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Crônica de Ademar Rafael
ONDE ESTAMOS?
Respondendo uma indagação de uma grande amiga que tentava descobrir onde está a sociedade formada por seres viventes em comunidade. Registrei em sua rede social a seguinte resposta: “A sociedade está numa encruzilhada onde marcaram encontro a brutalidade, a insanidade, a imbecilidade e a intolerância. Cada uma vindo
de um lado.”
Talvez a forma simplista que defini o momento atual do mundo, esteja muito abaixo do ideal. No entanto é assim que percebo nossa atualidade. Nos encontramos numa encruzilhada e uma força magnética nos impede de avançar numa direção, de evoluir como “ser humano”.
As quatro variáveis inseridas em minha resposta despontam como fatores que, ao se juntarem, formam uma mistura extremamente perigosa. A capacidade de diálogo está exaurida, a prática de ouvir o outro foi abolida e a habilidade de argumentar algo está em fase terminal.
Em casa, nos empregos e no convívio social estamos nos deixando contaminar pelo quarteto “brutalidade, insanidade, imbecilidade e intolerância”. O pior de tudo, estamos assim reagindo sem notar, tudo está ocorrendo de forma automática.
Os “pegas”, outrora realizados com carros envenenados, hoje são realizados por meio das redes sociais. As pessoas, como zumbis, são levadas à praticas danosas para si e para seus pares. As trilhas que nos trouxeram a este ponto são visíveis, nós e que as ignoramos. Fazemos de conta que não passamos por elas vendo cada alerta.
Em nome do individualismo fomos avançando e hoje o retorno custa muito caro. Uma parada já seria suficiente para reduzir os estragos na teia social. Difícil é encontramos voluntários para darmos uma parada nessa insana caminhada. Nenhuma autoridade, formal ou informal, no planeta terra tem e legitimado para dar “o murro na mesa”. Precisamos agir, quem topa?
Crônica de Ademar Rafael
O CUSTO DOS LIMITES
Na condição de educador e consultor de empresas tenho a obrigação de observar comportamentos, ler cenários e decifrar corretamente o impacto de determinadas medidas no universo que estou atuando. Não é novidade que temos maior apreço pelas pessoas com pensamentos e comportamentos aproximados da nossa maneira de ver tais variáveis. Na convivência diária e nas conversas preferimos modelos compatíveis com os nossos. As divergências consomem energias que não estamos dispostos a gastar espontaneamente.
No trato com crianças, nas salas de aula e no cuidado com idosos essa leitura vem à relevo de forma contumaz. Quando você detectar que uma criança gosta muito de sua babá, um aluno deita elogios a um(a) determinado(a) professor(a) ou um idoso prefere um(a) cuidador(a) pode investigar que a imposição de limites está fragilizada. Como em tudo exceções existirão, mas, afirmo com pouca margem de erro que a preferência em qualquer um dos casos não é gratuita.
Tem remédio para o dilema do custo da imposição de limites? Com certeza sim. Acredito que a cura é difícil, mas não impossível. A maturidade precisa estar presente e no caso da criança e do idoso tal modelo de comportamento tem limitações e por isto quem cuida precisa negociar muito bem as condições para um convívio harmonioso. Muitas vezes para quebrar barreiras e evitar conflitos o(a) cuidador(a) prefere negligenciar na imposição de limites. O pior de tudo é quanto essa flexibilização advém do medo de perder o emprego. Na sala de aula o medo de perder o emprego ou ser mal avaliado(a) leva o profissional ao limite na concessão de regalias ou na negligência quanto a imposição dos limites necessários.
Nos três casos os comandados utilizam a chantagem como arma a seu favor. Perceber isto em tempo de reduzir a dependência e, sem gritos ou brigas, demarcar os limites da autoridade é o caminho. O custo é menor, precisamos assumir os riscos, mundo ideal agradece.
Crônica de Ademar Rafael
DESTRUIR E VENDER BARATO
Esta tem sido a prática nociva que nossos “patriotas” governantes utilizam desde o governo do príncipe FHC durante processos de vendas das estatais que julgam ineficientes. Assim ocorreu e acontece com o nosso Correios. Esta empresa que durante muito tempo perdia apenas para o Corpo de Bombeiro no quesito confiança.
Quem é de minha faixa etária lembra de Gastão, Zezito Sá, Dinha Carteiro, Dário, Zé Barbosa e Dona Hilda. Éramos atendidos de forma humanizada. Um telegrama ou uma outra comunicação urgente chegava ao destinatário na hora certa.
O que houve com essa secular empresa? Foram colocando novos serviços, novos encargos e novos desafios sem fornecer aos seus servidores as condições ideais de trabalho. Criaram uma rede de correspondentes que, diferente do estava escrito nos contratos, escolhiam serviços deixando para agências convencionais às responsabilidades relativas aos serviços de menor retorno financeiro. Jogaram um Banco no interior das agências postais. Deixaram funcionário de carreira fora dos principais cargos.
Que empresa suportaria impactos desta envergadura sem perder eficiência? Que estrutura não seria rompida com tanto peso e falta de reforço na base? Possíveis excessos cometidos pelas entidades sindicais deram força para o discurso privatizante, nada justifica a campanha depreciativa do dono na empresa que pretende “torrar” no segundo semestre.
Mesmo enfrentando uma concorrência desproporcional, pelo que representa a atividade e pelo tamanho do negócio muitos compradores aparecerão, os preços dos serviços serão ajustados ao mercado, virá uma eficiência aparente, os investidores ficarão mais ricos e o Brasil mais pobre. Uma premonição: “Os correios serão comprados com capital chinês ou com dinheiro americano via FedEx – Express Brasil”.
Crônica de Ademar Rafael
PEDRO ALVES DE OLIVEIRA NETO
Após leitura da crônica sobre Antônio José de Lima, minha amiga e colega do Banco do Brasil Leni Gomes escreveu: “Muito bom. Admiro profundamente sua capacidade incrível de ‘cronicar’ fatos.” Respondi: “Isto é como foto, se o(a) modelo presta, sai bom.”
Com esta minha ponderação, na resposta para Leni, aumentei a responsabilidade para compatibilizar esta crônica com a “foto” de Doutor Pedro Alves a ser revelada. Para esta missão vou invocar auxílio de três escritores pelos quais tenho grande admiração: Machado de Assis, Rubem Braga e Fernando Sabino.
Pedro de Sebastião da Farmácia, como prefiro chamá-lo, é um médico à moda antiga. Cura a doença do paciente e apoia conforta a família, tornando-se um amigo, não se limita a fazer um atendimento. É um devotado para profissão. Silvino Teles, acadêmico de medicina e esposo de minha sobrinha Regina, sem reservas relatou o seguinte: “Ademar, Doutor Pedro ganha de nós não apenas na experiência, ganha também na garra e na resistência. Depois de horas em um centro cirúrgico, realizando cirurgias de alta complexidade, com ele sai com mais energia do que na hora que entrou.”
Pela sua credibilidade junto aos operadores do sistema de saúde, público e privado, na Capital funciona como um anjo da guarda dos sertanejos no quesito vagas em hospitais. Aqui cabe uma ressalva. Quando Doutor Pedro ajuda numa internação não o faz tirando ninguém da fila, está sim mobilizando sua rede de amizade para criação de uma nova vaga. A justiça é talvez a sua maior marca, a segunda para mim é sua capacidade de perdoar os que lhe traíram durante a caminhada. Este binômio é a argamassa da sua paz de espírito.
Na política é um humanista que aplica teses onde a justiça social e o não preconceito ditam as normas. Prefere a ação do que a utopia. Foi Prefeito em Iguaraci e na última eleição se reelegeu Vice da chapa de Zeinha.
Conhece o sentimento, as carências e, principalmente, o valor do sertanejo. Sabe o nome da maioria dos amigos e com eles fala regularmente. É a mesma pessoa em um restaurante sofisticado de Boa Viagem ou numa barraca de festa no Povoado de Catingueira, dos distritos de Jabitacá e Irajaí, na sede do município ou na Bodega de Dimas Pai Véi.
Minha amizade com Doutor Pedro é antiga, com ele conversei sobre muitos assuntos e em todas as oportunidades que conversamos ele faz questão de ressaltar sua admiração ao velho Quincas Rafael. Quando o poeta de Jabitacá retornou da internação em Recife disse-me: “Estou vivo graças e Deus, Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro e a Doutor Pedro e Antônio Mariano.” De mesma forma que meu pai muitos têm relatos sobre a ação de Pedro Alves em seu favor. Obrigado amigo, siga fazendo o bem.
Crônica de Ademar Rafael
LIBERDADE, O QUE É?
Quando nos dispomos a apresentar nossa ideia para julgamento dos leitores e das leitoras em um espaço da mídia virtual devemos estar conscientes que alguns textos serão contestados. Nesse ponto sou muito tranquilo, sempre saberei suportar as críticas. Assim sendo apresento meu ponto de vista sobre o que é liberdade, sem o intuito de ter aceitação plena.
Durante esta quarentena imposta pela pandemia da COVID-19 descobri, entre outras coisas, que liberdade não é apenas o que eu julgava ser. Para mim, antes desta experiência, liberdade era poder ir e vir, era agir conforme seu livre arbítrio sem ter restrição prévia.
Alguém pode indagar: “Novamente Ademar não tomou o remédio tarja preta?” Quem assim estiver pesando fique certo que estou com pleno domínio da minha capacidade de pensar.
Se durante esta quarentena muitos queriam ter a liberdade de não sair para trabalhar e outros tantos lutavam pelo direito de sair de casa, de manter sua rotina sem alteração, de fazer suas escolhas como sempre fizera. Vejam que para cada grupo a liberdade tinha um significado diferente. O primeiro grupo desejava se proteger e o segundo grupo não via necessidade para tanta proteção.
O que mais assustou nesse dilema. De uma hora para outra cada habitante da terra foi jogado numa “sala contaminada” e suas escolhas, antes livres, passaram a depender de protocolos impostos por pessoas alheias a sua vontade.
Neste jogo de cartas marcadas descobri que liberdade não é um bem individual, é uma conquista coletiva. Não terei liberdade se os que me cercam estão sem liberdade. Ser livre é não criar embaraços para ninguém, é ser humano de dentro para fora, é zerar o egoísmo e dar asas para liberdade dos que nos rodeiam.
Crônica de Ademar Rafael
Nossa Academia
Em uma cantoria na cidade de Apodi – RN, em 2007, o poeta Raimundo Nonato da dupla dos Nonatos inseriu nos versos centrais de uma sextilha a seguinte assertiva: “…Se a cultura vai mal/quem faz não pode estar bem…”. Esta ponderação continua atual no Brasil. Se perguntarmos a cem jovens que com seus fones de ouvido escutam músicas dos diversos aplicativos quem foi Jackson do Pandeiro, Cartola e Noel Rosa é possível recebermos respostas corretas de minúsculo número dos entrevistados.
De fato, fazer cultura em nosso país é para os fortes. Entre tais seres podemos identificar o poeta e produtor Iranildo Marques em Serra Talhada. Com a coragem que marca os sertanejos Iranildo ciou um Festival anual de poesias, dando-lhe o nome: “Vamos fazer poesias”. Sua tenacidade e a participação de poetas de vários estados materializou o sonho.
Com o crescimento do evento veio novo projeto, o “Clube da Poesia Nordestina”. Ancorado no festival o clube ganhou musculatura em 2020, com pandemia e tudo, foi criada a “Academia Literária Virtual do Clube da Poesia Nordestina”. A entidade nasceu com mais de cem membros, seus objetivos são assim sintetizados: a) Sem qualquer preconceito, reunir poetas visando o aprimoramento cultural: b) Perpetuar a memória dos que lutam pelo desenvolvimento da Cultura Popular; c) Manter, nos formatos impresso ou virtual, acervos de publicações dos acadêmicos e/ou parceiros; d) Promover atividades que assegurem a divulgação da Academia no âmbito nacional e internacional, inclusive com venda de publicações pelos meios eletrônicos e convencionais; e) Estimular, por meio de certames a concessão de premiação aos participantes assim como conceder honrarias para pessoas que agiram em favor da cultura.
Mesmo com a pandemia foram publicadas seis coletâneas e realizadas dezoito lives em 2020 e duas em 2021. Mais de vinte vídeos superaram mil acessos, alguns superaram a marca de cinco mil visitas. Vandré ensinou que “…quem sabe faz a hora…”. Iranildo fez, parabéns. Viva a cultura.
Crônica de Ademar Rafael
SEM ESTOQUE
O ano de 2020 acabou sem que o isolamento social imposto pela CONVID-19 chegasse ao fim e com registros de altas dos preços nos artigos da cesta básica, no último quadrimestre. Para o primeiro fenômeno não precisa procurar culpados, as causas são sabidas. Quanto ao segundo é necessário dar nome aos reais interessados nas altas ocorridas na arroba de boi, no arroz e no feijão, para ficar apenas com este trio.
Não tenho procuração para defender ninguém. Mas é preciso descartar a hipótese de que a culpa dos aumentos dos preços, ocorridos nos últimos cem dias de 2020, seja dos produtores rurais. Neste quesito é fundamental entendermos o impacto de dois fenômenos econômicos que aconteceram no período. O primeiro foi o valor do dólar, que tornou a exportação mais atrativa do que a comercialização no mercado interno e o segundo a falta de estoque regulador.
Estes dois fatores, cuja responsabilidade não pode ser imputada a quem corre o risco de produzir, foram determinantes para que os preços fossem majorados em perfeita consonância com a velha lei da “oferta e da procura”.
Na época, como sempre acontece quando as coisas não atendem as expectativas de quem governa, áreas do governo saíram à caça de bruxas. Pediram informações de atacadistas e das redes de supermercados, numa ação contrária ao que prega o gestor da economia nacional: “Livre mercado.”
Setores da imprensa, repetindo erros em situações da espécie, começaram a criticar os produtores que exportaram visando lucros, prejudicando a oferta. Tal alegação além de injusta não espelha a verdade em sua plenitude. Estes mesmos jornalistas, que se julgam economistas de plantão, quase nada citaram quanto a falta de estoque regulador, custo do frete e outras variáveis. Chega de injustiças, viva o produtor rural.
Crônica de Ademar Rafael
IMUNIDADE BAIXA
Pelo nosso bem e em favor dos que nos cercam, mudamos nossa forma de agir e pensar. Algumas coisas, no entanto, permanecem conosco. Comigo fica sempre o pensamento que tenho de que “lei não é sinônimo de justiça” e que “constituição e eleição não significam democracia”.
Para dar sustentação aos meus argumentos defendendo tais teses, no tocante as duas variáveis ligadas a democracia gosto de citar os conchavos fechados durante a elaboração da nossa Lei Maior no tocante aos cinco anos de Sarney, reforma agrária, estabilidade do emprego e jornada de quarenta horas semanais. Cito da mesma forma o monopólio de alguns grupos em eleição seguidas, em função do poderio gerado pelo dinheiro, pelo domínio de redes de comunicação em massa e pelo sobrenome. Para mim isto basta para comprovar a contaminação dos
dois sustentáculos da democracia, para muitos: Constituição e Eleição.
Os professores Steven Levitski & Daniel Ziblatt, ao escreverem “Como as democracias morrem”, nos dão pistas sobre as formas atualmente utilizadas para provocar “septicemia” em regimes democráticos. Escrevem os autores: “O paradoxo trágico da via eleitoral para o autoritarismo é que os assassinos da democracia usam as próprias instituições da democracia – gradual, sutil e mesmo legalmente – para matá-la.” Ao falarem sobre os EUA atestam: “Não há nada em nossa Constituição nem em nossa cultura que nos imunize contra colapsos democráticos.”
No livro, além de descobrir que o “U” da união entre os estados americanos está sendo minado por seguidas contaminações encontrei muitos outros argumentos para continuar como minha visão sobre o que, de fato, dar sustentação a uma democracia.
Que tal buscarmos a sabedoria do ditado popular: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.” Sejamos vigilantes, voto e Carta Magna ajudam, mas, podem não ser suficientes. Cidadania seria uma boa vacina?
Crônica de Ademar Rafael
INVERDADES INSTITUCIONAIS
No Brasil muitos detentores de cargos perpetuados por uma legislação eleitoral feita sob medida para atender seus interesses defendem que não devemos mudar nada em nosso sistema. Alegam que mudanças podem ferir a democracia. Posso até não ter razão, mas, tenho o direito de perguntar que democracia é essa que obriga o eleitor a votar e dar pesos diferentes nos votos recebidos por Ademar e por Rafael?
Uma destas inverdades mantidas sob a cobertura da legalidade é sistema proporcional de votos utilizado para eleger vereadores e deputados. De onde tiro esta ideia? A resposta é a resistência que nossos “donos do poder” têm em aplicar o voto distrital misto ou puro. Outra resposta pode ser identificada na insistência em manter essa figura chamada de “quociente eleitoral”. Esta variável mágica é extraída do resultado da divisão do número de votos válidos pela quantidade de vagas no Legislativo em disputa, seja Câmaras Municipais, Assembleias Legislativa ou Câmara dos Deputados.
Decifrando melhor: Um determinado candidato pode receber três mil votos e ficar de fora e outro com apenas oitocentos votos ser eleito. Para isto basta que o partido do primeiro não alcance o famigerado “quociente eleitoral”. O que mais assusta é que para eleger senadores o sistema é outro, para tal cargo eletivo vale o modelo majoritário. Quem tem mais voto se elege.
Aleatoriamente busquei no site de Tribunal Superior Eleitoral – TSE os seguintes números, extraídos da capital e cidade de grande porte de determinado estado. Foram eleitos candidatos com 2.302 votos e 858 votos, enquanto em cada colégio eleitoral candidatos que receberam, respectivamente, 3.989 votos e 2.287 votos sequer ficaram na suplência. Mesmo sendo legal, tendo sido criado na virada do século XIX e sendo utilizado em vários países não retira o que de injusto há neste sistema. Quem pensar diferente tem meu respeito, não minha concordância.
Crônica de Ademar Rafael
UM BRASIL POSSÍVEL?
Amigas e amigas do “blogdofinfa”, com esta crônica de número quatrocentos e quatorze estamos iniciando o novo ano de parceria. Cada semana este diálogo gera extrema satisfação neste cronista.
Por se tratar de uma nova fase e seguindo o propósito desta conversa semanal trago uma proposta para um Brasil de oportunidades. De início faço um alerta: “Qualquer pessoa tem o direito de discordar de Ciro Gomes, ignorar o que ele escreve é deixar de lado ponderações aceitáveis”. O Brasil possível ora sugerido tem origem em registros do recente livro do político nascido em São Paulo e cearense por adesão: “Projeto nacional: O dever da esperança”, lançado durante a pandemia.
Cito a publicação pela minha total concordância sobre os três principais fatores que impedem o Brasil de ser destaque no cenário mundial. No capítulo “As raízes da crise econômica”, subtítulo “Prometeu acorrentado” Ciro, corretamente sob meu ponto vista, indica: a) Estrangulamento do passivo das empresas privadas; b) Colapso das
finanças públicas e c) Ausência de um projeto nacional de desenvolvimento.
A soma destes três fatores adicionada com a burrice crônica dos nossos governantes que historicamente insistem em trocar fundamentos defendidos pelo economista Celso Furtado, paraibano que neste ano completaria cem anos, por fundamentos de “meninos de recado de Chicago” e/ou similares. Essa troca faz com que o Brasil permaneça na
periferia do universo composto pelas grandes potências mundiais.
Com a leitura do capitulo “Um projeto para o Brasil” vamos detectar que é possível transformamos nosso país em uma potência e garantir a justiça social. Ao final da leitura do livro vamos descobrir que desde a proclamação de república tivemos apenas três presidentes com noção de país: Getúlio Vargas, JK e Itamar Franco. Os demais foram imediatistas que defenderam interesses de grupos e projetos próprios.