
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (1º) que uma eventual taxação adicional dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros “causaria estranheza” – uma vez que a relação comercial é superavitária para os norte-americanos.
Ou seja: atualmente, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, em valor agregado. No comércio internacional, isso representa uma posição favorável para os EUA.
“Nos causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos com uma mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte”, disse Haddad em entrevista a jornalistas na França.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu anunciar tarifas recíprocas para seus parceiros comerciais nesta quarta-feira (2). A data tem sido chamada pelo republicano de “Dia da Libertação”.
Em fevereiro, Trump anunciou que adotará tarifas recíprocas e usou o etanol brasileiro como exemplo de disparidade entre taxas de importação.
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o documento da Casa Branca.
Após encontro com o ministro das Finanças francês, Éric Lombard, Haddad disse que a partir desta quarta-feira (2) o mundo vai entender melhor o que os Estados Unidos pretendem fazer.
Contudo, segundo Haddad, as medidas protecionistas do país podem prejudicar a economia mundial.
