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ESPAÇO DO INTERNAUTA
Oposição não é contestação
Montesquieu, filósofo e político francês, famoso pela sua teoria da separação dos poderes, afirmava que todo aquele que dispõe de poder tem a tendência natural de abusar e ultrapassar os limites de autoridade quando contaminado pela ganância e vaidade. Daí a importância da “Oposição” que não é apenas o “conjunto dos partidos políticos que não concordam com o governo”. Oposição pode ser entendida como uma ação cidadã, exercida com equilíbrio, consistência, inteligência e muita responsabilidade. Podem ser pessoas, entidades ou parlamentares que fiscalizam as ações dos governos, denunciam os malfeitores e convocam a sociedade para debater ideias e projetos úteis para as comunidades.
A Presidenta Dilma, três dias após sua posse, disse que jamais reduziria os programas sociais do Governo Federal. Porém, houve mudanças e perdas para os trabalhadores. Mexeram no PIS integral, seguro desemprego, pensão por morte, auxílio doença e até a “coitada” da aposentadoria teve seus cálculos modificados. E a voz da oposição continua quase que impercebível.
No Estado de Pernambuco as estradas continuam esburacadas e as que são restauradas com pouco tempo mostram sinais de ineficiência dos serviços, provando que as cláusulas dos misteriosos contratos não são respeitadas. Os Hospitais Públicos são verdadeiros “currais” de humanos com carência de cômodos, falta de materiais de expediente bem como enorme deficiência de aparelhos e máquinas indispensáveis aos trabalhos hospitalares; recebemos um atendimento de péssima qualidade e o pior, além dos poucos médicos, ainda existem alguns que não cumprem o juramento de Hipócrates frente aos indefesos pacientes. Quem diria! Aqui na terra do valente Frei Caneca, é de não acreditar, parece que esses assuntos já fazem parte do cotidiano das pessoas e que “tudo isso é perfeitamente normal”.
Em Afogados da Ingazeira, o “novo” Presídio Municipal construído com dinheiro do contribuinte virou um “monte de entulho”; o Saneamento Global ainda continua em fase de execução e até o momento a população não sabe o real objetivo dessa grandiosa obra orçada em milhões de reais. O comportamento das oposições nessa próspera cidade do sertão do pajeú, infelizmente, acompanha o mesmo estilo das esferas superiores.
Segundo um renomado professor de política a contestação, muitas vezes, se disfarça sob a roupagem da oposição. Uma, a contestação quando infundada tem de ser reprimida; a outra, a oposição, é inerente a seu espírito cívico e tem de ser protegida para a própria sobrevivência da Democracia.
Então, para que as pedras não clamem façamos nossa parte mesmo que em minúsculos espaços oferecidos por uma pequena fatia da imprensa imparcial e descomprometida com o poder.
Carlos Moura Gomes – Afogados da Ingazeira/PE
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Responsáveis pelo Gerenciamento da NFS-e
No dia 02 de março foi consultado por diversas empresas prestadoras de serviço no Município sobre a mudança do sistema de emissão de NFS-e de Afogados da Ingazeira. Para minha surpresa, segundo alguns clientes ao telefonar para prefeitura era informado que devia procurar o contador pois o mesmo já estava ciente desta mudança.
Gostaria que os senhores informar-se qual foi o canal utilizado para informar que haveria tal mudança. Foi através de e-mail, correspondência, telefone?
Agora vamos falar dos transtornos causados com as modificações no novo sistema:
1) Não foi exportado a base de tomadores;
2) Para acessar você tem que efetuar um novo cadastro;
3) A rotina consulta de notas fiscais emitidas não funciona;
4) Na rotina exportação de NFS-e. NÃO ESTA PRONTA – EM FASE DE TESTE.
5) Para que server a rotina Administrador?
Espero que o ou os responsáveis pelo sistema tome as medidas cabíveis.
Geneci Galdino de Vasconcelos
CRC/PE 11265
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RAJADA DE BALAS CONTRA RADIALISTA NO SERTÃO
O radialista Anchieta Santos tem sua casa alvejada de balas na madrugada de domingo, em sua cidade natal, Afogados da Ingazeira. O relato aparece também em boletim de polícia registrado na delegacia da cidade mencionada. Sobre a violência contra jornalistas, radialistas e liberdade de imprensa no Pajeú, as estatísticas têm crescido assustadoramente.
É de costume que jornalistas e radialistas sejam ameaçados ou amedrontados, sem condições dignas de trabalho, ficam limitados na sua missão profissional de informar a sociedade para dar a ela um importante instrumento de constituição e exercício da cidadania. E essas variadas formas de violência são violações do direito humano à comunicação, às liberdades de expressão e de imprensa.
Devemos defender, veementemente, peremptoriamente, a liberdade de expressão nos diversos segmentos, inclusive, nas rádios, e sermos adeptos que os cidadãos tenham o direito de receber informações sobre tudo o que se passa no Brasil. Não há nenhuma possibilidade de se ter uma imprensa livre sem que seus profissionais atuem igualmente de forma livre ou tenham suas vidas e de seus familiares atingidas por bandidos do anonimato.
Anchieta Santos é um veterano na comunicação – seu perfil tem sido centrado mais na política. O radialista foi o principal locutor das diretas já em Pernambuco, também, locutor oficial da campanha do presidente Lula nos seus dois mandatos, e, por diversas campanhas sempre comandou o palanque ao lado do mito pernambucano Miguel Arraes. Foi também o principal apresentador das campanhas do ex-governador Eduardo Campos. Por último, comandou no estado o palanque da vitoriosa eleição do atual governador, Paulo Câmara.
Atualmente, Anchieta apresenta uma edição de notícias nas rádios Pajeu de Afogados da Ingazeira e Cidade FM de Tabira. Locutor de vozeirão e mestre na versatilidade, ele sempre provoca o debate, faz críticas, oferece sugestões, e nunca fechou o microfone para o público ou para contraditório.
Todos se encantam com o mundo de notícias e as apresentações de Anchieta. Versátil, independente, imparcial, destemido, habilidoso nas entrevistas, respeitador… Seu principal objetivo é informar, nunca estigmatizar, hostilizar, ou atingir a honra de ninguém.
É no sertão que o locutor de rádio pode ser comparado a um ator. A partir do momento que ele entra no ar, esquece os seus problemas e incorpora um personagem. Uma figura séria, agradável de ouvir. Não esqueça: Anchieta mudou o jeito de fazer rádio e, consequentemente, a vida de muitas pessoas. Faz do seu trabalho uma arte.
A palavra agora está com a polícia que não pode deixar a impunidade reinar no sertão. A tentativa de atemorizar, insensibilizar a sociedade como um todo, consiste em tentar calar a voz do povo. Anchieta sempre defendeu aqueles que têm sede justiça. Então reagir a isso é um dever de toda classe. Precisamos estar alertas e precisamos nos mover como sociedade em nome inclusive destes companheiros que têm suas vidas ameaçadas.
Por Cláudio Soares
Jornalista e bacharel em direito
ESPAÇO DO INTERNAUTA
Em Tuparetama, o médico cubano Franklin Morales, do Programa Mais Médico, ensaiou abandonar o posto de trabalho, na sexta feira passada, no entanto, permaneceu a frente do atendimento aos seus pacientes, evidentemente, após o lamento de toda a população.
Várias pessoas da sociedade tuparetamense procuraram o profissional e ‘imploraram’ a sua permanência, inclusive, uma senhora de mais de 80 anos que derramou muitas lágrimas e que também foi socorrer-se do atual prefeito Dêva Pessoa.
A origem do descontentamento do Dr. Franklin, adveio de imposições da Secretária de Saúde, que é noiva de Dêva, fato não aceito pelo médico, sendo este o terceiro ‘bate-boca’ entre o profissional e a Secretaria.
Na sexta feira, Dr. Franklin colocou a foto da filha que se encontrava em cima do Birô, colocou-a dentro de sua Bolsa e foi embora. Na segunda não foi trabalhar no Posto, onde dá plantão e só ontem atendeu aos seus clientes.
Franklin é adorado pela população e o ‘zum-zum-zum’ foi grande para o ‘fico’. Enquanto isso, a popularidade de Dêva e da Secretária…
Por: Joel Gomes
Vereador de Tuparetama
ESPAÇO DO INTERNAUTA
Hão de nos perguntarem o que tem haver entre: o sol, a chuva e os políticos? E na ponta da língua diremos: NADA! Será?
No entanto, com o evento da seca no Sudeste (que mesmo com a escassez de chuvas alcançou produção nos setores do agronegócio) começa o ‘grita-grita’ pela falta de investimento nos barramentos dos rios e construções de represas.
Ora, se os políticos de lá não se voltaram a proporcionar emendas parlamentares para suprirem a falta do precioso líquido no maior celeiro populacional do País, imagina cá, nos grotões e currais eleitorais de políticos que se apresentam como “Coronéis do Chicote”, onde muitos ‘compram’ seus mandatos e poucos se lixam para com o povo nordestino e seu sofrimento.
Mais aqui, especificamente no Alto Sertão do Pajeú(por quem posso falar, pois aqui nasci, milito e vivo), onde o Rei Sol briga com os Urubus, o primeiro secando com rapidez ativa o líquido dos animais que morrem por inanição ou sede. O Segundo, ave que leva a classificação de Ave de Rapina, como se isso fosse um dos males maior. Já os ‘políticos só não fazem chover’ no entanto, até isso prometem e o povo, mesmo com as mãos calejadas, aplaude e se esbaldam em elogios e ainda dizem: “ele é como um Pai pra nós”.
Há muito tempo padeceu Antônio Conselheiro e seus seguidores por lutarem em favor dos seus direitos e de uma sobrevivência digna, inclusive, com direito a água para consumo e produção. Em 22 de setembro de 1897 silenciaram a voz do ‘peregrino’, como se denominava.
Pois bem, o problema de lá(Sudeste) difere do nosso(Alto Sertão do Pajeú) em alguns itens, nos demais, está, sim, ligado ao sol, a chuva e os políticos.
Joel Gomes – Tuparetama-PE
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Trinta anos de liberdade (e libertinagem)
Dia 15 de janeiro de 1985 o Brasil assistiu, ‘atônito’, as Eleições Indiretas para Presidente da República, logo após a derrota das ‘Diretas Já’, de Dante de Oliveira, PEC abraçada e desejada por todos que sonhavam com a liberdade.
A alegria aflorava aos olhos de líderes e da juventude que mendigaram, por anos, na obscuridade, a vontade de se locomover livremente nos Congressos da UNE e outros movimentos e que pudessem gritar: “somos livres para escolher nossos representantes”.
Tancredo Neves eleito Presidente da Republica Federativa do Brasil com Zé Sarney na vice(???). Mais o Brasil precisava unir forças denominadas de esquerdas com algumas, digamos, reacionárias, para que seu povo, enfim, escolhessem seus legais representantes por via do voto, este, um dos mais sublimes atos da democracia.
Imaginávamos um Brasil livre da corrupção, da roubalheira, dos descasos com a saúde pública, transportes, educação, infraestrutura… Puro sentimento de liberdade.
Hoje, subitamente, paira na cabeça da maioria dos brasileiros um sentimento adverso: “A liberdade e o sonho de um povo está sendo confundido com a prática da libertinagem aplicada por governantes e apadrinhados”.
Trinta anos depois, escolhemos nossos representantes diretamente, no entanto, alguns políticos, infelizmente, não escolhem a probidade e o respeito para com o povo.
Joel Gomes -Tuparetama
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Assembleia Legislativa de Miraflores
Tenho visto a tentativa ofegante do deputado Guilherme Uchoa de ser reconduzido à presidência da Assembleia. Li e ouvi opiniões. Também tive a oportunidade de me colocar publicamente contrário.
Vi nessa legislatura mudar-se a Constituição pela segunda vez para que fosse possível sua reeleição.
Vi os partidos construírem um acordo para pôr fim à reeleição e não permitir que Guilherme pudesse mais ser candidato – com o seu consentimento. Todos os deputados sabem disso.
Vejo violentada a expressa vontade dos deputados, que unanimemente aprovaram a emenda do deputado Raimundo Pimentel. Todo o resto não surpreende.
A alternância do poder é ferramenta indispensável para a democracia. Dos seus anunciados pilares essenciais!
No caso específico da Assembleia Legislativa de Pernambuco, entendo revigorante para a instituição o surgimento de novas ideias, novas relações, nova postura, que rimam de forma inexorável com a – dita – “nova política”.
A Assembleia acumula uma pauta negativa. A imagem do legislativo não é boa. Quem diz não sou eu, mas evidenciada a partir do desinteresse dos cidadãos em escolher seus representantes, de participar da política, e da falta de confiança que goza o parlamento. Pesquisas de opinião ratificam esse desprestígio.
Esse enfraquecimento não faz bem a ninguém. Digo isso com grande tristeza, porque conheço a indispensabilidade do Poder Legislativo, a importância dos debates, da iniciativa legislativa, da representatividade da população.
É momento de profunda reflexão e atitude.
Como pode o atual presidente afirmar em entrevista ao Jornal Folha de Pernambuco (16.01), com esperada e característica arrogância, “que defende a alternância do poder desde que apareça alguém que preencha os requisitos”(!!!)
Hoje o jornalista Jamildo chama os deputados de “tontos”; Geraldo Freire, menos contido e educado – me perdoem, de “bostas”. Pergunto-me em nome de que ou de quem a Assembleia resiste a isso!
Desejo saber quais os critérios que precisa um deputado – na cabeça do deputado Guilherme Uchoa – para ser presidente?
Seriedade, compromisso com a causa popular, firmeza, capacidade de diálogo, humildade, respeito aos colegas, aos poderes constituídos; respeito à nossa história de lutas libertárias, de resistência, exemplo para o restante da federação.
Espírito público e respeito à Constituição.
Se os dele também forem esses, faço justiça e afirmo que enxergo preparo em muitos colegas. Parlamentares competentes, pessoas do bem, sérias, que cumpriria com novo ânimo o papel de representar a Casa do Povo.
Pernambuco de tantos nomes ilustres não se imiscui; políticos respeitados e honrados que enfrentaram dificuldades enormes e escreveram uma linda história de superação, motivo de orgulho para todos, merecem ser relembrados em momentos como este.
É hora de encarnar esse espírito, renovar a alma e desenhar um novo momento político em Pernambuco, sintonizado com o desejo dessa população que elegeu o governador Paulo Câmara, jovem preparado, moderno, dinâmico e humilde.
Definitivamente, repugna-se posturas autoritárias. Não combina com Pernambuco.
Os que ousam armar contra a democracia, não teria em nosso estado vida fácil. Digo, não teria – no passado. Hoje, Hugo Chavez, conhecido ditador venezuelano, já falecido, viesse passear pela rua da união se sentiria no Miraflores.
Por: Deputado Rodrigo Novaes
ESPAÇO DO INTERNAUTA
A eclosão de uma ideologia e a profligação de ideais.
Talvez não traço nos meus singelos textos, em relação as belas alusões imaginárias do magno jornalista José Adalberto Ribeiro(que conheço de longas datas), nas mais lúdicas performances sobre o “cordão encarnado” e da “caterva vermelha”, concordo quando lastreia de que faltam cumprirem os ideais que tanto propagaram(e propagam).
“… esse Brasil governado por “homens de baionetas” que não sabem o valor do povo e por uma oligarquia que oprime e maltrata nossa gente, precisa ouvir os gritos da rua, viva a liberdade, viva a honestidade e viva a democracia”. Não muito distante, senhores leitores, ouvíamos diuturnamente a pregação da outrora denominada “esquerda” em relação a pratica de desvios de recursos públicos e corrupção praticados pela chamada ala de “direita”.
Bom, pelo que se auto proclamavam os mais probos homens de esquerda, mereciam, sim, administrarem um País que sangrava, calava, ofuscava os sonhos dos filhos que não comungassem com os ideais dos Comandantes das Fardas.
E o que diremos hoje? Os defensores outrora dos ideais de esquerda corrompem, desviam, roubam, são improbos ou não?
O “poder” cega, alicia, joga de forma desonrosa em relação aos súditos, como diria Maquiavel na obra O Príncipe: “Nas repúblicas, por outro lado, há mais firmeza, brio, maior ódio, e desejo de vingança; não poderão abandonar a memória de sua antiga liberdade. Assim, o meio mais seguro de dominá-las será devastá-las, ou nelas habitar.”
Ora, demonstra Maquiavel de que deverá se manter o povo, afirmemos que, de forma inconsciente , enganados com a devida impressão de que tudo está bem e de que o Príncipe, não é apenas bom, é excelente; No entanto, não se pode transpor tal impressão ao povo e sim, ainda segundo Maquiavel, deve-se aniquilá-lo para que o poderio do monarca continue, pois, caso o contrário, o povo se revoltará, derrubando o monarca.
A explosão dos ideais e das ideias de esquerdas brasileiras passam, hoje, por programas eleitoreiros, as vezes “ou lhe matam de vergonha ou vicia um cidadão”, sucumbiram-se com a ascensão ao PODER da própria esquerda, ou melhor…, confundi-me, não sei mais o que é esquerda ou direita no Brasil. Desculpem-me.
Joel Gomes – Vereador – Tuparetama-PE
ESPAÇO DO INTERNAUTA
Outrora, como era charmoso participarmos de movimentos estudantis. Boquiabertos assistíamos Marcos Freire, Fernando Lira, Jarbas Vasconcelos e outros vociferar palavras de ordem libertárias para um povo que vinha da opressão de um sistema perverso e maldoso.
Mas, à direita(embora não gostássemos de ouvir) existiam pessoas que hoje reconhecemos como verdadeiros homens públicos. Recordo-me, especificamente, do ex Governador Roberto Magalhães que dedicou o seu governo a uma fonte crescente para qualquer governante: a educação.
Estudante por algum tempo ‘penetra’ na Casa do Estudante de Pernambuco, Noutro regular, me via nas “trincheiras imaginárias” de qualquer discente que tenta emergir da extrema pobreza, vislumbrando uma “guerrilha” que possibilitasse uma vida digna, equânime entre uma sociedade injusta e desigual daquela época.
Ao ler ‘De Ferro e de Flor’, imaginava ser lenda a história daquele pernambucano que, acabei a fantasia com a leitura de “Memórias” de Gregório Bezerra. Verdadeiro “coração valente”, probo, nunca delatou um companheiro, embora tenha sido brutalmente torturado (1935 e 1964). Em 1982 tive o prazer em conhecê-lo pessoalmente, em seu Comitê de campanha para Deputado Federal, nos recebendo (recordo-me que por trás do seu birô apresentava-se uma foto de Che Guevara, com um Charuto Cubano no canto da Boca e os pés abotinados por sobre o birô). Posteriormente, tive o prazer em vê-lo sentado na calçada de Dona Quininha, parente próxima e que morava na mesma rua que eu. Votei nele para Federal e em Juares José Gomes para Estadual. Que lição dera Gregório! Queria que o Brasil mudasse. Morreu sem ver a mudança.
Pois bem, lá estava eu no comício de retorno dos exilados, em Olinda, juntamento com alguns estudantes da CEP. Arraes, Brizola, Paulo Brossard, Ulisses Guimarães, Marcos Freire, Valdir Pires e um jovem que despontava como nova liderança além de outros, eram as estrelas da noite. LULA chegou e foi ovacionado. Sindicalista em São Paulo, porém, filho do chão que recebe o nome de Leão do Norte. Quanta corrupção existias nos governos, em todas as esferas, segundo eles: Municípios, Estados e União. Quão bonito quando algumas das ‘estrelas’, empunhando um microfone na mão bradava em alto e bom som, sempre gesticulando de punho cerrado: “vamos acabar com a corrupção em nosso País”; “Precisamos dá um basta na opressão, na bandidagem e acabar com as desigualdades no Brasil”; “acreditem, nós vamos mudar o Brasil”.
A realidade aqui descrita, precisa da sua análise, singela, honesta, crítica, obediente aos princípios. Sabemos que muito mudou, no entanto, algo permanece na mesma esteira, inalterado. Concorda?
Não sou Martin Luter King, mas, EU TENHO UM SONHO (I HAVE A DREAM)
Por: Joel Gomes
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Crise hídrica? a sabesp vai muito bem, obrigado!
O que acontece com o Estado de São Paulo na questão da água é um exemplo do que pode acontecer em outros estados e cidades brasileiras, segundo dados recentes publicados pela ANA (Agência Nacional de Águas). Portanto, aprender e tirar lições deste episódio poderá ajudar gestores públicos e a sociedade a não repetir os erros que foram cometidos, e conviver melhor com uma situação que veio para ficar.
A crise hídrica, como ficou conhecida, não ocorreu por uma única causa, ou por um único erro cometido, nem tampouco pela falta de chuvas – mesmo considerando que esta seca é uma das piores dos últimos 84 anos. Na verdade foi um conjunto de fatores que levou a maior cidade brasileira, sua região metropolitana e várias cidades importantes do interior do Estado a sofrerem o desabastecimento de água.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa que administra a coleta, o tratamento, a distribuição de água, e também o tratamento dos esgotos, é uma das maiores empresas de saneamento do mundo, e uma das mais preparadas do Brasil – com um corpo técnico altamente qualificado, e dispondo de uma boa infraestrutura. Assim pode-se afirmar sem dúvida que a causa principal de tamanha incompetência foi a sua administração voltada ao mercado, voltada ao lucro, que trata a água, um bem essencial à vida, como uma mera mercadoria.
Em 1994, a Sabesp se tornou uma empresa de capital misto, com a justificativa de que vendendo parte de suas ações conseguiria mais recursos financeiros para investir nos sistemas de abastecimento de água e de saneamento. Depois de 20 anos, o controle acionário se encontra nas mãos do Estado, que detém 50,3% das ações (metade negociada na BMF/ Bovespa, e a outra metade na Bolsa de NY), ficando os 49,7% restantes com investidores brasileiros (25,5%) e estrangeiros (24,2%).
A Sabesp é a empresa outorgada para utilizar e gerir o Sistema Alto Tietê, Guarapiranga e Cantareira, destinando em tempos normais 33 m³/s para Região Metropolitana de SP. Com a persistência da falta de chuvas e clima adverso, foi obrigada a reduzir pela metade a captação (pouco mais de 16 m³/s), apesar de fazê-lo tardiamente. Assim, o que era considerado um risco remoto tornou-se uma grande incerteza. A situação chegou a um ponto tal de dramaticidade que foi perdido o controle do sistema hídrico e, agora, além da captação do volume morto dos reservatórios, em curto prazo, a população fica na dependência das chuvas.
Em 2012, em documento elaborado pela própria Sabesp para a Comissão de Valores dos EUA, era admitido que pudesse ocorrer diminuição das receitas da empresa, devido a condições climáticas adversas. Assim sendo seria obrigada a captar água de outras fontes para suprir a demanda de seus usuários. Portanto, se conhecia e se antevia uma situação que acabou acontecendo. Porém nada foi feito pela Sabesp para diminuir este risco previsível.
Por outro lado, a gestão da crise não visou resolver os problemas da população, mas sim apenas amenizar a responsabilidade da própria Sabesp, blindando o governo do Estado, cujo mandatário estava em plena campanha eleitoral para sua reeleição. Em nenhum momento a gestão da Sabesp ou o governo do Estado admitiram a gravidade da situação. Muito menos a necessidade do racionamento, da diminuição da vazão, sendo ainda negadas pelas autoridades paulistas as interrupções que se tornaram cada vez mais constantes no fornecimento da água. Por isso, o que mais abalou a credibilidade do governo foi a divulgação pela imprensa de uma gravação onde a presidente da Sabesp admitia que uma “orientação superior” impediu, durante a campanha eleitoral, que a empresa tornasse pública a real situação hídrica do Estado.
Todavia, mesmo com a tragédia anunciada, penalizando a população, a empresa e seus acionistas vão muito bem. Basta acompanhar os lucros extraordinários nos relatórios de administração dos últimos anos, que geraram dividendos generosos para os acionistas da Sabesp, ao passo que o investimento necessário não acompanhou a mesma intensidade dos lucros obtidos pela empresa.
Esta situação por que passa a população paulista e paulistana poderá se estender a outras regiões do país nos próximos anos, caso persistam a má gestão, o desperdício e a devastação de nossas florestas. É um alerta à questão da privatização dos nossos bens naturais, em particular da gestão da água, do seu controle e distribuição. Daí a premente e essencial participação da sociedade nas políticas públicas para que a gestão das águas alcance resultados positivos, e não simplesmente siga a lógica da maximização dos lucros.
Heitor Scalambrini Costa – Professor da Universidade Federal de Pernambuco