Outrora, como era charmoso participarmos de movimentos estudantis. Boquiabertos assistíamos Marcos Freire, Fernando Lira, Jarbas Vasconcelos e outros vociferar palavras de ordem libertárias para um povo que vinha da opressão de um sistema perverso e maldoso.
Mas, à direita(embora não gostássemos de ouvir) existiam pessoas que hoje reconhecemos como verdadeiros homens públicos. Recordo-me, especificamente, do ex Governador Roberto Magalhães que dedicou o seu governo a uma fonte crescente para qualquer governante: a educação.
Estudante por algum tempo ‘penetra’ na Casa do Estudante de Pernambuco, Noutro regular, me via nas “trincheiras imaginárias” de qualquer discente que tenta emergir da extrema pobreza, vislumbrando uma “guerrilha” que possibilitasse uma vida digna, equânime entre uma sociedade injusta e desigual daquela época.
Ao ler ‘De Ferro e de Flor’, imaginava ser lenda a história daquele pernambucano que, acabei a fantasia com a leitura de “Memórias” de Gregório Bezerra. Verdadeiro “coração valente”, probo, nunca delatou um companheiro, embora tenha sido brutalmente torturado (1935 e 1964). Em 1982 tive o prazer em conhecê-lo pessoalmente, em seu Comitê de campanha para Deputado Federal, nos recebendo (recordo-me que por trás do seu birô apresentava-se uma foto de Che Guevara, com um Charuto Cubano no canto da Boca e os pés abotinados por sobre o birô). Posteriormente, tive o prazer em vê-lo sentado na calçada de Dona Quininha, parente próxima e que morava na mesma rua que eu. Votei nele para Federal e em Juares José Gomes para Estadual. Que lição dera Gregório! Queria que o Brasil mudasse. Morreu sem ver a mudança.
Pois bem, lá estava eu no comício de retorno dos exilados, em Olinda, juntamento com alguns estudantes da CEP. Arraes, Brizola, Paulo Brossard, Ulisses Guimarães, Marcos Freire, Valdir Pires e um jovem que despontava como nova liderança além de outros, eram as estrelas da noite. LULA chegou e foi ovacionado. Sindicalista em São Paulo, porém, filho do chão que recebe o nome de Leão do Norte. Quanta corrupção existias nos governos, em todas as esferas, segundo eles: Municípios, Estados e União. Quão bonito quando algumas das ‘estrelas’, empunhando um microfone na mão bradava em alto e bom som, sempre gesticulando de punho cerrado: “vamos acabar com a corrupção em nosso País”; “Precisamos dá um basta na opressão, na bandidagem e acabar com as desigualdades no Brasil”; “acreditem, nós vamos mudar o Brasil”.
A realidade aqui descrita, precisa da sua análise, singela, honesta, crítica, obediente aos princípios. Sabemos que muito mudou, no entanto, algo permanece na mesma esteira, inalterado. Concorda?
Não sou Martin Luter King, mas, EU TENHO UM SONHO (I HAVE A DREAM)
Por: Joel Gomes