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A NOVIDADE RUIM E O FATO

Li, atentamente, as entrevistas do governador eleito Paulo Câmara (PSB) ao JC e à Folha neste último fim de semana. Confesso que só identifiquei uma novidade e um fato político. A nova, que é ruim, diz respeito ao seu posicionamento contra a instalação de pedágio para recuperação e manutenção da BR-232.

Câmara alega que não há uma via alternativa para sustentar a cobrança de pedágio. Isso quer dizer, em outras palavras, que seria obrigatório ter outra estrada aberta, paralela à 232, para quem não quisesse pagar a taxa chegar ao seu destino. Ora, circulei pelo Nordeste, recentemente, e não encontrei isso em nenhum dos Estados que praticam pedágio.

Na Bahia, a estrada modelo, que liga Salvador a Feira de Santana, tem três pedágios e pelo que sei não existe via alternativa. Não sei quem colocou isso na cabeça de Câmara. Pelas terríveis condições de tráfego da BR-232 não há outra saída que não seja pedágio. O Governo abandonou a manutenção da estrada desde que foi duplicada sob o pretexto de que existe uma pendenga judicial.

Viajar do Recife a Caruaru, hoje, é um grande risco de vida. Todos os dias ocorrem acidentes fatais provocados pelos declínios na pista e a buraqueira. Em termos de obras de infraestrutura posso até estar enganado, mas não encontro outra mais importante do que a recuperação da BR-232.

E aqui, como em qualquer lugar do mundo, a sua requalificação, partida para chegar a uma estrada de qualidade, impõe a sua privatização, porque a União está quebrada e não tem dinheiro para investimento. As estradas que funcionam com segurança e qualidade no Brasil, hoje, têm pedágio, todas elas, sem exceção.

Quanto ao fato político da entrevista fica por conta da embutida estratégia de ignorar completamente os reclamos do atual governador João Lyra Neto, que deu entrevistas aos jornais duvidando da liderança de Câmara, consequentemente, do sucesso do seu governo.

Reclamou que não foi ouvido na montagem do secretariado e criticou a forma como Eduardo escolheu o candidato. Sem espaço no futuro Governo, a tendência de Lyra é o isolamento total, sendo obrigado a sobreviver, politicamente, da corte de Caruaru, para onde sua cabeça gira as 24 horas do dia.

Por: Magno Martins


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