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Crônica de Ademar Rafael
O PARLAMENTO
Reza a lenda política que o deputado Ulysses Guimarães, presente no parlamento brasileiro de 11.03.151 até 12.10.1992 data do seu falecimento, quando indagado sobre o declínio do parlamento brasileiro respondia: “Você só diz que esse Congresso é ruim porque ainda não viu o próximo”.
Esta frase vem sendo lei a cada legislatura. O nível cai e o fundo do poço sempre está distante da última escavação. Existem várias justificativas para esse fenômeno desabonador, vamos tratar nesta crônica da tese de que o parlamento é o espelho da sociedade que o elege.
O economista e professor universitário Marcus Pestana, de Minas Gerais, atesta em artigo: “… em tese o Congresso é o espelho da sociedade, já que ninguém chega lá sem ser eleito por ela, no ambiente da mais completa liberdade. É uma questão instigante discutir porque a população, ao mirar o que seria o seu reflexo no espelho, tem a sensação de incômodo e decepção. Salta aos olhos que as regras de nosso sistema não ajudam a construção de uma relação de proximidade, identidade e controle entre representante e representado, entre eleitor e eleito”. Um pouco mais na frente destaca: “…é evidente que o poder econômico, o baixo nível de informação e consciência, o populismo, entre outros vetores, distorcem a representação.”
Concordo com as ponderações do parlamentar mineiro e adiciono que além do “… baixo nível de informação e consciência, o populismo.” A degradação que a sociedade experimenta diuturnamente também é fator predominante nestas escolhas malditas. Tudo sustentado em pilares muito bem fincado em solo lamacento pelo fajuto sistema político que impera em nosso país.
A cada pleito valores que deveriam decidir os votos são trocados por anomalias criadas por “alquimistas do mal”, transvestidos de marketeiros e formadores de opinião no obscuro mundo das redes sociais, ambiente em que bugalho é vendido como alho e falsos brilhantes se transformam em joias raras. Bons nomes são triturados pelas máquinas dessas mídias malditas.
Crônica de Ademar Rafael
RETALHOS DA VIDA
Recentemente em uma mensagem do Padre Ênio Marques de Oliveira vi a frase “Pai tecelão, obrigado pelos muitos retalhos que compõem minha vida.” Esta frase, que inspira esta crônica, remeteu minha atenção para um mote que criei a algum tempo: “O todo da nossa vida/É feito de fragmentos”. Em contextos diferentes o tema é o mesmo, ou seja, nossa vida é constituída pelos seus diversos momentos.
A pergunta que faço é a seguinte: “Como você está ordenando os múltiplos retalhos da sua vida?” Neste assunto uma peça do nosso artesanato, que inclusive foi tema de linda música de Cascatinha e Inhana e carrega seu nome “Colcha de retalhos” nos dar uma aula que nenhum livro de sociologia ou de filosofia foram capazes.
Em referida peça cada retalho com tamanho, cor e de tecidos distintos prova que é possível a convivência entre os diferentes. O mosaico formado pela multiplicidade de cores e formatos sugere que ser diferente não é sinônimo de ser inimigo, que ter origem distinta não significa ser o adversário e ser abatido.
Que possamos aprender com a frase do Padre, com meu mote e com a “Colcha de Retalhos” que devemos buscar até a exaustão os motivos para viermos em paz com os que pensam diferentes e tem outras
preferência divergentes das nossas.
A intolerância segrega, discrimina e mata. A tolerância junta, abraço e dar vida. Precisamos, de forma indolor, praticar atos que harmonizem a convivência e multipliquem os valores que nos levam a paz.
Na peça do artesanato a chita, o brim, a mescla, o linho, a seda e tantos outros tipos de tecidos se unem e formam algo majestoso aos olhos de quem possui sensibilidade. O que nos impede de copiar esse fenômeno no nosso convívio? Procuro e não encontro resposta, alguém sabe?
Crônica de Ademar Rafael
ADESISMO
Ao publicar o terceiro livro de trilogia Escravidão o escritor Laurentino Gomes além de expor a parte cruel da natureza humana, aquela que nos coloca abaixo do mais irracional dos animais, apresenta de forma clara uma doença crônica que grassa em nosso país desde o descobrimento.
Que patologia é essa Ademar? Respondo prontamente: ADESISMO. Uma doença que corrói as riquezas da nação em favor dos eternos beneficiários de verbas, poder, cargos e outras benesses que um estado insano fornece aos seus vampiros.
O recorte a seguir atesta o que houve nas últimas décadas do século XIX e que treze décadas depois continua ocorrendo: “Em pouco tempo, recém-convertidos à causa republicana, os mesmos antigos barões do café, senhores de engenho, charqueadores, pecuaristas e outros senhores escravagistas – eles próprios ou seus famílias -, que até pouco antes mandava me desmandavam no Império, passaram a dar as cartas no novo regime…”
Para não forçarmos muito a memória vamos lembrar que muitos que lambiam as botas dos generais aderiram ao bloco que elegeu Tancredo, seguiram com Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer e o atual presidente, em janeiro abraçarão o novo mandatário. Figuras públicas e privadas carregam o vírus do adesismo e transferem aos seus descendentes.
Nos adesistas de hoje sem muito esforço será identificado DNA de pessoas que estavam nas caravelas de Cabral, na época das capitanias Hereditárias, na chegada de Dom João VI, na Independência e outros momentos cujos fatos históricos viraram uma página na perspectiva de criar um novo enredo. Os governantes usam tais figuras para se sustentarem e justificam a convivência com a desculpa da governabilidade que representa nitidamente a falta de um projeto isento de vampiros. Atrair tais figuras e menos custoso que criar alternativas de independência.
Crônica de Ademar Rafael
NÃO AO DESALENTO
Neste espaço consideramos um ciclo anual cada conjunto de cinquenta e duas crônicas. Assim sendo, esta é a primeira crônica do ano onze e o tema escolhido destina-se a nos manter motivados para enfrentar e vencer os desafios diários. Entendo que esta motivação precisa estar assentada sobre uma base constituída pela fé, pela força de vontade e pela ação.
Quando mergulhamos no assunto desemprego encontramos a palavra “desalento” para classificar as pessoas que perderam o ânimo para continuar procurando uma colocação. Os institutos que pesquisam o
assunto consideram desalentados “Pessoas que não realizaram busca efetiva por trabalho, mas gostariam de ter um trabalho e estavam disponíveis para trabalhar no período da pesquisa.”
São diversos os motivos que levam uma pessoa a perder o estímulo e deixar de lutar por dias melhores. O filósofo coreano Byung-Chul Han, no livro “Sociedade do cansaço” dá algumas pistas. Apresenta vários fatores que geram a o “esgotamento”, destacamos a competitividade exacerbada, a cobrança individual e coletiva por desempenho crescente, os excessos na comunicação e o abandono da vida contemplativa. Sem muito esforço podemos detectar outros, precisamos fugir deles e focar no tripé acima citado, tudo dentro dos limites suportáveis por nosso organismo.
O autor com lucidez atesta que “o hiper capitalismo transforma todas as relações humanas em relações comerciais”, que “enchemos o mundo com objetos e mercadorias com vida útil cada vez menores” e que “o
mundo perdeu sua alma e sua fala. O alarido da comunicação sufoca o silêncio.”
Para sair desse labirinto o poeta Dedé Monteiro, com extrema competência nos apresenta a ação da “esperança” nos dois últimos versos do soneto “As quatro Velas”, após ouvir as mensagens da “paz”, da “fé” e do “amor”, que se auto apagaram: “Não desiste ninguém, que a vida é bela/ E acendeu novamente as outras três”. Não ao desanimo, sim a ação.
Crônica de Ademar Rafael
PREVENIR OU REMEDIAR?
Movidos por comodidade, preguiça, omissão, falta de interesse ou outros posicionamentos muitas vezes deixamos de agir tempestivamente para solucionar problemas pequenos que por falta das medidas corretivas se agravam. Deixamos muitas coisas para depois ou buscamos atacar os efeitos e não as causas. A arte de postergar faz parte do nosso estilo de vida pessoal e profissional.
Na abordagem do tema o autor e palestrante americano Dan Heath publicou o livro “Upstream – A busca para resolver os problemas antes que apareçam”. É uma publicação que pode encaminhar corretamente a resposta para indagação inserida como título desta crônica.
Entre vários pontos registrados no livro destaco inicialmente as três barreiras que o autor apresenta como entraves reais para tomarmos decisões em tempo hábil e evitarmos um estrago maior. A primeira é a cegueira, quando assumimos que não enxergamos como problema ou consideramos o fato como inevitável. A segunda é a falta de propriedade, traduzida na famosa frase “Esse problema não é meu”. A terceira e última é a pratica de cavar um túnel, momento que dizemos: “Não consigo lidar com isto agora.”, também conhecido como “Jogar debaixo do tapete”.
Como com pouco esforço podemos ver que tais barreiras alcançam boa parte das justificativas existentes para não agirmos na hora certa, terceirizarmos o problema ou deixarmos para que o tempo resolva a questão. Na minha vida profissional quando enfrentei os problemas com foco nas causas vi os resultados aparecerem e os problemas sanados. Na vida pessoal, na maioria das vezes, deixei como estava para não agravar, hoje percebo que errei, poderia ter evitado muito desgaste.
Na parte final do texto Dan Heath deixa duas dicas especiais: “Seja impaciente para ação, mas paciente para os resultados” e “O macro começa com micro.” Seguir a primeira dica é um bom começo, concordam?
Crônica de Ademar Rafael
AMIGOS DE QUINCAS RAFAEL – IV
Em 1972 quando viemos residir em Afogados da Ingazeira meu pai sugeriu que em qualquer dificuldade imediata eu deveria procurar os seus amigos de infância, entre estes estava Décio Campos da Silva, seu Décio como era conhecido.
De onde vinha esta certeza do apoio? Da confiança que meu saudoso pai tinha no grupo de que estamos divulgando na última segunda feita de cada mês, neste semestre. Não houve necessidade e urgência para recorrer a estes amigos, mas a certeza da existência desses anjos da guarda dava certa segurança para o jovem advindo de Jabitacá.
Seu Décio foi uma liderança em Afogados da Ingazeira, construída com solidez pela forma como tratava todos. Como Inspetor de Trânsito ou empreendedor ele tinha enorme capacidade de criar soluções e ser bom conselheiro. Nos deixou com menos de 50 anos, na vida entre 1923 e 1972 deixou exemplos a serem seguidos. Ficaram conosco seis filhos, sendo três homens e três mulheres e Dona Zabezinha.
Lembro do dia que fui com meu pai esperar o cortejo com o corpo de Seu Décio, nas imediações do Sítio Barro Branco em Iguaracy. No trajeto Quincas Rafael falava emocionado sobre a salutar amizade entre os dois, nesta viagem tive mais um incentivo para criar a manter amizades.
Tenho o privilégio de ter convivido e ser amigo de Reginaldo, que também nos deixou, Ednaldo e Luciano. A eles nas vezes que recorri foi plenamente atendido, a amizade do nossos pais teve a sequência lógica.
A prepotência encontrada em muitos gestores e funcionários públicos com atuação na área de trânsito quer nas ruas, estradas ou unidades de atendimento – nos dias atuais -, é diametralmente oposta aos
procedimentos de Seu Décio. Era respeitado pelos pares em função do carinho que tinha por cada colega.
Crônica de Ademar Rafael
ARREPENDIMENTO
Com certa frequência dizemos ou ouvimos de outras pessoas as frases “Não me arrependo de nada” e “Faria tudo do mesmo jeito”. Acontece também com certa regularidades que tais afirmações perdem o vigor com o tempo. Algum momento estas mesmas ponderações ao serem submetidas ao crivo dos seus autores são modificadas, a maturidade nos leva a mudar o pensamento em relação aos nossos comportamentos anteriores.
No livro “O poder de se arrepender – Como avaliar o passado para seguir em frente” o autor americano Daniel H. Pink, desmistifica a tese de que arrependimento é para os fracos, ao afirmar categoricamente: “O arrependimento nos torna mais humanos”, “O arrependimento nos torna melhores” e “O arrependimento me dá esperança”. O escritor pondera com muita nitidez que a prática do arrependimento é salutar.
Para ilustrar essa crônica solicitei que o amigo Celso Brandão meu parceiro no livro “A mensagem e o verso” apresentasse uma análise sobre o tema, às luz das suas convicções. Ele prontamente me enviou o texto a seguir transcrito, por meio dele minha proposta para refletirmos. Cabe a cada uma ou cada um a conclusão que melhor esteja adequada ao momento atual de suas vidas. Eu hoje me arrependo sem traumas.
Jesus lhes respondeu: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”; Lucas 5:31-32 – “O arrependimento é a chave para uma mudança de vida. Quando nos arrependemos, reconhecemos nossos pecados e os rejeitamos, escolhendo viver de maneira diferente. Quando cremos em Jesus como nosso salvador, recebemos o perdão e a vida eterna. O pecado é como uma doença, que nos infecta e destrói. Mas o arrependimento é o primeiro passo para a cura. Jesus é o médico que salva a vida de quem se arrepende…O arrependimento nos abre a porta da eternidade, para podermos desfrutar de toda a bondade e justiça de Deus.”
Crônica de Ademar Rafael
SEM GABARITO
Quando uma pergunta é direcionada para avaliar a percepção das pessoas sobre algo, não devemos esperar por resposta única. Cada um, com seu juízo de valor, tem a resposta de sua preferência. Neste direcionamento indaguei um grupo de alunas e alunos sobre o que os motivava no exercício de um cargo em uma empresa privada. Dei como opções salário, respeito e reconhecimento.
Em um universo de trinta indagados vinte e sete responderam que seria o salário o principal fator de motivação, houve certa equivalência quanto a segunda opção entre respeito e reconhecimento, três colocaram o salário em segundo lugar dando como primeira opção o reconhecimento.
Como o público alvo está com idade entre vinte e vinte e três anos as respostas estão dentro do esperado. Nesta fase da vida quando estamos em busca da estabilização emocional, profissional e financeira. A preferência pelo salário é justificável, na medida que galgamos experiência com o avanço da idade é comum alterarmos as preferências.
Em muitos casos podemos adicionar às três opções acima o poder e o status. Em casos específicos estas duas novas variáveis ganham força e superam as demais. Convivi e fui liderado por muitos executivos que davam preferência para o poder e o status. Como são preferências pessoais não devemos criticar ou apontar opção única.
Estas escolhas sustentam os posicionamentos que muitas pessoas do nosso entorno adotam. Para se manterem nos cargos que alimentam seus “egos” fazem todo tipo de estripulias.
Nosso principal objetivo com essa reflexão é entendermos que nossas escolham podem não ter aderências com as escolhas do nossos parceiros no trabalho, na vida social ou mesmo no seio familiar. Precisamos compreender que neste tipo de assunto não existe gabarito.
Crônica de Ademar Rafael
SEPSE
O título desta crônica pode remeter a atenção da leitora ou do leitor para um órgão público do estado de Sergipe, contudo, não se refere a esse assunto e sim ao nome dado para “infecção generalizada”.
Mas, hoje não vamos falar sobre a maior causa de mortes evitáveis no mundo. Falaremos sobre o sistema político brasileiro que sob o olhar deste modesto cronista se encontra com alto nível de infecção. Não existe medicamentos capazes de combater os danos causados ao país, ao seu povo e aos interesses coletivos.
Que fique claro e evidente que não podemos nem devemos culpar cidadãs e cidadãos que disputam os pleitos eleitorais e são eleitos, concorrendo aos cargos pretendidos sob o manto da legislação vigente.
Qualquer brasileira ou brasileiro que resida no espaço compreendido entre a nascente do Ailã, no Monte Caburaí estado de Roraima, ao Arroio do Chuí, no Rio Grande do Sul e entre a Ponta do Seixas na capital do estado da Paraíba e a Serra da Contamana, na nascente do Rio Moa no estado do Acre sabe que com os mecanismos atuais jamais reduziremos o fosso social e a lama em estado de putrefação do nosso sistema.
Por meio do voto poderíamos mudar algo se não continuássemos votando nos mesmos, elegendo os de sempre. Se colocarmos os eleitos para os cargos de governador, senador, deputado federal e deputado estadual em ordem alfabética encontraremos nomes de famílias que estavam nos cartazes preto e branco da época dos nossos avós.
Isto mesmo, famílias que receberam votos dos nossos avós continuam recebendo nossos votos. A proliferação de familiares na política ganha das duplas sertanejas no Centro Oeste do Brasil e é páreo duro para o cupim “coptotermes gestroi”, que povoa o mundo. Em resumo: “Votando nos mesmos, vamos continuar na mesma.” Que venham 2024, 2026…
Crônica de Ademar Rafael
REMÉDIOS AMARGOS
Ainda na ressaca das eleições vamos refletir hoje sobre algo com complexidade no nível da retirada do nosso país da crise moral e institucional em que se encontra, falaremos sobre a crise climática.
O capitalista americano, John Doerr, acredita que para cumprimos desafios que permitam atender propostas inseridas no Acordo de Paris precisamos mergulhar em direção a objetivos que se encontram submersos nos interesses de alguns países que seguem ignorando acordos feitos no encontro realizado na capital francesa. Em livro lançado no final no ano de 2021, ainda sem tradução para português, o autor relaciona dez objetivos. Dentre estes o consultor Leandro Franz nos apresenta seis em recente publicação da HSM Management.
São estes os pontos destacados: Eletrificar o transporte, por meio da produção de carros elétricos em troca de veículos que usam combustíveis fosseis; descarbonizar o sistema, com utilização massificada dos sistemas eólicos e solares; consertar nossa alimentação, através da redução dos desperdícios e consumo seletivo; proteger a natureza, com abandono de práticas que agridem fauna e flora; limpar o indústria, especialmente cimento e aço com a troca dos modelos atuais por plantas que inovem os processos em direção à redução de emissões de carbono e recapturar carbono da atmosfera via inovações tecnológicas ou reflorestamento.
São posicionamentos que alteram regras que imperam no mundo há muito tempo. Três indagações ficam no ar. A indústria do petróleo vai aceitar passivamente a troca dos automóveis atuais por carros elétricos? Os “donos” das indústrias poluentes estão dispostos a investir altas somas para mudar o sistema em uso? Os indivíduos estão dispostos a alterar a forma de consumo de alimentos em favor da sociedade? Como tais perguntas não serão respondidas as teses de Doerr ficarão no livro e na cabeça dos que as defendem, os remédios sugeridos são amargos. Sem ação essas boas intenções ficam apenas como teses salutares.