento; brota em nós espontaneamente. A caridade é a mobilização de nossa vontade por esse sentimento, para que algo façamos em benefício de alguém ou de alguma coisa.”

O que nos impede de nos posicionarmos em favor do amor e da caridade como prática coidiana? Responda para você mesmo, é hora de agir.

Crônica de Ademar Rafael

LEIS INDEVIDAS

A escolha do título acima é para deixar claro que discordo até morrer da necessidade de uma Lei para tratar de assuntos que os seres humanos, se humanos fossem, deveriam atender no mais alto nível de espontaneidade.

Entre referidos marcos legais destaco duas: A Lei nº 8.690, de 13.07.1990, que versa sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei nº 10.741, de 01.10.2003 que dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa, conforme redação dada após a Lei 14.423, de 22.07.2022, originalmente era Estatuto do Idoso. Para respeitar os direitos desses dois grupos, no meu entendimento, bastaríamos agir como seres humanos.

Como se não bastasse o que já existe sem necessidade, no dia 08.03.2023 o Governo Federal anunciou Projeto de Lei que define penas em caso de remuneração distinta para homens e mulheres que exerçam as mesmas funções. Julgo que a remuneração igual para função igual deveria ocorrer sem necessidade de uma regra legal. Assusta e provoca indignação quando vemos que a grande impressa, apresenta percepções distintas sobre com as alterações dos artigos 461 e 659 da Lei 5.452, de 01.05.1943, sob encomenda do capital no primeiro caso ou do trabalho no segundo.

No dia 09.03.2023 o Jornal Folha, do estado de São Paulo, apresenta posicionamento de pessoas contra a medida, suas justificativas são as de sempre. “O mercado regula este tipo de assunto e a nova norma traz incertezas e podem prejudicar as mulheres.” Tudo discurso dirigido em direção da banalização da mão de obra.

No sentido contrário a publicação da “Folha” e revista “Carta Capital”, na mesma semana indica pontos de acerto com a medida. Lendo as duas versão não parece que estamos falando sobre o mesmo assunto.
Novamente a questão da ideologia interfere em assunto que não lhe diz respeito. “Justiça está acima de ideologia e de interesse mesquinho. Nossa sociedade está doente e a crua vem atitude dela e não de
imposição legal.”