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Crônica de Ademar Rafael

SEVERINO PIRES DE BRITO

Biu de Zeca, a primeira vez que ouvi seu nome foi pelas ondas da Rádio Pajeú, durante o jogo em Tuparetama quando ele fraturou a perna, no início dos anos 70. Com Geraldo Agostinho fez uma versão sertaneja da dupla palmeirense Dudu e Ademir da Guia.

Após o acidente em Tuparetama voltou a jogar, contudo, perdeu a desenvoltura anterior. Fez parte do time do CEUB que trouxe de volta jogadores “esquecidos” pelo Guarani. Este time tinha a juventude de Gena, a garra de Lila Alves – autor do gol da final -, a experiência de Clóvis de Doía, a potência do chute de Abraãozinho e a dupla Geraldo e Biu de Zeca, dentre outros.

Anos depois, durante o julgamento de Vanderley Galdino em expulsão causada por de uma cotovelada em Dinamérico durante jogo pelo campeonato de futebol de salão organizado pelo Ginásio Industrial, pude observar o poder de sua lucidez em suas ponderações. Na oportunidade Biu chamava atenção para o fato de não avaliarmos o lance isoladamente e argumentava: “Vanderley não é um jogador violento, deve ter sido
provocado durante o jogo para tomar tal atitude”. Ponderava, no entanto, que caberia uma suspensão para que atos da espécie não se repetissem o que de fato aconteceu.

Foi campeão afogadense pelo Barcelona e do banco de reservas
contribuiu com opiniões válidas em cada momento. Sempre gostou de futebol bem jogado. Nos anos 80 recebi algumas vezes Biu de Zeca e sua esposa Júlia em Barbalha – Ceará. Varávamos madrugadas no Balneário do Caldas na companhia de Luiz Alves e Dona Lucinda, falando sobre futebol, política e, principalmente, sobre pessoas amigas do Pajeú. Partiu para a outra dimensão antes do amigo Luiz Alves e consigo levou a
capacidade conciliatória que o mundo atual precisa tanto.

(*) – Publicado originalmente no site www.afgadosdaingazeir.com.br, como Pessoas do meu sertão XXII.

Crônica de Ademar Rafael

Por:Ademar Rafael

APRENDER NA LUTA

Do clássico “As mil e uma noites”, na versão de Antoine Galland, retirei o trecho a seguir para dar rumo ao tema desta crônica: “É bom que os príncipes tenham de enfrentar desgraças; a adversidade lhes purifica as virtudes e eles aprendem o governar melhor”.

O que foi escrito no fantástico livro serve como uma luva para o momento atual quando o quesito é comportamento humano. Nesta época de “comodidades” poucos topam enfrentar adversidades e muitos preferem caminhar no mar das facilidades que normalmente levam o lugar nenhum.

Meu pai, em tom de brincadeira, sempre falava: “De puder fique sentado em vez de ficar de pé e fique deitado em vez de ficar sentado.” Desconheço a origem dessa frase e reconheço que ela tem perfeita aderência com o pensamento atual.

Em nossos dias os alunos não copiam mais enunciados que os professores colocam nos quadros, batem fotos. Para esmagadora maioria escrever um texto de cinco linhas é uma tortura. Os textos das redes sociais são substituídos por imagens de tudo. São aplausos, sinais de positivo ou negativo, “carinhas” ou outros sinais.

Nas empresas os fluxogramas das rotinas de serviços e os manuais são substituídos por mensagens de aparelhos móveis em linguagem tão diversificada que a sistematização e a uniformidade de procedimentos saem de cena. Simplificar processos é diferente de banalizar, menor esforço não é o mesmo que abandonar rotinas. Neste ponto estamos falhando muito e os serviços prestados estão perdendo a eficácia em nome de uma “praticidade” prejudicial para empresas e usuários.

Não é salutar fugir dos obstáculos, precisamos assumir nossos papéis e,com denodo, superar as dificuldades para criar musculatura e massa crítica para enfrentarmos um mundo cada vez mais competitivo.

Crônica de Ademar Rafael

JORNALISMO IDEAL

Os jornalistas William Corrêa e Ricardo Taira que atuaram juntos na TV Cultura escreveram os livro “Jornalismo ainda é cultura”, publicação que deveria ser leitura obrigatória e diária para todos que atuam nos diversos
meios de comunicação de massa.

O livro aborda de forma exemplar como deve ser o comportamento da imprensa diante de fatos relevantes com impacto na vida das pessoas, sugerem imparcialidade e profissionalismo, defendem que o contraditório é salutar e que a diversidade de idéias contribui para o amplo debate.

Quem assiste o Jornal da Cultura nota que o formato em que as notícias são comentadas por convidados que formam a bancada com os apresentadores ou apresentadoras. Nos assuntos em que os comentaristas discordam os espectadores podem escolher a versão que seu juízo de valor mais se aproxima.

A obra não poupa críticas às pautas sensacionalistas, as notícias revestidas de interesses financeiros e o noticiário “chapa branca” que tanto agradam aos governantes de plantão. O patrulhamento também é criticado. A publicação é uma aula sobre o jornalismo ideal.

Sobre a interferência do poder nas publicações os autores citam o caso do primeiro jornal da história, a “Acta Diurna”, criado pelo imperador romano Júlio César em 59 a.C. Em referido jornal, segundo a versão apresentada, o General publicava suas grandes conquistas, a expansão do Império Romano e as notícias que fortaleciam sua imagem. Nele não havia registros das derrotas e nem dos escândalos que envolviam o Imperador ou deus aliados.

Portanto, a prática de governantes interferirem e ditarem as pautas de grandes veículos de comunicação não é fato novo. O jornalismo ideal é possível? Seguindo orientações do livro, talvez. Não seguindo, jamais.

Crônica de Ademar Rafael

DANIZETE DE SIQUEIRA LIMA*

O menino Danizete deixou sal casa no Sítio Barra de Solidão para vir trabalhar com o tio Aniceto, no Bazar das Miudezas. Morou com os avôs maternos Seu Elias e Dona Maria que, segundo Jurandir de Helvécio, colocou-lhe o apelido Perninha de Abelha. Detentor de uma memória extraordinária e de uma inteligência matemática acima das melhores médias era capaz de citar à distância o local das mercadorias dentro da loja.

Como seu primo, Dimas, dorme com facilidade, muitas vezes foi acordado em Vitória de Santo Antão, quando o destino era Caruaru para fazer compras. Quando residia no Recife, no final dos anos 70, foi acordado
algumas vezes na garagem dos ônibus por passar pelo ponto final, sonhando com o Pajeú.

Através de Danizete conheci os amigos Tota Flor, Saulo Gomes, Carrinho de Lica, Arnaldo de Luiz Ernesto e tantos outros. Coube-me a difícil missão de substituí-lo no Bazar das Miudezas. Apesar da paciência de Aniceto comigo não foi fácil. Ele trabalhou no escritório de João Mariano, na fábrica de doce, deu aulas, oportunidade em que conheceu a menina Betânia, filha do estimado Silvino Teles e de dona Sônia Quidute e mãe dos seus filhos Patrícia e Darlan.

Reencontramo-nos no Banco do Brasil no início dos anos 80. Intensificamos a convivência, inclusive nas farras. Foi o parceiro predileto para os “rodetes” da irresponsabilidade que consistia em após uma noite de “cana brava” sairmos de Afogados por volta de cinco horas da manhã para tomarmos “outras” no Hotel de Dolores em Jabitacá, na Barraca de Jaime e no Elite Bar em São José do Egito, no Bar de Adalberto em Tabira e encerrar as atividades em torno de meia noite em Afogados.

Fizemos juntos périplos mais arriscados, nas mesmas condições etílicas. Dentre os quais podem ser destacadas as viagens para Tavares na Paraíba, indo pela Quixaba e voltando por Princesa Isabel e para Juazeiro do Norte. Graças a Deus e seu famoso sono não bateu em nenhuma dessas viagens.

É contador de “estórias” e recitador de alto nível. Estar com Danizete é ter a certeza de boas risadas e muitos versos de Pinto, de Lourival, de Ivanildo, de Geraldo, de Dedé Monteiro e de Diomedes Mariano, seu irmão. Tem cabedal suficiente para escrever vários livros sobre nossa região, não o fez ainda por comodidade.

Doido pelo sertão, disse-me durante um almoço Povoado Brejinho de Tabira, na data em que foi publicada a aprovação do seu filho Darlan no vestibular: “Morro de saudade disto aqui, Recife é bom para passeio.”.

(*) – Publicado originalmente no site www.afgadosdaingazeir.com.br, como Pessoas do meu sertão XXI.

Crônica de Ademar Rafael

NO ALTO DO HORTO

Existem obras que imortalizam seus construtores, a Estátua de Padre Cícero Romão em Juazeiro do Norte é uma delas. Mauro Sampaio, prefeito que entregou aos romeiros a magnífica obra, será sempre lembrado por tal feito.

Na condição de devoto o nosso também imortal Luiz Gonzaga ao compor “Viva meu Padim” escreveu: “Olha lá no alto do horto/ele ta vivo padre não ta morto/Olha lá no alto do horto/ele ta vivo padre não ta morto”. É desta forma que os romeiros enxergam Padre Cícero.

O monumento foi pensado originalmente com um pouco menos de 10 metros e posteriormente pelas mãos do engenheiro Rômulo Ayres Montenegro, que contou com ajuda do corretor de imóveis Jaime Magalhães, chegou aos 27 metros. A inauguração ocorreu no dia 01.11.1969 e tornou-se o principal ponto turístico de Juazeiro do Norte.

A festa de 50 anos da Estátua foi comemorada com a presença dos romeiros e de autoridades que anunciaram a construção de um teleférico que unirá o Estacionamento dos Romeiros à Colina. Dele o turista viria o belo cenário que é o Vale do Cariri, com as cidades de Barbalha e Crato ao sul e oeste, respectivamente.

A melhor noticia veio do Vaticano com o atendimento do pedido de perdão feito em 2006 pelo bispo Dom Fernando Panico. Com a sonhada reconciliação os processos de beatificação e santificação perdem os fatores impeditivos e pode avançar.

O romeiro que cumpre todo ritual vai à Colina do Horto, ao Memorial Padre Cícero, a Igreja do Socorro e assiste a missa dos “chapeuzinhos” na Igreja de Nossa Senhora das Dores. Para eles o Padre Cícero já é Santo. Cabe ao Papa decidir na hora que cada processo, com as comprovações, chegar ao seu domínio.

Crônica de Ademar Rafael

BLOG DO FINFA – MOMENTOS

Em maio do corrente ano fui procurado pelo titular deste blog para fazer um texto e ser inserido no livro alusivo aos sete anos das atividades do blogueiro. Na oportunidade ao ver o projeto da publicação acertamos que este cronista faria a apresentação e o renomado escritor afogadense Milton Oliveira faria o prefácio.

Elaboramos um texto compatível com a proposta e ao vermos o livro publicado detectamos, mais uma vez, a capacidade do blogueiro em criar. A publicação não pode ser reduzida a uma homenagem aos sete anos do
“Blog do Finfa”, precisa ser vista um legado para futuras gerações e uma fonte de consulta para quem pretende fazer algo grandioso.

Se fizermos uma analogia do livro com um fausto almoço podemos assim definir o projeto: A entrada seria um mix do prefácio, da introdução, e do texto do autor; os aperitivos seriam as manifestações dos leitores, oriundos de diversas origens políticas, econômicas e sociais; o prato principal os registros fotográficos e a sobremesa o que escreveu o e do poeta Diomedes Mariano.

Nos meio jornalístico sempre foram valorizados os profissionais criadores de inspirados títulos e manchetes. Assim foi, é e será. Pela chamada é que os leitores mergulham nos conteúdos. Neste quesito Finfa também trilhou com desenvoltura. O titulo do livro “Blog do Finfa MOMENTOS”, guarda perfeita com o ideia da publicação e está alinhada com versões disponíveis na rede mundial de computadores sobre o significado de momentos que afirma ser: “Espaço pequeníssimo (mas indeterminado) de tempo; curta duração; lance e ocasião oportuna.”

Aposto todas as fichas que o livro não tem vencimento, seu prazo é indeterminado e que sua publicação foi oportuna e que as fotografias nele inseridas ocasiões e serem comentadas e lembradas pelos adeptos da
informação clara e de fatos reais, num mundo dúbio e virtual.

Crônica de Ademar Rafael

OBRIGADO IVO

Na manhã da última quinta-feira, 28.11.19, data que representava vinte anos da partida do poeta Quincas Rafael, fui acordado cedo pelo titular deste blog com a notícia do falecimento de Ivo da Farmácia.

Para este cronista Ivo representa uma das mais emblemáticas e carismáticas figuras humanas entre as que convivi nesta passagem terena. Amante da boa música e detentor de extraordinária capacidade para transformar os ambientes onde estava em cenários de alegria cumpriu muito bem sua missão na terra.

Quando recorremos ao significado do nome Ivo, deparamo-nos com uma versão de que significa “teixo” tipo de arvore utilizada na Idade Média para fabricação de arcos e flechas. Em outra vertente encontramos que significa “Deus é cheio de graça” e “Deus perdoa”.

Com minhas limitações identifico Ivo muito mais com a segunda opção. Duas das maiores qualidade de Ivo era perdoar e, principalmente, não julgar. Nunca ouvi Ivo emitir opinião sobre comportamento ou escolha de “seu ninguém”. Foi mensageiro da alegria, da paz e do abraço fraterno. Recebia todos que entravam na Farmácia fundada por Seu Helvécio Lima com um sorriso especial, único e exclusivo.

O amigo e colega Beto Fuscão disse-me na tarde da última sexta-feira, data do sepultamento de Ivo, que sempre o recebia em sua chácara às margens da Barragem de Brota como músicas de Nathaniel Adams Coles, ou simplesmente “Nat King Cole”, cujo centenário foi comemorado neste ano, assim como o centenário de Jackson do Pandeiro. “Nat” e “Jackson” eram dois dos muitos músicos que Ivo tanto gostava.

O carnaval de Afogados perde um ícone, como afirmou Finfa na postagem sobre o falecimento do Ivo. Muita paz, caro amigo, transmita nosso abraço para Horácio Pires e muito obrigado pela lição de vida.

Crônica de Ademar Rafael

FERNANDO ANTÔNIO LUCAS DA SILVA

Muitos jovens de Afogados da Ingazeira não conhecem a importância de Fernandão para o desporto afogadense. Quando cheguei a Afogados, no início dos anos 70, ele trabalhava com o seu tio Andrelino Lucas na agência da Princesa do Agreste.

Fomos colegas de classe do segundo ano até a formatura em contabilidade, no saudoso Colégio Industrial. Pela sua seriedade foi escolhido tesoureiro da turma, cujo presidente da comissão de formatura foi Nivaldo Gomes, o popular Furica. Com mão de ferro, ele cuidou do dinheiro, e durante a excursão para João Pessoa funcionava com o pai da turma, toda despesa passava pelo seu crivo. O certo é que sobrou dinheiro e fizemos uma festa em Campina Grande, onde fomos ciceronizados pelos atuais Desembargadores Alberto e Cláudio Nogueira.

Foi um lateral vigoroso que encerrou a carreira precocemente em virtude de uma contusão no joelho. Não largou o futebol; sempre que podia batia uma peladinha de salão. Por força do seu conhecimento foi convidado para treinar o Barcelona, fantástico time criado por Magno Martins. Não aceitou e juntamente com Antônio Grilo, também convidado, indicaram meu nome para o cargo.

Na condição de juiz apitou jogos importantes em Afogados, inclusive foi o árbitro da estréia de Mimi no Guarani, tendo confidenciado no final do jogo: “Com a minha visão privilegiada, percebi que o espaço em que Mimi
colocou a bola na cobrança da falta, apenas um craque descobre”. Com a sua sobriedade ganhou a confiança de Aderval Viana e João Cordeiro, presidentes do Guarani de Afogados e do Nacional de Tabira, respectivamente. Legitimou-se, portanto, para apitar muitas vezes o maior clássico do interior de Pernambuco.

Em 1976, ao assumir a direção técnica do Ferroviário, convidou-me para treinar o Juvenil. Numa tarde daquele ano, enquanto trabalhávamos no campo do União, recebi a notícia que eu havia sido aprovado no concurso do Banco do Brasil. Fernandão foi um dos primeiros a prestar-me parabéns e desejar-me sorte. Posteriormente nos encontramos no Banco do Brasil, eu como funcionário e ele como vigilante. Por mais amigos que éramos ele teimava em manter certa distância. Era seu jeito. Foi por diversas vezes conselheiro quando eu me excedia nas “farras”.

O maior legado de Fernandão para os que o conheceram foi provar que não há dinheiro que compre a dignidade de um ser humano. Este valor ele imprimia em todos os seus atos dentro e fora das quatro linhas, nunca permitiu qualquer dúvida quanta a lisura das suas atitudes. Para ele a regra do jogo estava acima da fama e da importância do craque, expulsou quem julgou merecedor da penalidade. Muito obrigado pelo exemplo de honra e moral que você nos deixou, caro amigo.

 

 

Crônica de Ademar Rafael

222.838.400 SEGUNDOS

No momento que o BLOGDOFINFA virar a folhinha da data dos seus SETE anos completará 2.556 dias, 61.344 horas, 3.680.640 minutos e 222.838.400 segundos de notícias. É de fato um marco a ser festejado e isto foi feito na última sexta-feira, dia 18.10.19.

Nesta caminhada vitoriosa o BLOG e seu titular passaram por momentos de angústias, de festas, de derrotas e de vitória. O saldo é positivo quando observado pelos aspectos da persistência em informar bem, da luta árdua em busca da notícia em tempo real e, principalmente, do compromisso com a satisfação da legião de leitores e leitoras.

Sete anos passam rápidos, da mesma forma que as notícias transitam na plataforma. No mundo virtual um segundo é muito tempo, neste espaço o horizonte temporal é medido com a métrica da fórmula um e com a trena
que mede o desempenho dos recordistas olímpicos.

Vamos agora direcionar nossa abordagem para simbologia do número SETE. No futebol, esporte que o titular do blog teima em jogar, Garrincha imortalizou a camisa SETE do Botafogo e da Seleção Brasileira. SETE são as cores do arco-íris; os dias da semana; os dias do ciclo lunar; a soma das faces oposto de um dado; as artes liberais; os anões de Branca de Neve e biblicamente os pecados capitais, as virtudes, as trombetas de Jericó, as pragas do Egito, entre outras citações. No campo das superstições SETE são os anos de azar ao quebramos um espelho.

A palavra INOVAÇÃO tem OITO letras e é como ela que Finfa tem que se preocupar. SETE já é passado e as plataforma virtuais que não inovam a cada segundo correm sérios riscos de desaparecem em um piscar de olhos. Não por acaso o título desta crônica faz menção da palavra segundo, caso queira permanecer na escalada de vitórias o BLOGODOFINFA tem a obrigação de não dormir no ponto. A ordem é seguir na trilha que nos leva a DÉCADA, por enquanto.

Crônica de Ademar Rafael

IRMÃOS DAS RUAS

Por Ademar Rafael

Uma das maiores chagas que o cotidiano urbano nos “oferece” é a cena dos moradores de rua. Antes esse fenômeno social era verificado somente nas grandes cidades, hoje faz parte da “paisagem” até de cidades de pequeno porte. A poética urbana de Adoniran Barbosa em “Saudosa Maloca” e as crônicas cariocas é cosia do passado a situação atual é sem poesia e sem os encantos de literários dos cronistas da antiga Capital Federal.

A omissão plena do Estado pela ausência de políticas públicas que atuem nas causas é de certa forma abrandada com as ações de voluntários de congregações cristãs que atuam diretamente nos efeitos. Aqui entendido como a fome, a falta de higiene pessoal e de abrigo e a exposição ao frio sem qualquer proteção.

O pior de tudo é que os voluntários que atuam nas obras destinadas aos moradores de rua escutam repetidamente de pessoas abordadas com pedido de ajuda as seguintes frases: “Larguem isto, são bandidos”, “Não dou dinheiro para vagabundos”, “Não ajudo drogados”, etc.

Nos dias atuais três fatores contribuem para aumento das legiões de moradores de rua. As drogas, o desemprego e o abandono das famílias. Na maioria dos casos um deles motiva o outro e assim segue o agravamento da “chaga”.

Existe solução? Tenho certeza que sim. A união entre o primeiro, o segundo e o terceiro setor da economia para criação de abrigos com a simultânea ocupação de todos com idade e condições de trabalho sanariam grande parte do problema. Nas oficinas poderiam ser fabricadas fardas e bolsas para uso nos escolas do ensino básico e fundamental, sacolas para compras de supermercados e outros artefatos comuns e de uso permanente pela população. Com o tempo as atividades seriam ampliadas e o volume produzido alcançaria escala chinesa. Quem inicia?